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Modelo_relatorio estagio academico I_Farmacia Digital PDF

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GRUPO SER EDUCACIONAL 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM FARMÁCIA 
ESTÁGIO SUPERVISIONADO I 
 
 
 
Maria Dilcirene Fernandes Farias 
 
 
 
 
 
RELATÓRIO DO ESTÁGIO ACADÊMICO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MAIO - SANTARÉM 
2022
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 4 
2 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA .................................................................................... 5 
3 FARMÁCIA COMUNITÁRIA ............................................................................................ 8 
4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL................................................................................ 11 
4.1 Fluxograma De Organização Da Farmácia Comunitária ................................. 11 
4.2 Fluxograma Do Ciclo Da Assistência Farmacêutica ......................................... 12 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................................. 13 
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 14 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
Estágio Acadêmico I – Farmácia – 3º Período - Digital 
1 INTRODUÇÃO 
 
O farmacêutico é o profissional capacitado a orientar os pacientes, principalmente com 
o intuito de educar e instruir sobre todos os aspectos relacionais ao medicamento. Ele é uma 
grande fonte de informações de conhecimento e aconselhamento, não apenas para pacientes, 
mas também para outros profissionais de saúde. Garante que o medicamento correto seja 
fornecido ao paciente da maneira mais coerente com sua patologia e sintomatologia, na dose e 
formulação mais adequadas. As atividades clínicas do farmacêutico vieram para atender a 
uma necessidade social, coletiva do uso racional e terapêutico do medicamento (VIEIRA, 
2008). 
Segundo Negri (2001), dentre diversas atuações do farmacêutico podemos destacar a 
atuação na farmácia comunitária, onde o principal objetivo é a dispensação de forma 
humanizada de produtos (medicamentos, cosméticos, correlatos) em condições que possam 
minimizar os riscos do uso dos medicamentos e que permitam a avaliação dos resultados 
clínicos, podendo assim, reduzir os riscos associados aos mesmos. Além da dispensação, 
atualmente, o conceito de Cuidados Farmacêuticos engloba um conjunto de processos clínicos 
tais como a dispensação, a indicação, a revisão da terapêutica, a educação para a saúde, a 
farmacovigilância, o segmento farmacoterapêutico e, no âmbito geral, o conceito designado 
como o uso racional do medicamento. Dessa forma, as farmácias comunitárias funcionam 
como um posto avançado de cuidados à saúde e fogem da realidade de meros 
estabelecimentos comerciais geradores de lucros. O paciente é o centro das atividades do 
farmacêutico. O farmacêutico dentro das farmácias comunitárias, por sua vez, possui o poder 
de minimizar a procura nos postos de saúde. Trazendo assim uma economia com 
atendimentos desnecessários e o desafogamento nas unidades de pronto atendimento. 
Outra área de atuação é a Assistência Farmacêutica, no qual a preocupação com o 
bem-estar do paciente é acionada constantemente pelo serviço de saúde, o gerenciador 
farmacêutico assume uma função fundamental como membro de qualquer equipe 
multiprofissional de promoção à saúde. Possibilita-se um resgate do seu papel como 
profissional do medicamento e da sua atuação na atenção direta aos usuários do mesmo, o que 
condiz claramente com a visão dada pela Organização Mundial da Saúde e também pela 
Federação Internacional dos Farmacêuticos de que o farmacêutico deve ter o paciente e não 
apenas o medicamento como foco de qualquer forma de atuação profissional (MENDES, 
2008). 
A orientação farmacêutica é uma ferramenta que auxilia uma terapêutica segura ao 
paciente. Com a orientação disponibilizada, a prática da automedicação e seus riscos 
associados podem ser evitados, impedindo-se, consequentemente, prejuízos à qualidade de 
vida do paciente, livrando de problemas futuros. Todos os países, independentemente de seu 
grau de desenvolvimento, precisam de meios para assegurar o uso racional e custo-efetividade 
dos medicamentos. Nesse sentido, os farmacêuticos podem desempenhar um papel-chave no 
atendimento às necessidades do indivíduo e da sociedade como um todo disponíveis 
(CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DE SÃO PAULO, 2012). 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Estágio Acadêmico I – Farmácia – 3º Período - Digital 
2 ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA 
 
O farmacêutico clínico pode atuar em diversas áreas da saúde como por exemplo em 
hospitais e clínicas, farmácias com ou sem manipulação, consultório farmacêutico, além de 
poder fazer atendimento domiciliar. O farmacêutico é o profissional que está inserido no 
cuidado ao paciente em prol da melhoria da qualidade de vida, através do acompanhamento 
no uso correto de seus medicamentos visando, assim, promoção a saúde. Além do cuidado as 
saúdes e bem estar do paciente relacionado ao uso de medicamentos, sua orientação vai muito 
além, envolvendo também administração dos mesmos, e usos de cosméticos específicos para 
cada indivíduos como também correlatos. O Conselho Federal de Farmácia através da 
Resolução nº 585/2013 regulamenta as atribuições clínicas do Farmacêutico (CFF, 2010). 
O profissional farmacêutico encontra-se em estabelecimento estratégico de amplo 
alcance à população, o que o torna um profissional privilegiado, por ter contato direto com a 
comunidade, sendo canal principal para a promoção do uso racional de medicamentos, para 
uma dispensação voltada à necessidade do usuário que busca pelos medicamentos. No 
entanto, Pereira e Freitas (2008) apontam que esta prática estava prejudicada pela falta de uma 
área privativa para atendimentos aos clientes e pela precária autonomia dos farmacêuticos 
para atuarem no cuidado direto aos clientes. Hoje os estabelecimentos de saúde, bem como, 
farmácias e drogarias, já possuem consultório farmacêutico, onde o profissional tem a 
liberdade de fazer inúmeros exames rápidos, atendimento a pacientes em espaços mais 
privativos. Dentre suas muitas atribuições nestes espaços, há um conjunto de atividades 
administrativas e burocráticas que consomem grande parte do tempo de trabalho, limitando 
sua dedicação direta aos clientes. Além do atendimento em farmácias comerciais, o 
farmacêutico é o profissional diretamente ligado atribuições que relacionam medicamento e 
comunidade. 
No âmbito do SUS, o farmacêutico está inserido no processo de cuidado ao paciente, 
envolvendo desde a pesquisa, desenvolvimento e produção de medicamentos, seleção, 
programação, a compra, distribuição e garantia de qualidade até o acompanhamento e a 
avaliação dos resultados, tendo sempre como objetivo principal e melhoria da qualidade de 
vida da população bem como o seu bem estar físico, psíquico e mental. O farmacêutico 
também gera economia aos cofres públicos, humaniza o atendimento e, interfere, de forma 
positiva, na gestão da logística dos medicamentos e dos serviços da saúde, segundo enfatizou 
a coordenadora, salientando que a presença do farmacêutico deve ser assegurada em todas as 
atividades que envolvam medicamentos ou em ações que visem otimizar a farmacoterapia. O 
profissional por esta próximo ao paciente se tona o primeiro canal de atendimento, assim o 
indivíduo tendo um atendimento de qualidade evita a procura pelos serviços públicos de saúde 
(SILVA, 2013). 
As atividades desenvolvidas pelo farmacêutico visam otimizar a adesão ao tratamento 
prescrito pelos médicos, bem como orientar e esclarecer aos pacientes sobre sua 
farmacoterapia, detectando possíveis reações adversas e estreitando a comunicação com 
pacientes e demais profissionais da saúde. Ele é capacitado a orientar os pacientes, 
principalmente com o intuito de educare instruir sobre todos os aspectos relacionados ao 
medicamento (BRASIL, 2012). Um bom diálogo com o farmacêutico colabora até na 
motivação do cumprimento do tratamento e pode auxiliar com a orientação sobre os efeitos 
adversos, validade do produto, posologia. Cabe a ele ainda, orientar, por exemplo, a 
substituição de um remédio pelo seu genérico de forma adequada. 
O profissional farmacêutico possui grandes atribuições relacionadas e direcionadas aos 
cuidados com o paciente. Ele deve estabelecer uma relação de cuidado centrada no paciente, 
desenvolver ações para a promoção, proteção e recuperação da saúde, participar ativamente 
6 
Estágio Acadêmico I – Farmácia – 3º Período - Digital 
na formulação e no acompanhamento da farmacoterapia, realizar intervenções farmacêuticas, 
conhecer as informações constantes no prontuário do paciente, prescrever no âmbito de sua 
competência profissional, acompanhar a adesão dos pacientes ao tratamento e realizar ações 
para a sua promoção. Entre outras atribuições também podemos destacar a comunicação e 
educação em saúde, como estabelecer processo adequado de comunicação com os pacientes, 
os cuidadores, as famílias, equipes de saúde e sociedade, fornece informação sobre 
medicamentos à equipe de saúde, orientar e educar os pacientes, a família, os cuidadores e a 
sociedade sobre temas relacionados à saúde, desenvolver e participar de programas de 
treinamento e educação continuada de recursos humanos na área de saúde. 
Assistência Farmacêutica engloba um conjunto de ações voltadas à promoção, 
proteção e recuperação da saúde, tanto individual como coletiva, tendo o medicamento como 
insumo essencial e visando ao acesso e uso racional. Esse conjunto envolve a pesquisa, o 
desenvolvimento e a produção de medicamentos e insumos, bem como a sua seleção, 
programação, aquisição, distribuição, prescrição, dispensação, garantia da qualidade dos 
produtos e serviços, acompanhamento e avaliação da sua utilização, na perspectiva da 
obtenção de resultados concretos e da melhoria da qualidade de vida da população 
(MACHADO, 2006). Nas últimas décadas, o farmacêutico reorientou sua formação 
principalmente para o medicamento, esquecendo seu objetivo principal que é o paciente. 
Entretanto, no modelo atual de Assistência Farmacêutica, tornou-se primordial a 
transformação no perfil desse profissional, assumindo um papel importante na informação 
técnica e no desenvolvimento pleno da Assistência Farmacêutica. 
Ele pode trazer contribuições significativas à equipe multidisciplinar que atua no ciclo 
da Assistência Farmacêutica, onde cada etapa deve ser realizada de forma respeitosa e 
minuciosa, a qual vai muito além do simples papel de dispensador de medicamentos. O uso 
irracional de medicamentos é um grande problema de saúde pública, e uma das causas de 
procura de postos de pronto atendimento; portanto, é preciso considerar o potencial de 
contribuição do farmacêutico e efetivamente incorporá-lo às equipes de saúde a fim de que se 
garanta a melhoria da utilização dos medicamentos, com redução dos riscos de 
morbimortalidade e que seu trabalho proporcione meios para que os custos relacionados à 
farmacoterapia sejam os menores possíveis para a sociedade, diminuindo os riscos de 
interações medicamentosas, usos desnecessários e irregulares (SERAFIN; CORREIA 
JÚNIOR; VARGAS, 2015). 
Mesmo com todos os benefícios os quais o profissional entrega para comunidade, 
ainda sim a profissão possui inúmeros obstáculos, erguem-se frente à classe farmacêutica no 
trilhar deste caminho para seu encontro como profissional da saúde por meio da realização 
plena de suas atividades em geral. Entre eles, o despreparo do profissional na área clínica, 
atualmente sendo reduzido pela busca de atualização e pelo aprofundamento do conhecimento 
dentro da formação acadêmica. O desrespeito com o profissional ainda dentro das 
universidades. A formação generalista, preconizada pelas novas diretrizes curriculares para os 
cursos de farmácia, representa uma mudança conceitual, estrutural e filosófica da profissão 
farmacêutica, enfatizando os temas relacionados às questões sanitárias e sociais, incluindo a 
prática da atenção farmacêutica, formando um profissional de múltiplas habilidades, apto a 
exercer a farmácia em todos os seus segmentos e atividades. Porém, para atuar plenamente 
como farmacêutico, atingindo os objetivos preconizados pela nova formação generalista, e 
seguir a normatização legal, o profissional terá de enfrentar o atual sistema de farmácia, o 
qual inclui o comissionamento de funcionários para aumento das vendas, competitividade 
entre farmacêutico e balconista, e a delegação de atividades burocráticas e de gerenciamento 
aos farmacêuticos, em detrimento de sua atuação junto aos usuários. 
O farmacêutico enfrenta então um impasse, entre a sua sobrevivência no mercado, 
incluindo o sucesso da empresa e a garantia do seu emprego, e a realização plena das 
7 
Estágio Acadêmico I – Farmácia – 3º Período - Digital 
atividades do profissional farmacêutico, definida no Código de Ética (Conselho Federal de 
Farmácia, 2001) que cobrada por diversas leis, refletindo a necessidade do profissional 
atuando na sociedade e que resulta na realização profissional. Isso ocorre pelo fato de o 
farmacêutico ainda ter seu lugar de destaque diante de outros profissionais da saúde. Tal 
situação é demonstrada por pesquisa motivada pela detecção de dificuldades enfrentadas por 
farmacêuticos dentro de sua atuação profissional plena. 
Em meio a inúmeras necessidades e demandas do profissional, os serviços 
farmacêuticos não são considerados prioritários na disputa por recursos nos orçamentos da 
saúde pública os quais não visam sua importância para comunidade tirando assim o 
profissional de sua área de atuação. A sua importância ainda não está clara para a maioria dos 
gestores públicos e tampouco para os líderes do setor privado das farmácias comunitárias, 
onde são por sua vez colocados como balconistas no intuito de aumentar o quantitativo de 
vendas. Isso pode ser lido indiretamente no reduzido número de vagas dentro do SUS, e na 
realidade sobejamente conhecida pela população brasileira da ausência do profissional dentro 
das farmácias, onde em alguns estados brasileiros ainda são conhecidos como 
“assinacêuticos”, expressão que dá ao farmacêutico o lugar de profissional o qual assina a 
responsabilidade do estabelecimento, porém não presta os serviços. Todo esse movimento 
atual é ainda pequeno diante das dimensões da categoria profissional e dos problemas vividos 
pelo ensino nas universidades, haja vista o pequeno número ainda de profissionais envolvidos 
e a insipiente organização de grupos de professores atuantes nessa área nas academias. Isso 
realça a importância da sensibilização e adesão de um número cada vez maior de profissionais 
para o resgate deste papel social do farmacêutico. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Estágio Acadêmico I – Farmácia – 3º Período - Digital 
3 FARMÁCIA COMUNITÁRIA 
 
A grande maioria das farmácias comunitárias no Brasil são de propriedade particular, 
privadas. Porém também existem farmácias públicas, sejam elas vinculadas à rede nacional de 
farmácias populares ou às esferas públicas municipais ou estaduais. “Farmácia Comunitária” 
refere-se aos estabelecimentos farmacêuticos os quais não são hospitalares e também são não 
ambulatoriais, porém também atendem à comunidade. Durante muitas décadas a farmácia 
comunitária era vista como estabelecimento apenas comercial, porém a partir de 2014 foi 
regulamentada como estabelecimento de saúde. 
A Lei nº 13.021 de 08 de agosto de 2014 reafirmou as Farmácias e Drogarias como 
Estabelecimentos de saúde quando em seu artigo 3º diz: 
Art. 3º Farmácia é uma unidade de prestação de serviços 
destinada a prestar assistência farmacêutica, assistência à saúdee 
orientação sanitária individual e coletiva, na qual se processe a 
manipulação e/ou dispensação de medicamentos magistrais, oficinais, 
farmacopeicos ou industrializados, cosméticos, insumos farmacêuticos, 
produtos farmacêuticos e correlatos. 
As farmácias podem ser classificadas em “farmácia com manipulação” ou em 
“farmácia sem manipulação ou drogaria”. Ambas as leis exigem a presença do farmacêutico 
no estabelecimento em todo o horário de funcionamento (Brasil, 2014). Com essa atualização 
da definição de farmácia esse estabelecimento deixou de ser apenas comercial e tornou-se um 
local de prestação de assistência farmacêutica e assistência à saúde. Nesse contexto, em 2013 
foram publicadas as resoluções do Conselho Federal de Farmácia (CFF) nº 585 e 586. A 
primeira regulamenta as atribuições clínicas do farmacêutico e a segunda regula a prescrição 
farmacêutica (BRASIL, 2013a;). Ambas visam à “promoção, proteção e recuperação da 
saúde”. 
A farmácia é considerada um estabelecimento de saúde (Lei 13021 de 2014) e de 
interesse público com o dever de assegurar o melhor manejo quando se diz a respeito de 
medicamentos, dando início e/ou continuidade dos cuidados prestados ao paciente. O fato da 
farmácia comunitária ser de fácil acesso à população, é um espaço que se caracteriza pela 
prestação de cuidados de saúde de elevada diferenciação técnico-científica, que tenta servir a 
comunidade sempre, com a maior qualidade e mais agilidade, desafogando também os postos 
de pronto atendimento para casos leves. Na farmácia comunitária, realizam-se atividades 
dirigidas para o medicamento e atividades dirigidas para o paciente. O principal objetivo é a 
dispensação de forma humanizada de produtos (medicamentos, cosméticos, correlatos) em 
condições que possam minimizar os riscos do uso dos medicamentos indiscriminados e que 
permitam a avaliação dos resultados clínicos, podendo assim, reduzir os riscos associados aos 
mesmos (BARETA, 2003). 
 Dispensação, indicação, a revisão da terapêutica, a educação para a saúde, a 
farmacovigilância, o segmento farmacoterapêutico e, no âmbito geral, o conceito designado 
como o uso racional do medicamento, são um conjunto de processos clínicos que vão além da 
simples dispensação, trazendo um conceito muito mais amplo para os cuidados farmacêuticos 
diante da comunidade. Dessa forma, as farmácias comunitárias funcionam como um posto 
avançado de cuidados à saúde e fogem da realidade de meros estabelecimentos comerciais 
geradores de lucros. O paciente é o centro das atividades do farmacêutico. 
As farmácias são importantes locais para busca de atendimento e possível porta de 
entrada de pacientes no sistema de saúde. São eles que estão descentralizados e espalhados 
por toda comunidade, com informações e indicações importantes para saúde e bem estar. Os 
farmacêuticos são os profissionais de saúde mais disponíveis para a população em geral. 
Assim, os serviços farmacêuticos são tão importantes para o cuidado ao paciente quanto os 
9 
Estágio Acadêmico I – Farmácia – 3º Período - Digital 
serviços fornecidos por outros profissionais de saúde. Isto proporciona aos farmacêuticos 
comunitários a oportunidade de prover aconselhamento aos pacientes, interagir e discutir suas 
necessidades, fornece informação sobre medicamentos e sobre o cuidado de doenças, 
incluindo a busca de outros profissionais. Portanto, suas ações apoiam o sistema de saúde e 
adquirem confiança pública. 
Durante muitos anos, infelizmente, as farmácias vinham sendo descaracterizadas ao 
quanto ao seu papel na saúde, devido ao padrão de lógicas meramente econômicas. Eram 
estabelecimentos vistos como apenas comercial, onde a dispensação de medicamentos, 
correlatos e cosméticos eram o único objetivo central. A indução à automedicação, a 
propaganda abusiva e o uso indiscriminado de medicamento são distorções que têm reduzido 
o papel do medicamento a apenas um produto de consumo e as drogarias a locais apenas de 
comércio. É comum que a dispensação de medicamentos ocorra no balcão do 
estabelecimento, sem registros sobre o paciente atendido ou sobre possíveis orientações 
prestadas. O único registro realizado limita-se à venda do produto e, assim, o usuário é 
considerado apenas como consumidor e não como um paciente. 
O papel do farmacêutico é de proporcionar a comunidade esclarecimento no cuidado 
da saúde em geral, atuando na prevenção e promoção da saúde e, principalmente, de orientar 
o paciente sobre o uso racional de medicamentos promovendo então uma população mais 
conscientizada relacionada a uso de medicamentos (SPADA, 2007). Esse papel está dentro do 
conceito de assistência farmacêutica, definido em 2006 pela RDC da ANVISA Nº80 como: 
“conjunto de ações voltadas à promoção, proteção e 
recuperação da saúde, tanto individual como coletivo, tendo o 
medicamento como insumo essencial, visando o acesso e o seu 
uso racional, envolvendo aqueles referentes à atenção 
farmacêutica (BRASIL, 2006).” 
Essa prática está inserida dentro do conceito de atenção farmacêutica definido na 
mesma RDC como: 
“modelo de prática farmacêutica, desenvolvida no 
contexto da assistência farmacêutica, que compreende atitudes, 
valores éticos, comportamentos, habilidades, compromissos e 
corresponsabilidade na prevenção de doenças, na promoção e na 
recuperação da saúde, de forma integrada à equipe de saúde, 
mediante interação direta do farmacêutico com o usuário, 
visando uma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados 
definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria da qualidade 
de vida (BRASIL, 2006).” 
Durante a atenção e a assistência farmacêutica o farmacêutico é capaz de estabelecer 
um relacionamento com o seu paciente a fim de obter a otimização do tratamento 
farmacológico. Nessa etapa é possível realizar a identificação, prevenção e resolução de 
problemas relacionados ao uso dos medicamentos, inserindo o farmacêutico na atenção 
primária à saúde do paciente. A atenção primaria é o primeiro nível de atenção em saúde e se 
caracteriza por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a 
promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a 
reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma 
atenção integral que impacte positivamente na situação de saúde das coletividades (CORRER 
E OTUKI, 2013). 
Segundo Raynor (1996) a orientação verbal ao paciente referente as informações a 
saúde e bem estar, pode ser dividida em três níveis. No primeiro nível são prestadas 
orientações pontuais centradas nas instruções posológicas, instruindo em relação a doses e 
horários. O segundo nível aborda uma explanação mais completa sobre os pontos principais 
10 
Estágio Acadêmico I – Farmácia – 3º Período - Digital 
da farmacoterapia. Esses dois primeiros níveis normalmente são realizados no próprio balcão 
da farmácia. Já o terceiro nível aborda todos os aspectos da farmacoterapia e é normalmente 
prestado em uma área privada da farmácia, conhecida como consultório farmacêutico. Alguns 
serviços farmacêuticos que podem ser realizados dentro desse nível de orientação são a 
revisão da farmacoterapia, a conciliação de medicamentos e a verificação de parâmetros 
clínicos. Esses serviços podem ser especialmente úteis para pacientes crônicos, polimedicados 
ou com dificuldade de adesão ao tratamento (Raynor, 1996; CORRER E OTUKI, 2013). 
A conciliação de medicamentos é um serviço cujo objetivo o estudo da prescrição 
medica junto a patologia do paciente, o qual tem como consequência a prevenção de erros de 
medicação oriundos de discrepâncias da prescrição que podem surgir quando o paciente 
transita por diferentes níveis de atenção à saúde. Dessa forma, a conciliação de medicamentos 
constitui uma ferramenta para minimizar erros e agravos desnecessários no paciente 
(BRASIL, 2016a). 
A verificaçãode parâmetros clínicos inclui a determinação dos níveis capilares de 
glicose, colesterol e triglicerídeos, como também a verificação da temperatura corporal e a 
medida da pressão arterial, além da avaliação antropométrica e a medição de pico de fluxo 
respiratório. Existem farmácias e drogarias que possuem programas que geram diversos 
exames disponíveis para o paciente, os quais os resultados são entregues em alguns minutos. 
Estes podem ser solicitados pelo paciente ou por um outro profissional de saúde e tem por 
objetivo a “verificação do estado clínico do paciente, da efetividade e segurança do 
tratamento, o direcionamento de uma terapia ou o monitoramento do paciente e o 
rastreamento para identificação dos fatores de risco na promoção da saúde e na prevenção da 
doença” (CORRER E OTUKI, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
Estágio Acadêmico I – Farmácia – 3º Período - Digital 
4 ESTRUTURA ORGANIZACIONAL 
4.1 – Fluxograma De Organização Da Farmácia Comunitária (Figura 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Pesquisa Direta, 2022. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
Estágio Acadêmico I – Farmácia – 3º Período - Digital 
4.2 - Fluxograma Do Ciclo Da Assistência Farmacêutica (Figura 2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Marin Et Al., 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
Estágio Acadêmico I – Farmácia – 3º Período - Digital 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Os farmacêuticos, individual e coletivamente, têm grandes papéis importantes a 
desempenhar diante da sociedade, influenciando positivamente a política de medicamentos, o 
uso dos medicamentos e os resultados eficazes dos tratamentos medicamentosos, assim como 
outros aspectos de atenção à saúde. Em muitos casos, essas ações serão empreendidas em 
colaboração com outros profissionais de saúde no âmbito comunitário, trabalhando de forma 
significava em meio a comunidade. Em meio a inúmeras necessidades e demandas da 
população, os serviços farmacêuticos durante muitos anos não são considerados prioritários 
na disputa por recursos nos orçamentos da saúde pública. Isso pôde ser lido indiretamente no 
reduzido número de vagas dentro do SUS, e na realidade sobejamente conhecida pela 
população brasileira da ausência do profissional dentro das farmácias. 
Neste trabalho foi possível evidenciar e demonstrar a importância do profissional 
farmacêutico atuante na vida do paciente. Esse profissional, além de outras funções, é 
responsável pelo manejo de transtornos menores, acompanhamento farmacoterapêutico de 
pacientes, reconciliação medicamentosa, dispensação correta de medicamentos e orientação 
do paciente diante da sua sintomatologia. Nesses processos são realizados esclarecimento 
sobre o medicamento para paciente diante de posologia, forma de administração. O 
farmacêutico também pode intervir sobre possíveis problemas relacionados aos 
medicamentos, organizando receituário, minimizando possíveis efeitos colaterais e impedindo 
interações medicamentosas. 
O farmacêutico é o principal profissional que contribui de forma direta na adesão ao 
tratamento e, consequentemente, no sucesso da farmacoterapia, já que dentre as causas mais 
frequentes de não adesão e abandono ao tratamento pelos pacientes destaca-se a falta de 
informação e a ocorrência de efeitos adversos, os quais são esperados, porem por falta de 
informação o paciente para de fazer o uso, comprometendo assim todo um tratamento. Além 
disso, esse profissional pode estar inserido no processo de educação em saúde e na prestação 
de serviços farmacêuticos como, por exemplo, a consulta farmacêutica, onde pode estar 
inserido a anamnese e a prescrição farmacêutica. Juntas essas atividades contribuem com a 
qualidade de vida da população e caracterizam o farmacêutico como um profissional da 
saúde. 
 A atenção e a assistência farmacêutica realizadas de forma eficaz e com qualidade 
geram a promoção da saúde a qual é denominada como um dos alicerces do exercício 
farmacêutico. É nesse momento onde se incluem a orientação e o acompanhamento dado por 
um profissional farmacêutico plenamente qualificado durante a farmacoterapia. O 
acompanhamento do uso dos medicamentos e a utilização de informações armazenadas 
durante a prática farmacêutica ajudariam bastante no desenvolvimento de mais estratégias 
para auxiliar no combate ao uso inadequado do medicamento, principalmente quando 
promovida e empregada pela assistência farmacêutica, o que seria fundamental para qualquer 
programa nacional de promoção do uso racional de medicamentos feito pelo governo. 
 
 
 
 
 
 
14 
Estágio Acadêmico I – Farmácia – 3º Período - Digital 
 
REFERÊNCIAS 
 
 BARETA, G.S.M. A atenção farmacêutica nas farmácias comunitárias do município de 
Campina Grande do Sul. Visão Acadêmica, Curitiba, v.4, n.2, p. 105-112, 2003. 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção 
Básica. Política nacional de medicamentos. Brasília, DF, 2012. 
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