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�1
AULA 04
FORMULAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICA
1. INTRODUÇÃO
O processo de formulação de políticas públicas pode ser entendido como uma sucessão de 
negociações entre atores que interagem em arenas formais e informais. Algumas dessas negociações são 
mais transparentes e outras menos transparentes. Nesse sentido, é importante que as necessidades e 
objetivos sejam previamente definidos de maneira democrática, pela utilização dos mais diversos mecanismos 
de participação social.
Qualquer intervenção, via política pública, e numa determinada área, tais como saúde, educação, 
turismo etc., não deve ser uma decisão solitária e limitada tão somente a quem detém o poder político 
momentaneamente. A participação da sociedade deve ser considerada fundamental para a implantação e 
implementação de políticas públicas que atendam às reais necessidades da população e estabeleçam seus 
limites e alcances. 
O estabelecimento de prioridades, objetivos e metas a serem alcançadas constitui a espinha dorsal de 
uma política pública, seu aspecto mais concreto, sinalizando para todos os envolvidos os parâmetros pelos 
quais devem se orientar as ações na área. São diretrizes para o setor, qualquer que seja a área, associadas às 
políticas públicas como ferramentas utilizadas pelo Estado para exercer funções públicas no atendimento de 
demandas sociais e soluções de problemas que afetam a coletividade.
Podemos afirmar que a formulação de políticas públicas constitui-se num estágio em que os governos 
democráticos transformam seus propósitos e plataformas eleitorais em ações e programas que produzem 
resultados ou mudanças concretas no mundo real. No entanto, para que as políticas públicas se efetivem é 
fundamental que haja a capacidade de intervenção dos diversos atores políticos envolvidos no processo. 
Essa intervenção só será viável quando os agentes demonstrarem “capacidade não só para 
diagnosticar e analisar a realidade social, econômica e política em que vivem, mas também para interagir e 
negociar de forma democrática com os diferentes atores envolvidos no processo”. (RODRIGUES , 2010, p. 25 1
apud DIAS e MATOS , 2012).2
2. O PAPEL DAS POLÍTICAS PÚBLICAS NO DESENVOLVIMENTO SOCIAL
As demandas sociais podem ser classificadas em novas, recorrentes e reprimidas. São consideradas 
demandas novas as que são o resultado de novos atores políticos ou de novos problemas. Os novos atores e 
novos problemas são aqueles que já existiam anteriormente, mas não eram organizados e nem categorizados 
e dessa forma, não dado a devida importância. 
As demandas recorrentes são aquelas que expressam problemas não resolvidos ou mal resolvidos e 
que, de vez em quando, voltam a surgir na agenda do governo. São tidos como exemplo as questões sobre o 
melhoria no trânsito, inundações causados pelas chuvas, falta de vagas nas escolas etc. 
 RODRIGUES, Marta Maria Assunpção. Políticas Públicas. São Paulo: Publiifolha, 2010. 1
 DIAS, Reinaldo; MATOS, Fernanda. Políticas Públicas: Princípios, propósitos e processos. São Paulo: Atlas, 2012.2
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA (UnB)
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS (FACE)
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO (ADM)�
DISCIPLINA CÓDIGO TURMA CRÉDITO
S
PERÍODO PROFESSOR
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 200794 B 4 2018/1 MARCOS ALBERTO DANTAS
�2
Já as demandas reprimidas são constituídas por situações existentes que passam a sofrer pressões 
da sociedade ou de grupos sociais para fazer parte da agenda do governo e, portanto, possuem peso político 
nas tomadas de decisões.
No entendimento das políticas públicas em relação ao modo como a sociedade se inclui sócio e 
politicamente, Kanaane et al. (2010, p.4) diz que “para se desenvolverem, os países precisam de cidadãos 3
escolarizados, informados e saudáveis e de um Estado esteja disposto a prestar os serviços essenciais, 
garantindo qualidade e quantidade do crescimento econômico que possa satisfazer as necessidade de 
desenvolvimento”.
Nesse sentido, as pessoas precisam ter capacidades e habilidade de exercê-los. É pertinente dizer 
que as situações de pobreza, analfabetismo e violência, são privadas do acesso às informações e da 
responsabilidade social junto ao governo. São considerados cidadãos ativos, segundo Kanaane et al. (2010), 
aqueles que possuem condições para melhorar a qualidade de sua vida política ou cívica por meio de sua 
participação na vida econômica e política.
3. CARACTERIZAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Num processo natural de formação, a política pública configura uma esfera tendente à publicização de 
discussões em que entram em embate diferentes visões de mundo. É uma fase flutuante em que podem ser 
observadas certas iniciativas e mesmo tomadas medidas regulatórias, mas destituídas pela força da lei.
No processo de formação de uma política pública, numa primeira fase há relativamente ampla abertura 
para entrada de novos participantes atraídos por problemas para os quais apresentam soluções particulares, 
mas em âmbito de paradigmas diferentes. A consequência natural é o surgimento de tendências de 
fragmentação e perda de foco das linhas de ação mais gerais.
Numa perspectiva de relação entre o Estado e a sociedade, o alinhamento político-administrativo, 
independentemente do tempo de desenvolvimento da política, os métodos e instrumentos continuarão sendo 
considerados inadequados e as soluções geradas tenderão a ser ineficientes para enfrentar os problemas 
existentes.
As políticas públicas podem ser caracterizadas por setorializadas, territorializadas, verticais e 
horizontais .4
a) Políticas Públicas Setoriais
A setorialidade, ou delimitação temática, tem como premissa a adoção de estratégias de regulação 
situacional ativa e autônoma para produção de regras do jogo político em dado espaço definido pela própria 
conceituação do problema da política. São exemplos de políticas públicas setorializadas o combate às drogas, 
problemas ambientais, direitos do cidadão etc.
b) Políticas Públicas Territoriais
A territorialidade, ou delimitação geográfica, tem como fundamento a ação estratégica de arcabouços 
institucionais mais permanentes e claramente delimitados. Há, assim, maiores possibilidades de coordenação 
e de controle por atores detentores de autoridade legítima sobre dada circunscrição territorial. Como exemplo 
temos as políticas de desenvolvimento do semiárido, as políticas de combate ao contrabando e descaminhos 
em fronteiras etc.
 KANAANE, Roberto; FIEL FILHO, Alécio; FERREIRA, Maria das Graças (org.). Gestão Pública: Planejamento, 3
Processos, Sistemas de informações e Pessoas. São Paulo: Atlas, 2010.
 PROCOPIUCK, Mário. Políticas Públicas e Fundamentos da Administração Pública. São Paulo: Atlas, 2013.4
�3
c) Políticas Públicas Verticais
As políticas verticais, em termos de coordenação, são as mais tradicionais e comuns de serem 
encontradas. São políticas desenvolvidas com base em estruturas relativamente simples e, normalmente 
conduzidas a partir de diretrizes mais amplas. Em políticas coordenadas verticalmente tem se sobressaído 
como grande desafio para muitos governos a manutenção de um mínimo de capacidade política de direção 
para assegurar coerência, uniformidade e equidade e, ao mesmo tempo, permitir suficiente nível de autonomia. 
São exemplos de políticas verticalizadas a definição de responsabilidade sobre educação básica, política 
tributária, política de desenvolvimento urbano etc.
d) Políticas Públicas Horizontais
As políticas públicas horizontais, também chamada de mutuamente integradas, são desenvolvidas 
entre partes de uma mesma organização ou por organizações situadas hierarquicamente em um mesmo 
âmbito. Na atualidade, as tentativas de articular horizontalmente suscitam muitas discussões sobre como 
devem ser constituídos sistemas de coordenação que garantam um mínimode alinhamento para assegurar a 
geração de resultados operacionais eficientes. Temos como exemplos as políticas de coletas de resíduos 
urbanos por municípios situados em áreas metropolitanas, políticas de combate ao tráfico de drogas no 
Mercosul etc.
4. CICLOS OU PROCESSO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Os ciclos ou processos de políticas públicas constituem um modelo que decompõe a política pública 
em uma série de etapas que formam uma sequência lógica. Apresentada por Charles Jones , em 1970, os 5
ciclos são compostos por fases no desenvolvimento das políticas públicas. As mais importantes são: 
identificação do problema, formulação de soluções, tomada de decisão, implementação e avaliação.
Esse modelo de análise tem como vantagem apresentar a política pública como uma sucessão de 
sequências correspondendo a uma abordagem clássica e racional da política envolvendo diversos cenários e 
atores. O modelo é aplicável na análise de qualquer política, além de facilitar a delimitação do objeto de 
estudo. (DIAS e MATOS, 2012).
É importante ressaltar que o ciclo de políticas públicas se limita a representar uma estrutura útil para 
situar a análise de políticas públicas nas arenas de políticas operacionais. Dentro dessa estrutura analítica 
simplificada, a formulação e implementação de políticas públicas devem ser vistas como resultado de 
articulações de natureza política, que envolvem lutas e conflitos entre indivíduos e grupos detentores de ideias, 
informações e valores conflitantes.
O ciclo de políticas públicas, como instrumento de suporte à análise e gestão, apresenta várias 
vantagens. A primeira, e mais relevante, é centrar a atenção dos atores envolvidos com o processo decisório 
para que levem em conta os fatores que poderão, de algum modo, condicionar suas ações. A segunda 
vantagem diz respeito à capacidade do sequenciamento das etapas permitir a captura e a compreensão do 
fluxo de ações.
Procopiuck (2013, p.159), destaca a finalidade do modelo do ciclo de políticas públicas que é 
compreender, explicitar e explicar processos de políticas públicas. 
a) Ciclo estratégico de Políticas Públicas
O ciclo estratégico de políticas públicas tem como grande vantagem permitir uma visão intuitiva prática 
para conceptualização e organização do estudo das políticas públicas. Ele representa um arcabouço que serve 
de referência para a compreensão de como boa parte dos estudos de campo das políticas públicas vem sendo 
desenvolvida nas últimas décadas.
O ciclo estratégico de políticas públicas apresenta as seguintes fases:
 JONES, Charles O. An introduction to the study of public policy. Belmont, C A: Wudsworth, 1970.5
�4
Fase 1) – (Re)surgimento do problema: esta fase tem origem a partir do momento que a coletividade passa 
a enfrentar desconforto em relação a alguns aspectos da sociedade. São percebidos sintomas, mas sem que 
sejam relacionados diretamente e amplamente com uma causa específica.
Fase 2) – Percepção dos atores públicos e privados: neste estágio já há a percepção coletiva de que há 
um problema que exige a intervenção do poder público para auxiliar na solução. Isso normalmente ocorre 
quando há dissonância entre a realidade com a coletividade que julga necessário atende às suas 
necessidades.
Fase 3) – Definição da agenda: aqui, os principais atores do sistema político-administrativo envolvidos com a 
busca de soluções para a situação-problema procuram identificar estratégias gerais para o enfrentamento e 
fontes de competências e recursos a serem mobilizados para o delineamento das alternativas.
Fase 4) – Formulação de alternativas: depois de identificados e mobilizados os principais atores, são 
iniciadas atividades com vistas a obter conhecimento mais profundo sobre aspectos técnicos necessários para 
levar em frente a concepção da política pública.
Fase 5) – Elaboração de um plano estratégico: dentro de uma ampla política pública, o planejamento 
estratégico permite o alinhamento entre um grande número de organizações participantes em função de 
objetivos e metas projetados para diferentes perspectivas temporais.
Fase 6) – Adoção de um programa legislativo: como políticas públicas normalmente dependem da alocação 
de elevado volume de recursos financeiros, da estruturação de bases administrativas permanentes, da 
definição de bases legais para seu funcionamento, há de definir e aprovar o seu arcabouço legal.
Fase 7) – Implementação do plano tático e operacional: definidas as bases legais de sustentação da 
política pública, o próximo passo é o desenvolvimento de um plano tático para, com base no plano estratégico, 
viabilizar a implementação operacional para produção de resultados concretos.
Fase 8) Avaliação dos efeitos da política: nesta fase final do processo de gestão de uma política pública o 
objetivo é verificar as consequências da implementação. Além disso, é o momento de se verificar com que 
nível de eficiência e eficácia os problemas foram sanados em decorrência da implementação. 
Secchi (2017) resume o ciclo de política pública da seguinte forma:6
 SECCHI, Leonardo. Políticas Públicas: conceitos, esquemas de análise, casos práticos. 2 ed. São Paulo: Cengage 6
Learning, 2017.
�5
Apesar de sua utilidade heurística, o ciclo de políticas públicas raramente reflete a real dinâmica ou 
vida de uma política pública. As fases geralmente se apresentam misturadas, as sequências se alternam. 
Diante de de todas essas ponderações, o ciclo de políticas públicas tem uma grande utilidade: ajuda a 
organizar as ideias, faz que a complexidade de uma política pública seja simplificada e ajuda políticos, 
administradores e pesquisadores a criar um referencial comparativo para casos heterogêneos.
5. A PROBLEMÁTICA PÚBLICA
Qualquer processo de formação de uma política pública começa com a identificação de um problema 
ou de um estado de coisas que exija uma intervenção governamental. No entanto, nem todos os problemas 
reais são introduzidos dessa forma, de tal modo que para uma questão entre na agenda de governo não basta 
ser considerada problemática. Há a necessidade também que se torne um problema político, a partir da 
mobilização política, através da qual atores articulados obtêm a atenção das autoridades para um problema, e 
assim consiga entrar na agenda governamental.
Um problema pode ser considerado uma situação que causa insatisfação num determinado grupo, 
para o qual existe uma lacuna entre situação percebida e a situação desejada. Nesse sentido, um problema 
chama atenção pública porque afeta um interesse ou direito público de forma que: 
✓ viola compromissos legítimos; 
✓ enfraquece a condição comum de cidadão;
✓ vai contra os valores comuns que sustentam a comunidade;
✓ causa danos aos bens sociais de forma que eles apenas podem ser protegidos através de ação 
coletiva; e 
✓ vai contra a justiça, a equidade ou interesse coletivo.
Definir um problema político compreende uma decisão de intervenção política e também a definição da 
atuação e a delimitação da extensão dos seus efeitos sobre os grupos envolvidos com o problema, bem como 
a identificação, por parte dos atores públicos, das causas prováveis e as forma de intervenção previstas.
Delimitar um problema político é politicamente fundamental no processo de elaboração de uma política 
pública; envolve definir quais são os seus elementos e sintetizar em uma frase a essência do mesmo. No 
entanto é importante destacar que qualquer definição oficial do problema é temporária. Nas fases sucessivas 
de formulação de alternativas e, principalmente, na implantação, os problemas públicos podem ser redefinidos 
e adaptados por alguns dos atores envolvidos.
6. A FORMAÇÃO DA AGENDA
Na fase de configuração da agenda é que se decide se um tema deve efetivamente ser inserido na 
pauta política ou se deve ser excluído ou adiado para uma data posterior, independentemente de sua 
relevância.Para que essa decisão seja tomada, é necessária pelo menos uma avaliação preliminar sobre 
custos e benefícios das várias opções disponíveis de ação, bem como uma avaliação das chances do tema ou 
projeto se impor na arena política que estão diretamente afetados pelo problema.
A definição de um problema público a ser resolvido, as várias alternativas de resolução, seu 
desenvolvimento e implantação dependem, em boa parte, do número de pessoas afetadas pelo problema, das 
medidas a serem adotadas para a sua solução e do grau de agregação dos interesses envolvidos e do nível e 
tipo de organização que conseguem alcançar.
Uma das mais importantes funções da agenda é sua faculdade de definir as prioridades da 
administração pública em termos de orçamento, mecanismo de formulação e implementação de políticas 
públicas, a forma de atuar com grupos sociais específicos, entre outras.
�6
A agenda determina o que será ou não incluído, determinando também as arenas decisórias e os 
agentes que estarão em conflito no poder político. Toda construção de agendas envolve um processo 
altamente seletivo, em que concorrem os problemas com diversas hierarquias de prioridades, que em geral 
são bastante heterogêneas. 
7. FORMULAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS
Na formulação de políticas públicas que compõem a agenda são definidas propostas na definição de 
metas, objetivos e recursos, tais como: Clareza nas metas e objetivos; Consistência no que será comunicado; 
Buscar uma melhor relação entre as atividades; e proporcionar condições políticas, econômicas e sociais.
O processo de formulação de políticas para solucionar um problema inscrito na agenda pública, 
segundo Kanaane et al. (2010), permite resolver qual das diferentes alternativas existentes será mais 
apropriada para diminuir a tensão entre a situação atual e situação desejada. 
É importante ressaltar que na formulação de políticas públicas, são considerados diferentes 
abordagens da racionalidade:
1. Racionalidade econômica - são usados critérios de escolha pública e de economia do bem-estar social, 
sem entrar no julgamento dos valores;
2. Racionalidade político-sistêmica - estabelece um acordo entre os atores formuladores: sociedade e 
gestores.
3. Racionalidade dos responsáveis - estão sujeitos ao processo decisório e ao debate público, 
considerando as questões étnicas sobre formulação de políticas públicas.
Quando uma questão ou demanda alcança a categoria de um problema político prioritário, ela passa a 
compor a agenda. E é a partir desse momento que se dá início à formulação de alternativas, quando os atores 
expressam claramente suas preferências e interesses.
Esse processo ocorre com um embate político entre diversos interesses, e quando da definição do 
objetivo da política adotada, serão rejeitadas várias propostas de ação. É aí que reside a importância da 
participação ativa de um corpo técnico da administração pública que deverá fundamentar com clareza a 
proposta escolhida no que se refere à utilização de diversos recursos necessários, tais como matérias, 
econômicos, técnicos etc.
A realização de um diagnóstico é uma condição inicial para a busca de solução para um determinado 
problema, além da identificação e desenvolvimento de alternativas. Quando as alternativas são formuladas, 
transformam-se em expectativas e é nesse momento que diversos atores se mobilizam para a formação de 
coalizões de compromisso, negociação e decisão. Dessa forma vai se construindo uma consciência coletiva 
sobre a necessidade de se enfrentar o problema.
É nessa fase que adquire importância o papel dos especialistas, assessores, funcionários qualificados 
tecnicamente e analistas de empresas e instituições de pesquisa, que procurarão construir cenários futuros em 
função das medidas tomadas no presente.
8. MODELOS DE FORMULAÇÃO E ANÁLISE DE POLÍTICAS PÚBLICAS7
Dentro do campo específico da política pública, Celina Souza apresenta alguns modelos explicativos 8
que foram desenvolvidos para se entender melhor como e por que o governo faz ou deixa de fazer alguma 
ação que repercutirá na vida dos cidadãos. Muitos foram os modelos desenvolvidos e aqui serão mapeados 
apenas os principais.
 http://www.scielo.br/pdf/soc/n16/a03n167
 * Phd em Ciência Política pela London School of Economics and Political Science (LSE). Pesquisadora do Centro de 8
Recursos Humanos (CRH) da Universidade Federal da Bahia. Brasil.
�7
a) O modelo garbage can
O modelo garbage can ou “lata de lixo” foi desenvolvido por Cohen, March e Olsen (1972) , 9
argumentando que escolhas de políticas públicas são feitas como se as alternativas estivessem em uma “lata 
de lixo”. Ou seja, existem vários problemas e poucas soluções. As soluções não seriam detidamente 
analisadas e dependeriam do leque de soluções que os decisores (policy makers) têm no momento. 
b) Coalizão de defesa
O modelo da coalizão de defesa (advocacy coalition), de Sabatier e Jenkins-Smith (1993), discorda 10
da visão da política pública trazida pelo ciclo da política e pelo garbage can por sua escassa capacidade 
explicativa sobre por que mudanças ocorrem nas políticas públicas. 
c) Arenas sociais
O modelo de arenas sociais vê a política pública como uma iniciativa dos chamados empreendedores 
políticos ou de políticas públicas. Isto porque, para que uma determinada circunstância ou evento se 
transforme em um problema, é preciso que as pessoas se convençam de que algo precisa ser feito. É quando 
os policy makers do governo passam a prestar atenção em algumas questões e a ignorar outras. 
Esses empreendedores constituem a policy community, comunidade de especialistas, pessoas que 
estão dispostas a investir recursos variados esperando um retorno futuro, dado por uma política pública que 
favoreça suas demandas. Eles são cruciais para a sobrevivência e o sucesso de uma ideia e para colocar o 
problema na agenda pública.
Das diversas definições e modelos sobre políticas públicas, podemos extrair e sintetizar seus 
elementos principais:
✓ ︎Permite distinguir entre o que o governo pretende fazer e o que, de fato, faz.
✓ Envolve vários atores e níveis de decisão, materializada através dos governos.
✓ É abrangente e não se limita a leis e regras.
✓ É uma ação intencional, com objetivos a serem alcançados.
✓ É uma política de longo prazo, embora tenha impactos no curto prazo.
✓ Envolve processos subsequentes após sua decisão e proposição.
9. A IMPLEMENTAÇÃO DE UMA POLÍTICA
A fase de implementação consiste em uma adaptação do programa de políticas públicas às situações 
concretas que deverão ser enfrentadas. Não havendo ação, não há políticas públicas, conforme descreve Silva 
e Melo (2000) onde a correspondente fase à execução de atividades permitem que ações sejam 11
implementadas com vistas à obtenção de metas definidas no processo de formulação das políticas.
Um fator que deve ser considerado é que a existência de diferentes níveis de governo fornece um 
peso cada vez maior às chamadas “relações inter-governamentais”, que representam um problema adicional, 
 COHEN, Michael, MARCH, James e OLSEN, Johan. “A Garbage Can Model of Organizational Choice”, Administrative 9
Science Quarterley 17: 1-25. 1972.
 SABATIER, Paul e JENKINS-SMITH, Hank. Policy Change and Learning: The Advocacy Coalition Approach. Boulder: 10
Westview Press. 1993.
 SILVA, Pedro Luiz Barros; MELO, Marcus André Barreto. O processo de implementação de políticas públicas no 11
Brasil: características e determinantes da avaliação de programas e projetos. Caderno 48. Núcleo de Estudos de Políticas 
Públicas-Unicamp, 2000.
�8
particularmente difícil, na composição dos Estados. Fernández (2008) destaca que é pela frequente ausência 12
nas relações hierárquicas entre os diferentes níveis de governo que determinadas políticas que requerem a 
colaboração interinstitucional se tornam dificultosas.Ao se colocar em prática uma política pública, podem ser identificadas duas perspectivas de análise 
que podem ser vistas como opostas ou complementares entre si. São os modelos top-down e bottom-up. O 
modelo top-down corresponde à concepção tradicional do trabalho administrativo que se desenvolve de cima 
(nível político) para baixo (nível técnico) ou do centro para a periferia. Trata-se de um modelo linear, mais ideal 
que real, já que não leva em conta que, na realidade, dificilmente se dariam as condições que permitem a 
perfeita implementação. Tem como principais postulados a primazia hierárquica da autoridade, a distinção 
entre o universo político e o administrativo e, por fim, a busca da eficiência.
O modelo bottom-up, por outro lado, se desenvolve de baixo (nível técnico) para cima (nível político). 
Elas se desenvolvem como enfoques críticos ou alternativos diante da ineficiência que apresentam os 
processos de implementação tradicionais top-down. Esse modelo considera que se deve partir dos 
comportamentos concretos no nível onde existe o problema para construir a política pública gradativamente, 
com regras, procedimentos e estruturas organizacionais.
10. O PROCESSO DE TOMADA DE DECISÃO
A atuação do Estado em qualquer dos seus níveis de intervenção político-administrativa (federal, 
distrital, estadual ou municipal) implica obrigatoriamente a escolha de determinadas alternativas em vez de 
outras. Cabe ao governo fixar prioridades, metas e objetivo a serem alcançados e embora o seja o governo 
quem formalmente toma as decisões, há muitos atores envolvidos.
Esses atores irão influir sobre o processo de decisão, defendendo seus interesses e recursos tanto 
materiais quanto ideológicos. A presença dessa multiplicidade de atores significa que as decisões não são 
sempre as mais racionais ou as mais coerentes que poderiam ser adotadas, mas sim a vencedora do 
confronto entre os diversos atores.
No final, em dado momento, quando se estabeleceu um determinado procedimento legal – as regras 
do jogo – um determinado ator toma as decisões, que pode ser o Legislativo, o governante, um secretário, um 
ministro. A partir desse momento, o que era uma das muitas opções se torna oficial revestida de toda a 
autoridade e força que emanam o Estado.
As escolhas feitas, legitimada por voto ou por assinatura, são expressas em leis, decretos, normas, 
resoluções ou qualquer outro ato administrativo. Uma vez formuladas as soluções possíveis, torna-se 
necessário proceder à delicada tarefa de escolher uma delas. 
11. NATUREZA DAS POLÍTICAS PÚBLICAS
De acordo com Procopiuck (2013) as políticas públicas normalmente são programas de ação 13
governamental que ocorre num determinado setor social ou espaço geográfico. De modo geral, o processo de 
política pública pode ser sintetizado de acordo com as fases que seguem:
FASE CARACTERÍSTICAS
Iniciação ✓ Pensamento criativo sobre o problema.
✓ Definição de objetivos.
✓ Criação de opções.
✓ Tentativas e exploração preliminar de conceitos, demandas e possibilidades.
 FERNÁNDEZ, Antoni. Las políticas públicas. In: BADIA, Miguel Caminal (Ed.). Manual de ciência pollitoica. Madri: 12
Tecnos, 2008. 
 PROCOPIUCK, Mário. Políticas Públicas e Fundamentos da Administração Pública. São Paulo: Atlas, 2013.13
�9
Nesse sentido, Rodrigues (2010) aponta para dois caminhos, o acompanhamento e monitoramento: 14
O acompanhamento pode ser entendido como um processo sistemático de supervisão e avaliação de 
execução de uma atividade, que tem por objetivo fornecer informações necessárias para introduzir eventuais 
correções a fim de assegurar a consecução dos objetivos estabelecidos.
O monitoramento se constitui em avaliações pontuais das ações de governo que se referem ao 
impacto da implementação. Conforme descrito por, o monitoramento é um processo contínuo que visa corrigir 
os rumos da implementação, não só para que o desempenho das ações seja maximizado, mas também para 
que se levem em conta a adequada relação dos meios-fins e a efetividade das metas previamente propostas.
Tanto o acompanhamento quanto o monitoramento são precedidos da avaliação realizada a partir de 
informação embasada em dados confiáveis, obtidos através de análise objetiva dos efeitos das ações públicas. 
Ela é importante para as instituições e governos, pois fundamentam sua legitimidade não somente na 
legalidade de suas decisões, mas também no que fazem, ou seja, nos resultados.
A avaliação pode ser descrita como uma área de pesquisa que tem por objetivo medir a utilidade e 
benefícios da intervenção pública através do emprego de um conjunto de técnicas utilizadas em diferentes 
campos das ciências sociais. É um elemento fundamental para o sucesso das políticas públicas e não deve ser 
realizada somente ao final do processo, mas em todos os momentos do ciclo da política.
A avaliação é uma ferramenta importante pois permite à administração realizar uma série de ações em 
função dos resultados obtidos, entre as quais:
Gerar informações úteis para futuras políticas públicas;
Prestar contas de seus atos
Justificar as ações e explicar as decisões
Corrigir e previnir falhas;
Responder se os recursos estão produzindo os resultados esperados e de forma eficiente;
Identificar barreiras que impedem o sucesso do programa;
Estimação ✓ Investigação de conceitos e de demandas.
✓ Estimativas de impactos.
✓ Exame normativo das consequências prováveis.
✓ Delineamento de um programa.
✓ Estabelecimento de critérios de desempenho esperado e de indicadores.
Seleção ✓ Debates sobre as possíveis opções.
✓ Compromissos, negociações e ajustes de interesses.
✓ Redução de incertezas sobre as opções.
✓ Integração de elementos de decisão não racionais e de questões ideológicas.
✓ Decisão entre as opções.
✓ Atribuição de responsabilidades para a execução.
Implementação ✓ Desenvolvimento de regras, estruturas de regulação e linhas gerais para execução das 
decisões.
✓ Mudança nas decisões para se ajustarem às restrições operacionais.
✓ Transformação das decisões em termos operacionais.
✓ Elaboração de um programa com objetivos e padrões de desempenho, incluindo cronogramas 
de operações.
Avaliação ✓ Comparação entre o desempenho real e o desempenho esperado em termos dos critérios 
estabelecidos previamente.
✓ Atribuição de responsabilidades em relação às discrepâncias observadas no desempenho.
Conclusão ✓ Determinação dos custos, das consequências e dos benefícios decorrentes das ações adotadas 
na política.
✓ Comparar o que foi necessário e o que foi requisitado.
✓ Especificar os problemas detectados no momento da conclusão.
 RODRIGUES, Marta Maria Assunpção. Políticas Públicas. São Paulo: Publiifolha, 2010. 14
�10
Promover o diálogo entre os vários atores, tanto individuais quanto coletivo, envolvidos;
Fomentar a coordenação e a cooperação entre esses atores.
Diante desse escopo podemos perceber que a natureza das políticas públicas podem estar inseridas 
em um contexto de políticas materiais e simbólicas. Procopiuck (2013) define as políticas materiais como as 15
que provêem os seus beneficiários de recursos ou de poder substantivo ou a eles impõem desvantagens, 
como é o caso das políticas que instituem cotas para grupos menos favorecidos no ensino superior, Já as 
políticas simbólicas são as que apresentam relativamente baixos impactos sobre as pessoas. Elas não 
chegam a concretizar aquilo que parecem fazer, alocando vantagens ou desvantagens intangíveis, como as 
que procuram fortalecer sentidos de patriotismo, de comportamentos pacíficos, de justiça social etc.
 PROCOPIUCK, Mário. Políticas Públicas e Fundamentos da Administração Pública. São Paulo: Atlas, 2013.15

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