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Questionário Membrana, Sinalização e Citoesqueleto. 1) Proteínas carreadores e proteínas canal são similares em muitos aspectos, como especificidade e a saturação em altas concentrações do soluto transportado. As proteínas carreadoras são mais lentas no transporte do que as proteínas canal. Explique este fenômeno. Proteínas carreadoras diferem de canais proteicos basicamente pela maneira de distinguirem os solutos, transportando alguns e outros não. As moléculas de tamanho e carga elétrica apropriados passarão pela proteína-canal se esta estiver aberta, como se fosse um “alçapão estreito”. Por outro lado, as moléculas transportadas por uma proteína carreadora devem se encaixar no sítio de ligação da mesma, provocando uma mudança conformacional que permitirá a transferência dessas moléculas uma a uma através da membrana, de forma semelhante a uma “roleta de contagem de passageiros” ou a uma catraca, sendo assim, mais lenta que a passagem por um canal. A ligação entre uma proteína carreadora e seus solutos se dá de forma tão específica quanto a ligação enzima-substrato. 2) O que são “lipids rafts” e qual sua importância? São fragmentos de “membranas resistentes a detergente” ou DRM (detergente-resistant membranes), onde os lipídeos estão compactados mais firmemente, e assim, não são acessíveis aos detergentes, embora seja mais aceito que não haja DRMs exatamente correlatas in vivo, e por definição é dito que isso seja consequência do tratamento com detergentes. São denominados “rafts” – como se fossem balsas ou jangadas boiando em meio aos outros lipídeos e proteínas solubilizados com detergentes - e descritos como domínios de esfingolipídeos, colesterol e ácidos graxos saturados, contendo um subconjunto de proteínas de membrana. Muitos processos de sinalização celular parecem depender da agregação de fosfolipídeos em domínios “raft”, como a sinapse de células T. Estes lípidos conferem segregação lateral de proteínas de membrana, facilitando assim a organização espacial para seu transporte em vesículas e regulação de proteínas envolvidas em muitos processos celulares, tais como a proliferação celular, apoptose, e sinalização celular. Portanto, os “lipid rafts” estão lançando nova luz sobre as origens dos distúrbios metabólicos e doenças como o câncer, resistência à insulina, inflamação, doença cardiovascular e doença de Alzheimer. 3) Explique a ação funcional dos diferentes fatores envolvidos na maior ou menor fluidez da membrana plasmática. A fluidez da membrana plasmática em uma dada temperatura depende de sua composição de fosfolipídeos, e da natureza das caudas hidrocarbonadas. Quanto mais próximas as caudas, e mais regular o empacotamento das mesmas, mais viscosa e menos fluida será a bicamada. O grau de empacotamento das caudas hidrocarbonadas depende de seu comprimento e seu grau de insaturação (número de duplas ligações). Caudas mais curtas tendem a ter interações reduzidas com outras caudas, aumentando a fluidez da bicamada. A maioria dos fosfolipídeos de membrana possuem uma cauda com uma ou mais duas insaturações (que geram dobras, tornando mais difícil o empacotamento), e a outra cauda saturada. Assim, quanto maior o número de insaturações, maior a fluidez, e vice-versa. A inclusão do colesterol (molécula pequena e rígida) em membranas celulares animais preenche espaços entre moléculas vizinhas de fosfolipídeos, reforçando a bicamada, tornando-a mais rígida e menos permeável. 4) Uma importante função da bomba de Sódio/Potássio em células animais é a manutenção do equilíbrio osmótico. Como protozoários e células vegetais sobrevivem, uma vez que não possuem bomba de Sódio/Potássio? As paredes celulares de células vegetais são firmes e impedem que estas inchem se rompam, tornando-as tolerantes a grandes diferenças osmóticas através de sua membrana plasmática. Com a pressão contrária exercida pela parede celular, ela consegue balancear a pressão osmótica criada pelos solutos na célula, limitando o movimento da água para dentro da célula. A osmose e o transporte ativo de íons para dentro da célula resultam em uma pressão de turgor que mantém as células vegetais dilatadas com água, com sua parede celular tensa. Em alguns protozoários de água doce, como as amebas, o excesso de água que entra na célula por osmose é continuamente bombeado para fora através de vacúolos contráteis. O vacúolo primeiramente se enche com uma solução rica em solutos (vindos do citosol), atraindo água para dentro dele por osmose. Então, bombeia os solutos ativamente de volta para o citosol, e esvazia o vacúolo, então, no exterior. 5) Qual a importância de direcionar seletivamente diferentes transportadores de glicose para os domínios apical e basolateral da membrana plasmática de células do epitélio intestinal? Como estes diferentes marcadores não se difundem para diferentes domínios, uma vez que a membrana é líquida? O domínio apical tem a função de absorver (importar) as moléculas de glicose, portanto, ao invés de transportadores passivos de glicose, devem possuir transportadores ativos, para não permitir a perda de glicose para o lúmen intestinal em casos de refeições pobres em açúcares. Esses transportadores ativos são simportadores de glicose/Na+, que podem capturar glicose contra o seu gradiente de contração. Já no domínio basolateral, deve haver mais uniportadores passivos de glicose, que a liberam a favor de seu gradiente de concentração para o sangue e demais tecidos, os quais têm menor concentração de glicose que os enterócitos. Esses marcadores não se difundem para diferentes domínios devido à presença da linha de junção de células epiteliais adjacentes, chamada junção-compacta, locais em que as proteínas de junção especializadas formam um cinturão contínuo ao redor da célula, onde ela faz contato com as células vizinhas, criando um local de selamento pelo qual as proteínas de membrana não podem se difundir. 6) Quais as diferenças entre a sinalização parácrina e a sinalização endócrina? Na sinalização parácrina, as célula-alvo estão na vizinhança da célula emissora. Os neurotransmissores e o ácido retinóico são exemplos de sinais parácrinos. A fim de que os sinais parácrinos sejam liberados somente para suas células-alvo específicas, as moléculas sinalizadoras secretadas não devem difundir para muito longe e por esta razão elas são rapidamente captadas pelas células-alvo vizinhas, destruídas por enzimas extracelulares ou ainda imobilizadas na matriz extracelular. Na sinalização endócrina, os alvos são células distantes. Células endócrinas produzem hormônios que viajam através do sangue para chegar a todas as partes do corpo. Sinais endócrinos são chamados de hormônios, e as células-alvo possuem alta especificidade para eles, de forma que não podem atuar sobre as demais células. A epinefrina e norepinefrina podem funcionar como hormônios, sendo liberados pela glândula supra-renal, indo atuar no coração por meio da corrente sanguínea. A norepinefrina também pode ser produzida por neurônios e funcionar como neurotransmissor no cérebro. O estrogênio pode ser liberado pelo ovário, funcionando como hormônio, ou agindo localmente via parácrina ou autócrina. 7) Explique de forma geral a comunicação celular por sinais hidrofóbicos, como hormônios esteroides e gases. Moléculas hidrófobas podem mover-se para dentro e para fora das células pela passagem através de bicamadas lipídicas, portanto, podem atuar sobre receptores intracelulares (citosólicos ou nucleares). Tem-se demonstrado que o óxido nítrico (NO), o ácido araquidónico e os esteróides desempenham um papel importante na sinalização intracelular.Depois de produzidos, eles podem se difundir e ir atuar de froma parácrina ou endócrina em outras células. NO pode estimular a guanilil ciclase para produzir cGMP que regula várias enzimas e canais iônicos (induz o relaxamento do músculo liso). Normalmente, cGMP é convertido em GMP por fosfodiesterase, inibida pela droga para impotência sexual, Viagra (citrato de sildenafil). O ácido araquidônico ativa a proteína quinase, que fosforila moléculas-alvo. Muitas de suas moléculas-alvo estão envolvidos na aprendizagem e outras atividades neuronais. E por último, o principal papel dos hormônios esteroides é a de regular a transcrição, uma vez que muitos receptores de esteroides são fatores de transcrição no núcleo das células-alvo. 8) Quais as principais classes de receptores para sinais hidrofílicos? Dê exemplos. Receptores associados a canal iônico: quando ativados por seus ligantes causam abertura de canais iônicos. Ex.: receptor nicotínico da acetilcolina (ACh), ativado pela ligação com a ACh provoca uma entrada de Na+ na célula e uma saída de K+, provocando a despolarização do neurônio pós-sináptico e o início de um novo potencial de ação. Outro exemplo é o receptor GABA, que possui um canal de cloro, e hiperpolariza a célula quando ativado (ação inibitória pela entrada de Cl- na célula). Receptores associados à proteína G: exercem sua função por meio de mensageiros intracelulares, que poderão atuar em nível citoplasmático por meio da fosforilação de enzimas e alteração de sua atividade ou pela mobilização de estoques intracelulares de cálcio, que pode atuar como segundo mensageiro ou alterar a polaridade da célula e facilitar sua despolarização, já que possui carga positiva, regulando canais iônicos. Exemplos: receptor de glutamato, receptores adrenérgicos, e recdeptores muscarínicos de ACh. Receptores associados a enzimas: respondem às proteínas extracelulares que regulam crescimento, proliferação, diferenciação e sobrevivência das células e tecidos animais; Medeiam reconfigurações rápidas do citoesqueleto. Exemplos: receptores tirosina- quinase (receptor de insulina, do fator de crescimento, por exemplo), serina/treonina- quinase, guanilil ciclase. 9) Como o aumento de cAMP nas células pode ativar genes? A adenosina 3',5'-monofosfato cíclico (cAMP ou AMP cíclico) é um dos mais importantes mensageiros secundários. O hormônio, uma vez ligado a um receptor específico ligado a proteína G na célula-alvo, provoca a ativação de uma enzima intracelular (adenilciclase) por meio da subunidade alfa da proteína G. Esta enzima converte parte do ATP intracelular em AMP-cíclico. O AMP-cíclico, enquanto presente no interior da célula, ativa a proteína cinase (PKA) dependente de AMP-cíclico, que se desloca para o núlceo e fosforila uma série de outras proteínas regulatórias gênicas específicas, ativando-as ou inibindo-as. Quando ativadas, essas proteínas estinulam a transcriçaõ de um conjunto compleot de genes-alvo. Após algum tempo AMP-cíclico é transformado em sua forma não cíclica pela enzima fosfodiesterase ficando disponível para produção de ATP e cancelando seu efeito sinalizador naquele momento. 10) O Fator de crescimento de plaquetas (PDGF) é um dímero de duas cadeias polipeptídicas. Qual o efeito esperado da ação de apenas um monômero de PGDF sobre a sinalização intracelular a partir do receptor para PGDF? Todos os PDGFs funcionam como homodímeros (PDGF-AA, PDGF-BB) secretados ligados por dissulfeto, mas apenas PDGFA e B podem formar heterodímeros (PDGF- AB). O receptor funcional para PDGF (PDGFR) é um receptor tirosina-quinase (RTK), classificado em tipo alfa e tipo beta. O tipo alfa liga-se a PDGF-AA, PDGF-BB e PDGF-AB, enquanto que o tipo beta se liga com alta afinidade a PDGF-BB e PDGF- AB. O PDGF liga-se ao PDGFR no sítio localizado dentro dos segundo e terceiro domínios de ligação de imunoglobulina. Assim, o monômero não seria capaz de ativar o receptor, haja visto que a ligação com o receptor associado a enzima é específico para o dímero. 11) Como ocorre a ramificação dos filamentos de actina? Explique o processo de organização dos filamentos de actina na forma de feixes e na forma de rede em células de mamíferos. O citoesqueleto de actina in vivo não é exclusivamente composta de actina. Outras proteínas são necessárias para a sua formação, manutenção e função. Estas proteínas são denominadas proteínas de ligação a actina ou actin binding proteins (ABP) e são envolvidas na polimerização, despolimerização, estabilidade, e organização da actina em feixes e redes, também sua fragmentação e destruição. Por exemplo, existem proteínas sequestrantes de monônomeros de actina-G que dificultam a sua incorporação em microfilamentos, como a timosina. Há também proteínas que estimulam a sua polimerização, proteínas de nucleação, de interligação, de capeamento das extremidades, ou que dão complexidade para as redes de síntese. Outras proteínas que se ligam à actina regulam o comprimento dos microfilamentos, cortando-os, o que dá origem a novas extremidades ativas para a polimerização, permitindo sua ramificação. E há ainda proteínas motoras, como as miosinas, permitindo movimentos celulares e contração. 12) Quais as principais diferenças estruturais e funcionais entre miosina II e miosinas “não convencionais”? A miosina II (também conhecida como miosina convencional) é do tipo miosina responsável pela produção de contração em células musculares. Esta proteína faz parte do sarcômero e forma filamentos macromoleculares compostos de várias subunidades de miosina. Miosinas similares de formação de filamento foram encontradas no músculo cardíaco, músculo liso, e células não musculares. No entanto, no início da década de 1970, pesquisadores começaram a descobrir novos genes de miosina em eucariotas simples que codificam proteínas que atuam como monômeros e, portanto, foram entituladas miosinas de Classe I. Estas novas miosinas foram coletivamente denominadas "miosinas não convencionais" e têm sido encontrados em muitos outros tecidos além do músculo. As miosinas não convencionais também têm domínios de cauda divergentes, sugerindo funções exclusivas. As miosinas de classe I apresentam funções no transporte vesicular. Têm sido implicadas também como responsáveis pela resposta de adaptação dos estereocílios no ouvido interno. 13) Explique a estrutura, o arranjo e a instabilidade dinâmica dos microtúbulos. Microtúbulos são tubos ocos formados por subunidades de tubulina e que são polarizados estruturalmente. Um microtúbulo cresce a partir de um anel inicial de 13 moléculas de tubulina; dímeros de tubulina (alfa-tubulina que fica exposta na extremidade menos e beta-tubulina na extremidade mais) são adicionados um a um. Os microtúbulos estendem-se sempre a partir de um centro organizador. Em células animais, o centrossomo atua como centro organizador, e contem centenas de estruturas em forma de anel construídas com gama-tubulina, as quais servem como sítio de nucleação para o crescimento de microtúbulos. Os microtúbulos assim formados apresentam uma instabilidade dinâmica, que permite que cresçam ou encurtem rapidamente, em um balanço entre montagem e dissociação. Dímeros de tubulina podem se ligar a duas moléculas de GTP, uma das quais pode ser hidrolisada após a montagem. Durante a polimerização, os dímeros de tubulina estão no estado ligado a GTP. O GTP ligado a α-tubulina é estável e desempenha uma função estrutural. No entanto, o GTP ligado a β-tubulina pode ser hidrolisado a GDP logo após a montagem. As propriedades de montagem de GDP-tubulina são diferentes daquelas de GTP- tubulina,como GDP-tubulina é mais propenso a despolimerização. A subunidade de tubulina ligada a GDP na ponta de um microtúbulo tenderá a se desligar, embora uma tubulina ligada a GDP no meio de um dos microtúbulos não possa aparecer espontaneamente para fora do polímero. Como a tubulina é adicionada sobre a extremidade do microtúbulo no estado ligado a GTP, propõe-se que haja uma capa de tubulina ligada a GTP na ponta do microtúbulo, protegendo-o da desmontagem. Quando a hidrólise alcança a ponta do microtúbulo, ele começa uma despolimerização rápida e encolhimento. Esta mudança do crescimento para o encolhimento é chamada de catástrofe. Tubulina ligada a GTP pode começar a adicionar à ponta do microtúbulo novamente, proporcionando uma nova capa e protegendo os microtúbulos do encolhimento. Isto é referido como "salvamento" (rescue). 14) Explique a estrutura e mecanismos funcionais das proteínas motoras dos microtúbulos. As cinesinas e dineínas apresentam a mesma forma e a mesma função que consiste em transportar estruturas dentro da célula para diferentes locais. Trabalham sempre sozinhas e sobre microtúbulos interagindo com eles e formam filamentos. São formadas em geral por duas cadeias pesadas e várias outras cadeias pequenas e médias. A cadeia pesada forma as cabeças que são núcleos catalíticos de ATP (ATPase) que podem se acoplar aos microtúbulos. As outras cadeias formam a cauda que pode se ligar a estruturas que serão transportadas. As dineinas, ao contrário das cinesinas movem no sentido axonal retrógrado de um microtúbulo. Podem ser de dois tipos: citoplasmático e axonemal. No citoplasma eles atuam na movimentação e organização de vesículas, cromossomos e estruturas como o aparelho de Golgi. As dineinas axonemais atuam em cílios e flagelos. As cinesinas caminham em direção à extremidade de crescimento rápido dos microtúbulos. Uma família de cinesinas, no entanto, tem o motor localizado próximo ao C terminal e anda na direção oposta. Dentre as possíveis cargas das cinesinas estão mitocôndrias, vesículas contendo neurotransmissores e até outros microtúbulos. Há até cinesinas que têm o poder de se auto associar formando motores bipolares que deslizam microtúbulos em direções opostas. Além do funcionamento como carregadoras, as cinesinas também têm um importante papel na formação dos fusos meióticos e mitóticos. O ciclo mecânico inicia-se com a entrada de um ATP no sítio de ligação de nucleotídeos, que mobiliza uma pequena alça alguns décimos de angstrom. Essa mudança conformacional é amplificada e transmitida pela região de interface entre as cadeias pesadas (a super hélice), lançando o outro motor para frente, onde ele se liga ao microtúbulo. Ocorre então a hidrólise do ATP seguida da liberação de um fosfato e novas transformações espaciais que levam ao desacoplamento da cabeça de trás do microtúbulo. Retorna-se então ao estado inicial, com troca de posição das cabeças. A super hélice funciona tanto como coordenadora dos ciclos mecanoquímicos como determinante da direção do movimento: as cinesinas com motores perto do N terminal se movem numa direção e os com motores perto do C terminal noutra, mesmo sendo os motores praticamente iguais. Isso se dá pois as super hélices estão torcidas em sentido contrário, e exercem forças em direções opostas. 15) Explique as diferenças estruturais e funcionais de microtúbulos estáveis e microtúbulos instáveis. As células empregam microtúbulos estáveis como suportes rígidos para se construir diversos tipos de estruturas polarizadas permanentes, tais como cílios e flagelos. Os microtúbulos aí encontrados estão organizados em um padrão diferente daqueles encontrados no citoplasma. São nove pares de microtúbulos dispostos em anel, ao redor de um único par de microtúbulos isolados (arranjo “9+ 2”). Eles estão associados a diversas proteínas para realizarem o movimento de cílios de flagelos, e essas proteínas se projetam a intervalos regulares ao longo do comprimento do feixe de microtúbulos. Algumas interligam o feixe de microtúbulos e mantêm sua união. Outras geram a força que provoca sua curvatura. A dineína ciliar é a proteína motora mais importante para a flexão central do feixe de microtúbulos. Cada cílio ou flagelo cresce a partir de um centro organizador que é chamado corpo basal, presente no citoplasma. Os microtúbulos instáveis são aqueles formados e dissociados no citoplasma pelo processo da instabilidade dinâmica, que permite que cresçam ou encurtem rapidamente, em um balanço entre montagem e dissociação, que permite a formação do fuso mitótico para as divisões celulares, e sua dissociação ao fim das mesmas. O seu centro organizador é o centrossomo. Os centrossomos lançam e retraem novos microtúbulos de forma constante e exploratória em diferentes direções. Se o microtúbulo encontrar alguma molécula ou estrutura celular que o estabilize, ele pode manter uma conexão relativamente estável, conectando compartimentos celulares, em um sistema que mantém o posicionamento das organelas umas em relação às outras, direcionando também o transporte intracelular através de proteínas motoras (dineínas e cinesinas). 16) Por que drogas como a vincristina e a vimblastina, que são alcaloides de plantas, são usadas no tratamento de câncer, por exemplo? A vincristina e a vimblastina tem a capacidade de parar o processo mitótico, ligando-se aos dímeros de tubulina (vincristina) ou estimulando o desligamento da extremidade menos do sítio de nucleação no centrossomo (vimblastina). Assim sendo, essas drogas prejudicam a dinâmica dos microtúbulos, impedindo a correta formação e dissociação do fuso mitótico durante a divisão celular, o que resulta no processo de apoptose da célula. Uma vez que as células cancerosas se dividem mais rapidamente do que as células saudáveis, eles são mais afetadas pela droga, no entanto células da medula óssea e do intestino, devido à sua constante renovação, também sofrem bastante com esse tratamento quimioterápico. 17) Como são formados os filamentos intermediários, qual sua função e distribuição pela célula? Dê exemplos destes filamentos. Filamentos intermediários são compostos de uma variedade de proteínas que são expressas em diferentes tipos de células. Apesar da diversidade em tamanho e sequencia de aminoácidos, todos os filamentos intermediários apresentam uma organização estrutural em comum: possuem um domínio de haste central alfa-hélice. A primeira fase de montagem do filamento é a formação de dímeros em que os domínios centrais da haste de duas cadeias polipeptídicas são enrolados em torno um do outro numa estrutura em espiral. Os dímeros, então, associam-se de forma escalonada antiparalela para formar tetrâmeros, que podem montar uma extremidade à outra para formar protofilamentos. O filamento intermediário final contém cerca de oito protofilamentos enrolados em torno de si em uma estrutura parecida com cabo de aço ou corda. Como eles são montados a partir de tetrâmeros antiparalelos, ambas as extremidades dos filamentos intermediários são equivalentes. Por conseguinte, em contraste com os filamentos de actina e microtúbulos, filamentos intermediários são apolares; eles não têm extremidades distintas mais e menos, e são também mais estáveis, não apresentando o mesmo comportamento dinâmico. No entanto, a fosforilação regula sua montagem e dissociação (como a laminina nuclear durante o processo mitótico). Os filamentos intermediários formam uma rede elaborada no citoplasma da maioria das células, que se prolonga a partir de um anel em torno do núcleo para a membrana plasmática. Eles posicionam e fixam o núcleo dentro da célula.Além disso, os filamentos intermediários podem se associar não só com a membrana plasmática, mas também com os outros elementos do citoesqueleto, os filamentos de actina e microtúbulos. Proporcionam, assim, uma estrutura de suporte que integra os componentes do citoesqueleto e organiza a estrutura interna da célula. Exemplos: queratinas, em células epiteliais; vimentinas, em fibroblastos, células musculares e leucócitos; desmina, células musculares; neurofilamentos, em neurônios maduros; lamininas, no envelope nuclear (células eucarióticas, claro! ). Referências: ALBERTS, B. et al. Fundamentos da Biologia Celular. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006. FIELDING, Christopher J. Lipid Rafts and Caveolae: From Membrane Biophysics to Cell Biology. 1. ed. Wiley-VCH, 2006. Disponível em: <http://www.wiley.com/WileyCDA/WileyTitle/productCd-3527607501.html> Acesso em: 18 mai. 2015. COOPER G. M. Intermediate Filaments. In: The Cell: A Molecular Approach. 2ª ed. Sunderland (MA): Sinauer Associates; 2000. Disponível em:<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK9834/> Acesso em: 18 mai. 2015. _____. Actin, Myosin, and Cell Movement. In: The Cell: A Molecular Approach. 2ª ed. Sunderland (MA): Sinauer Associates; 2000. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK9961/> Acesso em: 19 mai. 2015. Signaling via Hydrophobic Molecules. Em: Molecular Biology Web Book. http://www.web-books.com/MoBio/Free/Ch6B.htm Ma DW. Lipid mediators in membrane rafts are important determinants of human health and disease. Appl Physiol Nutr Metab, 2007, 32(3): 341-350, 10.1139/H07-036 http://www.nrcresearchpress.com/doi/abs/10.1139/H07-036?url_ver=Z39.88- 2003&rfr_id=ori%3Arid%3Acrossref.org&rfr_dat=cr_pub%3Dpubmed&#.VVyDvRtF AcB
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