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DIREITO REAIS DE GARANTIA - PENHOR HIPOTECA E ANTICRESE

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DIREITO REAIS DE GARANTIA:
PENHOR, HIPOTECA E ANTICRESE
*com base na doutrina
 Evolução no tempo
Nas sociedades primitivas desconhecia-se a existência da garantia real, respondia o devedor com a sua pessoa, isto é, com o próprio corpo pelo pagamento de suas dívidas. 
O progresso da civilização e da ordem jurídica, a Lex Poetelia Papiria aboliu a execução contra a pessoa do devedor, instituindo a responsabilidade sobre seus bens, se a dívida não procedia de delito. Desde então tem sido adotado, nas diversas legislações, o princípio da responsabilidade patrimonial, segundo o qual é o patrimônio do devedor que responde por suas obrigações. Desse modo, o patrimônio do devedor constitui a garantia geral dos credores.
Direitos reais de garantia
Direitos reais de garantia
Conceito
Direito real de garantia é o que confere ao seu titular o poder de obter o pagamento de uma dívida com o valor ou a renda de um bem aplicado exclusivamente a sua satisfação. 
Modalidades – Art. 1419
Penhor
Hipoteca
Anticrese
 Características:
Pode haver convenção das partes;
Podem ser fidejussórias ou reais;
Os direitos reais de garantia não se confundem com os de gozo ou de fruição.
Requisitos dos direitos reais de garantia
Requisitos subjetivos:
capacidade especial para alienar;
capacidade genérica para os atos da vida civil:
Não podem hipotecar, dar em anticrese ou empenhar:
a) os menores de 16 anos; b) os maiores de 16 anos e menores de 18; 
c) os interditos em geral; d)pródigos;
e) as pessoas casadas; f)o inventariante;
g)o falido; h) o mandatário.
i) os menores sob tutela, desde que devidamente autorizado pelo juiz;
Requisitos dos direitos reais de garantia
Requisitos objetivos
- Somente as coisas que podem ser alienadas podem ser dadas em garantia (CC, art. 1.420);
- Podem recair sobre bem móvel (penhor) e imóvel (hipoteca);
- Não podem ser objeto de garantia coisas fora do comercio (art. 1.420).
OBS: A possibilidade ou não de o condômino constituir direito real de garantia sobre coisa que pertença em comum a vários proprietários já suscitou acirrada controvérsia. Mas, o Código Civil de 2002 afastou qualquer dúvida que ainda pudesse subsistir a respeito dessa questão, admitindo de forma expressa que cada um dos coproprietários pode oferecer sua própria quota em garantia real.
Requisitos formais
a) Especialização: é a descrição pormenorizada, no contrato, do bem dado em garantia, do valor do crédito, do prazo fixado para pagamento e da taxa de juros, se houver. É exigida no art. 1.424 do Código Civil.
b) Publicidade: é dada pelo registro do título constitutivo no Registro de Imóveis (hipoteca, anticrese e penhor rural, cf. arts. 1.438 e 1.492 do CC e 167 da LRP) ou no Registro de Títulos e Documentos (penhor convencional, cf. arts. 221 do CC e 127 da LRP). A tradição constitui um elemento importante do penhor, embora possa ser constituído por instrumento particular. A sua eficácia em relação a terceiros é alcançada após o registro do contrato no Registro de Títulos e Documentos, como mencionado, na forma do art. 221 do Código Civil.
Requisitos dos direitos reais de garantia
Efeitos dos direitos reais de garantia
O principal efeito das garantias reais consiste no fato de o bem, que era segurança comum a todos os credores e que foi separado do patrimônio do devedor, ficar afetado ao pagamento prioritário de determinada obrigação.
Visam elas proteger o credor da insolvência do devedor. Com a sua outorga, a coisa dada em garantia fica sujeita, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação.
Disso decorrem, ainda, os seguintes efeitos: 
direito de preferência ou prelação; 
direito de sequela; 
direito de excussão; 
indivisibilidade.
 
a) Direito de preferência: o credor hipotecário e o pignoratício preferem, no pagamento, a outros credores (CC, art. 1.422). O produto da arrematação do bem dado em garantia será destinado, primeiramente, ao pagamento do credor titular do direito real. As sobras, se houver, serão rateadas entre os demais credores. Em caso de insolvência do devedor, recebera preferencialmente o credor com garantia real, com o produto da venda do bem clausurado, gozando assim da faculdade de receber sem se sujeitar ao rateio. Quando o produto obtido na hasta publica não for suficiente para o pagamento da divida, o credor continuara a sê-lo do saldo, porem na condição de quirografário, porque o bem dado em garantia já foi arrematado. O direito de preferencia subsumisse no seguinte principio: prior tempore potior iure, de aplicação geral em matéria de direitos reais (primeiro no tempo, melhor no direito).
OBS: Preferência x Privilégio
b) Direito de sequela: e o direito de perseguir e reclamar a coisa dada em garantia, em poder de quem quer que se encontre, para sobre ela exercer o seu direito de excussão, pois o valor do bem esta afeto a satisfação do credito. Assim, quem adquire imóvel hipotecado, por exemplo, esta sujeito a vê-lo levado a hasta publica, para pagamento da divida que esta a garantir.
c) Direito de excussão : Consiste na faculdade de o credor executar judicialmente o débito garantido pelos bens móveis e imóveis. Os credores hipotecário e pignoratício tem o direito de excutir a coisa hipotecada ou empenhada (CC, art. 1.422), isto e, promover a sua venda em hasta publica, por meio do processo de execução judicial. É requisito, porem, que a obrigação esteja vencida. Havendo mais de uma hipoteca sobre o mesmo bem, observar-se-á a prioridade no registro.
d) Indivisibilidade : “o pagamento de uma ou mais prestações da divida não importa exoneração correspondente da garantia, ainda que esta compreenda vários bens, salvo disposição expressa no titulo ou na quitação” (CC, art. 1.421). 
O pagamento parcial de uma divida não acarreta a liberação da garantia na proporção do pagamento efetuado, salvo se o contrario for convencionado. O art. 1.429 É
 consequência desse principio e estabelece: “Os sucessores do devedor não podem remir parcialmente o penhor ou a hipoteca na proporção dos seus quinhões; qualquer deles, porem, pode faze-lo no todo”. O sucessor do devedor não pode liberar o seu quinhão, pagando apenas a sua cota-parte na divida. Terá, para tanto, de pagar a totalidade do debito, sub-rogando-se nos direitos do credor pelas cotas dos coerdeiros.
OBS: A indivisibilidade não é da essência dos direitos reais de garantia.
 VENCIMENTO ANTECIPADO DA DÍVIDA
Para reforçar a garantia conferida ao credor, o aludido diploma antecipa o vencimento das dívidas com garantia real, nas hipóteses elencadas nos cinco incisos do art. 1425, verbis:
Art. 1.425. A dívida considera-se vencida:
I - se, deteriorando-se, ou depreciando-se o bem dado em segurança, desfalcar a garantia, e o devedor, intimado, não a reforçar ou substituir; 
II - se o devedor cair em insolvência ou falir; 
III - se as prestações não forem pontualmente pagas, toda vez que deste modo se achar estipulado o pagamento. Neste caso, o recebimento posterior da prestação atrasada importa renúncia do credor ao seu direito de execução imediata; 
IV - se perecer o bem dado em garantia, e não for substituído; 
V - se se desapropriar o bem dado em garantia, hipótese na qual se depositará a parte do preço que for necessária para o pagamento integral do credor. 
O art. 333 do estatuto civil também prevê o vencimento antecipado das obrigações em geral, em algumas dessas hipóteses. 
Num e noutro dispositivo objetiva o legislador favorecer o credor, diante de determinados fatos que evidenciam a diminuição da probabilidade de recebimento do crédito, se tiver de aguardar o termo final. Estes permitem também que o credor tome, incontinenti, as providências judiciais destinadas a fazer valer o privilégio, promovendo, enquanto ainda possível, a excussão da coisa hipotecada ou empenhada.
Ao estipularema garantia, as partes podem estabelecer que, na ocorrência de determinado fato por elas previsto, além dos mencionados nos artes. 333 e 1.425, que independem de estipulação, torne-se logo exigível.
Vence-se antecipadamente a obrigação, segundo o supracitado art. 1.425, em cinco hipóteses, ressalvando-se que “não se compreendem os juros correspondentes ao tempo ainda não decorrido” (art. 1.426). 
Não se há de falar, na hipótese, em juros moratórios, que pressupõem atraso no pagamento, uma vez que a dívida estará sendo paga antecipadamente. Cuida-se, na realidade, de juros compensatórios, destinados a compensar o tempo durante o qual o devedor manterá em seu poder o capital que pertence ao credor. O valor desses juros será diretamente proporcional a esse tempo.
A antecipação do vencimento gera a exclusão dos juros compensatórios futuros, mas nada obsta que, a partir desse vencimento antecipado, haja a incidência de juros moratórios, se vier o devedor a ser constituído em mora.
 GARANTIA REAL OUTORGADA POR TERCEIRO
Dispõe o art. 1.427 do Código Civil: “Salvo cláusula expressa, o terceiro que presta garantia real por dívida alheia não fica obrigado a substituí-la, ou reforçá-la, quando, sem culpa sua, se perca, deteriore ou desvalorize”.
Em regra, a garantia é oferecida por aquele que contrai a obrigação. Mas não precisa ser necessariamente assim, podendo o bem que a compõe pertencer a terceiro que, por amizade ou interesse, ofereça coisa sua em segurança da dívida de outrem.
Nesse caso, o terceiro não fica pessoalmente vinculado, não se transformando em codevedor nem em fiador, pois não assume responsabilidade que possa atingir todo o seu patrimônio, a menos que o contrato reze o contrário.
Duas exceções, todavia, prevê a lei. Em ambas fica o terceiro obrigado a restaurar a garantia. A primeira delas é quando houver estipulação expressa em contrário no título, ou seja, quando no instrumento, no qual se convencionou a garantia real, as partes inserirem cláusula dispondo que o terceiro estará obrigado a substituir ou reforçar a garantia, em caso de perda ou desvalorização do seu objeto. A segunda exceção ocorre quando a perda ou desvalorização do objeto da garantia decorrer de culpa do próprio terceiro, hipótese em que estará obrigado a reforçá-la ou substituí-la.
 CLÁUSULA COMISSÓRIA
Cláusula comissória é a estipulação que autoriza o credor a ficar com a coisa dada em garantia, caso a dívida não seja paga. É, muitas vezes, chamada de pacto comissório, mas não se confunde com o pacto comissório inserido nos contratos de compra e venda e que era disciplinado no art. 1.163 do Código de 1916 como cláusula resolutiva expressa.
O novo diploma não reproduziu a regra do aludido dispositivo, por já ter regulado o pacto comissório, de forma genérica, nos arts. 127 e 128, ao tratar da condição resolutiva, bem como no art. 474, que dispõe sobre a cláusula resolutiva expressa, que pode ser inserida em qualquer modalidade de contrato.
O nosso direito proíbe a cláusula comissória nas garantias reais. Dispõe, efetivamente, o art. 1.428 do Código Civil: “É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento”.
A lei proíbe a lex commissoria estipulada a qualquer tempo, ou seja, quer quando convencionada simultaneamente com a outorga da garantia, quer em data posterior (ex intervallo). A nulidade atinge a cláusula, mas não contamina todo o contrato (CC, art. 184), que prevalece no tocante às demais estipulações, operando então como se a avença comissória inexistisse.
Tem a jurisprudência proclamado, com efeito:
 
É nulo o pacto com o qual se convém que, no caso de falta de pagamento do crédito no termo estabelecido, a propriedade da coisa hipotecada ou dada em penhor passe ao credor.
É princípio reconhecido por todas as legislações que o credor não poderá apropriar-se da coisa dada em garantia, se o devedor não cumprir a obrigação garantida. (STJ, REsp 282.478-SP, 3 ª T., rel. Min. Menezes Direito, j. 18-4-2002)
 
As mesmas razões éticas de alto valor justificam a proibição de cláusula comissória na propriedade fiduciária. Dispõe o art. 1.365 do Código Civil que “é nula a cláusula que autoriza o proprietário fiduciário a ficar com a coisa alienada em garantia, se a dívida não for paga no vencimento”.
Embora proibido o pacto que autoriza o credor a ficar com a coisa se a dívida não for paga no vencimento, é permitido ao devedor, todavia, após o vencimento da obrigação, entregar em pagamento da dívida a mesma coisa ao credor, que a aceita, liberando-o. Configura-se, neste caso, a dação em pagamento (dativo in soluto), admitida no parágrafo único do aludido art. 1.428 do Código Civil, nestes termos: “Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida”.
 RESPONSABILIDADE DO DEVEDOR PELO REMANESCENTE DA DÍVIDA
Dispõe o art. 1.430 do Código Civil: “Quando, excutido o penhor, ou executada a hipoteca, o produto não bastar para pagamento da dívida e despesas judiciais, continuará o devedor obrigado pessoalmente pelo restante”.
A garantia real não exclui a pessoal. Extinta ou esgotada a primeira, pode o credor valer-se da segunda, que é subsidiária daquela. Assim, se na hasta pública não se apurar quantia suficiente para pagamento da dívida, incluindo-se o valor principal e as parcelas referentes à cláusula penal, aos juros, à correção monetária e aos ônus da sucumbência, o credor poderá requerer a penhora de outros bens existentes no patrimônio do devedor, pelo saldo. Mas nesse caso estará atuando na qualidade de credor quirografário.
Não há necessidade de ajuizar nova execução. Pode o credor, na que está em curso, requerer a citação do devedor para, no praz o de vinte e quatro horas, pagar o valor remanescente ou nomear bens à penhora (CPC, art. 829), prosseguindo-se até a total satisfação do crédito.
Se houver outros credores na mesma situação, o produto será rateado entre eles, porque a obrigação do devedor não terá mais o caráter de real: não há mais um determinado bem, garantindo preferencialmente aquela dívida.
PENHOR
Modos de constituição e Direitos e Deveres do Credor Pignoratício
 
 Conceito e Natureza Jurídica
Art. 1.431 do Código Civil: “Constitui-se o penhor pela transferência efetiva da posse que, em garantia do débito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou alguém por ele, de uma coisa móvel, suscetível de alienação”.
O instituto jurídico do penhor consiste em um direito real de garantia sobre coisa alheia, que envolve a transferência efetiva de uma coisa móvel ou mobilizável, suscetível de alienação em favor de um terceiro, ora caracterizado como credor, que receberá esse bem empenhado com o intuito de garantir o pagamento de uma dívida previamente estipulada.
Características
É direito real, conforme prescreve o art. 1.419 do Código Civil.
Art. 1.419: “Nas dívidas garantidas por penhor, anticrese ou hipoteca, o bem dado em garantia fica sujeito, por vínculo real, ao cumprimento da obrigação.”
É direito acessório.
Exige a tradição do objeto ao credor.
Art. 1.431 do Código Civil: “no penhor rural, industrial, mercantil e de veículos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar”
É direito indivisível.
Objeto do Penhor
Bens móveis ou suscetíveis de mobilização.
“Penhor solidário”.
Coisa móvel singular ou coletiva.
Bem incorpóreo ou corpóreo.
Bem de existência atual ou futura.
Coisa fungível.
É imperioso que os bens dados em penhor sejam enunciados e descritos com clareza.
Constituído o penhor sobre uma coisa, nela se compreendem, necessariamente, todas as partes integrantes essenciais.
É necessário que a coisa oferecida em garantia pertença ao próprio devedor.
Tem que ser alienável a coisa empenhada.
Subpenhor.
Objeto do Penhor
 Forma
O penhor é um contratosolene.
Cada interessado deve conservar consigo um exemplar do contrato.
O instrumento do penhor, público ou particular, conterá, obrigatoriamente, a identificação e completa qualificação das partes, bem como o valor do débito, ou sua estimação, e o prazo fixado para pagamento. 
ESPÉCIES
 
 legal
 
convencional
 
Comum
 
Especiais( legal, rural, industrial, de títulos de crédito e de veículos)
do penhor rural
do penhor industrial e mercantil
do penhor de direitos e de títulos de crédito
 
do penhor de veículos
 
do penhor legal
Extinção do penhor 
 
a) extinguindo-se a obrigação.
 
b) perecendo a coisa.
 
c) renunciando o credor
 
d) confundindo-se na mesma pessoa
 
e) dando-se a adjudicação judicial, a remição (CPC, arts. 714 e 787), ou a venda do penhor (quando permitida no contrato).
Penhor x Penhora
Penhor é uma garantia dada pelo devedor, espontânea ou por imposição legal, de obrigação assumida. 
Exemplo: o cheque caução emitido em um hospital como forma de garantia de atendimento é uma espécie de penhor, ou seja, caso o paciente não efetue o pagamento pelo tratamento, o cheque caução garante o pagamento.
A penhora por sua vez, é um ato judicial, emitido por um juiz e promovido por um oficial de justiça sempre durante o processo de execução. 
 Modos de constituição
Art. 1.467. Credores pignoratícios e a principiologia do código de defesa do consumidor.
“No caso de inadimplência do hóspede, pode o hotel reter os pertences daqueles que não pagaram as contas relativas à estada no estabelecimento. É incontestável que a finalidade do penhor legal é garantir o pagamento das despesas de hospedagem”. Todavia, os objetos de uso pessoal que não possuam 
valor econômico e os documentos do cliente não podem ser retidos pelo hotel, em penhor legal, uma vez que a retenção da bagagem não pode servir de instrumento para coagir o hóspede a liquidar as despesas decorrentes da hospedagem. 
Por outra via, deduziu-se que dinheiro e notebooks pertencentes aos hóspedes estão sujeitos ao gravame em estudo, diante do valor econômico que apresentam (TJDF, Recurso n. 2009.00.2.005676-4, Acórdão n. 382.654, Primeira Turma Cível, Relª Desª Maria de Fátima Rafael de Aguiar Ramos,  DJDFTE 27/10/2009, pág. 41). 
Penhor convencional: Manifestação volitiva do credor e do devedor (Instrumento público/particular).
Requisitos do contrato de penhor:
1 - Valor do crédito;
2 - Sua estimação ou valor máximo;
3 - Prazo fixado para pagamento;
4 - A taxa de juros, se houver;
5 - O bem dado em garantia (com suas especificações)
*A impenhorabilidade do bem?
Jurisprudências
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE - BENS MÓVEIS - PENHOR LEGAL - APREENSÃO DECORRENTE DE NÃO PAGAMENTO DE ALUGUÉIS - INDEFERIMENTO DA MEDIDA LIMINAR - ALEGAÇÃO DE NULIDADE ¿ AUSÊNCIA DE INTERVENÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO - PRELIMINAR AFASTADA ¿ DIREITO REAL DE GARANTIA - IMPOSSIBILIDADE DE RECAIR SOBRE BENS IMPENHORÁVEIS - RETENÇÃO NÃO LEGÍTIMA ¿ ESBULHO CONFIGURADO - PEDIDO LIMINAR DEFERIDO - RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO Nos termos do art. 1.467 , inciso II , do CC , é lícito ao credor de aluguéis apreender os bens móveis pertencentes ao devedor, que guarnecem o prédio, não podendo a retenção recair sobre os bens absolutamente impenhoráveis. Caracterizada a irregularidade da apreensão dos bens decorrentes de penhor legal, em face da impenhorabilidade dos mesmos, configurado está o esbulho possessório, impondo-se o deferimento da medida liminar requerida nos autos da ação de reintegração de posse. TJ-SC - Agravo de Instrumento AI 318303 SC 2008.031830-3 (TJ-SC).
Ementa: RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. BEM DE FAMÍLIA OFERECIDO EM GARANTIA REAL HIPOTECÁRIA. PESSOA JURÍDICA, DEVEDORA PRINCIPAL, CUJOS ÚNICOS SÓCIOS SÃO MARIDO E MULHER. EMPRESA FAMILIAR. DISPOSIÇÃO DO BEM DE FAMÍLIA QUE SE REVERTEU EM BENEFÍCIO DE TODA UNIDADE FAMILIAR. HIPÓTESE DE EXCEÇÃO À REGRA DA IMPENHORABILIDADE PREVISTA EM LEI. ARTIGO ANALISADO: 3º, INC. V, LEI 8.009 /1990. STJ - RECURSO ESPECIAL REsp 1413717 PR 2013/0204788-5 (STJ)
Direitos do Credor Pignoratício
1 - a posse da coisa empenhada; 
2 - a retenção dela, até que o indenizem das despesas devidamente justificadas;
3 - o ressarcimento do prejuízo; 
4 - excutir a coisa empenhada;
5 - apropriar-se dos frutos da coisa empenhada que se encontra em seu poder; 
6 - promover a venda antecipada;
Deveres do Credor Pignoratício
1 - de custódia da coisa, como depositário, e a ressarcir ao dono a perda ou deterioração de que for culpado; 
2 - de defesa da posse da coisa empenhada;
3 - de imputar o valor dos frutos, de que se apropriar;
4 - de restituí-la, com os respectivos frutos e acessões;
5 - de entregar o que remanesça do preço, quando a dívida for paga;
HIPOTECA
O que é a hipoteca?
É o oferecimento de um bem, geralmente imóvel, como garantia na tomada de um empréstimo pecuniário.
Art. 1.473. Podem ser objeto de hipoteca:
I - os imóveis e os acessórios dos imóveis conjuntamente com eles;
II - o domínio direto;
III - o domínio útil;
IV - as estradas de ferro;
V - os recursos naturais a que se refere o art. 1230, independentemente do solo onde se acham;
VI - os navios;
VII - as aeronaves.
VIII - o direito de uso especial para fins de moradia;            
 IX - o direito real de uso;  
O direito real de hipoteca X acessões, melhoramentos ou construções do imóvel.
Hipoteca – hipótese de mais de uma hipoteca sobre o mesmo bem e o direito de preferência (mais antigo).
Hipoteca X Direito de sequela.
Resgate do bem hipotecado pelo adquirente.
Hipoteca X Dívida futura
 Hipoteca legal
É a espécie de hipoteca que  não precisa de registro, mas sim de especialização. Está prevista no art. 1.489 do CC/2002 . A lei considera que determinados credores são tão importantes que precisam ter garantia prevista em lei. 
I - A Fazenda Pública sobre os imóveis pertencentes aos encarregados da cobrança, guarda ou administração dos respectivos fundos e rendas;
II - Osfilhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer o inventário do casal anterior (art. 1.523, inciso I, CC/2002);
III - O ofendido, ou os seus herdeiros, sobre os imóveis do delinqüente, para satisfação do dano causado pelo delito e pagamento das despesas judiciais;
IV - O co-herdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da partilha, sobre o imóvel adjudicado ao herdeiro reponente;
V - O credor, sobre o imóvel arrematado, para garantia do pagamento do restante do preço da arrematação;
VI - O tutelado, sobre o imóvel do tutor, enquanto durar a tutela.
ANTICRESE
Pode-se definir a anticrese como o contrato pelo qual um devedor autoriza ao seu credor a posse de um imóvel, com o direito de retê-lo até o completo pagamento da divida, podendo perceber os frutos e os rendimentos que servirão para satisfazer os juros e o capital;​
​
Trata-se de um direito real, com o necessário registro imobiliário, que se exerce sobre coisa alheia. Este é o conteúdo inserido no art. 1.506 do Código Civil: Pode o devedor ou outrem por ele, com a entrega do imóvel ao credor, ceder-lhe o direito de perceber, em compensação da dívida, os frutos e rendimentos. Nesta esteira, fixa o § 1º do art. 1.506 que: É permitido estipular que os frutos e rendimentos do imóvel sejam percebidos pelo credor à conta de juros, mas se o seu valor ultrapassar a taxa máxima permitida em lei para as operações financeiras, o remanescente será imputado ao capital. 
Características da Anticrese
Direito real de garantia;​
Requer capacidade das partes;​
Não confere preferencia ao anticresista no pagamento do credito com a importância obtida na excussão do bem onerado, pois só lhe e conferido o direito de retenção;​
Requer, para sua constituição, escritura publica e registro no registro imobiliário.
Direitos e Deveres
Ao credor anticrético asseguram-se os seguintes direitos: ​
Exercer a posse do bem dado em garantia; ​
b) Administrar os objetos da anticrese,fruir os frutos e utilidades. ​
c) Reter o imóvel em seu poder, até efetuar o pagamento da dívida, segundo o ordenado no art. 1.423 do Código Civil. Neste sentido, é de bom alvitre citar o contido no § 1º do art. 1.509 do Código Civil: Se executar os bens por falta de pagamento da dívida, ou permitir que outro credor o execute, sem opor o seu direito de retenção ao exequente, não terá preferência sobre o preço. A retenção formaliza-se por embargos de terceiro. Compete ainda, citar o § 2º do art. 1.509 do Código Civil: O credor anticrético não terá preferência sobre a indenização do seguro, quando o prédio seja destruído, nem, se forem desapropriados os bens, com relação à desapropriação
d) Arrendar os bens a terceiro, se não o impedir cláusula contratual, o que não afasta a retenção, conforme § 2º do art. 1.507 do Código Civil: O credor anticrético pode, salvo pacto em sentido contrário, arrendar os bens dados em anticrese a terceiro, mantendo, até ser pago, direito de retenção do imóvel, embora o aluguel desse arrendamento não seja vinculativo para o devedor. ​
e) Vindicar seus direitos contra terceiro que adquira o imóvel. É o direito de sequela, garantido pelo art. 1.509 do Código Civil: O credor anticrético pode vindicar os seus direitos contra o adquirente dos bens, os credores quirografários e os hipotecários posteriores ao registro da anticrese.
Direitos e Deveres
Guardar ou manter a coisa como se a mesma lhe pertencesse;​
Apresentar anualmente balanço, exato e fiel de sua administração, com discriminação dos frutos e utilidades usufruídos, o correspondente ao pagamento da dívida, o saldo remanescente, nos termos do art. 1.507 do Código Civil; ​
Responder pelas deteriorações que o imóvel sofreu por culpa sua, e pelos frutos e rendimentos não percebidos por negligência, conforme se colhe do art. 1.508 do Código Civil: O credor anticrético responde pelas deteriorações que, por culpa sua, o imóvel vier a sofrer, e pelos frutos e rendimentos que, por sua negligência, deixar de perceber;​
Prestar contas dos frutos ou rendimentos havidos, com o consequente abatimento da dívida que for sendo satisfeita; ​
Devolver a coisa uma vez cumprida a obrigação. 
Direitos e Deveres
Direitos do devedor anticrético: ​
​
I – Impor a conservação do imóvel, mantendo-o no estado em que foi recebido, sem modificações prejudiciais. 
II – Reclamar a devolução e acessórios quando vencido o prazo, ou satisfeita a dívida. 
III – Pedir  contas do imóvel, dos frutos e rendimentos, sempre que entender necessário. I
V – Postular a indenização dos frutos perdidos ou deteriorados por culpa do credor. 
V – alienar o imóvel, permanecendo a garantia com o adquirente.
Direitos e Deveres
Tem como deveres:​
 I – Dar a posse ao credor, com o fito de possibilitar-lhe o proveito dos frutos e rendimentos; ​
II – Pagar a dívida se não cumprir com o uso do imóvel nesta finalidade. 
Direitos e Deveres
a) pelo pagamento da divida;​
b) pelo termino do prazo legal ou caducidade (CC, art. 1.423);​
c) pelo perecimento do bem anticrético (art. 1.509, § 2°);​
d) pela desapropriação (art. 1.509, § 2°);​
e) pela renuncia do anticresista;​
f) pela excussão de outros credores quando o anticrético não opuser seu direito de retenção (art. 1.509, § 1°);​
g) pelo resgate feito pelo adquirente do imóvel gravado (art. 1.510).
Extinção
Desuso da Anticrese
Trata-se de instituto pouco utilizado, recaindo a preferencia, hoje, sobre a hipoteca. Apresenta o inconveniente de retirar do devedor a posse e gozo do imóvel, transferindo-os para o credor. Este e obrigado, por sua conta, a colher os frutos e pagar-se com as próprias mãos.​
O legislador não deveria ter perpetuado a anticrese no Código Civil de 2002. Fugiu da orientação do anteprojeto do grande Orlando Gomes. Trata-se de um modelo jurídico pouco utilizado nos tempos atuais, pois não se concilia com a função social da propriedade, pela própria dificuldade de o proprietário desapossado obter novos créditos, em decorrência  da anterior anticrese. ​
A anticrese, não é compatível com as regras modernas de circulação econômica, pois disponibiliza a coisa apenas em favor de um só credor, que ainda assumirá o pesado ônus de administra—lá  eficazmente, para obter os frutos necessários à extinção do debito.

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