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PENHOR HIPOTECA ANTICRESE

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DIREITO CIVIL IV
DIREITOS REAIS DE GARANTIA
PENHOR, HIPOTECA E ANTICRESE
DIREITOS REAIS DE GARANTIA
• A doutrina traz como principais direitos de garantia o penhor e
a hipoteca, sendo estes, munidas de preferência, ou seja,
conforme a redação do art. 1.422, do Código Civil;
• Os direitos reais são indivisíveis no sentido de que se a dívida
for paga parcialmente não importa em exoneração
correspondente da garantia, mesmo que englobe vários bens
(art 1.421, CC);
• Quanto a capacidade para construir ônus real, só será
conferida a quem poder alienar.
• Em relação aos incapazes, podem possuir legitimidade, desde
que representados ou assistidos e alcançando autorização
judicial para oferecer bens em garantia real de seus débitos.
• Só poderão ser dados como hipoteca, penhor e anticrese os
bens que podem ser alienados, ou seja, não poderão ser
dados como garantia o bem que estiver fora do comércio.
CARACTERÍSTICAS GERAIS
• Criam o vínculo real;
• Crédito real que tem preferência sobre o crédito pessoal (961, CC);
• Só pode dar em garantia real quem pode alienar;
• Indivisibilidade;
• Publicidade (hipoteca – registro; penhor-tradição)
• Especialização;
• Acessoriedade;
• Direito de sequela;
• Condomínio – somente pode ser dado em garantia o bem, se todos os
condôminos concordarem;
• Pacto comissório real – fica com o bem sem a necessidade de uma
execução. Mesmo convencionado é considerado nulo – a nulidade
atinge somente à cláusula e não todo o contrato;
• Os credores pignoratício e hipotecário poderão promover a venda do
bem em hasta pública, caso a obrigação principal não seja adimplida;
• Vencimento antecipado da dívida (art. 1425, CC);
• Saldo – pelo saldo o credor será quirografário (obrigação pessoal)
PENHOR
“Define-se o penhor como a efetiva transmissão da posse
direta, ou a transferência de um bem móvel das mãos ou
do poder do devedor, ou de terceiro anuente, os quais têm
o poder dominial sobre o mesmo, para o poder e a guarda
do credor, ou da pessoa que o representa, com a
finalidade de garantir a satisfação do débito” (RIZZARDO,
2011, p. 1031);
àO débito pode ser tanto dívida pecuniária quanto
obrigação de fazer ou não fazer, desde que o não
cumprimento seja passível de reparação pecuniária;
àExceção da transferência efetiva do bem: penhor rural,
industrial, mercantil e de veículos (art. 1431, Parágrafo
único, CC)
CARACTERÍSTICAS
• Indivisibilidade, ou seja, o pagamento de uma ou mais prestações
não importa exoneração da garantia, conforme art. 1.421/CC
• publicidade, o instrumento do penhor deverá ser registrado, por
qualquer das partes (art. 1.432);
• especialização, que vem a ser um detalhamento dos elementos que
caracterizam a obrigação e o bem dado em garantia;
• acessoriedade,
• direito de sequela;
• contrato real;
• sinalagmático, pois produz obrigações recíprocas;
• não admite pacto comissório real, pois este pacto permitiria ao credor
pignoratício, credor anticrético ou hipotecário ficar com o objeto da
garantia se a dívida não for paga no vencimento, mas se ainda sim
for convencionado, será considerado nula a cláusula, conforme art.
1.428/CC.
DIREITOS DO CREDOR 
PIGNORATÍCIO (ART. 1.433/CC)
• A posse da coisa empenhada;
• reter a coisa;
• exigir a substituição da coisa caso essa tenha se deteriorado;
• exigir eventuais prejuízos sofridos devido a vício da coisa
objeto do penhor;
• excutir a coisa empenhada, inclusive com direito de
preferência frente a outros credores, com exceção apenas do
trabalhador rural com relação ao produto da colheita na qual
tenha trabalhado e do trabalhador vítima de acidente de
trabalho.
• apropriar-se dos frutos da coisa empenhada a fim de usá-los
na sua conservação e promover, mediante ordem judicial, a
venda antecipada sempre que houver o risco de deterioração
da coisa.
OBRIGAÇÕES DO CREDOR 
PIGNORATÍCIO
• empregar diligência na guarda da coisa devendo ressarcir
o dono de quaisquer prejuízos dos quais for culpado;
• depois de quitada a obrigação, restituir a coisa com os
respectivos frutos, devendo apropriar-se apenas dos
necessários para à conservação do bem;
• defender a posse da coisa empenhada;
• entregar ao dono da coisa o que exceder, quando a
dívida for paga.
DIREITOS DO DEVEDOR 
PIGNORATÍCIO
• o devedor continua proprietário da coisa empenhada e
detentor da posse indireta;
• reaver a coisa empenhada depois de efetuado o
pagamento integral da dívida;
• ser ressarcido pelo credor no caso de perecimento da
coisa;
• direito de remir o penhor efetuando o pagamento em
juízo antes do seu vencimento.
OBRIGAÇÕES DO DEVEDOR 
PIGNORATÍCIO
• Ao pagamento da dívida, deverá satisfazer o credor sobre
eventuais despesas de conservação da coisa, indenizar
eventuais prejuízos causados por vícios e substituir a
coisa caso essa venha a sofrer deterioração sem que
haja culpa do credor.
EXTINÇÃO DO PENHOR
• Com a extinção da obrigação principal;
• com o perecimento do objeto, porém a obrigação
subsiste, uma vez que o penhor é apenas acessório da
obrigação;
• com a renúncia do credor que consiste em abdicar da
garantia;
• com a confusão entre o credor e o dono da coisa que
pode ocorrer quando o credor adquirir a propriedade do
bem;
• ainda nas hipóteses do art. 1.436,V do Código Civil,
ocorrerá a extinção do penhor “dando-se a adjudicação
judicial, a remição ou a venda da coisa empenhada, feita
pelo credor ou por ele autorizada”.
PENHOR LEGAL
Nesse sentido, entende o art. 1467, CC/02, que são
credores pignoratícios e independente de convenção:
I – os hospedeiros, ou fornecedores de pousada ou
alimento, sobre as bagagens, móveis, joias ou dinheiro que
os seus consumidores ou fregueses tiveram consigo nas
respectivas casas ou estabelecimentos, pelas despesas ou
consumo que aí tiverem feito;
II – o dono do prédio rústico ou urbano, sobre os bens
móveis que o rendeiro ou inquilino tiver guarnecendo o
mesmo prédio ou rendas.
• Para que seja concretizado o penhor, é imprescindível
homologação judicial
HIPOTECA
Na definição de PONTES, Miranda:
"A hipoteca é um Direito real de garantia de natureza civil,
que grava coisa móvel ou um bem que a lei entende por
hipotecável, pertencente ao devedor ou a terceiro, sem a
transmissão de posse ao credor, conferindo a este o direito
de promover a sua venda judicial, pagando-se
preferencialmente, se inadimplente o devedor".
HIPOTECA
(...) o ônus real grava a coisa na sua totalidade e em todas
as suas pares, pouco importando que seja dividida ou que
a dívida seja amortizada. Assim, o devedor que tenha pago
parte da dívida não obtém redução proporcional da
garantia hipotecária; o bem hipotecado continua a garantir
o pagamento do saldo sem qualquer diminuição, tal como
gravado ao se constituir a relação (GOMES, 2006, p. 411).
OBJETO - a hipoteca, então, recai em bens imóveis e
alienáveis, podendo ser corpóreos ou incorpóreos;
REMIÇÃO - a remição do imóvel hipotecado pode ser
realizada pelo credor de hipoteca sucessiva, pelo
adquirente do imóvel hipotecado ou pelo próprio devedor.
PODEM SER HIPOTECADOS
• os imóveis;
• os acessórios dos imóveis conjuntamente com ele;
• domínio direto;
• domínio útil (enfiteuse, pagamento de laudêmio – 
prestação anual);
• estradas de ferro;
• recursos naturais, independentemente do solo onde se 
encontrem;
• navios ou aeronaves;
• o direito de uso especial para fins de moradia; o direito
real de uso; a propriedade superficiária.
EXIGE-SE A OUTORGAUXÓRIA
ESPECIALIZAÇÃO E PUBLICIDADE
• a publicidade é dada pelo registro do título no Cartório de
Registro de Imóveis.
• A inscrição marca a data de início e o termo inicial;
• A especialização, o título constitutivo e o registro no Cartório 
competente são requisitos formais da hipoteca.
Requisito Subjetivo:
• é necessário a outorgauxória;
• os menores dependem de representação ou assistência e de 
autorização judicial;
• ascendente poderá hipotecar bem a descendente,
independentemente da anuência dos outros;
• condômino tradicional de coisa indivisa, só poderá hipotecar o
bem na totalidade com a autorização dos outros condôminos;
porém, casa condômino poderá hipotecar a sua parte ideal se
a coisa for divisível.
EFEITOS DA HIPOTECA
à Devedor hipotecante:
• não poderá alterar a substancia da coisa, acarretando
diminuição do seu valor;
• não poderá praticar atos que desvalorizem o bem;
• pode ser alienado;
• poderá defender a posse;
• poderá hipotecar novamente o bem, mediante novo título,
desde que não haja cláusula proibitória e que o valor do
bem seja maior que a dívida;
• o credor sub-hipotecário poderá resgatar a hipoteca,
subrogando-se nos direitos do credor.
EFEITOS DA HIPOTECA
à Credor hipotecário:
• exigir a conservação do bem;
• direito de excussão;
• exigir o reforço da garantia se o bem se deteriorar;
• direito a remição (resgate)
PRAZO
• Art. 1.485, CC – 30 anos, não cabendo suspensão ou
interrupção. Só cabível na hipoteca convencional; a
hipoteca legal perdurará enquanto subsistirem os motivos
que a ensejaram.
ESPÉCIES DE HIPOTECA
• VOLUNTÁRIA - Também chamadas de hipoteca
voluntárias, surgem naturalmente com o contrato;
• LEGAL - A norma legal é que a constitui, e a vontade das
partes é colocada em um plano inferior (art. 1.489, CC) -
MESMO ASSIM, A HIPOTECA SÓ EXISTE DEPOIS DE
ESPECIALIZADA E REGISTRADA;
• JUDICIAL - a hipoteca judiciária nasce da sentença
proferida pelo juiz, podendo ser considerada como
espécie da hipoteca legal. Vem a ser um direito real
concedido ao exequente sobre bens do executado.
REGISTRO DA HIPOTECA
As hipotecas serão registradas no cartório do lugar
do imóvel, ou no caso de o título se referir a mais de um,
no local de cada um deles. Cabe aos interessados
providenciar o registro.
EXTINÇÃO DA HIPOTECA
As causas de extinção da hipoteca estão elencadas no art.
1.499 do Código Civil.
“A hipoteca extingue-se: 
I - pela extinção da obrigação principal; 
II - pelo perecimento da coisa; 
III - pela resolução da propriedade; 
IV - pela renúncia do credor; 
V - pela remição; 
VI - pela arrematação ou adjudicação.”
ANTICRESE
Ë um direito real derivado de um contrato pelo qual um
devedor autoriza ao seu credor a posse de um imóvel,
tendo este o direito de retê-lo até o complemento da sua
dívida, podendo perceber os frutos e os rendimentos que
servirão para o pagamento dos juros e do capital, ou seja,
a percepção dos frutos e rendimentos serve como
compensação da dívida (art.1.506).
• somente se estabelece por meio de contrato escrito, é
celebrado por escritura pública e deve ser levado a
registro público;
• depende de outorga uxória.
EFEITOS
• o credor, então, tem o dever de zelar pela coisa como se
fosse dele, responsabilizando-se pela deteriorizações que
o imóvel sofrer por sua culpa;
• incube ao credor fruir de forma adequada do imóvel, seja
de forma direta ou por meio de arrendamento feito a
terceiro;
• o credor deverá prestar contas, pois somente através
desse procedimento que se verifica, em um dado
momento, o montante da dívida, pelo cálculo da renda
recebida.
DIREITOS E DEVERES
São direitos do credor anticrético:
a) Exercer a posse do bem dado em garantia;
b) Administrar os bens objetos da anticrese, e fruir frutos e
utilidades (art. 1.507);
c) Reter o imóvel em seu poder, até efetuar-se o
pagamento da divida. (art. 1.423);
d) Arrendar os bens à terceiro, se não o impedir cláusula
contratual, o que não afasta a retenção, segundo o
parágrafo segundo do art. 1.507;
e) Reclamar seus direitos contra o terceiro que adquira o
imóvel. Conhecido como direito de sequela, este garantido
no art. 1.509.
DIREITOS E DEVERES
São obrigações do credor:
a) Guardar ou manter a coisa como se sua fosse;
b) Apresentar anualmente balanço, exato e fiel, de sua
administração, com a discriminação dos frutos e utilidades
usufruídos, o correspondente ao pagamento da dívida, o
saldo remanescente, nos termos do art. 1.507;
c) Responder pelas deteriorações que o imóvel sofre por
culpa sua, e pelos frutos e rendimentos não percebidos por
negligencia, conforme art. 1.508;
d) Prestar contas dos frutos ou rendimentos havidos, com
o conseqüente abatimento da divida que for sendo
satisfeita;
e) Um vez cumprida a obrigação, devolver a coisa.
DIREITOS E DEVERES
Cabem ao devedor as seguintes obrigações:
a) Entregar a coisa ao credor, que com ela deverá
permanecer até a extinção do débito;
b) Pagar a dívida se não cumprir o uso do imóvel com esta
finalidade;
c) Ceder ao credor o direito de perceber os frutos e
rendimentos.
DIREITOS E DEVERES
Como direitos, o devedor tem a seu favor:
a) Impor a conservação do imóvel, mantendo-se no estado
em que foi recebido, sem modificações que sejam
prejudiciais;
b) Reclamar a devolução e acessórios quando vencido o
prazo, ou satisfeita a divida;
c) Pedir contas do imóvel, de frutos e rendimentos, sempre
que entender necessário;
d) Postular a indenização dos frutos perdidos ou
deteriorados por culpa do credor;
e) Alienar o imóvel, porém a garantia perdurará com o
adquirente.
EXTINÇÃO DA ANTICRESE
A principal forma de extinção da anticrese é através da
satisfação do pagamento, portanto, ao desaparecer a
obrigação principal, não há mais suporte para o encargo
ser cobrado.
Pela caducidade – 15 anos – art. 1423, CC.

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