Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/6 Xampu APRESENTAR AO ALUNO A ESTRUTURA CAPILAR, OS PRODUTOS COSMÉTICOS QUE TEM POR OBJETIVO A LIMPEZA DOS CABELOS E DO COURO CABELUDO E AQUELES DESTINADOS A REVERTER DANOS CAUSADOS PELOS XAMPUS E DEMAIS PROCEDIMENTOS CAPILARES COMO ESCOVAÇÃO, COLORAÇÃO, ALISAMENTO. AUTOR(A): PROF. DENILTON SILVA COSTA Higiene capilar Os xampus são produtos cosméticos que tem por objetivo a limpeza dos cabelos e do couro cabeludo. No entanto esse processo de remoção de sebo, poeira, componentes do suor, estrato córneo descamado, resíduos de cosméticos deve ocorrer de forma que o cabelo se mantenha com brilho, leveza, sem eletricidade estática e sem modificar o pH do couro cabeludo. Na década de 20 e 30 o produto de limpeza usado para higienizar os cabelos era o sabão em barra. Mas não atendia as expectativas de deixar o cabelo com aparência adequada. Formulações melhoradas eram a base de sabões de óleo de coco líquido. Apenas no final dessa década é que os tensoativos foram introduzidos nas formulações cosméticas. Esse cosmético de higiene capilar geralmente é constituído por alguns componentes conforme a fórmula geral na Tabela 1 a seguir; Tabela 1. Composição básica de um xampu líquido. Componente Concentração usual (%) Tensoativo 15-25 Estabilizante de espuma 1-4 Doador de viscosidade 0-5 Conservante 0,1-0,3 Sequestrante 0-0,2 Ajustadores de pH qs Agua purificada qsp 100 Tensoativo 01 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/6 O tensoativo é considerado o elemento essencial da composição de um xampu. Apresenta a propriedade de reduzir a tensão superficial da água e da sujidade presente no cabelo. Apesar de possuírem uma composição química muito variável, apresentam uma característica comum: sua molécula apresenta um componente hidrófilo e outro hidrófobo, ou seja, estrutura anfifílica. Os tensoativos são considerados agentes de limpeza, detergentes, surfactantes que no processo de limpeza sua porção hidrófoba / lipofílica adere a gordura e a porção hidrófila permite que a água lave a gordura. Como pode ser visualizado na Figura 2. Legenda: REMOçãO DE SUJEIRA OLEOSA/CEROSA PELA AçãO DO TENSOATIVO. De acordo com a localização da porção hidrofílica o tensoativo pode ser do tipo: na posição terminal - apresentam ótimo poder detergente; na posição central - fraco poder detergente, pouco solúvel na água, porém bom poder dispersante; vários grupos - fraco poder detergente, boa solubilidade em água, apresentando bom poder dispersante. 02 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/6 Quimicamente, o tensoativo pode ser aniônico, catiônico, anfótero ou não iônico. Aniônicos – Apresentam ótimo poder de limpeza e capacidade espumante. Mas sua ação detergente não deve ser levada ao extremo porque, se a queratina do cabelo suporta bem esta detergência, o mesmo não ocorre com o couro cabeludo. Sua ação, portanto, é na maioria das vezes equilibrada pela associação com outros aniônicos mais suaves ou com outros tensoativos tais como os anfóteros ou os não iônicos.Dentre os exemplos de tensoativos aniônicos estão: sulfatos ou éter sulfato de álcool graxo como; lauril sulfato de sódio, lauril éter sulfato de sódio, lauril éter sulfato de trietanolamina, lauril sulfossuccinato de sódio. Catiônicos – Esses tensoativos têm o seu grupo polar carregado positivamente. Por apresentar baixo poder de limpeza não são muito utilizados em formulações de xampu e são incompatíveis com os aniônicos. No entanto a grande afinidade com a queratina conferem maciez e brilho aos cabelos. Eles facilitam o desembaraçar dos cabelos e diminuem a eletricidade estática. Mas esta afinidade os torna difíceis de separar do cabelo no enxágue, deixando-os mais pesados. Na prática, os tensoativos catiônicos são associados com não-iônicos. Dentre os exemplos de tensoativos catiônicos estão: cloreto de olealcônio, cloreto de distearildimônio, etersulfato de isostearil etildimônio. Anfóteros – Estes tensoativos apresentam tanto um grupo aniônico quanto catiônico que se predomina dependendo do pH. Valores de pH mais baixos catiônico, valores de pH mais alto aniônicos. Possuem poder detergente e espumante menor que os aniônicos, mas em geral, são muito bem tolerados. Devem ser associados a outros tensoativos para modular as propriedades de lavagem e espuma. Dentre os exemplos de tensoativos anfóteros estão: betaína (ácidos graxos clorados e trimetilamina), a cocoamidopropil betaína e a cocoamidopropil hidroxisultaína são exemplos de tensoativos anfóteros. · Não iônicos – Não apresentam grupo polar. São usados em associação com anfóteros ou aniônicos, são pouco agressivos. Eles são considerados como os mais suaves dos tensoativos tendo, no entanto, um bom poder detergente, mas um fraco poder de espuma. Dentre os exemplos de tensoativos não iônicos estão: alcanolamidas de ácidos graxos, polietilenoglicol e derivados. Estabilizante de espuma ou Substância espumante 03 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/6 São componentes que introduzem bolhas de gás na água. A maioria da população opta por um xampu que apresente bom poder espumante, pois acredita que o efeito de limpeza encontra-se ligado ao poder espumante. Tensoativos não iônicos com alto grau de etoxilação apresentam bom poder de limpeza, porém fraco poder espumante. A formação de espuma está relacionada ao pH da solução, do conteúdo em eletrólitos e da dureza da água. Pode-se melhorar ou estabilizar o poder espumante de um xampu pela adição de vários componentes, tais como carboximetilcelulose, fosfatos, alcanolamidas entre outros. Doador de viscosidade São componentes que possibilitam o aumento da viscosidade, dando ao usuário a impressão de ter um produto mais concentrado. Uma série de produtos pode ser utilizada como espessantes. Dentre os exemplos podem ser citados os derivados celulósicos, sais, alginatos, dietanolamida do ácido graxo de coco, do ácido mirístico, láurico e oleico. Sequestrante São componentes que possibilitam um melhor desempenho da ação higienizante do xampu, uma vez que quelam íons de cálcio e magnésio evitando a formação de depósitos de partículas. O EDTA é o sequestrante mais utilizado. Conservante Devido à presença de água e diversos componentes orgânicos, os xampus apresentam susceptibilidade à contaminação microbiana, tornando-os inadequados ao consumo. Por isso, faz-se necessário o uso de alguns conservantes tais como metilparabeno e propilparabenos (Nipagin® e Nipazol®). Ajustadores de pH São necessários para evitar danos aos cabelos por tornar o produto menos alcalino e chegando a uma formulação com pH balanceado. Soluções de ácidos podem ser usadas. Existe uma variedade muito grande de xampus em função da forma de apresentação; líquido, emulsionado, aerossol, gel, ou mesmo em função de particularidades de tratamento e tipo de cabelo contendo ativos cosmetológicos ou princípios ativos específicos. 04 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 5/6 REFERÊNCIA 1- ABRAHAM, L.S.; MOREIRA, A.M.; MOURA, L.H.; GAVAZZONI, M.F.R. Tratamentos estéticos e cuidados dos cabelos: uma visão médica (parte 1). Surgical & Cosmetic Dermatology 2009;1(3):130-136. 2- ABRAHAM, L.S.; MOREIRA, A.M.; MOURA, L.H.; GAVAZZONI, M.F.R.; ADDO, F.A.S. Tratamentos estéticos e cuidados dos cabelos: umavisão médica (parte 2). Surgical & Cosmetic Dermatology 2009;1(4):178-185. 3- BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Cartilha sobre alisantes: orientações quanto ao uso correto, cuidados e precauções necessárias 2007a. Informações gerais mais relevantes. (online). Disponível em: <http:// anvisa.gov.br/cosmeticos/alisantes/folder. Acessado no dia 19 de novembro de 2014. 4- DRAELOS, ZD. Cosméticos em dermatologia. 2a ed. São Paulo: Revinter, 1999. 329p. 5- PEYREFITTE, G.; CHIVOT, M.; MARTINI, M. Cosmetologia. In: PEYREFITTE, Gerard; CHIVOT, Martine; MARTINI, Marie-Claude. Estética - cosmética: cosmetologia, biologia geral, biologia da pele. São Paulo: Organização Andrei, 1998. 505p. 6- POZEBON, D.; DRESSLER, V.L.; CURTIUS, A.J. Análise de cabelo: uma revisão dos procedimentos para a determinação de elementos traço e aplicações Química Nova, 22(6) (1999). 7- ROBBINS, C. R. Chemical and physical behavior of Human Hair. 5th ed. New York: Springer, 2012. 05 / 05 21/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 6/6
Compartilhar