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01/10/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/6 FORMA DE ESTADO Federação Roque Antonio Carrazza explica que a “Federação (de foedus, foedoris, aliança, pacto) é uma associação, uma união institucional de Estados, que dá lugar a um novo Estado (o Estado Federal), diverso dos que dele participam (os Estados- membros). Nela, os Estados Federados, sem perderem suas personalidades jurídicas, despem-se de algumas tantas prerrogativas, em benefício da União. A mais relevante delas é a soberania”. Celso Ribeiro Bastos explica que a Federação pode surgir tanto da união de Estados independentes que já existiam, como da divisão de um Estado unitário. Segundo o autor, a Federação, em regra, “(...) implica na existência de um fenômeno associativo ou de agrupamento de Estados preexistentes”. Entretanto, “(...) também é possível atingir a federação a partir da desagregação de um Estado unitário. É o que ocorre quando um Estado unitário inicial se separam as diversas unidades autônomas que passarão a constituir seus Estados membros”. O Estado federal que resulta de uma agregação de Estados que a ele preexistiam é denominado por Manoel Gonçalves Ferreira Filho de “federalismo por agregação”, como é o caso dos Estados Unidos, da Alemanha ou da Suíça. Por outro lado, o Estado unitário que se descentralizou a ponto de gerar Estados que foram “subpostos” é denominado pelo autor de “federalismo por segregação”, sendo este o caso do Brasil. A forma de Estado adotada pelo Brasil é a Federação, nos termos do art. 1º da CF, caracterizada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e Distrito Federal. A base da descentralização política do Estado Federal é a Constituição, a qual segundo Michel Temer deve prever a descentralização, sem a qual não há como se falar em Federação. José Alfredo de Oliveira Baracho demonstra que a descentralização política está associada com a autonomia dos Estados federados e com a participação desses entes na formação da vontade legislativa do Estado federal. Não se pode confundir ainda a Federação com a Confederação. Um dos principais traços distintivos entre a Confederação e a Federação é a soberania, de modo que se pode afirmar que os Estados confederados são soberanos e os Estados federados são apenas autônomos. Celso Ribeiro Bastos explica que a autonomia dos Estados federados “(...) não é uma amplitude incondicionada ou ilimitada de atuação na ordem jurídica, mas tão somente, a disponibilidade sobre certas matérias, respeitados, sempre, princípios fixados na Constituição. Autonomia, destarte, é uma área de competência circunscrita pelo direito, enquanto a soberania não encontra qualquer espécie de limitação jurídica. O Estado federal é soberano do ponto de vista do direito internacional ao passo que os diversos Estados-membros são autônomos do ponto de vista do direito interno”. 01/10/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/6 Portanto, no que diz respeito à Federação, pode-se concluir que, no plano internacional, soberano é o Estado Federal. No plano interno os Estados-membros são pessoas políticas autônomas que receberam atribuições privativas do Texto Constitucional, ressaltando que esta autonomia constitucional não é absoluta, mas relativa, pois devem ser observados os limites traçados pela Constituição Federal. Roque Antonio Carrazza ainda explica que, no Brasil, apesar de no plano internacional, a União Federal “concentrar a soberania da Nação”, exercida em condições de igualdade perante os demais Estados independentes, no plano interno, a União Federal é uma pessoa política com atribuições privativas que se assemelham aos Estados-membros, que, como ela, são autônomos. Conforme o autor, isto só é possível, por força do princípio federativo: "(...) no Brasil, por obra e graça do princípio federativo - verdadeira coluna mestra de nosso sistema jurídico -, convivem harmonicamente (e nisto estamos com Kelsen) a ordem jurídica global (o Estado brasileiro) e as ordens jurídicas parciais, central (a União) e periféricas (os Estados-membros). Esta múltipla incidência só é possível por força da cuidadosa discriminação de competências, levada a efeito pela Constituição da República. Não padece dúvida de que estas ordens jurídicas possuem campos de atuação perfeitamente traçados pela Lei Máxima, de tal arte que em nenhuma hipótese interferem umas com as outras. Nem, muito menos, atritam.” Na Federação Brasileira, portanto, pode se afirmar que, juridicamente, não existe hierarquia entre a União Federal e os Estados-membros. Neste contexto, cada ente político (UF, Estados membros, Municípios e DF), recebeu competências distintas do Texto Constitucional que lei alguma pode alterar. Pode-se concluir, portanto, que no Brasil, em decorrência do Princípio Federativo, inexiste hierarquia as pessoas políticas, sendo esta igualdade garantida pela rígida repartição de competências entre estes entes políticos, expressamente prevista na Constituição Brasileira. Roque Antonio Carrazza ensina que “foi para evitar possíveis choques que o Constituinte delimitou as competências federais e estaduais. A União e Estados só podem desenvolver suas atividades nos campos que lhes foram reservados. Assim, nem a União há de invadir os limites da competência dos Estados, nem estes poderão imiscuir-se em assuntos federais”. De outro lado, como já referido, no Brasil, o Município também faz parte da Federação (arts. 1º, 18, 29 e 30 da CF), juntamente com a União Federal e os Estados-membros, mesmo não possuindo representação no Legislativo federal (art. 45 e 46 da CF) e Poder Judiciário. Entretanto, neste ponto, a doutrina diverge. Para José Afonso da Silva, José Nilo de Castro, Roque Antonio Carrazza, o Município não é integrante da Federação Brasileira sob os seguintes fundamentos: a) na inexistência de Federação de Municípios; b) na falta de representação destes entes políticos no Senado Federal; c) na impossibilidade de um Município apresentar uma proposta de emenda constitucional; 01/10/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/6 d) na falta de previsão autorizando a intervenção da União Federal nos Municípios; e e) no fato do ente municipal não possuir Poder Judiciário. Contrapondo-se a esse entendimento Celso Ribeiro Bastos demonstra que o reconhecimento de que o Município integra a Federação Brasileira contraria os estudiosos que adotaram “(...) um modelo mais clássico de federação, onde se desconhece a ordem municipal no próprio nível da Constituição (...)”. Perfilham o mesmo entendimento Luiz Alberto David Araújo e Vidal Serrano Nunes Júnior e Manoel Gonçalves Ferreira Filho o qual reconhece que a Constituição em vigor foi clara ao incluir o Município entre os entes federativos (art. 1º), sendo que os arts. 29 e 31 garantiram a autonomia municipal semelhante a dos Estados- membros e lhe atribuíram o poder de auto-organização. Donde se concluir que, o Município, ao lado da União Federal, dos Estados- membros é ente federativo, dotado de autonomia, dentro da atribuição de competência traçada pela Constituição Federal, ao qual cabe a organização, sem interferências, de seu governo e o estabelecimento de suas normas jurídicas. Verifica-se, portanto, no ordenamento pátrio, a autonomia municipal é assegurada ao Município, dentro da atribuição de competências prevista pela Constituição Federal, cabendo-lhe organizar seu governo, instituir e arrecadar seus tributos e estabelecer suas próprias normas. De fato, a autonomia dos Municípios ao lado dos Estados membrosé caracterizada em: a) Autonomia de auto-organização: trata-se da capacidade que os Municípios (art. 29, caput) e os Estados membros receberam de elaborarem suas Leis Orgânicas e Constituições Estaduais, respectivamente. b) Autonomia de autogoverno: assegurada aos Municípios (art. 29, I, da Constituição Federal) e aos Estados Membros ao garantir eleições diretas municipais para prefeito, vice-prefeito e vereador (tendo sido extinta, portanto, a nomeação de prefeito no Município) e para governador, vice-governador e deputados estaduais, respectivamente. c) Autonomia legislativa: consiste na capacidade dos Municípios de legislarem sobre matérias de assunto local, de sua competência exclusiva (art. 30, I), inclusive sobre a instituição de tributos próprios; de suplementar a legislação federal e estadual (art. 30, II), no que couber. Trata-se ainda da capacidade atribuída aos Estados membros para legislarem nos termos do art. 25, parágrafo 1º da CF e do art. 24 da CF (competência concorrente). d) Autonomia financeira e tributária: trata-se da capacidade que os Municípios e os Estados membros receberem de criar e cobrar seus tributos dentro de suas respectivas competências. Exercício 1: 01/10/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/6 Só uma das alternativas não caracteriza a Federação: A) subordinação financeira dos Estados à União em nome da unidade nacional. B) descentralização político-administrativa constitucionalmente prevista. C) existência de um órgão que dite a vontade dos Estados-Membros da Federação, no caso o Senado Federal. D) existência de um órgão constitucional encarregado do controle da constitucionalidade das leis, dificultando a invasão de competência. E) n.d.a Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 2: Pela CF/88, a federação brasileira é constituída pela união indissolúvel: A) da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. B) da União, Estados e Distrito Federal. C) da União, Estados, Distrito Federal, Municípios e Territórios. D) da União, Estados e Municípios. 01/10/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/6 E) da União, Estados, Distrito Federal e Territórios. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 3: Podem ser divididos em Municípios: A) Estados, Distrito Federal e Territórios. B) Estados e Distrito Federal. C) Estados e Territórios. D) apenas os Estados. E) Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários Exercício 4: Qual das situações abaixo não constitui causa de intervenção da União nos Estados ou no Distrito Federal: A) manter a integridade nacional. B) 01/10/2017 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos. https://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/6 repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outras. C) garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação. D) prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial. E) violar as regras dos sistema financeira nacional. Comentários: Essa disciplina não é ED ou você não o fez comentários
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