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BANCOS DE DADOS E CADASTRO ASPECTOS INTRODUTÓRIOS • Estão regulamentados basicamente pelo art. 43 e seus parágrafos no CDC • Função Cadastro: melhorar o relacionamento entre consumidor e fornecedor, não se presta a transferir informações sobre o consumidor a terceiros. • Função dos bancos de dados: coletar, armazenar e fornecer informações a empresas, bancos, comércios, a fornecedores que pretendem fazer consultas sobre a situação do consumidor que os procura. • Ex. SPC (Serviço de Proteção ao Crédito), a Serasa, o CCF (Cadastro de Emitentes de Cheques sem Fundo), o CADIN (Cadastro InformaRvo de Créditos não Quitados do Setor Público Federal), entre outros. ACESSO À INFORMAÇÃO • É direito do consumidor em ter acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele e às suas fontes • Exercido gratuitamente • Os cadastros e dados de consumidores devem ser objeRvos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negaRvas referentes a período superior a cinco anos. DO DIREITO À NEGATIVAÇÃO • A inclusão de um consumidor em um destes bancos de dados é feita frente à sua inadimplência • O fornecedor só pode inseri-‐lo nestes se o consumidor não cumprir com a sua obrigação de pagar a dívida • A negaRvação permiRda pela lei traduz, portanto, a existência de uma dívida não paga, vencida e de valor líquido e certo DO DIREITO À NEGATIVAÇÃO • O fornecedor tem o direito de negaRvar o nome do consumidor inadimplente, mas e o consumidor? • Qual o direito que possui se, por exemplo, achar que a dívida a qual está sendo cobrada é abusiva? • o consumidor se tornar inadimplente por acreditar que o valor cobrado pela dívida é abusivo • DiscuRr a abusividade e a cobrança e o cancelamento da negaRvação PODER JUDICIÁRIO CONTEÚDO DOS CADASTROS E BANCOS DE DADOS • Os cadastros e dados de consumidores devem ser objeRvos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão • Proteger o consumidor; dever de informar • Equivalem a informações diretas, sem que envolvam juízo de valor ou subjeRvidade • Paga sua dívida, seu nome deve ser imediatamente reRrado dos registros de inadimplência, sob pena de sobre o arquivista incidir as sanções penais e civis • As informações não podem conter códigos, linguagem técnica, digcil e em outro idioma O CONSUMIDOR INADIMPLENTE • O fornecedor só pode inserir o nome do consumidor em bancos de dados se este for inadimplente. • A inadimplência mostra-‐se pela ausência de pagamento de uma dívida e ela enseja apenas a inclusão do nome e dados do consumidor nos sistemas de proteção ao crédito • Abusividade: cobrança que expõe o consumidor ao ridículo, constrangimento ou ameaça. PRAZOS • O prazo de negaRvação, a inscrição nestes bancos de inadimplentes (SPC, Serasa, etc.) pode ser manRda no máximo por 05 (cinco) anos(Súmula 323 do STJ) DIREITO À COMUNICAÇÃO • A abertura de cadastro, ficha, registro e dados pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.(art 43 §2) • A inclusão do nome do consumidor nestes cadastros somente tem validade se o mesmo Rver sido avisado de forma prévia e por escrito da inclusão(noRficação premonitória) • ObjeRvos: garanRa da dignidade e imagem do consumidor; dar prazo para que o consumidor tome medidas; ter chance de pagamento da dívida, impedindo a negaRvação DIREITO À COMUNICAÇÃO • Caso o consumidor não seja noRficado, só tomando conhecimento da inscrição de seu nome em um Órgão de Proteção ao Crédito quando for, por exemplo, impedido de efetuar compras no comércio, tem direito a reparação de danos.(abuso de direito do fornecedor) • A obrigação de comunicar previamente ao devedor a inscrição de seu nome em cadastro restriRvo é do órgão arquivista que o inclui, e não do credor, que apenas informa a existência da dívida DIREITO À RETIFICAÇÃO • Caso o consumidor verifique que as informações sobre sua pessoa nos cadastros e bancos de dados encontram-‐se incorretas, pode exigir a correção (pela via judicial ou extrajudicial). • O arquivista deve de imediato corrigir tais informações e dentro do prazo de 05 (cinco) dias informar aos terceiros que tenham recebido a informação incorreta a sua alteração. BANCOS DE DADOS E CADASTROS • São considerados enRdades de caráter público • Estão sujeitos a habeas data (para o acesso do consumidor às informações e para a exigência de correção ou cancelamento dos dados incorretos a seu respeito); • Prevalece o interesse público. • ** Habeas data: assegura ao cidadão o acesso a informações constantes de registros ou bancos dedados públicos ou de enRdades privadas, que administram informações de caráter público SANÇÕES PENAIS • São considerados infrações penais: (art 72 e 73) • Impedir ou dificultar o acesso do consumidor às informações que sobre ele constem em cadastros, banco de dados, fichas e registros. Pena Detenção de seis meses a um ano ou multa. • Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados, fichas ou registros que sabe ou deveria saber ser inexata Pena Detenção de um a seis meses ou multa. • Efeito: garanRr acesso às informações e exigir imediata correção SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E CIVIS • As sanções são impostas pela autoridade administraRva, no âmbito de sua atribuição (Procon) e possuem o condão de educar e inibir as condutas consideradas abusivas • a inscrição indevida é moRvo suficiente para a condenação em indenização por danos morais e materiais. • A inscrição injusta, aleatória, inverídica e sem fundamento do nome do consumidor nestes cadastros de proteção ao crédito. SANÇÕES ADMINISTRATIVAS E CIVIS • O dano moral pauta-‐se na ofensa à privacidade, honra e ao senRmento de dignidade da pessoa. Decorre da própria negaRvação injusta junto a órgãos de proteção ao crédito, não se exigindo prova de efeRvo prejuízo sofrido ou a repercussão do fato. O dano decorre da própria inscrição. O lançamento indevido enseja angúsRa, constrangimento, vergonha, humilhação por algo que o consumidor não deve. • Dano material: demonstre que a inscrição em banco de dados de restrição ao crédito lhe ocasionou danos materiais para ser ressarcido. • A responsabilidade é objeRva PRAZO PRESCRICIONAL • Consumada a prescrição relaRva à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respecRvos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores. • A informação deve ser excluída do banco de dados no prazo de cinco anos (prazo de prescrição da ação de cobrança)