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NEUROPSICOLOGIA Profª Msc Russélia Godoy O termo “neuropsicologia”, foi usado pela primeira vez em 1913, em uma palestra proferida pelo Sir William Osler, nos Estados Unidos O reconhecimento formal da neuropsicologia no Brasil foi em 2004, quando uma resolução do CFP passou a regulamentar a especialidade HISTÓRIA É um campo de conhecimento interessado em estabelecer as relações existentes entre o funcionamento do Sistema Nervoso Central (SNC) e as funções cognitivas e o comportamento. Tanto nas condições normais quanto patológicas. CONCEITO É uma ciência multidisciplinar Exige conhecimentos de diversas áreas NEUROPSICOLOGIA É uma disciplina científica recente, mas vêm se desenvolvendo a vários séculos Inicialmente, buscou-se a compreensão sobre a relação entre o organismo e os processos mentais Na antiguidade, em diferentes culturas, tentava-se localizar a alma no corpo humano Alma: “A coisa pensante” HISTÓRIA Na antiguidade, existia a hipótese cardíaca Os gregos foram os primeiros opositores formais Alcmaeon de Crotona (500 a.C.) formulou a hipótese de que os processos mentais estariam associados à atividade cerebral Aristóteles (384-322 a.C.) se opôs a esta idéia Para ele, o cérebro seria um “radiador”, responsável por resfriar a temperatura sanguínea LOCALIZAÇÃO DA ALMA Achados paleontológicos de crânios trepanados, ainda em vida, indicam que o homem das cavernas já procurava intervir no cérebro Provavelmente, era uma tentativa de liberar os maus espíritos que o atormentavam PRÉ-HISTÓRIA Vigorava a idéia de que o coração era a sede da alma e o órgão controlador dos processos mentais 1ª evidência documentada em favor da idéia do cérebro se relacionar aos processos mentais Em um papiro escrito há mais de 3 mil anos, atribuído ao médico Imhotep, descreve o caso de um paciente com alterações da linguagem decorrentes de ferimento localizado no osso temporal EGITO Na Bíblia, no livro de Daniel, é descrito um sonho do rei Nabucodonosor O rei se refere a imagens aterrorizantes que vinham da sua cabeça HEBRAICOS As observações clínicas de Hipócrates (460-400 a.C.) e Galeno (130-200 a.C.) foram determinantes para a solidificação da hipótese cerebral Atribuíam as alterações da personalidade, do comportamento e da capacidade de raciocínio a lesões cerebrais LOCALIZAÇÃO DA ALMA Nas primeiras observações anatômicas do cérebro já ficava evidente as cavidades (ventrículos) HIPÓTESE VENTRICULAR Acreditava-se que nos ventrículos cerebrais circulavam espíritos, que seriam importantes na regulação do comportamento Os espíritos podiam viajar através dos nervos, provocando movimentos e mediando sensações Essa hipótese obteve aprovação da Igreja Católica e foi amplamente aceita durante séculos HIPÓTESE VENTRICULAR Acreditava na hipótese ventricular Para ele, a mente era imaterial, mas interagia com o corpo por meio da glândula pineal ou epífise neural A glândula exercia uma ação regulatória sobre a circulação dos espíritos Até hoje os espíritas e hinduístas acreditam nesta função da pineal RENÉ DESCARTES (1596-1650) Thomas Wilis (1621-1675) atribuiu papel crucial ao tecido cerebral HIPÓTESE TECIDUAL Até o final do século XVIII, as duas correntes teóricas conviviam lado a lado Só o desenvolvimento da ciência moderna veio comprovar que a hipótese tecidual estava correta HIPÓTESE TECIDUAL X VENTRICULAR Depois de concluírem que o cérebro é responsável pelo processos mentais, vêm a dúvida… AONDE SE LOCALIZA AS DIFERENTES FUNÇÕES NO CÉREBRO? LOCALIZAÇÃO DAS FUNÇÕES Um dos problemas teóricos mais importantes foi a localização neurológica de funções específicas Até meados do séc. XX, 2 posturas teóricas opostas predominavam: a teoria localizacionista e antilocalizacionista ou holista LOCALIZAÇÃO NEUROLÓGICA POSIÇÃO ANTILOCALIZACIONISTA A atividade psíquica possuiria um substrato neurológico global e indivisível que atuaria como um todo. Não haveria especificidade regional! TEORIA LOCALIZACIONISTA O cérebro atua de forma fragmentada e cada região seria responsável por uma função mental e comportamental específica A teoria mais famosa é a de Franz Joseph Gall (1757-1828), conhecida como frenologia Os pressupostos básicos eram: Cada região do cérebro constitui-se em um órgão responsável por uma função ou comportamento Cada região do cérebro se desenvolve de forma a moldar a superfície craniana Se uma região é bem desenvolvida, ela cresce em volume TEORIA LOCALIZACIONISTA A partir das suas hipóteses, inferiram que, ao analisar a superfície do crânio, seria possível saber se uma função mental é bem desenvolvida ou não Após estudarem centenas de crânios, chegaram a um modelo em que atribuíram ao cérebro 35 diferentes “órgãos” Existiam áreas compartihadas entre homens e animais, como a área da coragem e do instinto carnívoro, outras eram especificamente humanas, como a sabedoria e o talento poético FRENOLOGIA Acabou sendo rechaçada na comunidade científica, por apresentar falhas em praticamente todas as suas hipóteses constituintes FRENOLOGIA Na mesma época das críticas à frenologia, surgem os estudos deste autor A partir de lesões provocadas em animais, concluiu que não importaria a região da lesão, mas a quantidade de material cerebral lesionado Para ele, qualquer área do cérebro poderia assumir, com ou sem redução de sua eficiência, funções que estavam na área danificada PIERRE FLOURENS (1794-1867) Entre 1861 e 1863, apresentou à Sociedade Parisiense de Antropologia a descrição de cerca de 9 casos Os pacientes eram vítimas de lesões nos lobo frontais do hemisfério esquerdo Apresentavam um comprometimento na produção da fala e preservação da compreensão da linguagem A Síndrome foi chamada de “Afasia de Broca” e a área lesionada chamada de “Área de Broca” PAUL BROCA (1824-1880) ÁREA DE BROCA “O centro funcional da linguagem” Descreveu casos de pacientes que tinham lesões diferentes das descritas por Broca, mas também apresentavam comprometimento das habilidades linguísticas Esses pacientes tinham lesão no córtex temporal esquerdo e apresentavam dificuldade na compreensão da linguagem O quadro passou a ser chamado de “Afasia de Wernicke” e a área lesionada de “Área de Wernicke” CARL WERNICKE (1848-1904) ÁREA DE WERNICKE A descrição de uma nova área relacionada à linguagem impulsionou a noção de que o cérebro seria composto por diversos centros funcionais Cada centro seria responsável por uma função mental específica CENTROS FUNCIONAIS Em 1940, propôs que as diferentes atividades dependem de uma organização cerebral Atividades mais complexas recrutariam um maior número de estruturas, que intervêm no processo WALTER HESS (1881-1973) Propôs um novo modelo, denominado de “sistema funcional”, que é amplamente reconhecido e aceito nos dia de hoje! Acredita que funções mais elementares poderiam ser localizadas , mas os processos mentais geralmente envolvem zonas ou sistemas que atuam em conjunto, embora se situem em áreas distintas e distantes do cérebro LURIA (1902-1977) Funções complexas bastante distintas podem ter processos elementares em comum e, consequentemente, se tais processos forem afetados, todas as funções em que eles atuam serão comprometidas A analogia com um concerto musical é bastante válida! SISTEMA FUNCIONAL Para o CFP, o objetivo teórico da neuropsicologia é a ampliação de modelos já conhecidos e a criação de novas hipóteses sobre as interações cérebro-comportamentais NEUROPSICOLOGIA FUENTES, D. et al. Neuropsicologia: Teoria e prática. Porto Alegre: Artmed, 2008. PINHEIRO, M. Aspectos históricos da neuropsicologia: subsídios para a formação de educadores. Educar, Curitiba, n. 25, p. 175-196, 2005. REFERÊNCIAS
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