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AULA 1 PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA E PRÁTICA CLÍNICA

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PRESCRIÇÃO FARMACÊUT ICA E 
PRÁTICA CLÍNICA 
 
AULA 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. a Fabrine Cecon 
 
 
 
 
2 
 
CONVERSA INICIAL 
Vídeo de apresentação do professor. 
 A Resolução no 586, de 29 de agosto de 2013, regulamenta a prescrição 
farmacêutica e dá outras providências relacionadas ao exercício da profissão 
farmacêutica. Nesse sentido, o principal objetivo de seu estudo é compreender a 
importância do profissional farmacêutico na assistência à saúde dos pacientes. 
Nos últimos anos, a atuação e a importância do profissional farmacêutico vêm 
sendo incorporadas consideravelmente nas instituições de saúde, com o intuito de 
garantir a segurança e a qualidade no plano terapêutico medicamentoso dos 
pacientes, garantindo, assim, adesão ao tratamento, controle de uso de 
medicamentos e cuidado com a saúde humana. 
 Com a implantação da atenção farmacêutica (ações voltadas ao 
acompanhamento, à promoção, à proteção e à saúde do paciente) em qualquer 
estabelecimento de saúde, o profissional farmacêutico passou a orientar o 
paciente sobre o uso dos medicamentos – dosagem, informações 
farmacocinéticas, farmacodinâmicas, reações adversas, efeitos colaterais entre 
outras vertentes de conhecimento e responsabilidade farmacêutica. Dessa forma, 
passou a interferir na sustentabilidade farmacoeconômica das instituições e, até 
mesmo, nos tratamentos dos pacientes. 
 A profissão farmacêutica é muito antiga, e a procura pela orientação do 
farmacêutico era para atender à saúde pública. Esse profissional era visto como o 
responsável pela prescrição de medicamentos, pois era quem continha as técnicas 
de manipulação de ervas e drogas com a finalidade de cura. Assim, sempre foi 
visto como responsável pela arte de dispor de medicamentos, seja nas farmácias 
de manipulação, seja em grandes indústrias farmacêuticas. 
 O conceito de multidisciplinaridade foi ganhando espaço, e o farmacêutico foi 
consolidando sua responsabilidade e conhecimento em complemento à definição 
e à validação da prescrição médica. Assim, a Resolução no586 de 29 de agosto 
de 2013 veio regulamentar a prescrição farmacêutica e prover outras providências. 
O embasamento dessa Resolução se respalda em várias outras resoluções e 
 
3 
 
portarias referentes ao Conselho Federal de Farmácia (CFF), ao Conselho 
Nacional de Saúde (CNS) e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). 
 Segundo a Resolução no 586, 
No mundo contemporâneo, os modelos de assistência à saúde passam 
por profundas e sensíveis transformações resultantes da demanda por 
serviços, da incorporação de tecnologias e dos desafios de 
sustentabilidade do seu financiamento. Esses fatores provocam 
mudanças na forma de produzir o cuidado à saúde das pessoas, a um 
tempo em que contribuem para a redefinição da divisão social do trabalho 
entre as profissões da saúde. 
 
 Portanto, a indicação de medicamentos isentos de prescrição médica é mais uma 
atividade incluída na Atenção Farmacêutica, em que o farmacêutico pode orientar 
a todos os pacientes que buscam o uso de medicamentos como automedicação 
orientada. 
 A fundamental importância do farmacêutico na área de prescrição reside na 
possibilidade de indicação, desde que seja realizada a sondagem do paciente, 
para, assim, interligar as informações de conhecimento epidemiológico das 
doenças e conhecimento dos produtos. 
 Contudo, é de suma importância contextualizarmos e revermos a assistência 
farmacêutica, contemplando a atenção farmacêutica e a farmácia clínica de forma 
que estas fornecerão suporte ao prescritor e segurança na interpretação e na 
aplicação da prescrição médica. 
 
Vídeo 1 – Para assistir o vídeo clique aqui 
 
CONTEXTUALIZANDO 
É de suma importância compreender a trajetória do papel do farmacêutico, 
desde quando foi ganhando espaço na assistência à saúde global do paciente, 
sendo inserido nas equipes multidisciplinares até a consolidação de sua 
responsabilidade no cuidado e na promoção de uso seguro de medicamentos. 
 
O cuidado prestado pelo farmacêutico se materializa para o paciente e 
para a sociedade na prestação de serviços farmacêuticos. Os serviços, 
 
4 
 
como o acompanhamento farmacoterapêutico, a conciliação de 
medicamentos ou a revisão da farmacoterapia, entre outros, se 
caracterizam pela expertise desse profissional em identificar, prevenir e 
resolver problemas relacionados à farmacoterapia [...]. O farmacêutico 
ainda compartilha com os demais profissionais da saúde outros serviços, 
como é o caso da educação em saúde e do rastreamento [...]. (CFF, 
2014, p. 10) 
 
 Diante disso, fica o questionamento a ser solucionado ao fim do módulo. Qual é 
a importância do conhecimento farmacêutico dentro do plano terapêutico do 
paciente, em que contempla a multidisciplinaridade? 
 
Vídeo 2 – para assistir o vídeo clique aqui 
 
TEMA 1 - BREVE HISTÓRICO 
 Não podemos deixar de integrar, com o que foi sucintamente resumido até agora, 
o histórico da profissão farmacêutica. Antigamente, os farmacêuticos eram 
conhecidos como “boticas” coloniais, ou seja, pesquisavam, manipulavam e 
avaliavam novos produtos – a maioria de origem animal ou vegetal. Uma das suas 
principais funções era garantir que os medicamentos fossem puros, sem 
alterações e preparados de acordo com as técnicas adequadas à sua época. E, 
acima de tudo, eram responsáveis pelo aconselhamento sobre o uso correto dos 
medicamentos magistrais e pela indicação daquele de venda livre, ou seja, desde 
os primórdios da existência da profissão farmacêutica já se contava com a 
“prescrição” do farmacêutico. 
 
A origem de nossa profissão farmacêutica milenar data de 200 d.C. com 
Galeno, seguidor de Hipócrates o Pai da Medicina, que organizou o 
primeiro compêndio de técnicas de manipulação de ervas e drogas com 
a finalidade de curar as mais diversas doenças conhecidas na época. 
Desde então, o farmacêutico é o responsável pela arte de dispor de 
medicamentos, seja nas farmácias de manipulação (magistral ou 
homeopática), seja nas grandes indústrias de medicamentos (CRF-PA, 
2014) 
 
A primeira escola de farmácia foi criada em 1832 na faculdade de Medicina 
do Rio de Janeiro, mas até 1930 o diploma não era exigido para exercer a 
 
5 
 
profissão. Em 1931, foi elaborado o Decreto no 19.606, que regulamentava a 
profissão farmacêutica e estabelecia a exclusividade do exercício da Farmácia ao 
profissional devidamente diplomado ou de sociedades mercantis compostas de 
terceiros, desde que o farmacêutico detivesse no mínimo 30% do capital social 
(SANTOS, 1993). 
Segundo Santos (1993), a profissão de farmacêutico no Brasil sofreu 
transformações significativas devido às profundas modificações tecnológicas 
ocorridas no setor de medicamentos no século XX. Esse fato ocasionou um maior 
distanciamento desse profissional da sua área privativa, os medicamentos, além 
de transferir o profissional para outras áreas afins e acumulativas proporcionaram 
certas confusões entre atribuições do farmacêutico e o mercado de trabalho. 
 
 Com o afastamento do profissional farmacêutico dos estabelecimentos 
comerciais, criou–se um espaço para que comerciantes leigos sem nenhum 
conhecimento técnico assumissem as responsabilidades voltadas ao 
farmacêutico, estimulando, assim, o consumo de medicamentos de forma não 
segura e racional, colocando em risco a saúde da população. Esse processo 
transformou as ações do farmacêutico somente com sentido transcendente às 
relações comerciais. 
 
Atualmente, a farmácia e o farmacêuticotornaram-se alvos de uma 
séria de discussões quando entram em cena aspectos relacionados à 
saúde da população. Estes aspectos estão relacionados à venda de 
medicamentos sem controle algum, medicamentos falsificados, preço 
abusivo de medicamentos essenciais, genéricos, livre concorrência no 
mercado de trabalho, propagandas que transformam o medicamento 
em mágica curadora para todas as doenças, sem alertar aos 
consumidores de possíveis efeitos indesejados, provocados por esses 
medicamentos, enfim, essas propagandas acabam por incentivar o 
consumo de medicamentos [...]. (SILVA, 2015, p. 9). 
 
 Para Santos (1998), citado por Silva (2015), “a natureza da farmácia é ser um 
centro prestador do serviço público onde há, além da distribuição de 
medicamentos, também atenção à saúde da população”. 
 
6 
 
 E assim se dá a importância da Atenção Farmacêutica, que está inserida na 
Assistência Farmacêutica, e é não menos importante que a Farmácia Clínica, 
outro braço complementar da assistência. Dessa forma, não podemos deixar de 
relembrar os conceitos básicos da assistência, os quais já foram mencionados 
anteriormente. 
 
Vídeo 3 – para assistir o vídeo clique aqui 
 
TEMA 2 - ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA 
A Resolução no 338, de 6 de maio de 2004, do Conselho Nacional de 
Saúde, esclarece que 
 
III - a Assistência Farmacêutica trata de um conjunto de ações voltadas 
à promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como 
coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial e visando o 
acesso e ao seu uso racional. Este conjunto envolve a pesquisa, o 
desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como 
a sua seleção, programação, aquisição, distribuição, dispensação, 
garantia da qualidade dos produtos e serviços, acompanhamento e 
avaliação de sua utilização, na perspectiva da obtenção de resultados 
concretos e da melhoria da qualidade de vida da população. 
 
 
Segundo Gomes e Reis (2001), citado por Ferreira (2011, p. 10), 
[...] a Assistência Farmacêutica está relacionada a todas as atividades 
ligadas a promoção do acesso da população aos medicamentos 
essenciais, os quais são produtos considerados básicos e 
indispensáveis ao atendimento da maioria dos problemas de saúde. 
Esses produtos devem estar continuamente disponíveis aos segmentos 
da sociedade que deles necessitem nas formas farmacêuticas 
apropriadas. 
 
A Organização Mundial da Saúde (2002) definiu como medicamento 
essencial aquele que satisfaz às necessidades prioritárias de saúde da 
população. 
 
A Assistência Farmacêutica trata de um conjunto de ações voltadas à 
promoção, proteção e recuperação da saúde, tanto individual como 
coletivo, tendo o medicamento como insumo essencial, visando o 
acesso e seu uso racional [...]. 
 
 
7 
 
Este conjunto envolve a pesquisa, o desenvolvimento e a produção de 
medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, programação, 
aquisição, distribuição, dispensação, garantia da qualidade dos 
produtos e serviços, acompanhamento e avaliação de sua utilização, na 
perspectiva da obtenção de resultados concretos e da melhoria da 
qualidade de vida da população [...]. 
 
Através da Assistência Farmacêutica, o farmacêutico passa a ser 
coresponsável pela qualidade de vida do paciente, pois como tem sua 
formação dirigida ao medicamento, torna-se o profissional capacitado 
em garantir a qualidade do mesmo e, consequentemente, de uma 
qualificada assistência farmacêutica por meio de orientação de uso 
adequado do medicamento. 
 
Essas considerações destacam a importância que o acesso aos 
medicamentos tem no sentido de garantir qualidade de vida à população no intuito 
da recuperação de sua saúde. 
 
A assistência farmacêutica no Brasil teve início em 1971 com a 
instituição da Central de Medicamentos (Ceme), a instituição tinha 
como missão o fornecimento de medicamentos à população sem 
condições econômicas para adquiri-los”. (CONASS, 2007, p.15) 
 
Os medicamentos são importantes no processo de atenção à saúde, 
podendo ser considerados como insumo principal ou até mesmo constituir um fator 
de risco quando utilizados de maneira inadequada. Por isso, é dever do Estado 
promover não só o acesso, mas, principalmente, o uso racional de medicamentos 
para toda a população. 
Em todos os níveis do processo de atenção à saúde, a assistência 
farmacêutica é parte indispensável, tanto em âmbito hospitalar quanto em outros 
serviços de saúde. As atividades do serviço de farmácia são essenciais para 
garantir a efetividade e a segurança no processo de utilização dos medicamentos, 
valorizando, assim, os resultados clínicos e econômicos. 
 
Vídeo 4 – Para assistir o vídeo clique aqui 
 
8 
 
TEMA 3 - ATENÇÃO FARMACÊUTICA 
 A expressão “Atenção Farmacêutica” passou a ser utilizada no Brasil a partir de 
discussões lideradas, entre outros, pela Organização Pan-Americana de Saúde 
(OPAS), Organização Mundial da Saúde (OMS) e Ministério da Saúde (MS). 
 
A Atenção Farmacêutica foi definida pela primeira vez por Hepler e 
Strand (1990) como a provisão responsável do tratamento 
farmacológico com o propósito de alcançar resultados concretos que 
melhorem a qualidade de vida dos pacientes. Posteriormente, a OMS 
estendeu o benefício da Atenção Farmacêutica para toda a comunidade 
e ainda reconheceu o farmacêutico como um dispensador de atenção à 
saúde [...]. (CBAF, 2002, p. 13). 
 
Conforme exposto no Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica (2002, 
p. 16-17), a Atenção Farmacêutica 
 
É um modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no contexto da 
Assistência Farmacêutica. Compreende atitudes, valores éticos, 
comportamentos, habilidades, compromissos e co-responsabilidades na 
prevenção de doenças, promoção e recuperação da saúde, de forma 
integrada à equipe de saúde. É a interação direta do farmacêutico como 
usuário, visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de 
resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da 
qualidade de vida. Esta interação também deve envolver as 
concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suas especificidades 
biopsico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde. 
 
 
 Em sua obra, Silva (2015, p. 12 e 13) destaca que 
 
A Normativa Regente RDC 357/10 define a Atenção Farmacêutica 
como papel exclusivo do profissional farmacêutico, com formação 
acadêmica devido ao seu conhecimento no fármaco e toda abrangência 
social, biológica com ênfase clínica e patológica, consolidando a 
relação existente entre à prática e conhecimento teórico promovendo a 
saúde, segurança e bem-estar do paciente [...]. 
 
Linda Strand conceituou o termo atenção farmacêutica como inacabado 
passando a defender a seguinte definição de atenção farmacêutica: 
“prática na qual o profissional assume a responsabilidade pela definição 
das necessidades farmacoterapicas do paciente e ao compromisso de 
resolvê-las”. Enfatizando que atenção farmacêutica deve ser 
considerada uma prática que auxilia a população como as demais áreas 
de saúde. Na qual possui um processo de cuidado com paciente, uma 
filosofia e um sistema de manejo. Diferente do conceito de 1990 que 
 
9 
 
foca obter resultados. Mas para a autora os resultados não têm 
significado fora do contexto de uma prática assistencial [...]. 
 
A Atenção Farmacêutica tem a finalidade de reduzir os custos com 
assistência médica e garantir maior segurança aos usuários de 
medicamentos. 
 
 
 A atenção farmacêutica vem sendo praticada em várias realidades – seja 
hospitalar, seja comercial– e implantada em diversos países. Essa prática tem 
demonstrado eficácia na redução de agravamentos de patologias crônicas e, 
consequentemente, de custos para o sistema de saúde. 
 No Brasil, ainda existem fatores que dificultam a implantação da Atenção 
Farmacêutica, como a dificuldade de acesso aos medicamentos por parte dos 
usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), nas Unidades Básicas de Saúde onde 
não há farmacêutico nem documentação científica que possibilite demonstrar aos 
gestores dos sistemas público e privado que a implementação da Atenção 
Farmacêutica representa investimento, e não custo. 
 Em contrapartida, há a necessidade de as instituições de ensino farmacêutico 
promoverem adaptações curriculares, a fim de garantir o conhecimento necessário 
para o desempenho da atividade de Atenção Farmacêutica. 
 
Pode-se definir a atenção farmacêutica como parte importante da 
profissão responsável pelo tratamento farmacológico, como o propósito 
de alcançar resultados concretos que melhorem a qualidade de vida do 
paciente. A Atenção Farmacêutica é uma área dentro da Assistência 
Farmacêutica que foca usa atividades no paciente. (FAUS et al., 1999). 
 
Vídeo 5 – Para assistir o vídeo clique aqui 
 
TEMA 4 - FARMÁCIA CLÍNICA 
 A prática da Farmácia Clínica é recente, pois os farmacêuticos que atuavam 
na área assistencial e que deveriam aplicar todas as atividades da assistência 
farmacêutica começaram a converter-se em meros dispensadores de 
 
10 
 
medicamentos. Isso fez com que o profissional se ausentasse das equipes de 
saúde relacionadas ao paciente. 
 Assim, na década de 1960, houve o nascimento de um movimento 
profissional questionador da formação e da responsabilidade do profissional 
farmacêutico, o qual buscava corrigir os problemas que estavam sendo detectados 
em virtude do afastamento do profissional farmacêutico. Líderes profissionais e 
educadores norte-americanos passaram a discutir o conceito de “orientação ao 
paciente”, o que ocasionou a criação da expressão “Farmácia Clínica”. A 
Farmácia Clínica foi compreendida como uma atividade que permitiria aos 
farmacêuticos retomar suas posições integradas às equipes de saúde, 
contribuindo para melhorar os cuidados com os pacientes. 
 No Brasil, deu-se início à atividade de Farmácia Clínica na década de 80, 
em especial na área hospitalar, onde até hoje essa prática ainda apresenta força. 
Em virtude dessas questões, ainda se conceitua que a prática da farmácia clínica 
é pertinente à área hospitalar, erroneamente conceituada, pois a atividade clínica 
não pode ser questão de ambiente ou oportunidade e sem na questão de filosofia 
da profissão farmacêutica. O profissional voltado ao exercício da clínica age como 
clínico em qualquer ambiente em que necessite identificação, promoção e 
resolução de problemas de saúde. 
Enfim, a farmácia clínica tem como objetivos aprimorar e auxiliar o corpo 
clínico a ter habilidade e destreza na hora de decidir o melhor medicamento para 
o paciente. Ao médico, cabe a responsabilidade pelos resultados da 
farmacoterapia; ao farmacêutico, fornecer serviços de suporte adequados e 
conhecimentos especializados sobre a utilização dos medicamentos (HOLLAND 
et al., 1999). 
A prática da Farmácia Clínica está voltada ao cuidado de pacientes, dando 
prioridade ao uso racional e a segurança dos medicamentos, tem o intuito de 
minimizar os efeitos colaterais da terapêutica medicamentosa dos custos do 
tratamento para os pacientes. O farmacêutico é peça-chave na prevenção, na 
detecção e na avaliação dos riscos/benefícios durante o uso de medicamentos, 
 
11 
 
promovendo, assim, a prevenção de reações adversas e garantindo o uso racional 
dos medicamentos. 
 
Vídeo 6 – Para assistir o vídeo clique aqui 
 
TEMA 5 - PRESCRIÇÃO MÉDICA 
De acordo com a Lei Nº 5.991, de 17 de dezembro de 1973, que dispõe 
acerca do controle sanitário do comércio de drogas, medicamentos, insumos 
farmacêuticos e correlatos, destaca-se que 
Art. 35 - Somente será aviada a receita: 
a) que estiver escrita a tinta, em vernáculo, por extenso e de modo 
legível, observados a nomenclatura e o sistema de pesos e medidas 
oficiais; 
b) que contiver o nome e o endereço residencial do paciente e, 
expressamente, o modo de usar a medicação; 
c) que contiver a data e a assinatura do profissional, endereço do 
consultório ou da residência, e o número de inscrição no respectivo 
Conselho profissional. 
[...] 
Art. 40 - A receita em código, para aviamento na farmácia privativa da 
instituição, somente poderá ser prescrita por profissional vinculado à 
unidade hospitalar. 
Art. 41 - Quando a dosagem do medicamento prescrito ultrapassar os 
limites farmacológicos ou a prescrição apresentar incompatibilidades, o 
responsável técnico pelo estabelecimento solicitará confirmação 
expressa ao profissional que a prescreveu. 
Art. 42 - Na ausência do responsável técnico pela farmácia ou de seu 
substituto, será vedado o aviamento de fórmula que dependa de 
manipulação na qual figure substância sob regime de controle sanitário 
especial. 
Art. 43 - O registro do receituário e dos medicamentos sob regime de 
controle sanitário especial não poderá conter rasuras, emendas ou 
irregularidades que possam prejudicar a verificação da sua 
autenticidade. 
 
 
12 
 
 Conforme exposto, toda a prescrição medicamentosa deve ser feita 
exclusivamente por profissionais habilitados e conter como o fármaco deve ser 
utilizado pelo paciente. Para Luiza (2004), em situações de internamento ou 
quando o paciente estiver hospitalizado, a enfermagem será responsável pela 
administração do medicamento. Observa-se, portanto, que este é um 
procedimento multiprofissional, o qual está sujeito à legislação de controle e 
vigilância sanitária. 
 
Em artigo intitulado Prescrição médica: um foco nos erros de prescrição, de 
Valadão et al, 2009, destaca-se que 
O prescritor tem a responsabilidade de elaborar uma prescrição de 
medicamentos que transmita de forma completa as informações para 
todos os profissionais que utilizam esse documento (CASSIANI et al., 
2003) [...]. 
Segundo o Instituto Americano de Medicina (KOHN et al., 2003), cerca 
de 44.000 a 98.000 pacientes morrem a cada ano por lesão iatrogênica, 
sendo o erro na prescrição a causa principal ou que contribui para tal 
evento. Esse número aumenta à medida que profissionais responsáveis 
pela dispensação não conseguem ler a letra dos médicos ou pela falta 
de informações básicas necessárias para uma correta dispensação do 
medicamento (CASSIANI et al., 2003) 
[...] 
De acordo com a Resolução nº 357/2001 [...], o farmacêutico é 
responsável pela avaliação farmacêutica do receituário e somente será 
aviada/dispensada a receita que apresentar as informações exigidas na 
resolução tais como: nome e endereço residencial do paciente, forma 
farmacêutica, posologia, apresentação, método de administração e 
duração do tratamento, data, assinatura e carimbo do profissional, 
endereço do consultório e o número de inscrição no respectivo Conselho 
Profissional, ausência de rasuras e emendas, prescrição a tinta em 
português, em letra de forma, clara e legível ou impressão por 
computador, dentre outras (BRASIL, 2001). Assim sendo, deve-se 
observar o receituário específico e a notificação de receita para a 
dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial (BRASIL, 
1998). 
O farmacêutico tem papel principal diante das prescrições médicas. Ele 
integra a distribuição dos medicamentos e as orientações de uso, sendo, portanto, 
peça-chave na garantia da qualidade do cuidado médico. É o profissional que13 
 
identifica, corrige e reduz possíveis erros associados à prescrição. Suas 
responsabilidades no momento da dispensação são múltiplas, envolvendo 
questões de cunho legal, técnico e clínico. 
 
Vídeo 7 – Para assistir o vídeo clique aqui 
 
FINALIZANDO 
 A Assistência Farmacêutica engloba todas as atividades inerentes à 
profissão farmacêutica. Assim, a prescrição do farmacêutico é mais uma atividade 
inerente à função desse profissional dentro da assistência à saúde, sendo o 
beneficiário o paciente, pois este tem garantido um plano terapêutico eficaz e 
seguro. 
 Conforme contextualizado, todas as funções do profissional farmacêutico 
têm como principal fonte o conhecimento acerca dos medicamentos. Portanto, 
voltando ao questionamento inicial desta aula (Qual é a importância do 
conhecimento farmacêutico dentro do plano terapêutico do paciente, onde 
contempla a multidisciplinaridade?), podemos dizer que o farmacêutico é o 
profissional que mais detém as informações sobre os medicamentos, já que 
estuda e se dedica às informações referentes aos medicamentos, contemplando 
o estudo farmacocinético, farmacodinâmico das drogas, sua composição, 
possíveis reações adversas, efeitos colaterais e interações entre componentes. A 
equipe de saúde é composta de vários profissionais – o médico, que atende aos 
conhecimentos de semiologia e conduta de tratamento aos sinais e sintomas 
encontrados; o farmacêutico, que é o profissional que mais entende dos 
medicamentos destinados ao tratamento dos pacientes; o enfermeiro, que cuida 
do paciente e o atende dentro das orientações médicas (neste caso, quando o 
paciente estiver internado); e outros profissionais contribuem para a 
potencialização dos cuidados ao paciente, como nutricionistas, fisioterapeutas 
entre outros. 
 
 
14 
 
Vídeo 8 – Para assistir o vídeo clique aqui 
 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria Executiva. Assistência farmacêutica. 
Brasília, 2000. 
CRF – PA. Área de atuação. Disponível em: 
<http://www.crfpa.org.br/sitesed/crfpa/?tipo=diversos&tipo_conteudo=canal_cient 
ifico&id=2112239569331709>. Acesso em: 14 abr. 2017. 
DUPIM, J. A. A. Assistência farmacêutica: um modelo de organização. Belo 
Horizonte: SEGRAC, 1999. 
NEGRI, B. Política Federal de Assistência Farmacêutica: 1990 a 2002. Brasília: 
Ed. Ministério da Saúde, 2002. (Série B. Textos Básicos de Saúde) 
PEREIRA, L.R.L.; FREITAS, O. A evolução da atenção farmacêutica e a 
perspectiva para o Brasil. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516933220080004000
06 >. Acesso em: 15 abr. 2017. 
Ferreira, M. J. Q. Assistência Farmacêutica Pública: uma revisão de literatura. 
Disponível em: <http://www.cpqam.fiocruz.br/bibpdf/2011ferreira-mjq.pdf>. 
Acesso em: 15 abr. 2017. 
AGUIAR, G., JUNIOR, L. A. S., FERREIRA, M. A. M. Ilegibilidade e ausência de 
informação nas prescrições médicas: fatores de risco relacionados a erros de 
medicação. RBPS, v. 19, n. 2, p: 84-91, 2006. Disponível em: 
<http://www.saudedireta.com.br/docsupload/133987067040819205.pdf>. Acesso 
em: 14 abr. 2017. 
FREITAS, O. et al. O farmacêutico e a farmácia. Uma retrospectiva e prospectiva. 
Infarma, Ciências Farmacêuticas, v. 14, 1/2, p. 85, 2002. 
 
15 
 
SANTOS, Maria Ruth dos. Do boticário ao bioquímico: As transformações 
ocorridas com a profissão farmacêutica no Brasil. Dissertação (mestrado em 
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