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FICHAMENTO CIÊNCIA POLÍTICA (IDADE MÉDIA - POLÍTICA, FILOSOFIA E RELIGIÃO)

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Universidade do Estado da Bahia
Bacharelado em Ciências Sociais
Ciência Política Clássica
Departamento de Educação - DEDC I
Discente: Deise Gabriela Carmo de Souza
Docente: Núbia Ramos
FICHAMENTO
NAY, Olivier , A filosofia da Antiguidade: o nascimento da razão e a busca do bom governo. In: História das idéias políticas. Petrópolis: Vozes, 2007, p. 15-69.
Tema central: A importância do pensamento antigo na organização da política ocidental. 
Ideia central do texto: O autor aponta os motivos pelos quais o pensamento da Idade Média Antiga teve importância basilar na criação da política do ocidente.
RESUMO
O autor destaca a importância do pensamento filosófico nos primeiros séculos na Idade Média Antiga, principalmente na Grécia e em Roma, para a base do pensamento político no Ocidente, sendo essas bases elementares o Estado, a Sociedade e a Soberania. Com a invenção da razão, os gregos desvincularam-se da religião, que tinha o poder de organizar as sociedades e mergulharam no modo jurídico como forma de julgamento e, principalmente, como forma de politizar as cidades. Ele faz um panorama da evolução das cidades enquanto organizações sociais e suas formas de governo, economia, cultura e religião ao decorrer da história, até o modelo que se tornou básico para as sociedades ocidentais.
PALAVRAS-CHAVE: Pensamento filosófico. Razão. Cidades. Idade Média Antiga. Ocidente.
A criação da pólis e o nascimento da filosofia trouxeram mudanças consideráveis à Grécia política e religiosamente, já que ambas se desvincularam, mantendo unidas intelectualidade e evoluções sociais, apesar de desatrelar a organização da vida pública do pensamento erudito.
Os micênicos ocuparam a Grécia antes dos gregos, controlando as atividades sociais, religiosas, econômicas, políticas, administrativas e militar, até ser criada a pólis e mudar todo o conceito político baseado, a princípio, na aristocracia, modificando a organização social e economia nas primeiras cidades.
A ausência de democracia nas cidades ainda era a mesma de antes da criação delas: o poder nas mãos dos homens ricos, bem nascidos, porém foram fundadas novas cidades e se estendeu a cultura, enquanto a colonização transformou os meios econômicos e sociais, até que a razão foi usada nas formas de governo e o poder passou a ter outro sentido, tendo o cidadão como centro.
Com a criação do poder, a ideia de uma figura que esteja presente em tudo, é dissociada da organização política, passando a se equilibrar nos âmbitos sociais, bem como nas distribuições funcionais da esfera pública.
As cidades foram reorganizadas de forma que a figura do soberano foi apagada. Criou-se cargos jurídicos, militares e desarraigou-se a religião das atividades políticas, criando uma vida política que, no decorrer, extirpou a soberania.
Controladas pelos aristocratas, as cidades ignoraram a participação dos cidadãos nas atividades políticas , seguindo o curso dos micênicos, constituindo um modelo de organização social e política que as diferenciavam das outras sociedades.
A interação cultural e religiosa entre as principais cidades da Grécia, como Corinto, Creta, Mileto e etc, fazia parte do plano político-social divididos em grupos e não como vemos hoje, um sistema único de política, havendo, ao longo da história, uma ruptura na política.
O argumento se torna a explanação da razão. Na vida pública o debate pode ter diversas faces, desde ajustar ideias, até a desestabilização delas e a proliferação de injúrias e calúnias ao adversário político. Torna-se a melhor arma de um governo, por volta do século VIII.
Com a desvinculação da religião da política, inicia-se uma nova era de ascensão do pensamento livre na política a partir da filosofia. Essa ascensão estimula novos filósofos comprometidos com o estudo da moral e dos princípios para se chegar à verdade através da crítica, da curiosidade e do questionamento. Enfim, através do debate.
Quando o saber foi dissociado do poder da Igreja, o conhecimento racional passou a ter papel importante com os filósofos, dentre eles os da cidade de Mileto, no século VI, fundando a Escola de Mileto, subvertendo às histórias religiosas sobre a origem do mundo.
Em oposição à política micênica onde uma figura heróico-mitológica reina, a Escola de mileto trás, em contrapartida, uma ideia de vida social onde não haja um soberano, viabilizando a intelectualidade na esfera da vida pública, onde o homem possa exercer a virtude.
A descoberta do número aumentou, em oposição aos mitos alegóricos, o pensamento racional na cidade, pois permitiu-se medir, contar, avaliar. Ações mais concretas do que o imaginário, sendo muito útil para a vida pública na cidade de Mileto.
O pensamento racional, embora indissociável do pensamento religioso heróico-mitológico, da singularidade da cidade, acaba por contribuir, para a democratização desta, onde povo, aos poucos, passa a participar da esfera política e social.
Na antigüidade, nas cidades não havia a participação do povo nas esferas públicas organizacionais, mas, embora o modo de governar a cidade não fosse mais atrelado à figura do rei soberano, a política continuava nas mãos dos aristocratas, porém a pressão popular resultou em reformas e no uso da lei, dando sinais de democracia e na razão como forma de governo.
O desejo de reordenar a sociedade levou a Grécia, período clássico de VI - IV a mudanças sociopolíticas, onde filósofos participaram do processo que, por suas capacidades de racionalizar, conduziram a política, no âmbito público, a agir cada vez mais dentro das leis.
O pensamento filosófico foi o estopim para que a prática da justiça reorganizasse o poder aristocrático sobre a economia, atividades políticas e religiosas, pois acabou por afetar, positivamente, estes aspectos da vida comum.
A dikê - deusa, personificação da justiça na mitologia grega - não é especificamente lei divina, mas dos homens, não podendo ser anulada sem o consentimento de todos e exige, contudo, a aplicação da igualdade para todos.
É com Sólon que a aplicação da lei na governabilidade toma força no século VI, pois após o estado de intensas revoltas das classes trabalhadoras, reformula as instituições para restabelecer a paz política e social em Atenas.
Sólon se recusa a uma governabilidade tirana e acredita que somente com a dikê é possível estabelecer um espírito de união e solidariedade na cidade, promovendo uma justiça que aplica leis para todos, nas quais ninguém estaria acima delas, promovendo, assim, igualdade entre as classes.
Com a extinção da soberania, inicia-se a criação da cidadania, onde os homens - literalmente homens - são cidadãos munidos de direitos e deveres e são iguais perante a lei. Início da sociedade civil, que tem origem na cidade de Esparta.
Esparta é, então, uma cidade combatente, com fundamentos políticos que tem como figura central o soldado, que é a peça-chave institucional da cidade, “uma nova concepção cidadã”: o soldado cidadão.
O processo de democratização iniciada por Sólon, tem estabilização permanente com Péricles, então o sentimento de igualdade entre os homens se firma, causando tensão ao hibridizar o espaço social com o civil, em Atenas.
Atenas se torna a primeira cidade a inventar um modelo político que seria, até os dias atuais, um modelo de governo: a democracia. É lá também que nascem os sofistas, os sábios e para eles, o homem é o centro de todas as coisas, inclusive da sabedoria.
A aristocracia passou por momentos de intensos dissabores diante da filosofia política de Sócrates, cuja forma de transmitir conhecimento e crítica era tão somente oral, não deixando, então, nada escrito.
Sócrates era contra a democracia ateniense, pois concluía que magistrados não podiam ocupar cargos políticos pelo fato de serem de pouca virtude e tais cargos só podem ser ocupados por quem possui virtude e sabedoria.
Platão é também um crítico ao modelo democrático de Atenas, e apesar de exprimir reflexão sobre a moral,o bem e a verdade, expressou seu pensamento político em A República, em que a política tem como base a moral, pois acreditava que havia um conjunto de valores para realização do bem e da justiça.
Platão era a favor da repartição de cargos públicos e dos poderes, onde guardiões seriam rigorosamente selecionados para trabalhar em prol do bem coletivo, não podendo estes se dedicar exclusivamente à família, pois teriam a missão de zelar por todas as pessoas.
Platão tinha também como ideia filósofos serem reis, pois tinham conhecimento da natureza humana e por dominarem ‘a arte da política’ seriam confiáveis para governar e teriam a ciência do governo, já que apenas homens com conhecimento para o bem, o justo e verdadeiro seriam capazes de tal função, detendo o poder e a ciência.
Para Aristóteles a cidade se funda naturalmente, como o habitat natural do homem, pois este é um animal político, já que, em convivência com as diversidades sociais, se realiza no grupo ao qual pertence, pois “é um ser destinado a viver em sociedade”.
Aristóteles via nos regimes monárquico, aristocrático e na politia (o governo moderado) as melhores formas de governo e considerava a tirania, a oligarquia e a democracia, regimes degradados pelo fato de não visarem o bem comum.

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