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Resumo de Tratamento de Resíduos

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Resumo: Tratamento de resíduos
Aula 1
O crescimento industrial tem contribuído para o desenvolvimento econômico e social. 
Nas últimas décadas, os problemas ambientais têm se tornado cada vez mais críticos e 
frequentes, principalmente devido ao aumento das atividades industriais que vem 
acontecendo de forma desordenada, gerando alterações na qualidade do solo, ar e água 
pela liberação de poluentes.
Solução: Desenvolver tecnologias que permitam não somente a remoção mas também a 
completa mineralização das substâncias contaminantes no tratamento de efluente são 
alternativas a serem investigadas. Processos tecnológicos para superar as dificuldades no 
tratamento dessas águas residuárias podem advir da utilização de agentes coagulantes em 
tratamento físico-químico além da implementação de tratamentos biológicos, visando o 
aumento da eficiência na remoção de compostos recalcitrantes.
Classificação dos resíduos quanto a características químicas:
• Orgânico: é composto por pó de café e chá, cabelos, restos de alimentos, cascas e bagaços de
frutas e verduras, ovos, legumes, alimentos estragados, ossos, aparas e podas de jardim. 
• Inorgânico: é composto por produtos manufaturados como plásticos, vidros, borrachas,
tecidos, metais (alumínio, ferro, etc.), tecidos, isopor, lâmpadas, velas, parafina, cerâmicas,
porcelana, espumas, cortiças, etc.
Classificação quanto a origem: Resíduo domiciliar; comercial; serviços públicos; hospitalar;
industrial; radioativo; entulho; agrícola; e resíduos de portos, aeroportos, terminais rodoviários e
ferroviários.
Resíduos industriais:
O lixo gerado pelas atividades agrícolas e industriais é tecnicamente conhecido como
resíduo e os geradores são obrigados a cuidar do gerenciamento, transporte, tratamento e destinação
final de seus resíduos, e essa responsabilidade é para sempre. O lixo doméstico é apenas uma
pequena parte de todo o lixo produzido. A indústria é responsável por grande quantidade de resíduo
– sobras de carvão mineral, refugos da indústria metalúrgica, resíduo químico e gás e fumaça
lançados pelas chaminés das fábricas.
O resíduo industrial é um dos maiores responsáveis pelas agressões fatais ao ambiente. Nele
estão incluídos produtos químicos (cianureto, pesticidas, solventes), metais (mercúrio, cádmio,
chumbo) e solventes químicos que ameaçam os ciclos naturais onde são despejados. Os resíduos
sólidos são amontoados e enterrados; os líquidos são despejados em rios e mares; os gases são
lançados no ar. Assim, a saúde do ambiente, e consequentemente dos seres que nele vivem, torna-se
ameaçada, podendo levar a grandes tragédias.
Efluentes industriais
Os efluentes industriais é a corrente de fluido resultantes da mistura de diversas correntes
geradas em diferentes utilidades e do processo industrial. As suas características dependem da
natureza da indústria, matérias-primas processadas, etapas de transformação utilizadas no processo,
porte da indústria, etc
A indústria elimina resíduo por vários processos. Alguns produtos, principalmente os
sólidos, são amontoados em depósitos, enquanto que o resíduo líquido é, geralmente, despejado nos
rios e mares, de uma ou de outra forma. Certos resíduos perigosos são jogados no meio ambiente,
precisamente por serem tão danosos. Não se sabe como lidar com eles com segurança e espera-se
que o ambiente absorva as substâncias tóxicas. Porém, essa não é uma solução segura para o
problema. Muitos metais e produtos químicos não são naturais, nem biodegradáveis. Em
consequência, quanto mais se enterram os resíduos, mais os ciclos naturais são ameaçados, e o
ambiente se torna poluído.
Sólidos: são compostos por substâncias dissolvidas e em suspensão, composição orgânica e/ou
inorgânica. São divididos em sólidos coloidais (que ficam mantidos em suspensão devido o
pequeno diâmetro das partículas) e os sedimentáveis (que se depositam no fundo do tanque). [são
separados de acordo com a diferença de densidade]. Podem ser divididos em biodegradáveis ou
recalcitrantes.
-Sólidos em suspensão podem ser removidos do efluente através de métodos físico-químicos
(dependerá do tamanho, da densidade, carga elétrica, etc).
-Sólidos dissolvidos (sólidos totais no efluente) podem ser removidos por métodos físico-químicos
e biológicos.
Indicadores globais de poluição:
No caso da matéria orgânica, esses indicadores são estimados em:
-Demanda Bioquímica de Oxigênio: DBO
-Demanda Química de Oxigênio: DQO
-Carbono Orgânico Total: COT
P.s: No caso de compostos orgânicos hidrofóbicos suspensos em água (óleo ou emulsões), o
indicador global mais empregado é o de “óleos e gorduras”. Além desses indicadores, existe que os
que permitem quantificar a toxicidade (como no caso de metais e outros compostos) através de
bioensaios.
DBO: corresponde à quantidade de oxigênio consumido na degradação da matéria orgânica no meio
aquático por processos (Matéria orgânica + O2 CO2 + H2O + NH3 + células).
-Grandes quantidades de matéria orgânica utilizam grandes quantidades de oxigênio, assim, quanto
maior o grau de poluição, maior a DBO.
-O valor do DBO é utilizado para estimar a carga orgânica dos efluentes, e com estes valores,
calcular qual a necessidade de aeração parra degradar esta matéria orgânicas nas estações de
tratamento.
-Quando as amostras de efluentes não possuem população suficiente (influenciados por alta
temperatura, pH, assépticos), adiciona-se sementes. As sementes aumentam a precisão dos testes de
DBO (cada cápsula de sementes para DBO contém culturas microbianas específicas para promover
um amplo espectro de MO capazes de atuar em diferentes tipos de efluentes industriais e
domésticos).
-Quando necessário há a necessidade de fazer diluições (quando a amostra está concentrada) ou
ajustes (pH/temperatura ideal, etc).
-Normalmente emprega-se DBO (5 dias), mas podem ser empregados tempos maiores.
-Remediação: Para o menor impacto de DBO elevado no efluente, utiliza-se métodos de aeração
artificial, aumentando sua biodegrabilidade.
-Processo: Os MO utilizam o oxigênio dissolvido para transformar o carbono em CO2 e depois para
transformar os compostos nitrogenados em nitratos (NO3-) e nitritos (NO2-). Demanda carbonácea
(presença de CO2) e demanda nitrogenada (nitratos e nitritos).
-Vantagens: informa real potencial poluidor do efluente em termos de matéria orgânica; método que
mais se aproxima do ambiente natural quando “semente” apropriada é empregada.
-Desvantagens: materiais tóxicos podem inibir o crescimento dos MO; controle de diluição; longo
de análise (5-20 dias); interferência de algas, necessidade de controle de T e pH.
DQO: avalia a quantidade de oxigênio dissolvido (OD) consumido em meio ácido que leva à
degradação de matéria orgânica. É quantidade de O2 necessária para a oxidação da matéria orgânica
através de um agente químico.
-Nesse processo o carbono orgânico de um carboidrato, por exemplo, é convertido em gás
carbônico e água.
-O processo se baseia na oxidação de matéria orgânica por uma mistura em ebulição de ácido
crômico e ácido sulfúrico (bicromato de potássio em meio ácido)
-Técnica utilizada para a avaliação do potencial de matéria redutora de uma amostra por processo
de oxidação química em que se emprega o dicromato de potássio (K2Cr2O7).
-Os resultados da DQO de uma amostra são superiores aos de DBO (DBO mede apenas a fração
biodegradável, quanto mais o DBO se aproximar da DQO, mais facilmente biodegradável será o
efluente. 
-DQO é realizado num prazo menor e em primeiro lugar, servindo os resultados de orientação para
o teste de DBO.
-Matéria orgânica + K2Cr2O7 + H2SO4 ---------> CO2 + H2O + prod. não oxidados + K2Cr2O7 residual ------> 2 Cr O 6 Fe 14 H 2 Cr 6 Fe 7 H O
-Concentraçõesde cloreto provocam interferências positivas nos resultados, para evitar esta
interferência se utiliza o sulfato de mercúrio II (HgSO4), proporcionalmente à concentração de
cloretos na amostra, reduz os erros causados por este interferente.
-Vantagens: tempo curto de análise (3 h), materiais tóxicos não afetam o oxidante, bom indicador de
poluição orgânica em efluentes contendo metais pesados e cianetos, boa correlação com DBO para
efluentes com composição “constante”.
-Desvantagens: interferência de íons cloreto (adição de HgSO4), alguns compostos orgânicos são
resistentes à oxidação como piridina, benzeno e íons amônio e erros entre 5-10%.
COT: é uma variável de qualidade de água e de solo considerando o montante de carbono orgânico
existente na amostra (a concentração de C também é indicador de matéria orgânica)
-Baseia-se na oxidação da matéria orgânica a CO2 e H2O, com a determinação de CO2 por método
instrumental – analisador COT. [O CO2 é arrastado por uma corrente de ar sintético e analisado por
espectro de infravermelho (FTIR)].
-Vantagens: tempo curto de análise (min), pode-se estabelecer relações entre DQO e DBO.
-Desvantagens: equipamento de custo elevado, necessidade de remoção de material particulado e
cloreto, interferência de íons NO3 –, SO4 2– e PO4 3–, remoção de Cl– (métodos químicos) pode
remover carbono orgânico volátil.
O&G (óleos e gorduras): Determinado com base em sua solubilidade em solventes orgânicos
apolares. “O&G” é definido como qualquer material recuperado como substância solúvel em
solventes orgânicos apolares (benzeno, éter de petróleo, hexano, heptano, clorofórmio). Isto inclui
também compostos de enxofre, corantes orgânicos e clorofila.
Observação: DBO, DQO, COT e O&G não mencionam a toxicidade dos efluentes líquidos;
*Para determinar a toxicidade de um agente químico ou de uma mistura complexa utiliza-se
bioindicadores, que são organismos vivos que indicam de forma precoce a presença de alterações
ambientais, sendo que esses indicadores podem identificar diversos tipos de modificações, antes que
se agravem (Exemplo: Daphnia magna, Artemia sp., Photobacterium phosphoreum, Danio rerio).
-Os efeitos tóxicos causados nestes organismos-teste podem ser observados por diferentes
parâmetros como a falta de locomoção, diminuição da emissão de luz, capacidade reprodutiva, etc.
-É um método simples, rápido e de baixo custo. Eles fornecem sinais rápidos sobre
problemas ambientais, mesmo antes do homem saber sua ocorrência e amplitude.
-Toxicidade aguda: agente tóxico provoca 50% de inibição dos organismos testes (efeito observado
em até 96hs)
-Toxicidade crônica: agente tóxico afeta as funções biológicas dos organismos testes. Efluentes,
mesmo tratados, podem ocasionar efeitos crônicos nos bioindicadores.
Outros conceitos:
-Autodepuração: é a capacidade de lago ou lagoa restaurar suas características ambientais
naturalmente, devido à decomposição de poluentes (a própria natureza se encarrega em tratar).
-Eutrofização: fenômeno causado pelo excesso de nutrientes numa massa de água, provocando um
aumento excessivo de algas, esse aumento de biomassa pode levar a uma diminuição do oxigênio
dissolvido, provocando morte e decomposição de muitos organismos, diminuindo a qualidade da
água e causando alteração profunda no meio ambiente.
Aula 2
Enfoques do Tratamento de Efluentes residuais:
End of pipe: é o enfoque utilizado para caracterizar o efluente no final do processo, ou seja, o
resíduo é produzido e depois é tratado para atender os padrões de descarte em vigor.
-É uma visão mais restrita, isso se deve ao pequeno número de profissionais especializados “in plant
design”.
-Considera “O efluente é o que é”.
In plant design: é o enfoque que tenta minimizar a quantidade de resíduos no processo, diminuindo
a emissão de carga poluidora. É uma série de processos industriais que podem ser analisados,
revisados e otimizados. 
-Antes de tratá-lo, procura-se estudar o processo industrial, as fontes poluidoras, consumo de água e
a composição das correntes.
-Geralmente é utilizado por empresas de grande porte porque possui um corpo profissional mais
especializado.
-É pouco empregado industrialmente em empresas de pequeno e médio porte
-As empresas gastam mais recursos no controle, mas uma vez definida e implantada as orientações,
a empresa lucra mais porque reduz as etapas de tratamento e purificação no final do processo, assim
o novo efluente gerado será tratado com um custo mais reduzido.
-Maximiza a eficiência de produção e minimiza a geração de resíduos.
-Gera economia de energia, água, matéria-prima e controle no tratamento de resíduos.
O que se remove: sólidos grosseiros em suspensão; óleos e graxas, metais pesados, matéria
orgânica solúvel e biodegradável (DBO), nitrogênio amoniacal (DBO nitrogenada), nitrato e nitrito,
fósforo, matéria orgânica não biodegradável (DQO residual) e toxicidade.
Etapas de tratamento: (preliminar, primário, secundário [remoção de matéria orgânica
dissolvida] e terciário [remoção de compostos específicos não biodegradáveis])
1. Tratamento preliminar: Visa a remoção de sólidos grosseiros e de areias que podem
danificar os conjuntos motor-bomba, bem como controlar a vazão afluente (evitar
entupimento). O efluente percorre as seguintes unidades: grade (espaçadas a cada 2,5cm),
peneiras, caixas de areia (retém partículas de areia com dimensões igual ou superior a
0,2mm) e calha Parshal (dispositivo de medição da vazão e controla o nível de água na caixa
de areia e na grade).
-O tratamento preliminar consiste na preparação do efluente para as etapas subsequentes
a) Gradeamento: processo físico de separação; devem permitir o escoamento do efluente
sem grandes percas de carga; diâmetro indicado é superior a 10mm; são instaladas de
uma forma que permite barrar e escoar; é importante porque diminui os materiais de
grandes dimensões, permitindo baixo custo de tratamento nas etapas posteriores; devem
passar por um processo de limpeza periódica para remover o excesso de carga retida
(mecânica ou manual). [Nas estações de grande porte, as grades devem possuir
dispositivo mecanizado da remoção do material retido, constituído de rastelo mecânico
tipo pente cujo os dentes se entrepõem nos espaços entre as barras da grade (removendo
no sentido ascendente) onde são descarregados em caçambas. No sistema manual, a
remoção é feita por ancinhos quando a seção obstruída atinge 50%. 
b) Peneiramento: espaçamento entre as grades são menores; tem perda de carga mais
elevada; peneiras revestidas com tela fina que retém sólidos grosseiros e suspensos mais
finos (c/ diâmetros superiores a 1 mm); tem o objetivo de reduzir entupimentos ou a
carga orgânica do efluente nas etapas posteriores; deve ter um sistema de raspagem para
desobstruir o material residual empregado nos orifícios.
c) Caixas de retenção de areia (desarenação): Evita o entupimento de dutos, válvulas,
abrasão em bombas, formação de depósitos nos decantadores e tanques de aeração (a
areia presente em efluentes pode danificar equipamentos eletromecânicos)
*Neutralização: etapa de ajuste para o tratamento secundário (pH=7), ou para 
descarte (pH= 5-9) [técnica para melhorar a eficiência dos tratamentos secundários e 
terciários].
*Equalização: Tem como finalidade homogenizar o efluente com características 
físico-químicas (variações de pH ou concentração de matéria orgânica) e vazões 
muito variáveis a fim de evitar choques de carga nas unidades posteriores de 
tratamento, principalmente biológico. (diminui o tamanho das partículas, 
aumentando sua área de contato aumentando a eficiência de processos subsequentes 
e reduzir os custos. Consiste de um tanque provido de aeração (para evitar odores 
“aerobiose”) e depósitos de sólidos. [aeradores fornecemoxigênio, reduz tamanho 
das partículas]
*Separação de óleos e gorduras: o acúmulo de gorduras gera a obstrução de 
coletadores, odores e aspectos desagradáveis em corpos receptores. O processo de 
separação é um processo físico que ocorre por diferença de densidade, sendo 
normalmente as frações oleosas e gordurosas mais leves recolhidas na superfície (no 
caso de mais densas que a água, são sedimentadas e removidas por limpeza de fundo 
do tanque). Quando o óleo é solúvel em água é mais difícil de ser removido, deve-se 
fazer uso de meios fortemente ácidos ou básicos para diminuir a solubilidade; ou o 
uso de coagulantes/dispersantes que facilitem a dispersão.
Aula 3
2. Tratamento primário: Visa à remoção da matéria orgânica e dos sólidos em suspensão. É
composto pelas seguintes unidades: 
-Valo de Oxidação: nesta unidade ocorre a oxidação biológica da matéria orgânica onde
o esgoto percorre o trajeto de uma pista de corrida por cerca de 1,5 dias devido o
movimento promovido por dois aeradores que insuflam oxigênio na massa líquida.
-Decantador Secundário: após sair do valo de oxidação, o esgoto segue para o
decantador em formato de cone que promove a remoção dos sólidos decantáveis pela
força da gravidade. Esses sólidos formam o lodo que será recirculado em parte para que
seja mantida uma concentração de 4.000 mg/l de sólidos em suspensão no valo de
oxidação, sendo o excesso encaminhado para o leito de secagem.
*A finalidade deste nível de tratamento é a remoção de sólidos em suspensão sedimentáveis
e de sólidos flutuantes. Ambos os sólidos são removidos, basicamente, em um decantador,
onde o líquido passa vagarosamente, permitindo que os sólidos em suspensão se depositem
paulatinamente no fundo. A massa de sólidos que se forma é chamada de lodo primário
bruto. Ao mesmo tempo, os sólidos flutuantes, como graxas e óleos, sobem para a superfície
dos decantadores. Dessa forma, estes são coletados e removidos do tanque para posterior
tratamento.
*O tratamento primário é empregado para a remoção de sólidos suspensos e material
flotante e também para o condicionamento do efluente para o tratamento secundário ou para
descarga; pode remover 40 a 70% dos sólidos em suspensão e cerca de 35% da DBO5.
a) Sedimentação: Operação unitária de separação de partículas sólidas com densidade
superior à do líquido circundante. Em um tanque em que a velocidade de fluxo de água é
muito baixa, as partículas tendem a se sedimentarem no fundo do recipiente por efeito da
gravidade (o líquido remanescente no sobrenadante torna-se clarificado, com a formação
de lodo no fundo que posteriormente é removido). 
-Decantação livre: Quando a queda da partícula não é afetada pela proximidade com
a parede do recipiente e com outras partículas, ou seja, onde a força peso prevalece
sobre a força de atrito (ocorre quando as partículas são menores que 0,2%)
-Decantação influenciada: ocorre quando as partículas são de 0,2 a 40%.
*A sedimentação ocorre quando a concentração volumétrica das partículas é maior que 40%.
-Fases da sedimentação: zona clarificada; zona de concentração uniforme; zona de
concentração não-uniforme; zona de transição; sólidos sedimentados. 
-A sedimentação industrial ocorre em equipamentos denominados tanques de decantação
que podem atuar como espessadores ou clarificadores (quando o produto é a “lama” se trata
de espessador, e quando o produto é o líquido límpido temos um clarificador).
*Movimento Browniano: Ocorre quando as partículas são muito pequenas. É o movimento
aleatório gerado pelas colisões entre as moléculas do fluido e das partículas.
Resumidamente, pode-se dizer que o fluido tem maior energia (desordem) em relação ao
sólido (maior organização), assim o movimento browniano do fluido fará com que o sólido
se deposite no fundo do tanque. Sendo assim, nesse caso a agitação é inimiga da
sedimentação, pois fornece energia para o sólido ficar em suspensão; por outro lado, o
aumento da temperatura aumenta as propriedades hidrodinâmicas.
-Definição: é um fenômeno pelo qual partículas pequenas suspensas em um líquido
tendem a se mover em caminhos pseudo-aleatórios ou estocásticos através do líquido,
mesmo se o líquido em questão estiver calmo.
-Nos tanques de sedimentação, utiliza-se defletores na entrada com o intuito de diminuir a
energia do fluxo, diminuindo a energia do sólido, facilitando sua ida para o fundo do tanque,
e um líquido clarificado na superfície. Os refletores na saída auxiliam no controle da vazão.
-Tipos de sedimentação:
-Sedimentação discreta: as partículas se aglutinam mantendo a sua integridade (não se
aglutinam). Possui velocidade constante de sedimentação pois as propriedades físicas
das partículas são conservadas. [força de atrito = força gravitacional]
-A remoção de partículas discretas depende apenas da área superficial (A) e não da
altura e do tempo (t). (se dobrar a área, as partículas podem ser removidas na metade
do percurso do tanque).
-Partículas discretas removidas: Partículas com velocidade de sedimentação igual a
Vs (constante de vel. de sed) em uma altura h; V1>Vs e que entram no tanque em
uma altura h; partículas com velocidade de sedimentação igual a Vs e que entram no
tanque em uma altura menor que H.
-Partículas discretas não removidas: V2<Vs e que entra no tanque em uma altura H;
V2<Vs e que entram no tanque em uma altura menor que H.
-Sedimentação floculenta: as partículas se aglomeram à medida que se sedimentam. As
propriedades das partículas são alteradas (aumento do tamanho “formação de flocos”) e
por isso, aumenta a velocidade da sedimentação (aumento da densidade). A velocidade
não é constante.
-O agente químico mais utilizado para aumentar a capacidade de floculação um
eletrófilo forte Al2(SO4)3. Pois quando se dissolve esse eletrodo em água ele se
interage com os íons hidroxila naturais da água, produzindo um hidróxido insolúvel
com aspecto gelatinoso. Assim essa gelatina, por meio da gravidade, é arrastada para
o fundo do tanque formando um lodo químico. 
-Como a floculação ocorre à medida em que as partículas se dirigem para o fundo,
quanto mais chances de contato elas tiverem, maior formação de flocos (nesse caso
aumentar a profundidade do tanque aumenta a eficiência do processo).
-Sedimentação zonal: Acontece em altas concentrações de sólidos, quando há a
formação de um manto que se sedimenta como massa única de partículas. Nesse caso,
tem-se uma nítida interface de separação entre a fase líquida e sólida.
-O líquido é rapidamente clarificado, com rápida sedimentação das partículas
sólidas. [A velocidade de sedimentação zonal é empregada para projetar tanques de
sedimentação em escala ampliada].
-Sedimentação por compressão: Ocorre quando há concentrações de sólidos mais
elevadas. A sedimentação ocorre por compressão (pressão exercida sobre um corpo),
reduzindo o volume do sólido.
*O volume do tanque de sedimentação deve levar em conta a velocidade de escoamento 
(alimentação), garantindo que uma boa quantidade desses sólidos sejam removidos por 
sedimentação para que saia um efluente mais clarificado com a menor concentração de 
sólidos possíveis.
*Aceleradores de sedimentação: a gravidade não tem força muito grande para promover 
uma sedimentação eficiente (não retira tudo), daí utiliza-se de processos químicos para 
facilitar a floculação/coagulação, aumentando a eficiência (e mesmo assim ainda passa 
matéria orgânica).
Coagulação e floculação:
Tem por objetivo aglomerar as impurezas que se encontram em suspensões finais e algumas
que se encontram dissolvidas, em partículas maiores que possam ser removidas por decantação ou
filtração. É empregado para a remoção de turbidez, de cor, de bactérias, redução de MO, de algas,
de fosfato e metais pesados.
Tema finalidade de se adicionar compostos químicos para acelerar o processo de
sedimentação, produzindo um lodo químico que será descartado de forma apropriada.
*Na fase inicial de coagulação/floculação é interessante agitar para promover uma maior
solubilidade dos compostos químicos no meio ao qual foram aplicados. Mas depois de um
determinado tempo, tem que diminuir a velocidade de agitação, pois essa agitação pode prejudicar
no processo de aglomeração das impurezas (pois não terão peso suficiente para se sedimentarem no
fundo do tanque)
-O fenômeno de aglomeração ocorre devido a duas ações distintas:
-Desestabilidade, onde por adição de produtos químicos ocorre a neutralização das 
forças elétricas superficiais, anulando as forças repulsivas;
-Aglomeração de colóides “descarregados”, formando flocos que se sedimentam a 
uma velocidade adequada.
*Os agentes químicos entram para desestabilizar as forças repulsivas, fazendo com 
que a carga global das partículas se tornem zero. Favorecendo o processo de 
sedimentação floculenta por interações intermoleculares (forças de Van der Waals)
*A aglomeração é facilitada por agitação suave, facilitando o contato com o floco, 
porém sem quebrá-los (atrito com as pás).
-Processo: Ao sair da câmara de mistura, a água segue para a câmara de floculação 
(coagulação), ao sair da câmara de floculação, a suspensão segue para os decantadores, onde
os flocos sedimentam por ação da gravidade.
Reagentes da coagulação/floculação:
• Coagulantes: Compostos geralmente à base de íons, ferro ou alumínio, capazes de produzir
hidróxidos gelatinosos insolúveis e englobar impurezas (exemplo: sulfato de alumínio).
• Alcalinizantes: Capazes de conferir a alcalinidade (neutralização de ácidos) necessária à
coagulação (exemplos: óxido de cálcio, hidróxido de sódio)
• Coadjuvantes: Capazes de formar partículas mais densas (argila, sílica ativa, polieletrólitos)
*O tampão é economicamente inviável nas indústrias
Fatores de coagulação/floculação:
• pH da água: há um pH ótimo de floculação (determinado experimentalmente)
• Tempo de misturas: agitação rápida, promove a distribuição do coagulante de maneira
uniforme; agitação lenta, formação de flocos.
• Temperatura: Se aumentar a temperatura, aumenta a solubilidade a repulsão eletrônica,
diminuindo a formação de precipitado (temperaturas mais baixas aumenta o consumo do
coagulante).
Coagulantes empregados:
• Sulfato de alumínio: forma flocos e Co2 (responsável pelo aumento da acidez da água). P.s:
o sulfato de alumínio não é biodegradável e pode trazer sérios riscos a saúde humana.
• Sulfato ferroso: precipita na forma oxidada de hidróxido de ferro (assim a adição de cal ou
cloro é necessária para uma coagulação efetiva.
• Caparrosa clorada: é preparada adicionando-se cloro para oxidar o sulfato ferroso
(coagulação pode ser obtida numa faixa de pH entre 4,8 e 11)
• Cloreto férrico: empregado na coagulação de esgotos sanitários e industriais
• Alcalinizantes: o mais empregado é a Cal (devido seu baixo custo)
•
*Os auxiliares de coagulação beneficiam a floculação, aumentando a decantação e o enrijecimento
de flocos. Os mais utilizados são polieletrólitos (macromoléculas de cadeia longa e alta massa
molecular); possuem a função de desenvolver flocos maiores e mais resistentes.
-Ácido algínico: proveniente de algas; possui grupos ácidos em sua estrutura; na sua forma
solúvel promove a formação de gel favorecendo o processo de sedimentação.
-Pectina: polissacarídeo encontrado em maracujá; material barato.
-Sílica ativada: composto orgânico muito utilizado em bioprocessos. Reduz a dosagem de
coagulante, aumenta a faixa de pH ótimo e produz um floco com melhores propriedades de
decantação e resistência. Desvantagem em relação aos polieletrólitos: necessidade de controle
preciso de preparo e dosagem (dosagem de 7 a 11%).
-Quando utilizada junto com o sulfato de alumínio ou sulfato ferroso, a sílica, por 
sua elevada carga negativa, promove a formação de flocos maiores, mais densos e 
mais resistentes, aumentando a eficiência de coagulação.
-Argilas bentoníticas: a adição resulta num aumento da massa do floco, melhorando a 
decantabilidade.
-Carvão ativado: é aplicado na forma de pó; é um poderoso adsorvente; é utilizado no 
tratamento de água com gosto e odor provocados pelo material orgânico.
Precipitação química:
Os processos de coagulação/floculação, seguidos de sedimentação ou flotação, se aplicam à
remoção de material insolúvel em suspensão, de origem orgânica ou inorgânica; a precipitação
química se aplica a remoção de material inorgânico dissolvido no efluente (metais pesados)
-Geralmente, os metais são solubilizados em condições ácidas e precipitam em condições
alcalinas
Flotação:
É uma técnica de separação de misturas que consiste na introdução de bolhas de ar a
uma suspensão de partículas. Com isso, verifica-se que as partículas aderem às bolhas, formando
uma espuma que pode ser removida da solução, o que permite separar seus componentes de maneira
efetiva. As partículas a serem flotadas são tornadas hidrofóbicas pela adição dos produtos químicos
apropriados.
-A inserção de ar são introduzidas por aeração ou ar pressurizado seguido de 
descompressão do líquido para a atmosfera.
-É aplicada principalmente para efluentes com altos teores de óleo e graxas e/ou 
detergentes
-Unidades do tipo aeração/flotação por ar induzido (FAI): introdução de bolhas de ar 
por bombeamento, para o fundo do tanque de aeração, onde ele é disperso no líquido.
-Unidades do tipo aeração/flotação por ar dissolvido (FAD): Pressurização do efluente
com ar de 1-3atm, seguido de descompressão em um depósito adequado; formação de bolhas
extremamente pequenas que se aderem e suspendem a matéria em suspensão para a superfície. Esta
unidade pode substituir o decantador primário, produzindo um efluente final de qualidade superior,
porém com custo mais elevado.
-Vantagem: necessidade reduzida de área, 
-Desvantagem: custo operacional mais elevado devido à mecanização

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