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Diagn Tratamento. 2012;17(2):88-9. Destaques Cochrane RESUMO Introdução: As vacinas com vírus vivo atenuado para a pre- venção da varicela (catapora) foram demonstradas tanto em en- saios clínicos randomizados (ECR) como em programas de base populacional de imunização em países como os Estados Unidos. No entanto, muitos países não imunizam rotineiramente as crianças contra a varicela, e as exposições continuam a ocorrer. Embora a doença seja geralmente leve, complicações como infec- ção bacteriana secundária, pneumonia e encefalite ocorrem em cerca de 1% dos casos, levando comumente à hospitalização. A utilização de vacina contra a varicela em pessoas que foram re- centemente expostas ao vírus da varicela-zóster tem sido estudada como uma forma de profilaxia pós-exposição (PPE). Objetivos: Avaliar a eficácia e a segurança das vacinas usadas como PPE para a prevenção de varicela em crianças e adultos. Bases de dados consultadas: Nós pesquisamos nas bases de da- dos: Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) (The Cochrane Library, 2008, edição 1); Medline (1966 a feverei- ro de 2008); e Embase (Janeiro de 1990 a Fevereiro de 2008). Critérios de seleção: ECRs e ensaios clínicos quasi-rando- mizados sobre o uso de vacina contra varicela para PPE em comparação com placebo ou nenhuma intervenção. As medi- das de desfecho foram a eficácia na prevenção de casos clínicos e/ou casos confirmados em laboratório e os efeitos adversos após a vacinação. Coleta e análise dos dados: Dois revisores extraíram e analisaram os dados independentemente utilizando o software Review Manager. Principais resultados: Três estudos envolvendo 110 crian- ças saudáveis que eram irmãos de contatos domiciliares foram incluídos. Os estudos variaram em termos de qualidade, dese- nho, tipo de vacina e desfechos avaliados e, por isso, não foi possível fazer metanálises. De modo geral, 13 (18%) de 56 par- ticipantes que receberam a vacina desenvolveram varicela em comparação com 42 (78%) dos 54 que receberam placebo (ou nenhuma vacina). Dos que receberam a vacina e que desenvol- veram varicela, a maioria teve apenas doença leve (com menos de 50 lesões na pele). Nos três estudos, a maioria dos indivíduos recebeu PPE dentro de três dias após a exposição; muito poucos indivíduos foram vacinados quatro a cinco dias após a exposi- ção para determinar a eficácia da vacina quando aplicada com mais de três dias após a exposição. Nenhum dos estudos inclu- ídos apresentou dados sobre eventos adversos após a vacinação. Conclusões dos autores: Esses pequenos ensaios sugerem que vacina contra varicela administrada dentro de três dias para crianças após o contato intradomiciliar com um caso de varicela reduz as taxas de infecção e gravidade dos casos. No entanto, a segurança não foi avaliada adequadamente. Nenhum ECR com adolescentes e adultos foi identificado. REFERÊNCIA 1. Macartney K, McIntyre P. Vaccines for post-exposure prophylaxis against varicella (chickenpox) in children and adults. Cochrane Database Syst Rev. 2008;(3):CD001833. INFORMAÇÕES Este é um resumo de uma revisão Cochrane publicada na Cochrane Database of Systematic Reviews (CDSR) 2011, edição 08, DOI: 10.1002/14651858.CD001833. pub2. (http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/14651858.CD001833.pub2/ abstract). Para citação completa e detalhes dos autores, veja referência 1. Tradução e adaptação: Centro Cohrane do Brasil Rua Pedro de Toledo, 598 Vila Clementino — São Paulo (SP) CEP 04039-001 Tel. (11) 5579-0469/5575-2970 E-mail: cochrane.dmed@epm.br http://www.centrocochranedobrasil.org.br/ O texto completo desta revisão está disponível gratuitamente para toda a América Latina e Caribe em: http://cochrane.bvsalud.org/cochrane/main.php ?lib=COC&searchExp=Macartney&lang=pt IAssistente de Pesquisa do Centro Cochrane do Brasil. IIDoutora em Pediatria, diretora técnica da Divisão de Imunização do Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac” da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. Destaques Cochrane Vacinas contra a varicela em crianças e adultos para profilaxia pós-exposição Autora da tradução: Rachel RieraI Autora dos comentários independentes: Helena Keico SatoII Diagn Tratamento. 2012;17(2):88-9. Rachel Riera 89 COMENTÁRIOS A varicela é causada pelo vírus varicela-zóster (VVZ), que é transmitido por contato direto pessoa a pessoa através dos fluidos das vesículas ou através de aerossóis. O período de in- cubação é de 14 dias, variando entre 10 a 21 dias, e o período de transmissibilidade é de um a dois dias antes e até cinco dias após o início das erupções ou enquanto houver vesículas. As pessoas doentes geralmente têm boa evolução, no entanto, cerca de 5% poderão apresentar complicações bacterianas se- cundárias de pele e vias aéreas superiores e inferiores e, mais raramente, a encefalite.1 A vacina contra varicela ainda não está disponível para as crianças no calendário básico do Ministério da Saúde no Brasil. A vacina contra varicela pode ser administrada em crianças nos primeiros três dias após contato do domicilio com um caso de varicela, reduzindo assim a taxa de infecção e a gravidade dos casos.2 A utilização da vacina varicela como uma medida de profi- laxia pós-exposição para os comunicantes suscetíveis é uma in- formação muito importante para os profissionais, pois, quando aplicada em até 72 horas, evita ou atenua a doença. Essa medi- da poderá ser utilizada além dos comunicantes intradomicilia- res, também para os comunicantes em outros ambientes, como creches e hospitais. No Manual dos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIEs) do Ministério da Saúde,3 a recomendação para utilização da vacina na profilaxia pós-expo- sição é o quanto antes possível, mas podendo ser aplicada até 120 horas após o contágio. Nos CRIEs a vacina está disponí- vel para o controle de surtos hospitalares para os comunicantes suscetíveis a partir de um ano de idade, e para as gestantes e os pacientes imunodeprimidos, é indicada a imunoglobulina específica até 96 horas após o contágio. REFERÊNCIAS 1. Marin M, Güris D, Chaves SS, et al. Prevention of varicella: recommendations of the Advisory Committee on Immunization Practices (ACIP). MMWR Recomm Rep. 2007;56(RR-4):1-40. 2. Macartney K, McIntyre P. Vaccines for post-exposure prophylaxis against varicella (chickenpox) in children and adults. Cochrane Database Syst Rev. 2008;(3):CD001833. 3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual dos centros de referência para imunobiológicos especiais. Brasília: Ministério da Saúde; 2006. Disponível em: http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/livro_cries_3ed.pdf. Acessado em 2012 (20 mar).
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