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ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE ANEXO 3 - DISTRIBUIÇÃO DE WEIBULL Eduardo de Santana Seixas – Abraman Pág: Anx. III.1 Expressão semi-empírica desenvolvida por Ernest Hjalmar Wallodi Weibull, físico sueco, que em 1939 apresentou o modelo de planejamento estatístico sobre fadiga de materiais. Sua utilidade decorre do fato, de permitir: • Representar falhas típicas de partida (mortalidade infantil), falhas aleatórias e falhas devido a desgaste. • Obter parâmetros significativos da configuração das falhas. • Representação gráfica simples. 1- Expressões matemáticas simples 1.1- Probabilidade de falhas de um item, num dado período de tempo “t” de ope- ração. F t e t t t t ( ) exp= − = − − −⎛⎝⎜ ⎞ ⎠⎟ ⎡ ⎣ ⎢⎢ ⎤ ⎦ ⎥⎥ − −⎛⎝⎜ ⎞ ⎠⎟1 1 0 0η β β η F(t) ⇒ Função Distribuição Cumulativa 1.2- Probabilidade que o equipamento não irá falhar para um dado período de tempo “t” de operação (Confiabilidade). R t F t t t ( ) ( ) exp= − = − −⎛⎝⎜ ⎞ ⎠⎟ ⎡ ⎣⎢ ⎤ ⎦⎥1 0 η β 1.3- Tempo Médio Entre Falhas (TMEF) ou Tempo Médio para Falhar (TMPF). TMEF ou TMPF = + ⋅ + −t0 11η βΓ( ) 1.4- Desvio Padrão (σ) [ ]σ η β β= + ⋅ − +− −Γ Γ( ) ( )1 2 11 2 1 12 2- Significado dos parâmetros da Distribuição de Weibull • t0 ⇒ Vida Mínima ou Confiabilidade Intrínseca (tempo de operação a qual o equipamento passa a apresentar falhas, ou seja, intervalo de tempo que o equi- pamento não apresenta falhas). • η ⇒ Vida Característica ou Parâmetro de Escala (intervalo de tempo entre “t0” e “t” no qual ocorrem 63,2% das falhas, restando portanto 36,8% de itens so- breviventes). ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE ANEXO 3 - DISTRIBUIÇÃO DE WEIBULL Eduardo de Santana Seixas – Abraman Pág: Anx. III.2 • β ⇒ Fator de Forma (indica a forma da curva e a característica das falhas). β<1 mortalidade infantil (função hiper-exponencial) β=1 falhas aleatórias (função exponencial negativa) β>1 falhas por desgaste β=2 (função de Rayleigh) β=3,42 (função aproximadamente normal) 3- Utilização da Tabela da Função Gama (Γ) para cálculo do TMEF ou TMPF A função Gama é dada por: Γ( )x t e dt x t= ⋅ ⇒ ≤ ≤− −∫ 1 para: 1 x 2. Para outros va- lores utilizar a fórmula: Γ Γ( ) ( )1+ = ⋅x x x (observar que na tabela da Função Gama os valores de “x” variam entre “1” e “2” inclusive). Exemplo: Dado os seguintes parâmetros da Distribuição de Weibull (t0 = 1000 horas ; β=0,8 e η = 3500 horas). Determine o TMEF (Tempo Médio Entre Falhas). TMEF t= + ⋅ + −0 11η βΓ( ) = + ⋅ +⎛⎝⎜ ⎞ ⎠⎟ +⎛⎝⎜ ⎞ ⎠⎟ = = + = ⋅ = ⋅ = = + ⋅ = 1000 3500 1 1 0 8 1 1 0 8 2 25 1 1 25 1 25 1 25 1 25 0 9064 11330 1000 3500 11330 4 965 50 Γ Γ Γ Γ Γ , , ( , ) ( , ) , ( , ) , , , , . , onde: logo: T horas MEF Observação: Para calcularmos a Γ(6,33), utilizando a tabela da Função Gama, deve- mos utilizar a expressão: Γ Γ( ) ( )1+ = ⋅x x x , pois “6,33” não satisfaz “1 2≤ ≤x ”, lo- go: Γ Γ Γ Γ Γ Γ Γ Γ Γ ( , ) ( , ) , ( , ) , ( , ) , , ( , ) , , ( , ) , , , ( , ) , , , , ( , ) , , , , , 6 33 1 5 33 5 33 5 33 5 33 1 4 33 5 33 4 33 4 33 5 33 4 33 1 3 33 5 33 4 33 3 33 1 2 33 5 33 4 33 3 33 2 33 1 1 33 5 33 4 33 3 33 2 33 1 33 = + = ⋅ = ⋅ + = ⋅ ⋅ = ⋅ ⋅ + = ⋅ ⋅ ⋅ + = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ + = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ( , ) ( , ) ( , ) , , , , , , , 1 33 1 33 6 33 5 33 4 33 3 33 2 33 1 33 0 89338 212 77 Γ Γ da tabela, temos: 0,89338 logo: ⇒ = ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ ⋅ = ENGENHARIA DE CONFIABILIDADE ANEXO 3 - DISTRIBUIÇÃO DE WEIBULL Eduardo de Santana Seixas – Abraman Pág: Anx. III.3 4- Observações relativas ao Fator de Forma (β) A escolha apropriada de “t0”, “β“ e “η“ da Distribuição de Weibull podem ser usadas para representar uma larga faixa de distribuições, incluindo tanto distribuições ran- dômicas (exponencial negativa) quanto distribuições aproximadamente normal. Embora a experiência tenha mostrado que a Distribuição de Weibull possa ser usada para uma grande maioria de modelos de falha, é essencial notar que é uma função semi-empírica, e pode não ser capaz de representar algumas distribuições particulares encontradas na prática. Com relação ao Fator de Forma (β), temos: • Se “β“ = 1 (taxa de falhas constante), pode ser uma indicação que modos de falhas múltiplos estão presentes ou que os dados coletados dos tempos para falhar são suspeitos. Este é freqüentemente o caso dos sistemas os quais diferentes compo- nentes têm diferentes idades, e o tempo individual de operação dos componentes não estão disponíveis. Uma taxa de falhas constante pode também indicar que as falhas são provocadas por agentes externos, tais como: uso inadequado dos equi- pamentos ou técnicas inadequadas de manutenção. • O modo de falhas por desgaste é caracterizado por “β“>1, mas pode ocorrer situa- ções as quais as falhas por desgaste ocorram depois de um tempo finito livre de falhas, e um valor de “β“<1 é obtido. Isto pode ocorrer quando uma amostragem contém uma proporção de itens imperfeitos, acarretando em falhas antes de um tempo finito livre de falhas. Os parâmetros da Distribuição de Weibull dos modos de falhas por desgaste podem ser deduzidos se forem eliminados os itens imperfei- tos e analisados os seus dados separadamente.
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