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Crimes contra a honra

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Crimes contra a honra 
INTRODUÇÃO 
No presente capítulo - Dos crimes contra a honra - trabalha-se com três figuras delituosas : a calúnia (art. 138) , a difamação (art. 139) e a injúria (art. 140) . 
MAGALHÃES NORONHA
Assim diferencia as espécies criminosas: caluniar é falsamente imputar a alguém fato definido como crime; difamar é imputar a alguém fato não criminoso, porém ofensivo a sua reputação; injuriar, ao inverso do que sucede na calúnia e na difamação, não é imputar fato determinado, mas sim atribuir qualidades negativas ou defeitos. 
A honra divide-se em: 
a) objetiva, relacionada com a reputação e a boa fama que o indivíduo desfruta no meio social em que vive. Nos crimes de calúnia e difamação, atribuindo-se "fato" , há ofensa à honra objetiva; 
b) subjetiva, quando relacionada com a dignidade e o decoro pessoal da vítima, isto é, o juízo que cada indivíduo tem de si (estima própria) . No crime de injúria há ofensa à honra subjetiva, atribuindo-se ao ofendido "qualidade" negativa. 
Comparando as três figuras, chegamos às seguintes conclusões: na calúnia e na difamação há imputação de um fato concreto, que na primeira (calúnia) deve ser fato e definido como crime, requisitos não exigidos na segunda (difamação); na terceira (injúria) , a acusação é genérica, encerrando, em tese, um vício, um delito ou uma má qualidade da vítima, menoscabando-a. Nos dois primeiros, a frase desonrosa deve chegar ao conhecimento de outrem. Já na injúria, dispensa-se o conhecimento por terceiros.
Os crimes contra a honra são:
	Crime
	Calúnia
	Difamação
	Injúria
	Previsão Legal
	Art. 138, do CP
	Art. 139, do CP
	Art. 140, do CP
	
Conduta
	Imputação de determinado fato previsto como crime e sabido como falso.
(Se a imputação é verdadeira, é fato atípico).
	Imputação de determinado fato desonroso. 
Não importa se o fato é verdadeiro ou falso.
	Atribuição de qualidade negativa.
	Honra Protegida
	Honra objetiva. É a reputação perante terceiros.
	Honra objetiva. Reputação.
	Honra subjetiva (autoestima, dignidade, decoro).
Calúnia
Art. 138, do CP - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Sujeito Ativo:
Quanto ao sujeito ativo, o crime é comum: pode ser praticado por qualquer pessoa.
Pergunta de Concurso: Adolescente pode ser vítima de calúnia? 
R: Há duas correntes:
1ª Corrente) Menor não pratica crime, não podendo, portanto, ser vítima de calúnia. Será vítima de difamação.
2ª Corrente) Caluniar é imputar fato previsto como crime. Menor pratica fato previsto como crime (ato infracional), podendo, portanto, ser vítima de calúnia.
Jurisprudência: Não há muitos julgados. O STJ tem optado pela 2ª Corrente.
Atenção! Não confundir calúnia (art. 138, do CP) com denunciação caluniosa (art. 339, do CP):
	Calúnia
	Denunciação Caluniosa
	Finalidade do agente: ofender a reputação da vítima.
	Finalidade do agente: dar causa a instauração de procedimento oficial investigativo contra um inocente. Nesse caso, o meio de que o agente se vale para chegar ao fim pretendido é a calúnia.
Consumação:
Depende da honra ofendida. 
DICA: A consumação do crime contra a honra depende da honra ofendida: se objetiva ou subjetiva.
Sabendo-se que a calúnia ofende a honra OBJETIVA, o que terceiros pensam da vítima, consuma-se no momento em que terceiro (singular) toma conhecimento da imputação.
Cuidado! O crime é formal, consumando-se independentemente do dano à reputação, bastando a potencialidade lesiva.
Tentativa:
O crime admite tentativa, na forma escrita (ex. Carta interceptada pela própria vítima, antes de chegar a conhecimento de terceiro).
 
Exceção da Verdade (art. 138, §3º, do CP):
Atenção! Aqui, exceção significa defesa.
Calúnia
Art. 138, do CP - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Exceção da verdade
§3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Para se compreender exceção da verdade da calúnia, é importante lembrar que a falsidade da imputação é elemento essencial do crime.
A regra é permitir ao ofensor fazer prova da verdade.
Pergunta de Concurso: Qual é a consequência da procedência da exceção da verdade?
R:Se o réu consegue comprovar que aquilo que ele imputou à suposta vítima é verdade, a consequência é a absolvição do réu por atipicidade da conduta (desaparece a elementar “falsidade da imputação”). A imputação é verdadeira, e, por isso, não há fato típico.
DIFAMAÇÃO:
Previsão Legal (art. 139, do CP):
Difamação
Art. 139, do CP - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Pena de 3 meses a 1 ano. Esta é uma infração de menor potencial ofensivo.
4.2) Sujeitos do Crime:
Quanto ao sujeito ativo, o crime é comum.
Obs: Atenção! Para os detentores de inviolabilidade nas palavras e opiniões, há imunidade.
Cuidado! Advogado tem imunidade profissional na difamação. NÃO TEM NA CALÚNIA, MAS TEM NA DIFAMAÇÃO.
Também quanto ao sujeito passivo o crime é comum. Aqui, cabem duas observações:
Obs1: Prevalece que pessoa jurídica pode ser vítima de difamação. A pessoa jurídica tem reputação a preservar.
Obs2: Não se pune difamação contra os mortos. Isto é diferente da calúnia.
4.3) Conduta punida:
Imputação de determinado fato que, embora sem revestir caráter criminoso, é ofensivo à reputação. Atenção! Imputação de contravenção penal é difamação, e não calúnia.
O crime é de execução livre.
Consumação:
Idem à calúnia. Sabendo-se que o crime ofende a honra objetiva, consuma-se quando o terceiro conhecer da imputação desonrosa.
Atenção! O crime é formal, o que significa que não depende de dano à reputação do ofendido, bastando a potencialidade. 
4.6) Tentativa:
Admite a tentativa na forma escrita.
Exceção da verdade
Art. 139, parágrafo único, do CP - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções.
5) INJÚRIA:
5.1) Previsão Legal (art. 140, do CP):
Injúria
Art. 140, do CP - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Pena: 1 a 6 meses. Infração de menor potencial ofensivo.
5.2) Sujeitos do Crime:
O crime é comum quanto ao sujeito ativo.
Atenção para os detentores de inviolabilidade na injúria.
E o advogado?
	Calúnia
	Difamação
	Injúria
	O advogado não tem imunidade profissional
	Tem imunidade profissional
	Tem imunidade profissional
Quanto ao sujeito passivo, apesar de a doutrina dizer que o sujeito passivo é comum, a pessoa ofendida deve compreender as ofensas contra ela proferidas. Ela deve ter consciência de que está sendo atacada em sua honra. Uma criança ou um doente mental podem não ter condições de compreender a ofensa e, neste caso, a sua autoestima não estará ofendida.
Obs1: Pessoa jurídica não pode ser vítima de injúria?
	Calúnia
	Difamação
	Injúria
	PF não pode ser vítima
	Pessoa jurídica pode sim ser vítima de difamação
	PF não pode ser vítima, pois não tem honra subjetiva, decoro, etc.
Obs2: Pune-se a injúria contra os mortos?
	Calúnia
	Difamação
	Injúria
	Pune-se a calúnia contra os mortos
	Não se pune a difamação contra os mortos.
	Não se pune a injúria contra os mortos.
Cuidado! É possível ofender a honra de pessoa viva, denegrindo-se a imagem de uma pessoa morta, como, por exemplo, chamaruma mãe já falecida de “cafetina das filhas”. Isso não é punir a injúria contra os mortos, mas sim contra a pessoa viva.
5.3) Conduta:
No art. 140, do CP, pune-se o fato de alguém atribuir qualidade negativa a outrem. Não há imputação de fato determinado.Comparação entre as condutas dos crimes contra a honra:
	Calúnia
	Difamação
	Injúria
	Imputação de determinado fato (previsto como crime)
	Imputação de determinado fato (não previsto como crime)
	Atribuição de qualidade negativa.
Pergunta de Concurso: Qual crime pratica alguém que imputa fato genérico, vago, indeterminado, a alguém?
R: Injúria. A injúria abrange a imputação de fatos vagos, genéricos, difusos.
Consumação:
A consumação varia conforme a honra ofendida. 
	Calúnia
	Difamação
	Injúria
	Consuma-se quando a imputação criminosa chega ao conhecimento de terceiro, pois ofende a honra objetiva.
	Consuma-se quando a imputação ofensiva chega ao conhecimento de terceiro, pois ofende a honra objetiva..
	Consuma-se quando o fato chega ao conhecimento da vítima, pois ofende a honra subjetiva.
5.6) Tentativa: 
Discute-se se o crime de injúria admite tentativa. 
Quem vai ingressar com a queixa-crime é a vítima. Se a vítima vai ingressar com a queixa-crime, ela sempre vai tomar conhecimento do fato. Se a vítima ingressou com a queixa-crime é porque ela tomou conhecimento do fato e nesse momento o crime estaria consumado.
Então, para muitos, injúria não admite tentativa.
Mas, há um exemplo de tentativa, segundo Rogério Sanches: a vítima morre antes de tomar conhecimento do fato. Os familiares da vítima vão ajuizar a queixa-crime contra uma injúria tentada.
Então, apesar de muitos não admitirem a tentativa (pois a vítima, titular da ação penal, ao ajuizar queixa-crime, necessariamente, toma conhecimento do fato), Rogério Sanches entende ser possível a tentativa quando a vítima morre antes de conhecer a ofensa e a ação penal é promovida pelos sucessores.
Perdão Judicial:
Art. 140, §1º, do CP - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
Inciso I: Ex.1: A da um soco em B, que reage com injúria. Nesta hipótese, B será perdoado.
Inciso II: Ex.2: A pratica injúria contra B, que reage com outra injúria. Nesta hipótese, A e B serão perdoados.
No primeiro caso, o perdão só aproveita a quem revida. No segundo caso, o perdão aproveita a todos os envolvidos.
5.9) Injúria Real (art. 140, §2º, do CP):
Art. 140, §2º, do CP - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
Na injúria real, a finalidade do agente continua a ser ofender a dignidade ou decoro.Mas, o meio de que se vale o agente é a violência de vias de fato. Mas, a vias de fato, “mais que o corpo, atinge a alma” (Nelson Hungria).
Injúria qualificada pelo preconceito (art. 140, §3º, do CP):
Art. 140, §3o, do CP - Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
Essa infração NÃO É de menor potencial ofensivo. É de médio potencial ofensivo. Então, não é de competência do JECrim. 
Contudo, tal infração admite suspensão condicional do processo.
Atenção! Injúria qualificada pelo preconceito não é xingar uma pessoa que é negra, crente, pobre, idosa ou deficiente, por exemplo. É xingar a pessoa negra, idosa, pobre, deficiente, crente, etc. fazendo referência à sua condição de negra, idosa, pobre, deficiente, crente, etc.
Atenção! Injúria qualificada pelo preconceito não se confunde com racismo:
	Injúria Qualificada
	Racismo
	Art. 140, §3º, do CP
	Lei 7.716/89
	Xingamento, atribuir qualidade negativa
	Há segregação ou incentivo à segregação
	É afiançável
	Inafiançável
	Prescritível
	Imprescritível
	Ação Penal Pública Condicionada à Representação
	Ação Penal Pública Incondicionada
Depreciativa a honra					discriminação
Retratação:
 Art. 143, do CP –O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Obs:Não existe retratação capaz de isentar o agente de pena no crime de injúria.
Retratação não é confissão, em que o agente admite ser o autor da ofensa. Retratação é mais do que confissão. É retirar do mundo o que afirmou, trazendo a verdade novamente à tona. É desdizer o que se disse.
A retratação é causa extintiva da punibilidade, dispensando a concordância do ofendido. Prevalece que a retratação, para extinguir a punibilidade, deve ocorrer até a sentença de primeiro grau.
Mas, a retratação não obsta a reparação de danos no juízo cível
 Pedido de Explicações:
Art. 144, do CP - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
É medida preparatória e facultativa para o oferecimento da queixa, quando, em virtude dos termos empregados, não se mostra evidente a intenção de ofender, causando dúvida quanto ao significado da manifestação do autor. O pedido de explicações cabe quando há dúvida se a pessoa quis ofender ou não.
Cuidado! O pedido de explicações não interrompe ou suspende o prazo decadencial.
Pergunta de Concurso: Aquele a quem se pede explicações é obrigado a dá-la? 
R: Prevalece na doutrina e na jurisprudência que a justiça não pode obrigar o requerido a dar as explicações pretendidas. O silêncio nada significa, de modo que se o suposto ofensor não se manifestar no pedido de explicações, não significa que houve ofensa, tampouco que não houve.
	Ação Penal nos Crimes Contra a Honra (art. 145, do CP)
	REGRA: AÇÃO PENAL PRIVADA
	
EXCEÇÕES
	Ação Penal Pública Incondicionada
	Art. 140, §2º, CP – Injúria real com violência ou lesão corporal.
	
	Ação Penal Pública Condicionada a Requisição do Ministro da Justiça
	Art. 141, I, CP – Crime contra a honra do Presidente da República ou Chefe de Governo Estrangeiro.
	
	
Ação Penal Pública Condicionada à Representação do Ofendido
	Art. 141, II, CP – Crime Contra a honra de funcionário público, relacionado ao exercício das funções públicas.
	
	
	Art. 140, §3º, CP – Injúria qualificada pelo preconceito.
Constrangimento ilegal
Art. 146
Sujeito ativo
Qualquer pessoa
Sujeito passivo
Qualquer pessoa
Objeto jurídico
A liberdade individual
Excludentes de Ilicitude: I - a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; II - a coação exercida para impedir suicídio.
AMEAÇA (Art. 147)
Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
Crime comum;
Crime formal;
Inadmissível a modalidade culposa;
Ação Penal Pública Condicionada a Representação: Somente se procede mediante representação.
Previsão Legal (art. 148, do CP):
Seqüestro e cárcere privado
Art. 148, do CP - Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado: (Vide Lei nº 10.446, de 2002)
Pena - reclusão, de um a três anos.
Trata-se de infração de médio potencial ofensivo, que admite suspro (pena mínima de 1 ano).
Esse crime não admite prisão preventiva para agente primário (pena máxima de 3 anos).
Bem jurídico tutelado:
Tutela a liberdade de movimento.
Sujeitos do Crime:
O sujeito ativo desse crime é qualquer pessoa, assim como o sujeito passivo. O crime é comum.
Obs: Tem doutrina minoritária dizendo quepessoas que não têm a liberdade de movimento (pessoas que não podem exercer a faculdade de ir e vir, como, p.ex. paralíticos, doentes graves, crianças de tenra idade) não podem ser vítimas de cárcere privado. Contudo, prevalece tese contrária, pois estas pessoas não deixam de ter liberdade de movimento, ainda quando esta é exercida à custa de aparelhos ou terceiras pessoas.
Pergunta de Concurso: O consentimento da vítima exclui o crime?
R: Tratando-se de bem disponível, o consentimento do ofendido exclui o crime.
Conduta Punida:
Privar alguém de sua liberdade, mediante duas formas. Os meios são (a) sequestro; (b) cárcere privado;
	Sequestro
	Cárcere Privado
	Privação SEM confinamento
Ex. Manter uma pessoa em um sítio.
	Privação COM confinamento
Ex. Manter a vítima em um quarto fechado.
Muitas vezes, o termo “sequestro” é utilizado como gênero, abrangendo o cárcere privado. Até o legislador faz isso às vezes.
O interesse prático na distinção entre privação com ou sem confinamento é que o confinamento é uma circunstância a ser considerada pelo juiz na fixação da pena.
Consumação e Tentativa:
Consuma-se com a privação da liberdade do ofendido.
Atenção! O crime é permanente, de modo que a consumação se prolonga no tempo.
É perfeitamente possível a tentativa.
Formas Qualificadas:
Obs1: A infração é de grande potencial ofensivo.
Obs2: Tendo pena máxima superior a 4 anos, cabe preventiva mesmo para o réu primário.
Art. 148, §1º, do CP - A pena é de reclusão, de dois a cinco anos:
I - se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agenteou maior de 60 (sessenta) anos;(Redação dada pela Lei nº 11.106, de 2005)
Obs1: Cuidado! Não abrange ofendido irmão do agente.
II - se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
Obs: Trata-se da internação simulada ou fraudulenta.
III - se a privação da liberdade dura mais de 15 (quinze) dias.
Obs: Essa qualificadora demonstra que a duração da privação da liberdade não interfere na tipicidade, mas na pena.
IV - se o crime é praticado contra menor de 18 (dezoito) anos; (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
V - se o crime é praticado com fins libidinosos. (Incluído pela Lei nº 11.106, de 2005)
REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO (Art. 149)
Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente à violência. 
Ação vinculada; 
Crime material/ permanente;
Competência da Justiça Estadual, salvo se no caso que a denúncia postula a condenação pelo artigo 149, juntamente com um dos crimes contra a organização do Trabalho. Assim, nos casos, por exemplo, em que apenas um trabalhador é atingido pela conduta do agente, não há ofensa a organização do trabalho, senão à sua liberdade individual, competindo à justiça estadual a apreciação da causa. 
Nas mesmas penas incorre quem: 
        I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; 
        II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. 
A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:       
 I – contra criança ou adolescente; 
        II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. 
VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO (Art. 150)
Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências: Pena - detenção, de um a três meses, ou multa.
Crime Doloso de Mera Conduta: a) permanente – permanecer; b) Instantâneo: Entrar;
Inadmissível tentativa;
Sujeito passivo: morador;
No caso de habitações coletivas, prevalece à vontade de quem proibiu o ingresso ou permanência de determinada pessoa no local, por exemplo, na república de estudantes. 
No caso de residências familiares, prevalece a vontade do dono (dominus) do imóvel. Em relação aos demais moradores, suas vontades valem nos limites de seus aposentos. 
Caráter subsidiário do crime de violação de domicílio: se a violação de domicílio for meio de execução para a prática de crime mais grave, por este ficará absolvida, por exemplo, violação de domicílio para o furto de bens que guarnecem o imóvel. 
Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas: detenção, de seis meses a dois anos, além da pena correspondente à violência.
Aumenta-se a pena de 1/3 (um terço), se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder.
Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências (Exclusão de Ilicitude): I - durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência; II - a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser (prisão em flagrante).
A expressão "casa" compreende: I - qualquer compartimento habitado; II - aposento ocupado de habitação coletiva; III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
Não se compreendem na expressão "casa": I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior; II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
Não configura o delito de violação de domicílio (e sim usurpação, nos termos do artigo 161 do CP) a entrada ou permanência em casa vazia ou desabitada. Também não há crime na violação de lugares de uso comum (restaurantes, bares, lojas, hotéis, consultórios, médicos). No entanto, a parte interna desses locais (escritórios, estoque, quarto de hospede), como já alertamos, é resguardada pela lei.

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