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Taxonomia e Sistemática Filogenética Prof. Dr. Felipe Polivanov Ottoni fpottoni@gmail.com Sala E214 ou Laboratório de Sistemática e Ecologia de Organismos Aquáticos (prédio do Mestrado em Ciência Animal) • AMORIM, D.S. 2002. Fundamentos de sistemática filogenética. Ribeirão Preto. Editora Holos. • ASSIS, L.C.S. 2013. Are homology and synapomorphy the same or different? Cladistics 29 , 7–9. • BROWER, A.V.Z., DE PINNA, M.C.C. 2012. Homology and errors. Cladistics 28, 529–538. • BROWER, A.V.Z., DE PINNA, M.C.C. 2013. About nothing. Cladistics doi: 10.1111/cla.12050 • Código Internacional de Nomenclatura Zoológica / Código Internacional de Nomenclatura Botânica Código Internacional de Nomenclatura de Bactérias / Comitê Internacional de Taxonomia dos Vírus • DE PINNA, M.C.C. 1991. Concepts and tests of homology in the cladistic paradigm. Cladistics 7, 367–394. • FERNANDES-MATIOLI. Noções de Filogenética Molecular. 2001. Biológico, São Paulo 63(1)- 37-38. • FERRARIS, J.S. 2014. 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Foi o trabalho de gerações de pesquisadores que adotaram cinco regras simples no coração: 1) Questione autoridade: Nenhuma ideia é verdadeira só porque alguém diz. Incluindo eu. 2) Pense por você mesmo : Se questione. Não acredite em alguma coisa só por que você quer. Acreditar em algo não o torna verdade. 3) Teste ideias através das evidências obtidas por observações e experimentos: Se sua ideia favorita falha em um teste bem elaborado, é porque está errado. Supere isso. 4) Siga as evidências onde quer que elas levem: Se você não tem evidência, reserve julgamento. E, talvez, a regra mais importante de todas 5) Lembre-se, você pode estar errado: Até os melhores cientistas erraram sobre algumas coisas. Newton, Einstein, e vários outros cientistas na história - todos cometeram erros. E claro que cometeram. Eles são humanos. A Ciência é uma maneira de não nos enganarmos e não enganar aos outros.” Neil deGrasse Tyson, Cosmos ep 13 Ideias dedutivas do filósofo Sir Karl Popper (austríaco naturalizado britânico - 1902-1994) (1959) “The logic of scientific discovery” e (1963) “Conjectures and refutations: The growth of the scientific knoledge” Falseabilidade e testabilidade - "Uma teoria científica é um modelo matemático que descreve e codifica as observações que fazemos. Assim, uma boa teoria deverá descrever uma vasta série de fenômenos com base em alguns postulados simples como também deverá ser capaz de fazer previsões claras as quais poderão ser testadas.” - Defendeu → se a ciência se baseia na observação e teorização, só se podem tirar conclusões sobre o que foi observado, nunca sobre o que não foi (Observação e teorização) -Qualquer afirmação científica baseada em observação jamais poderá ser considerada uma verdade absoluta ou definitiva, um Dogma (é apenas uma hipótese). - A possibilidade de uma teoria ser refutada → constitui a própria essência da natureza científica (falseabilidade ou refutabilidade) - A ciência produz teorias falseáveis → serão válidas enquanto não refutadas (falseabilidade ou refutabilidade) Sir Karl Popper (austríaco naturalizado britânico - 1902-1994) Biologia comparada X Biologia Geral (ou experimental) Biologia comparada (comparar e criar hipóteses) X experimental (experimentos ou modelos matemáticos) Biologia comparada X Biologia Geral (ou experimental) Biologia Geral (ou experimental) descritiva, relatando um determinado processo em um sistema, através de experimentos e/ou modelos matemáticos Biologia comparada X Biologia Geral (ou experimental) Biologia comparada comparar e criar hipóteses. Analisa características de táxons (grupos) diferentes, procurando semelhanças e diferenças (comparar e criar hipóteses) Biologia comparada X Biologia Geral (ou experimental) Biologia comparada compara e criar hipóteses. Analisa características de táxons (grupos) diferentes, procurando semelhanças e diferenças (comparar e criar hipóteses) Evolução dos cavalos Biologia comparada X Biologia Geral (ou experimental) Biologia comparada compara e criar hipóteses. Analisa características de táxons (grupos) diferentes, procurando semelhanças e diferenças (comparar e criar hipóteses) Sistemática e/ou taxonomia • São disciplinas da Biologia comparada • Taxonomia ciência da classificação : origem do termo Francês “taxonomie” (1813) (do grego antigo táxis - arranjo e nomia - método) • Sistemática O estudo científico dos organismos em sua diversidade, de sua evolução no tempo e no espaço, e classificações traduzindo suas relações mútuas (Dubois, Boujet e Hideux, 1984) • O objetivo central da Sistemática é a diversidade biológica (Amorim, 2002). Seus problemas são: (I) descrever essa diversidade; (2) encontrar que tipo de ordem existe na diversidade (organizar a diversidade); (3) compreender os processos que são responsáveis pela geração dessa diversidade. • Sistemática ou taxonomia alfa descritiva, descrever a diversidade (é a primeira meta) fundamental para qualquer tipo de trabalho posterior (serve como base para os próximos passos) • Sistemática ou taxonomia beta ordenação do conhecimento (organizar a diversidade) etapa posterior à taxonomia alfa Importância da Taxonomia! As informações acerca da diversidade biológica e o reconhecimento das espécies é o ponto de partida para todos os estudos básicos ou aplicados relacionados às ciências da vida, bem como a habilidade de nomeá-las, é fundamental para o estudo da ecologia, conservação, comportamento, evolução e todas as outras disciplinas relacionadas aos organismos (SAVAGE, 1995; LEWINSOHN, 2006; WHEELER, 2008). Dessa maneira, a Sistemática, estudo da taxonomia e das relações evolutivas entre os organismos, é a área da Biologia para a qual convergem todas as demais áreas. Coleções científicas biológicas • Coleção científica biológica → tem como função principal armazenar dados de material biológico, seja: exemplares fixados (completos ou em parte); tecidos para estudo de DNA; fotografias; registos relacionados ao comportamento (ninhos, gravações de vozes, vídeos e etc); ou indício de ocorrência de certo táxon em uma região em certo tempo (pegadas, fósseis, fezes mineralizadas e etc) (PAPAVERO, 1994) • Esses dados armazenados servem como base para que os taxonomistas possam realizar comparações e assim formular suas hipóteses - Biologia comparada (PAPAVERO, 1994; WHEELER, 2008) • Assim: Coleções científicas → são imprescindíveis para qualquer tipo de trabalho taxonômico, independentemente do grupo biológicos em questão (PAPAVERO, 1994; LEWINSOHN, 2006; WHEELER, 2008) Parte do acervo científico do Instituto Butantan - SP Coleções científicas biológicas Parte do acervo científico do Instituto Butantan - SP Outras funções: 1 - oferecer os elementos para comprovação das pesquisas. Possibilitando que os trabalhos e hipóteses científicas sejam conferidos, refeitos ou até mesmo reeditadas por outros pesquisadores (PAPAVERO, 1994). 2 - funcionam como um centro e base de identificação de material biológico, auxiliando na identificação de táxons, principalmente em áreas onde não existem especialistas na taxonomia dos grupos → Agronomia, Zootecnia, recursos pesqueiros e etc (PAPAVERO, 1994; WHEELER, 2008). 3 - Possuem papel importantíssimo como instrumento de ensino e para formação de taxonomistas e demais profissionais dos centros de pesquisa e ensino (PAPAVERO, 1994; WHEELER, 2008). A Crise da Biodiversidade • O aprimoramento do conhecimento sistemático, taxonômico, ecológico e dos limites geográficos (distribuição) de nossa biodiversidade → de fundamental relevância no contexto atual, principalmente para o campo da conservação das espécies • Ambientes naturais → sofrem com a acelerada destruição, e consequente extinção e perda de espécies e populações conhecidas e não conhecidas para a ciência → gera perda de diversidade (muitas vezes ainda desconhecida) WILSON, 1985; SAVAGE, 1995; MYERS et al., 2000; BROOKS ET AL., 2002; BROOK et al., 2006; WHEELER, 2008; COSTA et al., 2012 A Crise da Biodiversidade • Acelerada perda de biodiversidade e degeneração dos ambientes naturais → geram uma escassez de dados e informações completas relacionadas a nossa fauna e flora → trabalhos baseados em informações incompletas!!! • Esse panorama se torna ainda mais crítico pelo número insuficiente tanto de pesquisadores capacitados (para estudos taxonômicos e de estimativas de biodiversidade), quanto de estudos taxonômicos associados às áreas de grande diversidade. • Tal problemática pode ser traduzida como a crise da biodiversidade!!!! (WHEELER, 2008) WILSON, 1985; SAVAGE, 1995; MYERS et al., 2000; BROOKS ET AL., 2002; BROOK et al., 2006; WHEELER, 2008; COSTA et al., 2012 A Crise da Biodiversidade e a importância das coleções!!! • Destruição dos habitats em um ritmo acelerado (crise da biodiversidade) → torna prioritária a identificação de novas espécies, a realização de inventários regionais e a resolução taxonômica de espécies e grupos de espécies, antes que essas espécies sejam extintas, para que assim possam se realizar medidas relacionadas à conservação (WILSON, 1985; Brooks et al., 2002; BROOK et al., 2006; WHEELER, 2008; COSTA et al., 2012). • Criação e investimento em acervos biológicos regionais de fauna e flora → são de extrema relevância para se combater a crise da biodiversidade → armazenam informações e dados fundamentais sobre a diversidade biológica, não apenas para serem usadas no presente, mas também para as futuras gerações de pesquisadores → esses acervos e coleções biológicas são fundamentais para o desenvolvimento de estudos taxonômicos, ecológicos, biogeográficos, ou qualquer outro tipo de trabalho que trate e lide com biodiversidade, baseados em informações completas, assim como para se estimar a diversidade de grupos biológicos (WHEELER, 2008). Taxonomia alfa • regulado pelos Códigos: e.g. Código Internacional de Nomenclatura Zoológica/ Código Internacional de Nomenclatura Botânica / Código Internacional de Nomenclatura de Bactérias / Comitê Internacional de Taxonomia dos Vírus • Obs.: cada código é independente um do outro o código só regula os táxons os quais ele aborda (ex.: Código Internacional de Nomenclatura Zoológica regula apenas os animais / Código Internacional de Nomenclatura Botânica regula apenas as plantas e fungos) • Uma espécie deve receber um nome baseado na nomenclatura binomial destacado de certa forma (ex.: em itálico ou sublinhado) • Laetacara araguaiae Ottoni & Costa, 2009 nome completo da espécie • Obs.: O nome deve ser único não pode haver homônimos Regras de nomenclatura estabelecida por Caroli Linnaei (1758) Systema Naturae, décima edição Epíteto genérico Epíteto específico autor ano Taxonomia alfa • regulado pelos Códigos: e.g. Código Internacional de Nomenclatura Zoológica/ Código Internacional de Nomenclatura Botânica / Código Internacional de Nomenclatura de Bactérias / Comitê Internacional de Taxonomia dos Vírus • Uma espécie deve receber um nome baseado na nomenclatura binomial destacado de certa forma (ex.: em itálico ou sublinhado) • Obs.: se a espécie mudar de gênero em relação a sua descrição original, o autor e ano devem ser colocados entre parênteses (objetivo: saber que originalmente a espécies foi descrita como sendo parte de outro gênero) Homenagens para nomes de espécies • Termo latim “i”→ referência masculina Ex.: Anablepsoides ottonii (homenagem a Felipe Polivanov Ottoni) • Termo latim “ae”→ referência feminina Ex.: Hyphessobrycon ellisae (homenagem a Marion Durbin Ellis) Termo latim “orum” → referência para família Ex.: Hyphessobrycon lucenorum (homenagem a família Lucena) Taxonomia alfa • A descrição deve se basear em pelo menos um espécime ou exemplar tipo (no caso de espécies novas), espécie tipo (para Gêneros novos), Gênero tipo (para Tribos, Subfamílias ou Famílias novas) e assim por diante • material examinado ou comparativo (em trabalhos descritivos de anatomia, fisiologia, osteologia, ontogenia e etc...) • Novas descrições devem incluir referências que tornem o táxon único (ex.: diagnoses, chaves, notas e etc...) • Deve ser publicado em obras com grande número de cópias e distribuídos para bibliotecas registro científico permanente Taxonomia alfa • Sub-espécies nome trinomial (ex.: Falco sparverius sparverioides Vigors, 1827) • Demais categorias uninomiais Ex.: Família Cichlidae Reino Plantae Gênero Australoheros Ríncan & Kullander, 2006 Série tipo • Holótipo exemplar que “carrega” o nome da espécie (exemplar único na história da espécie) • Parátipo exemplares, além do holótipo, utilizados na descrição (não “carregam” o nome da espécie) • Síntipos quando uma espécie é descrita com base em um grupo de exemplares, sem que seja determinado um holótipo • Lectótipo exemplar escolhido, a partir de um dos síntipos, para carregar o nome da espécie (assume a função de um holótipo), caso haja necessidade • Paralectótipos demais exemplares dentre os síntipos, excluindo-se o lectótipo (assume a função dos parátipos) • Neótipo 1) Quando o holótipo é perdido? um parátipo é designado como neótipo; caso só exista o holótipo (não existam parátipos) um exemplar pode ser coletado na localidade tipo e designado como neótipo (desde que esteja de acordo com a descrição original) 2) Uma descrição foi realizada sem se referenciar material examinado (sem tipos)? um exemplar pode ser coletado na localidade tipo e designado como neótipo (desde que esteja de acordo com a descrição original) 3) Quando o lectótipo é perdido? um paralectótipo é designado como neótipo Obs.: Localidade tipo → localidade onde o holótipo ou os síntipos foram coletados; designada na descrição original. - Quando não há material tipo designado na descrição original → localidade tipo é o local citado pela descrição original. Homonímia, sinonímia e princípio da prioridade • Princípio da prioridade início a partir de 1 de Janeiro de 1758 - Caroli Linnaei (Systema Naturae, décima edição) Obs.: Todo nome anterior a isso é chamado de pré-lineano, portanto não é valido (inclusive os próprios trabalhos de Linnaei). Exceto “Svenska Spindlar” → Carl Alexander Clercks, 1757 • Homonímia 2 táxons com o mesmo nome O mais antigo (após 1758 – Systema Naturae, décima edição) tem prioridade um novo nome deve ser dado para o outro táxon Homônimo Júnior (nome mais novo) Homônimo Sênior (nome mais antigo e válido) Homônimos primários (homonímia referente aos nomes originais) ou secundários (homonímia que surgiu após a mudanças na classificação) Obs.: cada código só regula os táxons abordados por eles (ex.: Código Internacional de Nomenclatura Zoológica regula apenas os animais / Código Internacional de Nomenclatura Botânica regula apenas as plantas e fungos) Logo, podem haver homónimos entre plantas e animais por exemplo Exemplo complexo de Homonímia Homonímia, sinonímia e princípio da prioridade • Sinonímia 1 táxon com dois nomes ou mais O nome mais antigo (após 1758 – Systema Naturae, décima edição) tem prioridade Sinônimo Júnior (nome mais novo) Sinônimo Sênior (nome mais antigo e válido) Exemplo complexo de sinonímia • Deserto do oriente médio → no norte de Oman → uma única espécie de coruja era conhecida para a Região: Strix butleri (Hume, 1878) • um grupo de ornitólogos (Robb at al. 2013) → escutou o canto, observou e fotografou uma outra espécie de coruja na região, ainda desconhecida para a ciência → descreveram Strix omanensis Robb, van den Berg & Constantine, 2013, sem depositar material tipo, devido a raridade da espécie • Kirwan et al. (2015) → examinou a série tipo de Strix butleri e verificou que eles diferiam tanto morfologicamente, quanto molecularmente, dos exemplares que eram antigamente e comumente identificados como Strix butleri → também verificou que a série tipo de Strix butleri era morfologicamente mais similar com a nova espécie descrita (Strix omanensis) → um caso de sinonímia → descreveram Strix hadorami Kirwan, Schweizer & Copete, 2015 para o morfotipo que antes era erroneamente identificado como Strix butleri Posteriormente → essa hipótese foi corroborada por Robb e colegas, que realizaram uma análise molecular confirmando a hipótese de Kirwan et al. (2015) Logo → Strix butleri é sinônimo sênior e Strix omanensis sinônimo jûnior Strix butleri Nomes invalidados • Nomen nudum nome sem descrição, sem série tipo, ou alguma referência que permita sua identificação (aparecem em artigos sem descrição) • Nomen dubium nome com descrição porém se há dúvidas sobre a sua identidade, e/ou material tipo esta perdido ou mal preservado, também gerando dúvidas sobre identificação (característico de descrições curtas e incompletas) • Nomen oblitum existem dois sinônimos, mas o nome mais antigo não é usado desde 1899 e o nome mais novo é amplamente divulgado. O nome mais novo será mantido (Nomen protectum) e o mais antigo será invalidado (Nomen oblitum) Lista sinonímica Sinônimo sênior Sinônimo júnior Nome original Obs.1: colocar entre colchetes correções ou informações adicionais na lista da lista sinonímica Obs.2: o nome da localidade tipo sempre tem que ser colocada da mesma forma e idioma da descrição original Retirado de Ottoni (2014) Lista sinonímica Nome original Obs.1: colocar entre colchetes correções ou informações adicionais na lista da lista sinonímica Obs.2: o nome da localidade tipo sempre tem que ser colocada da mesma forma e idioma da descrição original Retirado de Ottoni (2014) Lista sinonímica Obs.1: colocar entre colchetes correções ou informações adicionais na lista da lista sinonímica Obs.2: o nome da localidade tipo sempre tem que ser colocada da mesma forma e idioma da descrição original Sinônimo júnior Nome original Sinônimo júnior Sinônimo júnior Sinônimo júnior Sinônimo júnior Sinônimo sênior Retirado de Kullander (2003) Lista sinonímica Obs.: O mesmo vale para gêneros Sinônimo sênior Sinônimo júnior Sinônimo júnior Sinônimo sênior Sinônimo júnior Nome que já era ocupado por outro táxon - Homônimo Retirado de Kullander (2003) Proxy types??? X Obs.: essas duas ideias contrastantes geraram uma grande polarização e divisão no meio acadêmico “Métodos alternativos de identificação devem evitar se coletar exemplares de espécies ameaçadas ou redescobertas”. • Biólogos vem tradicionalmente coletando exemplares para confirmar a existência das espécies (espécime testemunho) há séculos • Essa prática continua nos dias atuais porém pode aumentar as chances e risco de extinção de espécies com populações pequenas e isoladas • Novas técnicas como: fotos de alta resolução, gravações de áudios e coletas não letais → uma oportunidade de se rever e reconsiderar as práticas e políticas de coleta de campo • Várias espécies, que já estavam seriamente ameaçadas de extinção, como por exemplo o Arau-gigante, tiveram seu processo de extinção acelerado devido às coletas por ornitólogos e outros biólogos, com o objetivo de depositarem exemplarem em coleções, já que a espécie estava seriamente ameaçada • Espécies redescobertas → geralmente existem em populações pequenas e com distribuições restritas → altamente vulneráveis → a coleta de mesmo um exemplar poderiam aumentar o risco de extinção • Tradicionalmente → a comunidade científica insiste na necessidade de se coletar e depositar exemplares em museus de história natural → “depositar exemplares em museus e coleções é o ‘padrão de ouro’ para se publicar novas espécies ou documentar a presença e registro de espécies” • Entretanto → novas espécies, muitas vezes, existem em pequenas e restritas populações (assim como as espécies redescobertas) • Talvez a melhor método alternativo de coleta seja uma série de boas fotografias, que podem inclusive serem utilizadas para descrições de novos táxons → complementados por outros meios de evidências, tais como: gravações de áudio, vídeos, retirada de tecidos para análises moleculares → porém sem matar o exemplar (para espécies redescobertas, raras ou novas, porém com pequenas populações e/ou populações restritas) → não aumentam o risco de extinção das mesmas. • A necessidade de se coletar, fixar e depositar exemplares varia de táxon e região, mas geralmente é uma boa prática se depositar eles em museus, além de se depositar o máximo de informações possíveis (fotos em vida, gravações de áudios e vídeos, tecidos para análises moleculares, pegadas, fezes, ninhos e etc...) → quanto mais informações, mais dados temos sobre o exemplar e espécie em questão • É claro que ninguém quer ver uma espécie sendo extinta devido a coletas excessivas → mas se a morte (por coleta) de um único indivíduo pode aumentar as chances de extinção de um táxon → esse táxon pode ser considerado um “morto vivo” • Dados moleculares, apesar de úteis à taxonomia → não podem substituir o exemplar depositado em um museu ou coleção • Até mesmo boas fotografias, amostras de tecidos, gravações e etc... → não podem substituir o exemplar depositado em um museu ou coleção • Nós não sabemos que novas evidências os caracteres morfológicos podem proporcionar em futuros estudos, principalmente de novas gerações, em relação à validade do táxon, relações filogenéticas ou interpretações das transformações dos caracteres → sem os exemplares depositados isso é impossível de ser conferido e estudado por futuros pesquisadores • Cenário atual → milhões de espécies ameaçadas de extinção → seria trágico se elas fossem extintas e apenas tivéssemos registrado algumas poucas fotografias ou sequências de DNA como evidência de que elas um dia existiram!!! Com a presença de exemplares depositados em museus e coleções → podemos continuar a estuda-las, reexamina-las, refinar as teorias, descobrir novos caracteres não revelados pelas fotos (tanto caracteres internos quanto externos) → mesmo ela não existindo mais → menos perda de informação sobre o táxon!!!! As futuras gerações não teriam a oportunidade de ter acesso as informações completas do táxon!!! Qual é o motivo de tantas controvérsias? • O último ICZN (1999) possui artigos conflitantes e dúbios → que permitem ambas as interpretações em relação a obrigatoriedade em se depositar holótipos Esse último artigo, segundo alguns membros da comissão do ICZN, foi criado para com o objetivo de atender circunstâncias específicas, como descrições antigas, como por exemplo: descrições de Linnaues ou Fabricius baseadas em pinturas (Santry et al. Sem data; Amorim et al., 2016) → porém tem sido atualmente utilizado para justificar a descrição de novas espécies sem a preservação de depósito do holótipo em uma coleção ou museu (Amorim et al., 2016). Novas descrições de espécies de Diptera (Insecta) baseadas apenas em fotografias (proxy types) No que eles se baseiam para descrever espécies sem se fixar e depositar holótipos? Quais são as ideias desses autores e seus seguidores? • Primeiramente são contra a ideia de não se coletar exemplares e depositar em coleções!!! → Exemplares ainda são os “estandartes de ouro” para a descrição de novas espécies → possibilitam o exame de uma série de caracteres, como morfologia interna, caracteres microscópicos e moleculares → que não são possíveis de serem observados e extraídos de imagens (Marshall & Evenhuis, 2015) → Exemplares preservam dados para futuros pesquisadores e gerações; futuras técnicas e perguntas (Marshall & Evenhuis, 2015) → As coleções são o grande tesouro de informações sobre nossa biodiversidade, e a continuidade e investimento em coleções devem serem mantidos como prioridades (Marshall & Evenhuis, 2015) → Argumentos contra a coleta de exemplares baseados no potencial impacto na população e vulnerabilidade e ameaça de extinção das espécies são fracos → existem poucos exemplos comprovados onde a coleta de exemplares para coleções levaram espécies a extinção, e nos casos que houveram, a espécie já estava destinada a extinção (Marshall & Evenhuis, 2015) → nesse ponto são contra as ideais de Minteer et al. (2014) No que eles se baseiam para descrever espécies sem se fixar e depositar holótipos? Quais são as ideias desses autores e seus seguidores? Marshall & Evenhuis (2015),e seus seguidores → são favoráveis a frase: - Entretanto → apenas quando um exemplar pode ser preservado → existem circunstâncias onde tipos não podem ser preservados!!!!!! - Logo, segundo eles → coletar e depositar exemplares é desejável → mas não mais obrigatório!!!! - Nesse ponto Marshall & Evenhuis (2015), e seus seguidores, concordam com o ponto de vista: No que eles se baseiam para descrever espécies sem se fixar e depositar holótipos? Quais são as ideias desses autores e seus seguidores? - Mesmo na ausência de exemplares tipos coletados e tombados → tecnologias atuais como imagens de alta resolução podem proporcionar informações suficientes para uma descrição segura e confiável de uma espécie, e consequentemente criar novos nomes (proxy types) - Em alguns casos → essas fotografias e gravações proporcionam até mais informações do que o exemplar fixado (colorido em vida, estruturas delicadas, parte moles, postura, comportamento, vocalização e etc...) Obs.: Esses não são os primeiros casos de animais descritos recentemente apenas por fotografias, sem tipos Exemplos.: alguns Primatas com pequenas populações (ver Jones et al., 2005; Mendes-Pontes et al., 2006; Li et al. 2015) e corujas raras (ver Robb et al., 2013) Mas são os primeiros casos em invertebrados, que possuem milhões de espécies ainda por serem descritas!!!! Em que artigos do código eles se basearam? Marshall & Evenhuis (2015) e Lonsdale & Marshall (2016) → Eles invocam o artigo 73.1.4 afirmando que não há a necessidade de se preservar um holótipo na descrição de uma espécie Além disso, como vimos anteriormente, já existia precedentes com primatas e corujas Mas porque não utilizar tipos em descrições de novos táxons? • Animais muito raros, e difíceis de serem coletados • Animais que se danificam quando preservados • Animais raros que escaparam → e não podem ser coletados novamente por serem raros (caso específico dos dois artigos mencionados) • No caso de revisões taxonômicas→ espécies que ocorrem em regiões onde a coleta do exemplar é difícil ou praticamente impossível, geralmente devido a leis que previnam a coleta e exportação de espécies, ou situações de guerras Mas porque não utilizar tipos em descrições de novos táxons? Cenário atual: -Vem ocorrendo um rápido crescimento de coleções de imagens de alta qualidade (muitas vezes por amadores), dissociadas de coleções ou exemplares físicos → que vêm revelando uma infinidade de novas espécies. É justo não descrevê-las, mesmo sabendo da existência delas? Essas espécies precisam ser nomeadas, de acordo com a nomenclatura universal utilizada!!! É irreal imaginar que novos táxons facilmente diagnosticáveis por fotos não receba um nome de acordo com o código de nomenclatura e seja referenciada como “espécies não descrita # nnn” (Marshall & Evenhuis, 2015; 2016) - Crise da biodiversidade → milhares de espécies vem sendo extintas antes de serem conhecidas pela ciência → gera informações incompletas sobre os grupos → necessidade de se descrever espécies ainda não descritas com urgência, antes que estas sejam extintas e as informações sobre elas perdidas -Além disso, estão sendo criados bancos de dados digitais, e essas imagens são tratadas da mesma forma que exemplares em um museus (curadoria de imagens) (Marshall & Evenhuis, 2015) - “Nós prevemos que um aumento de descrições sem tipos físicos é inevitável”! (Marshall & Evenhuis, 2015) → importância: aumento o conhecimento de nossa biodiversidade em um momento crucial de perda de diversidade acelerada (Marshall & Evenhuis, 2015) E como lidar com imagens “fakes”, modificadas e mal interpretadas? • Dubois & Nemésio (2007) → criticaram o uso de imagens como substitutas de exemplares tipos → sugeriram que fotografias digitais podem ser facilmente manipuladas, modificadas propositalmente ou mal interpretadas Obs.: Dubois & Nemésio (2007) → o único método de garantir que um animal ou planta não existe exclusivamente na mente de uma pessoa é permitir o exame do exemplar que foi utilizado na descrição do mesmo!!! • Marshall & Evenhuis (2015) → concordam plenamente com as críticas acima → entretanto lembraram que qualquer um pode também modificar, alterar ou interpretar erroneamente um exemplar tipo (existem inúmeros casos de exemplares tipos modificados propositalmente ou acidentalmente, principalmente na área da paleontologia) Marshall & Evenhuis (2015) Muitas criticas surgiram em relação a descrição dessas novas espécies baseadas apenas em fotografias → copilarei aqui os argumentos contrários de alguns autores Críticas a essa prática • As variadas novas tecnologias e ferramentas não devem evitar que os taxonomistas de aderirem a maior proposta da atividade → Proposta da taxonomia: produzir um inequívoco sistema de referência de nomes, que só pode ser realizado seguindo procedimentos próprios, retratando a diversidade biológica (Santos et al., 2016; Amorim et al., 2016) • Depositar espécimes tipos e material de referência em coleções públicas e museus, e produzir descrições detalhadas depois de examinar o maior número de exemplares disponíveis → são práticas saudáveis que permitem a taxonomia desempenhar seu papel na ciência (Santos et al., 2016; Löbl et al., 2016; Amorim et al., 2016) • Marshall & Evenhuis (2015) e Lonsdale & Marshall (2016) → descreveram espécies , utilizando imagens como holótipos, sendo assim as fotos são os únicos material que carregam o nome das novas espécies (Santos et al., 2016) → essas descrições criaram um alarde no meio da Dipterologia, já que na maioria das vezes, fotos em campo fornecem informações insuficientes para diagnosticar e documentar espécies do grupo, apropriadamente (Amorim et al., 2016) Críticas a essa prática • Espécies são hipóteses, que podem ser corroboradas ou refutadas por estudos subsequentes (Agnarsson & Kuntner, 2007; De Queiroz, 2005, 2007; Carvalho et al., 2005, 2008; Santos et al., 2016; Amorim, 2016) • A falseabilidade (capacidade de uma hipótese ser refutada posteriormente) é a chave da hipótese científica (Popper, 1959) • Sendo assim → material biológico deve estar disponível para que a hipótese seja testada → outros pesquisadores devem ser livres para reanalisar o material utilizado na descrição da espécie para assim poderem testar a hipótese da descrição da espécie (Santos et al., 2016; Amorim et al., 2016) • Löbl et al. (2016) → como em todas as ciências, informações publicadas devem ser pelo menos potencialmente publicadas → informações não possíveis de serem verificadas estão no domínio das crenças (não é ciência)!!! → Testabilidade limitada resulta em ciência de baixa qualidade (Amorim et al., 2016) Obs.: nomes e descrições de espécies baseados apenas em fotos não permitem análises alternativas subsequentes e caracteres adicionais → podendo ser um fonte de problemas, como foram os casos de Marshall & Evenhuis (2015) e Lonsdale & Marshall (2016) (Santos et al., 2016; Löbl, et al. 2016; Amorim et al., 2016) A descrição de Marleyimyia xylocopae → foi baseada em uma interpretação vaga do artigo 16.4.2 do código ICZN (1999) (Dubois & Nemésio; Santos et al., 2016) Mesmo existindo um rápido crescimento de “coletores digitais” → não há necessidade em se abandonar as práticas louváveis da taxonomia (Santos et al., 2016; Amorim et al., 2016) Obs.: Fotos são bem vindas para se compreender e estender a distribuição de espécies ou populações, flutuações populacionais, e enriquecer a descrições de espécies → o problema é utilizar fotos como holótipos, que carregaram nomes que não poderão serem posteriormente testados (Santos et al., 2016; Löbl et al., 2016; Amorim et al., 2016) Críticas a essa prática Caracteres escondidos → fotos não permitem a identificação de novos caracteres ou detalhes que podem estar escondidos devido ao ângulo ou luminosidade (Santos et al., 2016; Löbl et al., 2016); além de proporcionarem um número de caracteres muito limitado: não proporcionam informações relacionadas a caracteres internos, sequências de DNA e etc (Amorim et al., 2016) - Exame subsequente da imagem não permite encontrar nenhum novo caráter além do que os pixels da imagem original já encontrou (Amorim et al., 2016) Logo → a taxonomia precisa de organismos mortos depositados em coleções e museus (Santos et al., 2016; Löbl et al., 2016; Amorim et al., 2016) → nem fotos, nem sequencias de DNA posem substituir o holótipo (Amorim et al., 2016) - O uso dos espécimes tipos representam uma base objetiva para o sistema Lineano de nomenclatura Zoológica (Winston, 1999) - As informações carregadas pelo exemplar físico são virtualmente inesgostáveis (mesmo considerando um único exemplar) (Amorim et al., 2016) - Para descrições mais detalhadas e completas, fotos em alta resolução são sempre bem vindas → mas não para substituir o holótipo, e não substituem as dissecções e trabalho de laboratório (Santos et al., 2016; Löbl et al., 2016; Amorim et al., 2016) - O argumento de que fotos são OK porque espécimes tipos são imperfeitos (podem ser danificados ou descoloridos ao longo do tempo, não apresentam caracteres do animal vivo e etc) → cai numa lógica fatal: se o próprio exemplar é imperfeito, porque uma representação superficial dele (foto) seria aceitavel? Obs.: Dubois & Nemésio (2007) → o único método de garantir que um animal ou planta não existe exclusivamente na mente de uma pessoa é permitir o exame do exemplar que foi utilizado na descrição do mesmo!!! Críticas a essa prática • Precedentes utilizados por Marshall & Evenhuis (2015) para justificar suas opiniões em relação a descrição de espécies se baseando apenas em fotografias: alguns Primatas com pequenas populações (ver Jones et al., 2005; Mendes-Pontes et al., 2006; Li et al. 2015) e corujas raras (ver Robb et al., 2013) → foram muito criticados (ver Laudry, 2005; Tim et al., 2005) - Algumas soluções forma propostas: depositar holótipos vivos em Zoológicos (Gentille & Snell, 2009) • Raridade da espécie → o argumento utilizado Marshall & Evenhuis (2015) justificando a descrição da nova espécie de Diptera sem um holótipo devido a sua raridade deve ser vista com muita cautela: 1 – a dificuldade em se coletar algumas espécies podem estar relacionadas a falhas e métodos impróprios para coletá-las → numerosos estudos vem demonstrando que diferentes metodologias é técnicas de coleta possuem diferentes níveis de eficiência (e.g. Noyes, 1989; Arthurs et al., 2015) 2 – uma porção significativa da diversidade biológica descrita é composta por espécies raras ou difíceis de serem coletadas → essa tendência pode gerar uma justificativa para um relaxamento na prática da taxonomia (Santos et al., 2016) 3 – a noção de raridade tem significado quando o tamanho das populações são conhecidos → não é o caso de Marleyimyia xylocopae, onde sua raridade provavelmente se dá pela falta de conhecimento sobre a espécie (Löbl et al., 2016) Críticas a essa prática • Segundo Santos et al., 2016 → Marshall & Evenhuis (2015) publicaram um nomem nudum, pois sua descoberta se baseou apenas em fotos, e não em espécime tipo • Além disso, Segundo Polaszek et al. (2005), Santos et al. (2016) e Löbl et al. (2016) → são necessários ajustes no ICZN, especialmente no artigo 73.1.4, para evitar que esse tipo de prática continue • Segundo Löbl et al. (2016) → uma nova edição do ICZN é necessária - Publicações que se invocam o artigo 73.1.4 (eg. Minteer et al., 2014; Marshall & Evenhuis, 2015) → podem estimular não especialistas e amadores a publicar novas espécies com base em fotos → podem causar problemas taxonômicos (Löbl et al., 2016) - A descoberta de uma inesperada espetacular nova espécie, baseada apenas em fotografias, é sem dúvida um evento que deve ser publicado → são importantes para suportarem medidas de conservação e possuem impacto político positivo → nada impede que o autor publique um artigo sobre ela → entretanto a necessidade em se criar um novo nome binomial para ela é dúbio quando pré-requisitos do ICZN não são encontrados, ou quando as informações do táxon são consideradas muito incompletas (Löbl et al., 2016) Críticas a essa prática • Amorim et al. (2016) e Krell & Wheeler (2014)→ se Marshall & Evenhuis e Lonsdale & Marshall (2016) tivesse se referido as suas novas espécies como Marleyimyia “sp.” e Nothybus “sp.” → isso teria sido suficiente para fins de registro e documentação, e evitaria qualquer conexão potencial com a “taxonomia mal praticada” - Apesar de invocar o artigo 73.1.4 para justificar a descrição de suas espécies sem um holótipo físico (apenas com base em fotografias) → segundo Amorim et al., (2016): “Marshall & Evenhuis (2015) e Lonsdale & Marshall (2016) negligenciaram a recomendação 73B do código” Críticas a essa prática • Não existe nada melhor do que a taxonomia clássica; e espécies sem tipos e taxonomia apressada são dispensáveis!!! (Santos et al., 2016) • O espírito do ICZN é completamente violado quando uma espécie é descrita apenas com base em fotografias (sem holótipo) (Amorim et al., 2016) • O problema dos Museus de História Natural → o argumento de que coletar espécies não é mais necessário possui um efeito de uma bomba atômica nos museus de história natural!!! Em tempos onde instituições tradicionais tem sido fechadas ou sucateadas por falta de financiamento → esse tipo de argumento pode ser mal interpretado por agências financiadoras e líderes governamentais, que não possuem uma compreensão profunda sobre o assunto e importância dessas instituições (Dubois, 2010; Connif, 2016; Santos et al., 2016; Löbl et al., 2016; Amorim et al., 2016) • Trabalho de campo continua sendo extremamente importante → como Marshall & Evenhuis (2015) afirmaram, coletar potencial tipos tem sido um desafio devido a leis regionais e nacionais que restringem e complicam a coleta e o transporte de exemplares → isso deveria ser considerado como uma oportunidade para cooperações internacionais, criando-se redes colaborativas de pesquisadores de diferentes países (Santos et al., 2016) Resposta de Marshall e Evenhuis Resposta de Marshall e Evenhuis • A maior crítica de Löbl et al. (2016) e outros autores mencionados anteriormente → é que o descrição e nomeação formal de espécies com a ausência de um espécime tipo questiona os fundamentos científicos da taxonomia, e está no domínio da crença, ao invés da ciência!!! - Isso sugere uma linha peculiar entre a ciência e a não ciência! (Marshall & Evenhuis, 2016) • Descrição de uma espécies → mesmo se a nomenclatura binomial formal é utilizada ou não; e mesmo se o exemplar tipo foi perdido, não existe ou está presente → representa uma hipótese testável sobre a distribuição de estados de caracteres e da própria realidade da espécies descrita (Marshall & Evenhuis, 2016) → espécies são sempre hipóteses testáveis que podem ser posteriormente refutadas ou corroboradas (Agnarsson & Kuntner, 2007; De Queiroz, 2005, 2007; Carvalho et al., 2005, 2008; Santos et al., 2016; Marshall & Evenhuis, 2016) Resposta direcionada principalmente à Löbl et al. (2016) em relação a invocação do artigo 73.1.4 do ICZN (1999) para se descrever espécies utilizando uma fotografia como poxy type (ausência de um holótipo físico) Resposta de Marshall e Evenhuis • Descrição de uma espécie que aponta atributos visíveis em uma foto não é diferente do que uma descrição que aponta atributos em um exemplar físico!!! (Marshall & Evenhuis, 2016) • Descrições baseadas em estados de caracteres observáveis em um fóssil prensado, fotografia, exemplares fixados ou ilustração → todas são previsões (hipóteses testáveis) sobre a distribuição desses estados de caracteres na natureza (Marshall & Evenhuis, 2016) Obs.: Geralmente, essas previsões (hipóteses) são testadas quando exemplares adicionais são observados, não pelo re-exame do exemplar tipo original (Marshall & Evenhuis, 2016) Resposta direcionada principalmente à Löbl et al. (2016) em relação a invocação do artigo 73.1.4 do ICZN (1999) para se descrever espécies utilizando uma fotografia como poxy type Resposta de Marshall e Evenhuis Marshall & Evenhuis (2016) → endossam a recomendação de que todos os cientistas que lidam com espécies designem vouchers, tanto para trabalhos taxonômicos, como ecológicos e etc... →recomendam a deposição de holótipos físicos, quando possível → durante grande parte de suas carreiras estudaram holótipos físicos de espécies irreconhecíveis a partir de suas descrições publicadas → não são contra o holótipo físico, e reconhecem a sua importância Obs.: uma tendência cada vez mais comum e que cresce exponencialmente é a prática comum de se incluir imagens digitais detalhadas de exemplares fixados, e mesmos de exemplares vivos, como pratica rotineira em descrições de espécies → essas práticas minimizam, mas não eliminam a necessidade de se examinar o holótipo (que muitas vezes pode não estar em bom estado de preservação) → os tipos continuam sendo necessários para o futuro!!!! Resposta direcionada principalmente à Löbl et al. (2016) em relação a invocação do artigo 73.1.4 do ICZN (1999) para se descrever espécies utilizando uma fotografia como poxy type Resposta de Marshall e Evenhuis Marshall & Evenhuis (2016) → concordam com Löbl et al., entretanto afirmam que isso não está restrito apenas a fotografias e imagens digitais → a possibilidade se criarem fotos “fakes” são iguais a de criarem fósseis “fakes” ou exemplares “fakes” → existem vários casos registrados de modificação intencional de fósseis e exemplares que foram utilizados como tipos em descrições de novas espécies Obs.: Menores ajuste para melhorar a qualidade da imagem (brilho, contraste, levels e etc) são modificações muito menores do que o desbotamento e descoloração que comumente são observados em exemplares físicos fixados → mas eles admitem que se depositar uma imagem raw digital original é uma boa ideia (sem ajustes) → Se fotografias possuem qualidade o bastante para taxonomistas as utilizarem como proxy types, porque ela poderia ser mais sujeita à interpretação errônea do que exemplares fixados? Uma boa foto em vida, por exemplo, demonstra a verdadeira coloração, verdadeira postura, podem expor estruturas membranosas não visíveis em exemplares fixados e etc... Resposta direcionada principalmente à Löbl et al. (2016) em relação a possibilidade de alguém modificar ou interpretar erroneamente uma fotografia digital → “any photograph can easily be modified or misinterpreted” Obs.: na verdade um boa foto em vida é muito mais informativa e menos aberta a interpretações errôneas do que fósseis comprimidos, fragmentos de fósseis, exemplares danificados e enrugados, ou fragmento de exemplares → que são rotineiramente aceitos como holótipos Resposta de Marshall e Evenhuis Marshall & Evenhuis (2016) → esse tipo de coisa é uma prática rotineira de qualquer taxonomistas → quantos sinônimos, nomen dubium e confusões taxonômicas existem mesmo com exemplares tipos físicos!!!! Resposta direcionada principalmente à Löbl et al. (2016) em relação aos vários nomes e confusões que podem ser gerados com a prática de se descrever espécies apenas com base em fotos e/ou áudios Resposta de Marshall e Evenhuis Marshall & Evenhuis (2016) → esse caso não é muito diferente de quando um inseto é descrito com base apenas em exemplares fêmeas, e posteriormente se descobre que existem duas espécies em que as fêmeas são idênticas, e se diferem apenas pela genitália dos machos → nesse caso específico uma escolha pragmática é recomendada pelo código, geralmente se baseando na localidade tipo → espécies descritas com base em proxy types → é um caso simples de se resolver já que o holótipo foi “perdido” e o código especificamente permite que se designe um neótipo, se baseando na localidade tipo e descrição original → resolvendo assim o problema Resposta direcionada principalmente à Löbl et al. (2016) em relação a afirmação de que caso a descrição de novas espécies sem tipos físicos evita a descoberta de novos caracteres → e se e fossem encontrados dois morfotipos externamente morfologicamente idênticos → nesse caso a descrição baseada apenas em fotografia seria um problema Resposta de Marshall e Evenhuis Marshall & Evenhuis (2016) → novos dados que não são possíveis de serem obtidos a partir das imagens podem ser obtidos com a coleta de um exemplar e sua designação como neótipo → o argumento de que não é possível se extrair dados moleculares a partir de fotos não faz sentido → já que esses dados também não podem ser extraídos a partir de fósseis ou âmbar, e a partir de exemplares fixados em formaldeído (degenera o DNA) ou mal conservados (também degenera o DNA) → estudo da anatomia interna → pode ser facilmente resolvido pela designação de um neótipo → além disso, dificilmente um curador vai deixar que o holótipo seja dissecado e danificado para se estudar a anatomia interna, e dependendo do estado de preservação do exemplar, o estudo da anatomia interna é praticamente impossível Resposta direcionada principalmente à Löbl et al. (2016) referente a afirmação de que espécies sem holótipos físicos evitam que futuras gerações possam extrair outros tipos de dados e informações, com o avanço da tecnologia, e também impossibilita a extração de dados moleculares e estudo de anatomia interna Resposta de Marshall e Evenhuis Marshall & Evenhuis (2016) → é claro que o termo raro é utilizado tanto para “raramente coletado” e “aparentemente raro” → e ambos são o caso da Marleyimyia → todas evidências sugerem que este é um táxon realmente raro Resposta direcionada principalmente à Löbl et al. (2016) referente ao uso do termo “raro” para justificar a descrição da espécie sem um holótipo físico→ já o exemplar pode não ser difícil de ser coletado dependendo da metodologia de coleta empregada, e para chamar uma espécie de “rara” é necessário um profundo conhecimento do tamanho e variação populacional da espécie Resposta de Marshall e Evenhuis Marshall & Evenhuis (2016) →Se o artigo 73.1.4 permite que os taxonomistas completem seus trabalhos utilizando imagens de alta resolução de espécies raras, ou de áreas onde coletá-las é praticamente impossível (devido a legislação, burocracia ou conflitos) → isso é uma boa coisa!!! → Se o artigo 73.1.4 permite que os taxonomistas descrevam espécies através de proxy types, porque não aplicar a nomenclatura binomial estabelecida pelo código (que é uma nomenclatura universal) e utilizar outros tipos de nomes como “sp.” e etc? Observações finais: História da Taxonomia e Sistemática Histórico • Taxonomia Taxonomia e a nomenclatura foram a primeira atividade humana, e por ordem divina!!! (Papavero et al., 2013) Gênesis (2:19): “então Javé Deus plasmou ainda da terra todas as feras da planície e todos os pássaros do ar e os levou ao Homem, para ver como os chamaria; e da maneira como o Homem chamassem a todo ser vivo, este deveria ser o seu nome”. Histórico • Iniciou o estudo da História Natural, mesmo de forma superficial • Os termos vertebrados e invertebrados criado por Platão (professor de Aristóteles) Filósofo grego Platão 428-347 AC Histórico • Aristóteles (384-322 A.C.) e seus seguidores (Teofrasto e Plínio, o velho) Começo da História Natural → animais e plantas começaram a serem estudados de forma consistente e frequente Sua metodologia de classificação era binária, empírica (comparativa) e funcional Genos (grupo) + eidos (essência, o que torna único) Filósofo grego Aristóteles Filósofo grego Teofrasto, o pai da botânica 372-287 AC Filósofo romano Plínio, o velho 23-79 DC Histórico • Aristóteles dividiu os animais usando características funcionais X diferenças anatômicas ou do habitat Ex.: animais terrestres (grupo funcional), alguns possuem asas como pássaros e abelhas (diferenças anatômicas) Filósofo grego Aristóteles 384-322 AC Physiologus: o primeiro bestiário Physiologus - livro editado em Alexandria (séc. II ou III DC) com imensa influência até a idade medieval. Mistura de descrições e narrativas reais e fantásticas sobre animais reais ou imaginários. Simbolismo moral 1070 dc Séc. IX Berna Histórico Descoberta da América → grande impacto na taxonomia da época. Centenas de novas formas conhecidas Grandes Explorações Giovanni Ramusio (1485-1557) – uma das obras mais relevantes relatando as novas descobertas nas Américas Iguana Mapa do Brasil Histórico Histórico • Caroli Linnaei (1707-1778) botânico sueco Systema Naturae, décima edição (1758 ) marco zero para a taxonomia (1 de Janeiro de 1758) Obs.: Todo nome anterior a isso é chamado de pré-lineano, portanto não é valido (inclusive os próprios trabalhos de Linnaei). Exceto “Svenska Spindlar” → Carl Alexander Clercks, 1757 Nomenclatura binomial inspirado nas idéias de Aristóteles (nomenclatura que utilizamos até hoje) Histórico • Caroli Linnaei Fixismo das espécies as espécies não evoluem, foram criadas como são X Buffon espécies podem se degenerar, se aperfeiçoar ou se modificar em outras (a medida que se dispersavam para novos ambientes) (Georges-Louis Leclerc, conde de Buffon) Escritor e naturalista (Zoólogo) francês Georges-Louis Leclerc, conde de Buffon (1701- 1788) Histórico • categorias hierárquicas Função: organizar e classificar a vida Classificação Atual • Classificação: categorias hierárquicas Domínio Reino Filo Classe Ordem Família Gênero Espécie Subcategorias Supercorte, Corte, Série, subsérie, Divisão, super.... Sub, infra, tribo, subdivisão, subsérie... Obs.: UTILIZADAS QUANDO NECESSÁRIO. As demais categorias são obrigatórias. Função: organizar e classificar a vida Augustin Pyramus de Candolle • “É importante que os viajantes não se contentem só em anotar que acharam tal espécie conhecida em tais lugares, mas que tragam amostras que possam constatar a identidade” → nasce o conceito de espécime testemunho (que posteriormente gerará o conceito dos espécimes tipos) • Criticou as ideias da “degeneração das espécies” de Buffon → uma espécie transplantada em outro lugar não mudava de forma!!! Em resumo, não há mudança de espécies causadas por agentes externos. Mas não era contra a ideia de que as espécies podem se modificar com o tempo. • Em sua época vegetais descritas até sua época eram em torno de 56.000→ mas ele estipulava que deveria ser entre 110.000 e 120.000 Botânico Suíço (1779-1841) Barão Cuvier “Ossemens Fossiles” (1812) • Um de seus objetivos era dar um rumo sério à História Natural, transformando-a em uma ciência com bases sólidas (para ele até então a História Natural não se baseava em evidência e fatos concretos) → caminho: aprofundamento da anatomia comparada • Cuvier → espécies eram fixas e a falsa ilusão da modificação das espécies se dava por análises baseadas em uma ou poucas estruturas, sem se aprofundarem no conhecimento global de todas as partes que constituíam o corpo Campanha de Napoleão no Egito → permitiu que a ciência francesa tivesse acesso às múmias (preservadas por séculos) tanto de humanos, tanto de animais → oportunidade ímpar para se observar se realmente as espécies se modificavam ou não Observações de Cuvier → as espécies mumificadas não se diferiam das espécies atuais → logo, não há modificação alguma (as espécies não se modificavam desde que originalmente criadas por Deus). Também se baseou na inexistência de formas intermediárias entre as espécies no registro fossilífero. Georges Cuvier (1769-1832) Anatomista e naturalista francês Pai da paleontologia científica Barão Cuvier Lei da Correlação das formas • A anatomia comparada era o fundamento da ciência • Através dela Cuvier criou uma lei tão boa quanto às da Física, permitindo inclusive previsões → Lei da Correlação das formas Cuvier → “A anatomia comparada possui um princípio que bem desenvolvido, é capaz de fazer desaparecer todos os empecilhos; é o da correlação das formas nos seres organizados, por meio da qual cada tipo de ser pode, a rigor, ser reconhecido por cada fragmento de cada uma de suas partes. Todo ser organizado forma um conjunto, um sistema único e fechado, cujas partes se correspondem mutuamente e concorrem para a mesma ação definitiva por uma reação recíproca. Nenhuma de suas partes pode mudar sem que as outras mudem também e, consequentemente, cada uma delas, tomada separadamente indica e dá todas as outras” Traduzindo: Estudando profundamente a anatomia comparada dos seres, você reconhece todas as suas estruturas de forma interligada para cada tipo de animal. Cada tipo de animal possui estruturas únicas correlacionadas, e nenhuma das estruturas poderia se modificar sem modificar as outras estruturas. Assim, se você possui um único fragmento do corpo em mãos, você é capaz de reconstruir o todo, e saber os hábitos alimentares, modo de vida e etc → e assim nasce a Paleontologia!!!!! Barão Cuvier Lei da Correlação das formas • Segundo Cuvier → existiam quatro tipos básicos e fundamentais de organização morfológica: 1- Vertebrados; 2 – moluscos; 3 – articulados; e 4 – radiados Nenhum animal foge desses quatro tipos básicos de organização Georges Cuvier (1769-1832) Anatomista e naturalista francês Barão Cuvier As revoluções do globo Terrestre - Catastrofismo • Surgimento das espécies → criação direta por Deus, de forma equilibrada, perfeitamente adaptadas a seus ambientes • E o registro fossilífero? -Haviam ocorrido grandes extinções em massas -Seguidas de eventos de “criações sucessivas” -A Terra havia passado por uma série de revoluções (épocas geológicas), não só geológicas e em sua topografia, mas também em sua flora e fauna (conclusões através dos estudas das camadas estratigráficas) - Cuvier explicara pelas criações sucessivas (feitas por Deus), separadas por catástrofes tremendas (também feitas por Deus, onde se extinguiam todas as espécies da época), toda a história da vida na Terra Com isso → fósseis não tinham correlação nenhuma com as formas atuais (foram eventos de criação independentes) “Essay on classification” de Agassiz Obra publicada dois anos antes dos trabalhos sobre evolução de Darwin e Wallace • Defensor do criacionismo e das ideias de Cuvier • Inimigo dos transformistas e evolucionistas • Espécies são fixas e imutáveis → pensamento encarnado da “Divindade” → com isso, influências externas nunca poderiam explicar a complexidade e a diversidade do mundo orgânico • As espécies existem nos lugares onde foram criadas por Deus • Em cada camada de terra (extrato fossilíferos) fora criado um conjunto de espécies integralmente por Deus, e depois de certo tempo, vinha uma catástrofe, e nenhuma espécie era deixada para “semente” (ideias sobre paleontologia) • Também era defensor da “lei das correlações das formas” de Cuvier Jean Louis Rodolphe Agassiz (1807 —1873) foi um zoólogo, geólogo suíço → Charles Lyell (1797-1875) • Acreditava que o número de espécies existentes estava em equilíbrio → se uma espécie é extinta, outra deve ser criada (por processos naturais, não por Deus) • “Principles of Geology” (1830-1833) → se opôs as rápidas mudanças catastróficas como se baseavam algumas interpretações bíblicas e de Cuvier → propondo que mudanças graduais ao longo do tempo foram responsáveis pelos registros fósseis de espécies extintas (fósseis não são criações independentes das formas atuais – possuem relação com as formas atuais) • Enfatizou as condições ambientais como determinantes para a criação e extinção de espécies • Conectou os fósseis com padrões de distribuição contemporâneos → trouxe o senso de história e evolução Charles Lyell (1797-1875) Naturalista e geógrafo Britânico Owen: conceito Pré-evolucionário de Homologia Sir Richard Owen (1804-1892) Anatomista do Museu Britânico que estudava anatomia comparada de vertebrados (principalmente comparações entre esqueletos) Homologia - “O mesmo órgão" (Owen, 1843) - “é a relação entre as mesmas partes ou características de dois ou mais organismos, sob qualquer variedade de forma ou função” (Owen, 1843) -“As relações das partes dos corpos dos animais” (Owen, 1849) Baseado em similaridades de posicionamento (Nixon & Carpenter, 2012) Conceito atual de homologia: Definições filogenéticas atuais de homologia e homoplasia → clarificadas por Hass e Simpson (1946) “defined as a similarity between parts, organs, or structures of different organisms, attributable to common ancestry” Homologia - ancestralidade em comum é uma condição necessária para duas coisas serem homólogas (Nixon & Carpenter, 2012) Homoplasia - coisas não homólogas (sem ancestralidade em comum) → surgem independentemente (Nixon & Carpenter, 2012) Darwin e Wallace • 1855: “On the Law which has regulated the introducion of a new species” – Wallace Teoria evolucionista, mas não explicava como as espécies se originavam. “Cada espécie surge coincidindo tanto em espaço quanto em tempo com uma espécie pré-existente proximamente a ela aliada” (hierarquia) Naturalista Inglês Charles Darwin (1809- 1892) Naturalista inglês Alfred Russel Wallace (1823-1913) Darwin → Viagem pela América do Sul, Oceania e Partes da África → Beagle [1831-1835 - 4 anos e nove meses de duração] Wallace →Viagens: 1 – Amazônia (1848 -1852) → entretanto o navio naufragou devido a um incêndio e toda coleção foi perdida (sobrando apenas diários de bordo e algumas pranchas) / 2 – Arquipélago Malaio, entre Ásia e Oceania (1854- 1862) → de onde vieram a maior parte de suas contribuições científicas Darwin e Wallace • Seleção natural (sobrevivência dos mais aptos), proposto em 1858 por ambos simultaneamente forma como as espécies se originam • 1859: “On the Origen of species” – Darwin ideias evolutivas similares as de Wallace, porém mais embasadas e já com a teoria da seleção natural incluída (mais aceito pelos contemporâneos) • Descendências com modificações contra fixismo das espécies • Evolução gera e explica a hierarquia dos organismos biológicos (surgem as árvores evolucionárias) • Uma espécie se origina de outra • Clara ideia da ancestralidade durante a evolução Naturalista Inglês Charles Darwin (1809- 1892) Naturalista inglês Alfred Russel Wallace (1823-1913) Darwin → considerou que homologia e evolução são intimamente relacionados → ideia da ancestralidade ‘‘… the characters which naturalists consider as showing true affinity between any two or more species, are those which have been inherited from a common parent...’’ (Darwin, 1859) Darwin e Wallace – O caso da Seleção natural • 18 de Junho de 1858 → Darwin recebeu um manuscrito de Wallace • Embora mais incompleto → semelhante à teoria sobre a qual Darwin vinha trabalhado durante 20 anos, e que nunca tinha sido publicada • Darwin escreveu a Charles Lyell: “Ele não poderia ter feito um pequeno resumo melhor! Até os seus termos constam agora nos títulos dos meus capítulos!” • Charles Lyell e Joseph Hooker → decidiram apresentar o ensaio de Wallace junto aos trechos de um artigo, que Darwin havia escrito em 1844 e mantido confidencial, à Linnean Society of London, em 1858, dando destaque à teoria de Darwin. • Wallace aceitou agradecido por ter sido, pelo menos, nele incluso como autor. Por quê? O status social e científico de Darwin naquela época era muito superior ao de Wallace → improvável que as observações de Wallace sobre a evolução tivessem sido aceitas com a mesma seriedade, caso fossem apresentadas independentemente. • Wallace foi contemplado com acesso facilitado aos meios científicos britânicos após a posição favorável que recebeu de Darwin. Ernst Haeckel (1834-1919) • Alemão que trabalhava com embriologia • Teoria da recapitulação “a ontogenia recapitula a filogenia” • Defensor da teoria da evolução • Ligou a palavra filogenia para descrever o esquema genealógico de relacionamento • Criou a primeira representação de árvore filogenética da vida Ontogenia estudo do desenvolvimento embrionário Filogenia estudos das relações de descendência e parentesco entre os seres vivos (do nível de espécie para cima) Tokogenia estudo dos caracteres que variam dentro de indivíduos de uma espécie que se reproduz sexuadamente (abaixo do nível de espécies) Lei da recapitulação: ontogenia recapitula filogenia Haeckel von Baer: embriologia Karl Ernst von Baer (1792-1876) - Nascido na atual República da Estônia Leis de von Baer: Caracteres gerais aparecem antes no desenvolvimento embrionário do que os especiais O embrião de um animal assemelha-se ao embrião de animais relacionados, e não aos adultos desses Remane: Critérios de Homologia Adolf Remane (1898-1976) – Zoólogo Alemão Critérios para reconhecer estados homólogos de um caráter (Remane, 1952) 1- Semelhança geral notoriamente parecidas 2 - Ontogenia 3 - Posição relativa Taxonomia evolutiva (“Gradismo” ou “Nova Síntese”) • Meados do século 20 Início com Huxley (britânico) “ The New systematics - 1940” • Principais seguidores: Theodosius Dobzhansky, Ernest Mayr, Gaylord Simpson e Sewall Wright Julian Huxley (1887-1975) - Evolucionista Inglês Ernest Mayr (1904-2005) – ornitólogo alemão que foi curador do American Museum of Natural History-NY. George Gaylord Simpson (1902 -1984) – mastozoólogo e paleontólogo norte Americano curador assistente de fósseis de vertebrados do Museu Americano de História Natural-NY. Theodosius Dobzhansky (1900- 1975) – geneticista ucraniano que emigrou para os EUA em (1927) – trabalhou em várias universidades do País. Sewall Wright (1889- 1988) - geneticista e evolucionista norte americano, que trabalhou na University of Chicago (1926–1954) e University of Wisconsin (1955–1960) Taxonomia evolutiva (“Gradismo” ou “Nova Síntese”) • Se basearam nas ideias de evolução de Darwin e Wallace incluíram informações de ancestrais em sua análises, processos e graus de diferenças evolutivas • Espécies fósseis muitas vezes eram consideradas ancestrais das espécies atuais • Se deu muita ênfase aos conceitos de espécie (ex. defensores e grandes propagadores do Conceito Biológico de espécie) e processos de especiação principalmente Mayr • Wright e Dobzhansky focaram mais nas questões genéticas • Simpson focou nos estudos osteológicos e dos fósseis para reconstruir as histórias evolutivas de vários grupos Theodosius Dobzhansky (1900- 1975) – geneticista ucraniano que emigrou para os EUA em (1927) – trabalhou em várias universidades do País. George Gaylord Simpson (1902 -1984) – mastozoólogo e paleontólogo norte Americano curador assistente de fósseis de vertebrados do Museu Americano de História Natural-NY. Ernest Mayr (1904-2005) – ornitólogo alemão que foi curador do American Museum of Natural History-NY. Sewall Wright (1889- 1988) - geneticista e evolucionista norte americano, que trabalhou na University of Chicago (1926– 1954) e University of Wisconsin (1955–1960) Taxonomia evolutiva (“Gradismo” ou “Nova Síntese”) • Não possuem um método explícito para montar as árvores evolutivas não é testável (subjetividade) • Não havia senso de grupos naturais (grupos podiam ser parafilético, não precisando de um ancestral único exclusivo) • Evolução gradual (em gradações) formas mais primitivas e menos complexas dando origem a formas mais evoluídas e mais complexas Ex.: Árvore evolutiva dos cavalos segundo Simpson (1951) Evolução associada aos itens alimentares George Gaylord Simpson (1902 -1984) – mastozoólogo e paleontólogo norte Americano curador assistente de fósseis de vertebrados do Museu Americano de História Natural-NY. • Alguns autores utilizaram o termo “cladograma” para as árvores de relacionamento montadas a partir das ideias dessa escola porém não seguem o método filogenético de Hennig • Ainda existe confusões em relação ao uso do termo “cladograma” Fenética ou “taxonomia numérica” • Surgiu como crítica a taxonomia evolutiva (gradismo) → Formalidaza por Sneath e Sokal (1963), porém já vinha sendo anteriormente discutida • Foi posteriormente elaborada e amplificada pelos mesmos autores (1973); e seguida e discutida por outros que proporcionaram contribuições ao método • Principais seguidores: Charles Duncan Michener, Robert Reuven Sokal e Peter Henry Andrews Sneath Charles Duncan Michener (1918- 2015) entomólogo norte americano. University of Kansas. Robert Reuven Sokal (1926–2012) entomólogo e bioestatístico Austríaco, naturalizado como norte americano. University of Kansas Peter Henry Andrews Sneath (1923-2011) microbiólogo Britânico. University of Leicester e Cambridge University Sokal R.R. and Sneath P.H.E. (1963) Principles of Numerical Taxonomy. Freeman & Co., San Francisco Sneath P.H.E. and Sokal R.R. (1973) Principles of Numerical Taxonomy. Freeman & Co., San Francisco Sokal R.R. and Michener C.D. (1958) "A Statistical Method for Evaluating Systematic Relationships". The University of Kansas Scientific Bulletin 38: 1409-1438. Fenética ou “taxonomia numérica” • Método: cálculos estatísticos com base em similaridades; e requer uma matriz de caracteres é testável!!!!! • Similaridade expressa em um Fenograma • Método explícito, com regras e objetivos • Porém se baseia apenas em similaridade, e não em ancestralidade agrupa caracteres homólogos e não homólogos como a mesma coisa (forma grupos polifiléticos); não distingue caracteres primitivos de derivados Sistemática Filogenética (“Cladística”) • Fundada por Hennig (1950) “Grundzüge einer Theori der phylogenetischen Systematik” • porém ideias amplamente divulgadas e conhecidas em Hennig (1965; 1966; 1968) Hennig (1966) “Phylogenetic Systematics” (ideias da obra de 1950 traduzidas para o inglês) Hennig (1968) “Elementos de una sistemática filogenética” (ideias da obra de 1950 traduzidas para o espanhol) • “A apresentação dos trabalhos foi confusa, e o conceitos não estavam apresentados de forma clara” (Wheeler, 2012) • Brundin (1966) e Nelson (1972) sintetizaram as ideias de Hennig que passaram a ser amplamente utilizadas • Possui uma metodologia explícita e testável!!!!!!!! Willi Hennig – entomólogo alemão (1913 – 1976) Gareth Nelson – ictiólogo Americano, curador do American Museum of Natural History (NY) (1967-1997) Lars Brundin – entomólogo sueco (1907- 1976) Entretanto!!!! • Croizat (1978; 1982) → denunciou Hennig de plagiar as ideias de Daniele Rosa Daniele Rosa (1918): “Ologenesi: Nuova Teoria dell'Evoluzione e della Distribuzione Geografica dei Viventi» Italiana zoóloga de invertebrados (1857-1944) Léon Croizat (1894-1982) – botânico italiano que mudou-se na juventude, no início da década de 1920, para os Estados Unidos e mais tarde para a Venezuela. Considerado o pai da Panbiogeografia. Sistemática Filogenética (“Cladística”) ideias -Ancestralidade ancestral em comum exclusivo para os clados - Espécies e grupos fósseis tratadas como táxons terminais, assim como as espécies atuais -Grupos irmãos mais próximos entre si do que dos outros grupos e seus posicionamentos podem ser invertidos entre si (o nó funciona como um ponto de articulação) -Grupos delimitados por caracteres derivados -Relações expressas em um cladograma Obs.: base de informações matriz de caracteres Cladograma Processos evolutivos: Táxons terminais Ramos internos ou ramos entre-nós Anagênese X Cladogênese Processos evolutivos: Cladogramas não enraizados X enraizados Enraizado • apresentam as relações entre os táxons, e determina quem é o mais basal (ancestralidade) • insere o fator tempo (cronologia) na análise • direciona a evolução Não enraizado • apresentam as relações entre os táxons, mas não determina quem é o mais basal • Não insere o fator tempo (cronologia) na análise • não direciona a evolução Enraizando um cladograma No exemplo ao lado existem cinco pontos diferentes possíveis para o enraizamento do cladograma. • Qual escolher? Dependendo da escolha vai interferir nas implicações evolutivas e nos relacionamentos Enraizamento → uma das importâncias de se inserir um grupo externo na análise. Na análise de máxima parcimônia o cladograma sempre é enraizado no grupo externo. Sistemática Filogenética (“Cladística”) Homologia Definida como similaridade entre partes, órgãos ou estruturas de diferentes organismos, atribuído a um ancestral em comum (Hass & Simpson, 1946) Ancestralidade em comum é uma condição necessária para duas coisas serem homólogas (Nixon & Carpenter, 2012) É a relacionamento entre partes de organismos que fornece evidência de ancestralidade em comum (Brower & de Pinna, 2012) Conceito atual de homologia: Definições filogenéticas atuais de homologia e homoplasia → clarificadas por Hass & Simpson (1946) “defined as a similarity between parts, organs, or structures of different organisms, attributable to common ancestry” Homologia - ancestralidade em comum é uma condição necessária para duas coisas serem homólogas (Nixon & Carpenter, 2012) Homoplasia - coisas não homólogas (sem ancestralidade em comum) → surgem independentemente (Nixon & Carpenter, 2012) Estruturas homólogas estruturas em diferentes indivíduos que possuam a mesma origem (ancestral em comum). As estruturas homólogas podem ser iguais ou não (podem ter se modificado) Sistemática Filogenética (“Cladística”) • Exemplo de estruturas homólogas Celacanto Sistemática Filogenética (“Cladística”) • Exemplo de estruturas homólogas Nadadeira de peixe Sarcopterygii (nadadeira lobada) Nadadeira de peixe Actinopterygii (nadadeira raiada) Sistemática Filogenética (“Cladística”) • Exemplo de estruturas homólogas Sistemática Filogenética (“Cladística”) • convergência convergência Sistemática Filogenética (“Cladística”) Formas de se detectar e inferir homologia: 1- Semelhanças geral notoriamente parecidas 2- Posição relativa 3- Ontogenia Sistemática Filogenética (“Cladística”) Formas de se detectar e inferir homologia: 1- Semelhanças geral notoriamente parecidas 2- Posição relativa 3- Ontogenia Caráter X Estado de caráter • Caráter → aspecto ou estrutura que varia • Estados de carácter → condições mutuamente exclusivas do caráter caráter Estados do caráter ex: Nadadeira, forma: (0) pontuda; (1) truncada; (2) redonda Sistemática Filogenética (“Cladística”) Série de Transformação Plesiomorifa e Apomorfia: • Plesiomorfia estado de caráter herdado sem modificação a partir da espécie ancestral (primitivo). A condição mais antiga, pré-existente, em uma série de transformação. • Apomorfia estado de caráter diferenciado em relação ao estado presente na espécie ancestral (derivado). Estado derivado de um caráter em uma série de transformação. Sistemática Filogenética (“Cladística”) Grupo irmão: • Compartilham o mesmo ancestral exclusivo e são sustentados por pelo menos um caráter derivado (apomorfia) Gorila Chimpanzé Homem Gorila Chimpanzé Homem Obs.: teste filogenético única maneira de inferir relacionamento entre táxons Semaforontes Todos os caracteres de cada estágio do ciclo de vida podem e devem ser incorporados na sistemática (tanto alfa ou beta) → entretanto cada fase do ciclo de vida deve ser tratada separadamente → uma análise separada para cada semaforonte (Hennig, 1966) → torna os táxons comparáveis Semaforonte segundo Hennig (1966): um período específico da história da vida de um organismo → constitui a unidade fundamental da sistemática, pois comparações só podem ser feitas entre semaforontes compatíveis ou comparáveis (Sharma et al., 2017) Sharma et al., 2017 Semaforontes Semaforonte segundo Hennig (1966): um período específico da história da vida de um organismo → constitui a unidade fundamental da sistemática, pois comparações só podem ser feitas entre semaforontes compatíveis ou comparáveis (Sharma et al., 2017) Semaforontes Táxons comparáveis: Como lidar com dimorfismo sexual? Apenas indivíduos do mesmo sexo (no caso de espécies dimórficas) e mesmo estágio do ciclo de vida são considerados semaforontes compatíveis → são comparáveis Semaforonte segundo Hennig (1966): um período específico da história da vida de um organismo → constitui a unidade fundamental da sistemática, pois comparações só podem ser feitas entre semaforontes compatíveis ou comparáveis (Sharma et al., 2017) Rosen, 1979 Semaforontes Táxons comparáveis: Como lidar com dimorfismo sexual? Apenas indivíduos do mesmo sexo (no caso de espécies dimórficas) e mesmo estágio do ciclo de vida são considerados semaforontes compatíveis → são comparáveis Semaforonte segundo Hennig (1966): um período específico da história da vida de um organismo → constitui a unidade fundamental da sistemática, pois comparações só podem ser feitas entre semaforontes compatíveis ou comparáveis (Sharma et al., 2017) Comparação entre semaforontes compatíveis Rosen, 1979 Comparação entre semaforontes não compatíveis fêmea de X. signum Rosen, 1979 A - macho de X. alvarezi e B - macho de X. helleri Rosen, 1979 Semaforontes Modificação da Figura 6 de Hennig (1996) retirado de Sharma et al. (2017) indicando as diferenças entre relações ontogenéticas, tokogenéticas e filogenéticas. • Semaforontes são conectados por uma série de relações ontogenéticas → formar indivíduos • Indivíduos são conectados por relações tokogenéticas → formar uma espécie • Espécies são conectadas por relações filogenéticas, formando cladogramas Obs.: Apenas relações filogenéticas constituem sistemas hierárquicos (Hennig, 1996)
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