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Características da Constituição de 1988
Por Jornalista Externo
18/12/2005
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O presente trabalho tem o objetivo de destacar as principais características da Constituição brasileira. Considera que a Constituição Cidadã, promulgada em 5 de outubro de 1988, é o núcleo irradiador de legitimidade e ponto de partida para a interpretação de todas as normas do ordenamento jurídico brasileiro.
1. Escrita. Ao contrário das costumeiras, a Constituição brasileira é escrita. Apresenta-se em forma de livro e divide-se em três partes: o Preâmbulo; o Corpo, com 250 artigos; e as Disposições Transitórias, com 94 artigos (por enquanto). Ela é a soma de preâmbulo, corpo e disposições transitórias. Portanto, o corpo é uma parte que se distingue do preâmbulo e das disposições transitórias.
2. Unitextual. Está sistematizada em um texto único, específico. Nela pretendeu-se inserir todo o conteúdo necessário à edificação de um texto constitucional apto a regrar a vida do Estado e da sociedade. Não se pode ignorar, entretanto, que existem normas materialmente constitucionais localizadas em outros textos normativos, como, por exemplo, o Código Eleitoral.
3. Democrática. Elaborada por uma Assembléia Nacional Constituinte cujos representantes foram escolhidos pelo voto popular (com exceção dos chamados senadores biônicos), a Constituição de 1988 é profundamente comprometida com a democracia. Além do mais, ela é o resultado de longos debates dos quais participaram os mais variados segmentos da sociedade brasileira. Esse conteúdo democrático permeia toda a Constituição.
4. Rígida. Prevê um procedimento especial para alterá-la. A rigidez está relacionada, de modo direto, à exigência de três quintos de votos favoráveis. Tal votação deve ocorrer duas vezes em cada uma das Casas Legislativas do Congreso Nacional. Além disso, limita o direito de apresentar Projeto de Emenda Constitucional a (I) um terço dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, (II) ao Presidente da República ou (III) a mais da metade das Assembléias Legislativas das Unidades da Federação.
5. Ideológica. Adveio de uma espécie de torvelinho ideológico: consagra a idéia liberal (ordem econômica) e, ao mesmo tempo, o princípio da igualdade (ordem social). Em idêntico sentido, no campo dos direitos fundamentais consagra os direitos civis e políticos (liberalismo) e os direitos sociais, econômicos e culturais (socialismo). Nota-se, portanto, que tanto o ideário liberal quanto o socialista estão presentes no texto constitucional.
6. Humanista. Tem compromisso induvidoso com a pessoa humana. Nesse campo, trata-se de um dos documentos constitucionais mais avançados já produzidos no mundo. A pessoa humana, um dos fundamentos do Estado brasileiro (art. 1.º, III), é objeto de proteção em diversos dispositivos constitucionais. Pode-se identificar na Constituição o ideário kantiano: as coisas têm preço; o homem, dignidade.
7. Principiológica. Reúnem-se nela princípios relativos aos mais variados campos do conhecimento jurídico. Podem-se encontrar na Constituição os princípios gerais (relativos à República, à Federação, ao Estado Democrático de Direito, à chamada separação de poderes etc.), além de princípios setoriais relativos a diversos campos específicos do Direito.
8. Multidisciplinar. A Constituição de 1988 não se limitou a regrar o poder e a garantir direitos individuais e coletivos. Preocupou-se, também, com matérias relativas a vários campos do Direito: do consumidor, tributário, administrativo, processual, internacional, ambiental etc. Além disso, regrou conteúdos pertencentes a outras ciências, tais como Biologia, Medicina, Física, História, Economia, Filosofia, Ciência Política, Sociologia e Antropologia.
9. Analítica. A Constituição de 1988 é detalhista, minuciosa. O constituinte foi conscientemente pleonástico, repetitivo. Trata, por exemplo, de forma expressa ou implícita, do princípio da igualdade em dezenas de dispositivos.
10. Normativa. Embora muitas normas constitucionais ainda careçam de concretude, não se pode renegar a normatividade da Constituição brasileira. Suas normas (regras e princípios) estão vinculadas à realidade à qual são dirigidas. Todos os dispositivos constitucionais têm força normativa, inclusive os que são classificados como programáticos.
11. Formal. Estabelece procedimentos formais para sua alteração. Faz isso tanto no que se refere à revisão constitucional (ADCT, art. 3.º) e à elaboração de emendas constitucionais (art. 60) quanto à feitura das leis infraconstitucionais (art. 47). Nessas hipóteses, estão previstos procedimentos formais específicos que devem ser observados sob pena de serem praticadas inconstitucionalidades.
12. Federativa. Prevê a forma federativa de Estado. O Brasil é uma Federação composta por várias entidades dotadas de autonomia, quais sejam, União, Estados, Distrito Federal e Municípios (art. 18). Rejeitando o Estado Unitário, a Constituição não apenas consagrou a Federação, mas também a tornou cláusula pétrea, vedada a qualquer poder constituído a pretensão de aboli-la (art. 60, § 4.º, inciso I).
13. Republicana. Consagra a República como forma de governo. Isso implica que os governantes devem ser eleitos pelo voto popular e exercer o respectivo mandato por tempo determinado para possibilitar a alternância no poder. Rechaçada, portanto, a hereditariedade como critério de sucessão do principal mandatário.
14. Presidencialista. Adotou o presidencialismo como sistema de governo. Isso quer dizer que a chefia do Estado e a chefia do governo estão concentradas nas mãos de uma só pessoa. O Presidente da República, no plano interno, exerce o governo e, externamente, representa o Estado brasileiro.
15. Inovadora. Embora tenha repetido significativo número de conteúdos já previstos em Constituições anteriores, a Constituição de 1988 é, em relação a elas, bastante inovadora. Como exemplos, podem-se mencionar os objetivos fundamentais do Estado brasileiro (art. 3.º), a união estável (art. 226, § 3.º) e a família monoparental (art. 226, § 4.º). Por outro lado, não deixa de ser inovadora também em relação a algumas matérias já conhecidas do Direito Internacional (proibição da tortura, prevalência dos direitos humanos) ou do Direito Constitucional de outros países (dignidade da pessoa humana, habeas data, mandado de injunção), eis que tais matérias foram tratadas pela primeira vez no Direito Constitucional brasileiro.
16. Igualitária. Poder-se-ia afirmar que estamos diante da Constituição da igualdade. Vedou tratamentos jurídicos desiguais, preconceituosos e discriminatórios Fez isso em diversas matérias, assegurando o princípio da igualdade material: igualdade entre homens e mulheres; igualdade de direitos entre trabalhadores urbanos e rurais; igualdade de salários, de exercício de funções e de critérios para admissão, independentemente da condição de sexo, idade, cor ou estado civil; igualdade entre o trabalhador portador e o não-portador de deficiência; igualdade de acesso aos serviços de saúde; igualdade de acesso à educação.
Essas características revelam a riqueza da Constituição brasileira e desafiam a todos, juristas ou não, a lutar em sua defesa e concretização.
CARACTERÍSTICAS DA CONSTITUIÇÃO DE 1988
Há diversas formas doutrinárias de se classificar as Constituições, sendo nesse momento apresentado quatro formas de se analisar suas características (Marcus Vasconcellos, 2011):
Quanto à origem: será outorgada quando imposta por um ditador ou um grupo de pessoas, sem a participação do povo (caso da Constituição brasileira de 1824); considera-se democrática (promulgada) quando elaborada com participação popular, na forma da democracia direta (plebiscito ou referendo) ou de democracia representativa, em que o povo escolhe os seus representantes – Assembleia Constituinte – e estes elaboram a Constituição.
Quanto à forma: será escrita (ou instrumental) quando formalizada por um órgão específico para o desempenho dessa tarefa,sendo codificada num documento escrito, único e solene; considera-se não escrita as normas constitucionais não elaboradas em momento determinado e específico, tampouco estão codificada em documento único: são baseadas nos costumes, na jurisprudência (decisões dos tribunais), nas convenções.
Quanto à estabilidade: será imutável quando não puder sofrer modificações em seu texto; considera-se rígida quando exige um processo especial para modificação de seu texto, mais difícil do que o processo de elaboração das demais leis do ordenamento; entende-se como flexível quando permite modificação em seu texto pelo mesmo processo legislativo de alteração das demais leis; e, por fim, semirrígida se exige um processo mais complexo para a alteração de parte de seus dispositivos, mas permite a mudança de certos dispositivos por procedimento simples.
Quanto ao conteúdo: será material (ou substancial) quando for o conjunto de normas constitucionais escritas ou costumeiras (regras elaboradas pelas práticas reiteradas de conduta social), inseridas ou não num documento escrito, que regulam a estrutura do Estado, a organização de seus órgãos e os direitos fundamentais, não admitido como constitucional qualquer outra matéria que não tenha conteúdo essencialmente constitucional; e, formal (procedimental) sendo o conjunto de normas escritas, hierarquicamente superior ao conjunto de leis comuns, independentemente de qual seja o seu conteúdo, isto é, estando na Constituição, é formalmente constitucional – é o documento escrito e solene oriundo da manifestação do constituinte originário.
A Constituição Federal Brasileira de 1988 é classificada como: Promulgada, Escrita, Rígida e Formal.
A partir de agora vamos entrar mais detalhadamente na Constituição Brasileira. Assim você poderá ter elementos mais específicos voltados para os diversos concursos públicos, o nosso foco neste resumo de Direito Constitucional.

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