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Seção 4 de EAD SOCIOAMBIENTAL -UCSAL

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Seção 4 - Meio Ambiente
Relação histórica entre sociedade e meio ambiente - Conceitos básicos de meio ambiente
“Sempre houve o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas, 
mas parece nunca haver o suficiente para atender a cobiça humana”
Mahatma Gandhi
    Devido à dificuldade de se chegar a um consenso conceitual para o meio ambiente, alguns autores corroboram com a idéia de que existe uma grande complexidade na elaboração de um conceito que atenda à diversidade de elementos que o envolve, além de envolver uma série de questões primordiais que nem sempre são observadas atendendo às necessidades de todos. 
   O ambiente se apresenta como um sistema complexo constituído por fenômenos em interação dinâmica permanente. Os ambientes físicos, químico, biológico, social, tecnológicos e culturais e os elementos que os compõe, em suas múltiplas organizações, encontram-se em interdependência constante (SANTA CATARINA, 2004).
   Por “meio ambiente” se entende um habitat socialmente criado, configurado enquanto um meio físico modificado pela ação humana (JACOBI, 2000, p.14). Nesse contexto, Medina (1996) assegura que o ambiente deve ser entendido como o resultado das relações de intercâmbio entre sociedade e natureza em um espaço e tempo concreto. Acrescenta ainda que o ambiente é gerado e construído ao longo do processo histórico de ocupação e transformação do espaço por parte de uma sociedade, surgindo assim, como a síntese histórica das relações de intercâmbio entre sociedade e natureza.
   Brugger (1994) adverte que o sentido da expressão “meio ambiente” deve sempre ser considerado em sua dimensão histórico-cultural. 
   Tomando-se por base a evolução histórica das concepções de meio ambiente pode-se perceber três grandes tendências (SANTA CATARINA, 1998):
Vertente ecológica preservacionista – preocupação centrada na natureza, o homem aparece como um observador externo e afastado;
A que enfatiza os problemas da degradação ambiental – não apresenta contextualização histórico-espacial e social entre as diversas situações, as diferentes relações com a natureza e os diversos grupos sociais. O homem é considerado em abstrato como “vilão”.
A denominada socioambiental - o ser humano é visto como um ser social concreto, que interage com a natureza, intermediado pelas suas relações histórico-culturais. Analisa as causas e efeitos de sua ação no mundo identificando os problemas ambientais e entendendo criticamente as diferentes formas de acesso aos recursos dos diferentes grupos sociais.
Na concepção de Reigota (1994, p.14), o meio ambiente define-se como sendo o lugar determinado ou percebido, onde os elementos naturais e sociais estão em relações dinâmicas e em interação. Essas relações implicam em processos de criação cultural e tecnológica e processos históricos e sociais de transformação do meio natural e construído.  
Segundo (SILVA, 2011), o meio ambiente pode ser decomposto em três aspectos: natural, artificial e cultural. Cada aspecto possui um conjunto de normas específicas que o regem. Todas essas diferentes visões de meio ambiente estão mencionadas na Constituição Federal (BRASIL, 1988). Além disso, um quarto aspecto é mencionado referente ao meio ambiente do trabalho. As Figuras abaixo ilustram essas várias visões, destacando as suas respectivas conceitualizações, apoiadas na Constituição Federal.
Ambiente Natural – Formado pelo solo, água, ar atmosférico, flora, fauna e por todos os demais elementos naturais responsáveis pelo equilíbrio dinâmico entre os seres vivos e o meio que vivem.        
Ambiente Artificial – Constituído pelo conjunto de edificações equipamentos, rodovias e demais elementos que formam o espaço urbano ou construído pela ação humana.
Ambiente Cultural – Composto pelo patrimônio histórico, artístico, arqueológico, paisagístico, turístico, científico e pelas síntese culturais que integram o universo das práticas sociais das relações de intercâmbio entre homem e natureza.
Ambiente de Trabalho – integrado pelo conjunto de bens, instrumentos e meios, de natureza material e imaterial, em face dos quais o ser humano exerce suas atividades laborais. 
É importante ressaltar que, embora existam várias visões sobre o conceito de meio ambiente, os diferentes tipos de ambiente devem ser compreendidos como um único meio. Os PCNs (1998) advertem que, ao tratar da qualidade de vida das pessoas, é fundamental trabalhar a partir da visão que cada grupo social tem do significado do termo “meio ambiente” e, principalmente, de como cada grupo percebe o seu ambiente e os ambientes mais abrangentes em que está inserido.
Processo histórico da relação do homem com o meio ambiente
Na concepção de Albuquerque (2007, p. 27), desde o surgimento do homem na Terra este tenta compreender o mundo à sua volta e, a partir de certo momento na história, começou a desejar transformar o meio ambiente para servi-lo, construiu várias civilizações, dominou o fogo, inventou a roda, plantou sementes e domesticou animais. De acordo com o autor o homem sempre interferiu na natureza, mas nem sempre essa interferência causou tantos problemas ambientais. Nesse contexto, Mendonça (2005) acrescenta afirmando que:
“A diferença é que a velocidade de extração dos recursos naturais é extremamente acelerada e os subprodutos gerados por essa transformação não são reintegráveis aos ciclos naturais, ficando depositados nos solos, nas águas e no ar, em diversas formas de poluição. As armas de armas de guerra são mais devastadoras. Mas os impactos nocivos de sua ação são mais antigos do que costumamos imaginar” (MENDONÇA, 2005, p. 68).
Durante a pré-história, a experiência de inúmeros povos foi de harmonia, de equilíbrio, de respeito, de parceria com a natureza. Esses povos, que “não viviam sob a lógica da dominação, não edificaram grandes monumentos, nem castelos, nem desejavam deixar marcas de sua grandiosidade” (MENDONÇA, 2005, p. 50). A espécie humana expandiu-se sobre o planeta criando diferentes formas de interagir com ele e a capacidade de planejar suas ações antes de exercer seu trabalho sobre a natureza ampliava os horizontes do homem (ALBUQUERQUE, 2007, p 28).
Nesse período as pessoas não se viam como seres separados da natureza, homem e natureza eram um só, e não poderiam separar-se um do outro. Os povos de cultura matriarcal na pré-história mantinham relações equilibradas e harmoniosas com a natureza, as pessoas viviam em comunhão com os rebanhos, as pastagens e os outros animais. Já ao longo da história com a cultura patriarcal, que valorizava o domínio e a subjugação, os impérios passam a ser construídos e para tanto a natureza e rebanhos  passa a ser objeto de exploração e de posse, consolidando assim, a idéia de separação entre sujeito (homem) e objeto (natureza). (ALBUQUERQUE, 2007).
No século XII as trocas comerciais começaram a crescer e os povos europeus sentiram a necessidade de buscar em outros continentes riquezas como: metais preciosos, mercados, especiarias, matérias-primas e terras, iniciando assim, um novo ciclo de exploração da natureza e acumulação de capital que vem dar suporte ao surgimento da Revolução Industrial no século XVIII.
A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, inicia-se um processo ininterrupto de produção em massa, geração de lucro e acúmulo de capital onde a relação de exploração da natureza pelo homem se aprofunda ainda mais. A Revolução Industrial fortalece o sistema capitalista onde todas as atividades estão incluídas na dinâmica de compra e de venda, a preocupação econômica toma conta da vida e as relações sociais são marcadas pela impessoalidade e pela concorrência, onde o vencedor é aquele que lucra mais e em menos tempo (KOSHIBA, 2004, p.232).
Segundo Retondar (2008), a sociedade de consumo atual faz parte do sistema capitalista e caracteriza-se
pelo desejo socialmente expandido da aquisição "do supérfluo", do excedente, do luxo. Do mesmo modo, se estrutura pela marca da insaciabilidade, da constante insatisfação,onde uma necessidade preliminarmente satisfeita gera quase automaticamente outra necessidade, num ciclo que não se esgota, num continuum onde o final do ato consumista é o próprio desejo de consumo (RETONDAR, 2008).
Nesse contexto, Albuquerque (2007) complementa afirmando que a sociedade de consumo é marcada por:
(...) profundas crises sócio-ambientais e sócio-econômicas, resultantes do ideal do progresso e do desenvolvimento tecnológico, da produção em massa de produtos muitas vezes supérfluos ou até mesmo nefastos à qualidade de vida, da degradação ambiental e da exploração dos elementos naturais em tal velocidade e intensidade que se torna impossível para a natureza se recompor na escala de tempo humana (ALBUQUERQUE, 2007, p. 50-51).
 De acordo com Reigota (2004), a solução não é simplesmente preservar determinadas espécies de animais e vegetais e os elementos naturais, mas principalmente refletir sobre e transformar as relações políticas, sócio-econômicas e culturais entre homem e entre a humanidade e a natureza. Na visão de Tozoni (2004) o homem não tem papel de destaque, pois é apenas mais um elemento da natureza, e este deve colocar-se como qualquer outra espécie que faz parte do ambiente.
Observa-se que ao longo da história a humanidade se relacionou de diversas maneiras com a natureza, nem sempre de forma respeitosa. Considerada, durante séculos, como fornecedora de bens e matérias primas, além de receptora dos dejetos gerados pelo homem, este se esqueceu de que a manutenção e a qualidade de vida equilibrada neste planeta dependem do uso racional de seus recursos. 
É chegado o momento em que se faz necessário uma mudança de postura no sentido de melhorar essa ralação com o meio ambiente. A Educação Ambiental apresenta-se, nesse contexto, como um processo cujo objetivo é o de criar propostas fundamentadas na ética social que possa despertar uma nova relação homem/natureza e assim consiga conciliar de forma plausível crescimento, desenvolvimento, sustentabilidade ambiental e igualdade social.
A expansão humana, o desenvolvimento tecnológico e seus impactos no meio ambiente
Ao longo do tempo, as tecnologias foram sendo sofisticadas. Ferramentas de metais e cobre foram criados, permitindo uma intervenção cada vez maior no planeta. Na concepção de Albuquerque (2007, p. 32), esses instrumentos eram sempre para melhorar a intervenção do homem na natureza, ou seja, para melhorar a produtividade de suas atividades sem, contudo, denotar desequilíbrio e destruição ambiental.
Para Eisler (1989, p. 21), a mudança na ênfase dada às tecnologias, que sustentam e elevam a vida para a tecnologia simbolizada pela lâmina, destinada a destruir e dominar é que hoje ameaça toda a vida no planeta. A autora afirma que o problema não estar na tecnologia em si, mas na ênfase dada ao seu uso.
Na concepção de Mendonça (2005), a grande mudança das sociedades da pré-história para a história aconteceu quando a tecnologia disponível deixou de ser aplicada unicamente para a produção agrícola e de artefatos e passou a ser utilizada para a fabricação de armas. Acrescenta ainda que:
Paulatinamente as sociedades se tornaram dominantes. Surgiram os impérios. A idéia de dominação e apropriação da natureza e de outros povos foi se ampliando e difundindo pela região que hoje corresponde ao Oriente Médio e Europa (de onde importamos nosso modo de ser atual (Mendonça 2005, p.59).
Durante a Idade Moderna, de 1453 a 1789, com o Mercantilismo, ocorreram modificações profundas no modo do homem conceber e se relacionar com a natureza, esta passa a ser vista como inferior ao homem, passível de ser dominada e representada pela razão humana. Assim foi possível prever as consequências da interferência do homem no meio ambiente. Nasce a idéia de experimentação científica e o ideal da tecnologia “a expectativa de que o homem poderá controlar e dominar tecnicamente a natureza graças à invenção de máquinas”. Essa concepção mostra-se mais do que adequada para o desenvolvimento de um mundo racional, burguês, industrial e capitalista. (ALBUQUERQUE, 2007).
De acordo com essa concepção, a natureza assume o posto de natureza-objeto, pronta para ser manipulada e explorada pelo homem através de seu conhecimento científico e suas tecnologias. Nessa concepção prevalece o lucro e o homem passa a ignorar a capacidade de resiliência da natureza. (ALBUQUERQUE 2007, p. 32).
A Segunda Revolução Industrial trouxe novas tecnologias, como motores a gasolina, diesel e eletricidade, que dinamizaram ainda mais o processo produtivo, aumentando a produtividade das fábricas, o que gerou uma grande necessidade de se encontrar matérias primas. Para atender às necessidades de matérias primas, os países imperialistas passam a exercer sua influência sobre as nações que ofereciam riquezas naturais satisfatórias como: metais, minerais, madeira, solo, florestas etc. O resultado dessa intervenção foi drástica para o meio ambiente: poluição de rios, desmatamento, extinção de espécies, etc.
A Terceira Revolução Industrial, ou Revolução Técnico-Científica, iniciou-se em meados do século XX e se encontra em andamento; corresponde ao processo de inovações no campo da informática, microeletrônica, robótica e telecomunicações e suas aplicações nos campos da produção e do consumo. A Revolução Técnico-Científica também foi responsável pela total integração entre a ciência, a tecnologia e a produção. Para Magnoli (2004, p. 24) na indústria da informação, em regra, o sucesso empresarial depende da transformação de uma nova tecnologia em um padrão para o mercado. As indústrias implantam seus produtos no mercado e obrigam os concorrentes a se adaptarem a esse padrão, gerando lucros exorbitantes.
A inovação tecnológica é uma característica da economia industrial, os produtos são substituídos em um espaço de tempo muito curto estimulando o consumo e o aumento de lucro das empresas. Os produtos considerados obsoletos raramente são reutilizados, contribuindo para o acumulo de lixo, que além de causar diversos tipos de poluição representa desperdício de matéria e energia (ALBUQUERQUE 2007, p. 57).
Nesse contexto, vale salientar que as organizações do setor de tecnologia começaram a considerar as questões socioambientais resolvendo problemas associados aos processos internos, por exemplo, a redução do consumo de energia em centros de processamento de dados e acabaram desenvolvendo respostas inovadoras para o mercado. Essas soluções estiveram preocupadas em construir tecnologias limpas, reduzir o consumo de energia e utilizar material reciclável ou criado a partir de fontes renováveis de energia e produtos reutilizáveis. Entretanto, ainda precisam apresentar especialmente respostas convincentes para questionamentos sobre a responsabilização pela coleta e reciclagem dos equipamentos eletrônicos, do contrário, a imagem de polidez ambiental dessas organizações poderá sofrer fissuras. (ADDARIO; TAVELIN; LOPES, 2010).
Saiba mais
Confira os locais para descarte de lixo eletrônico em Salvador.
Coleta de equipamentos é feita por ONGs, associações e empresas.
Em Salvador, a coleta de equipamentos eletrônicos é feita geralmente por ONGs, associações e empresas privadas que trabalham em parceria com cooperativas da área de reciclagem. Eles são pesados, vendidos e reaproveitados para dar surgimento a outros produtos. Confira alguns locais para descartar lixo eletrônico em Salvador:
- Fábrica Cultural: Rua Rosalvo Barbosa, ao lado da Igreja São Jorge, na Vila Ruy Barbosa, na Cidade Baixa. O contato é: 3316 - 1644.
- Projeto Inclusão Socio-Digital.
- Shopping Bella Vista: próximo ao setor de administração. Descarte de celular, gabinete, mouse e teclado.
- Salvador Trade: Descarte de celular, gabinete, mouse e teclado.
- Salvador Shopping: Descarte de pilhas e baterias
- JJ Lixo Eletrônico: Rua Jogo do Carneiro, 54, Nazaré.
- Salvador Norte Shopping: L1, ao lado do balcão de informações
- Lojas das operadoras de celular.

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