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HERPESVIRUS BOVINO BoHV-1: vulvovaginite pustular, balanopostite pustular infecciosa, abortos, rinotraqueite infecciosa BoHV-2: mamilite BoHV-5: meningoencelatite – doença neurológica • Prevalência de BoHV-1 no Brasil é de 30 a 70% • Cerca de 218,2 milhões de cabeças nos rebanhos brasileiros • IBR é a principal doença infectocontagiosa de distribuição mundial • Tipo 1- erradicada em Suécia, Dinamarca e Suíça. Endêmica em outros países. • Tipo 2 ppte em regiões de clima temperado, podendo acontecer em regiões tropicais. Ocorrência ppte em região sul do brasil; • Tipo 5 – maior frequência em Brasil e Argentina; Austrália, Europa e EUA. Taxonomia • Ordem: Hespesvirales • Família: Herpesviridae • Subfamília: Alphaherpesvirinae • Causam lesões localizadas em mucosas • Infecção latente • Encefalites • Gênero: Varicellovirus Espécies: • Alphaherpesvirus bovino tipo 1 (BoHV-1) • Alphaherpesvirus bovino tipo 2 (BoHV-2) • Alphaherpesvirus bovino tipo 5 (BoHV-5) Etiologia • DNA fita dupla linear • Capsídeo icosaédrico • Envelopado • BoHV-1: 137kb • BoHV-2: 134kb • BoHV-5: 138kb • 33 genes proteínas estruturais => 13 associados ao envelope Inativação • Álcool (70-80%), • Detergentes • Formaldeído 0,2-8% • Glutaraldeído 2% • pH <3 ou >11, 10 min • -20°C (importante para países frios) REPLICAÇÃO VIRAL E LATÊNCIA • Herpein = “rastejar” • A replicação viral ocorre no núcleo da célula – maior parte; • Produção da progênie viral: lise das células infectadas, principalmente tecidos periféricos. • O herpesvirus fica circularizado no momento da latência: epissoma. Durante a latência não há produção de partículas virais. • A latência ocorre normalmente em neurônio dos gânglios sensoriais e autônomos que inervam o local de infecção primaria e células linfoides (tonsilas, baço e linfonodos). • Uma vez adquirida a infecção, o animal sempre será portador de HV. • A latência dificulta o diagnóstico. CADEIA EPIDEMIOLOGICA Fontes de infecção: BOVIDEOS: tanto os animais em ciclo lítico, quando os portadores assintomáticos. O animal só não dissemina o HV durante a latência. Vias de eliminação: Exsudatos: respiratório, genital, ocular, sêmen Vias de transmissão: Aerossóis, fômites (equipamentos, roupas), sêmen (monta natural ou IA), transferência de embriões, vertical. Porta de entrada Mucosa oral ou mucosa nasal (gânglio trigêmeo); mucosa genital (gânglio sacral) Susceptíveis: Bovinos < 24 meses Outros ruminantes – menos comum EPIDEMIOLOGIA Forma mais benigna: HV-1 e HV-2 Morbidade do HV-1 = 100% e do HV-2 = 20-98% Mortalidade do HV-1 = <5% e do HV-2 = baixa Mortalidade do HV-5: ALTISSIMA PATOGENIA Os abortos acontecem como tempestades abortivas – em massa Animais imunossuprimidos são mais suscetíveis e podem ter infecções secundarias O HV-1 FAZ REATIVAÇÃO DA LATÊNCIA GERALMENTE CURSA COM SINAIS LEVES Cepas relacionadas com manifestações clinicas respiratórias são mais abortivas que as cepas que atingem o sistema genital, pois há manifestação sistêmica – o vírus chega no embrião por via hematógena Os fetos expulsos possuem material sanguinolento e partes necrosadas. Os animais acabam se tornando imunes ao vírus depois de 2 ciclos reprodutivos. Os ciclos posteriores são normais. PATOGENIA DO BoHV-5 Após uma infecção inicial na mucosa nasal ocorre transporte retrógrado, via células nervosas, para os gânglios fase de latência nos gânglios trigêmeos ou replicação viral. Na fase aguda o vírus pode alcançar o SNC (cérebro, córtex, ponte, bulbo, cerebelo e tálamo) ou se estabelecer no gânglio trigêmeo, em latência. A fase aguda dura cerca de 15 dias. Após essa fase, há o período de reativação. Pode haver uma reativação da infecção latente com replicação viral e transporte anterógrado de volta para a mucosa animal excreta o vírus. A reativação no gânglio trigêmeo também pode levar o vírus para o SNC. Não necessariamente todas as áreas do SNC citadas estarão infectadas. Os sinais neurológicos podem ser moderados e passageiros ou graves e fatais. SINAIS CLÍNICOS • Febre (40,5-42°C), depressão, anorexia • Rinite, laringite, traqueíte • Dispneia • Taquipneia • Tosse • Descargas nasais serosas a mucopurulentas (bactérias) • Salivação • Bronquite e pneumonia o Pneumonia bacteriana 2ária por M. haemolytica devido à destruição dos mecanismos de defesa mucociliar • Mucosa nasal hiperêmica com lesões vesiculares a erosivas (úlceras) com focos de necroses nos casos avançados • Conjuntivite uni ou bilateral • Lacrimejamento intenso (frequente) e fotofobia Secreção purulenta devido à contaminação secundária Casos graves ceratites e úlceras de córnea Em inglês essa doença é chamada de red nose devido ao aspecto avermelhado que o focinho dos bovinos adquire. Nos bovinos a conjuntivite ocorre devido a infecção nasal – passagem pelo ducto lacrimal. Complexo respiratório viral bovino • BVDV • Vírus da parainfluenza-3 • Vírus respiratório sincicial bovino • Infecções bacterianas (Pasteurella) As vacinas comerciais geralmente irão conter todos esses microrganismos. Febre do transporte (animais jovens em recria e terminação) • BHV-1 principal agente com colonização bacteriana secundária (pneumonia) • Bezerros submetidos ao estresse do desmame, transporte e confinamento • Aumento do impacto nos sistemas de recria e terminação de novilhos ALTERACOES PATOLOGICAS Rinite, faringite e traqueite fibrinonecrotica com placas espessas de exsudato fibrino necrótico Sinais Clínicos – IPV – vulvovaginite pustular infecciosa • Hipertermia, diminuição do apetite, depressão • Hiperemia vulva e vagina • Edema e vesículas na mucosa vulvar e vaginal, • Corrimento, seroso, mucoso ou mucopurulento • Dor para urinar • Cauda erguida e lateralizada, dorso arqueado • Diminuição da produção de leite Conforme as vesículas da mucosa vaginal vão se rompendo elas vão se tornando úlceras. Há muito sinal de inflamação nas mucosas e pode haver infecção secundaria tambem. Geralmente autolimitante – quando o animal é imunocompetente e não há infecção secundaria Sinais Clínicos – IPB – balanopostite pustular infecciosa • Hipertermia, diminuição de apetite, depressão • Inflamação pênis e prepúcio • Recusa à monta 3 • Exteriorização do pênis • Secreção prepucial • Vesículas, úlceras, deposição de fibrina, sangramento de pênis/prepúcio • Epididimite e diminuição da qualidade sêmen • Aderências penianas podem ocorrer A regressão ocorre de 7 a 8 dias após os primeiros sintomas – doença autolimitante. Essas manifestações clinicas, tanto na IPV quanto na IPB, podem ocorrer em até 2 ciclos. Depois não aparecem mais. Alterações patológicas IPV Na histologia observa-se lise celular na região de ulcera pustular. Também há deposição de linfócitos próximos à lesão. Sinais Clínicos Mamilite herpética – BoHV-2 • Forma localizada (tetos e úbere – mamilite herpética): mais comum tanto em gado de corte, qto leiteiro • Lesões exantemáticas e vesiculares que se rompem levando à exsudação e formação de crostas ou úlceras • Bezerros podem ter as lesões nos focinhos e mucosa oral ao mamarem em vacas infectadas • Forma generalizada cutânea (rara): o Aparecimento súbito de nódulos firmes, redondos e elevados de superfície plana com centro ligeiramente deprimido o As lesões secam em 2 semanas e em até 4 semanas a pele cai e o pelo volta a crescer em seguida • Ambas as formas podem ocorrer simultaneamente (lesão no teto + cutânea) • Lesões são dolorosas (vacas dão coices durante a ordenha) • Mais frequente em regiões de temperaturas mais frias • Lesões em tetos podem aparecer logo após o parto (reativação da infecção latente) • Favorece a uma maior prevalência de mastite • Redução de até 20% na produção de leite• Auto limitante com cicatrização em semanas, podendo ser prolongadas por infec. 2árias • Lesões extensas podem gerar febre Sinais Clínicos – BoHV-5 • Forma de surtos ou casos isolados • Mais frequente em bezerros (estresse desmame e confinamento) • Depressão • Andar cambaleante • Bruxismo • Protusão da língua • Salivação • Flexão do pescoço • Opistótono • Cegueira • Head press • Ataxia • Decúbito • Convulsões O curso clinico pode variar de poucas horas a vários dias. Evolução: óbito (maioria) Sinais respiratórios (hiperemia e secreção nasal, dificuldade respiratória) e/ou abortos concomitantes podem ocorrer. Os sinais clínicos dependem de onde aconteceu a replicação viral. Quadros neurológicos – patologias • Malácia em SNC – cérebro assume aspecto de mingau. • Na histo há corpúsculo de inclusão (córtex cerebral). Diagnostico diferencial: RAIVA Soro pareado pois precisa ter um aumento de 4x para identificar infecção ativa. Nas imagens observa- se o efeito citopático do vírus, com lise celular. CONTROLE E PREVENÇÃO É possível a erradicação? NÃO EXISTE VACINA PARA HERPES VIRUS BOVINO TIPO 2. Mas há algum tipo de proteção cruzada quando se vacina para tipo 1 e tipo 5. Cabanha – unidade de reprodução. Propriedade com higiene sanitária elevada. A vacinação ajuda a diminuir os sinais clínicos. Vacinação • Vacinas DIVA: Não disponíveis no Brasil - usada em programas de erradicação na Europa • Mercado nacional: tem vacinas atenuadas ou inativadas (BoHV-1 e tipo 5). Não tem pro tipo 2. • Diminui a disseminação viral e diminui a gravidade dos sinais clínicos • Não impedem a infecção e instalação da latência • Inativadas: indicadas para fêmeas prenhes – evita infecção do feto • No Brasil: tem vacinas polivalentes IBR com: • BVD, • BVD e Lepto, • BVD, Parainfluenza (PI3), Vírus Sincicial Respiratório Bovino • BRSV, (BRSV) e Lepto • BVD, lepto e campilobacter A escolha da vacina varia junto com as características do rebanho analisado. Vacinas Inativadas: Bezerros: • 1ª dose: desmame • 2ª e 3ª dose: 30 e 30 dias após • Revacinação anual Matrizes: • 2 doses: 60 dias antes da IA e reforço no terço final da gestação Se a vacina for atenuada não precisa de 2 doses (em adultos). Mas não pode fazer atenuada em fêmea prenha.
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