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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA 
FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA 
LAPROSOLDA/UFU 
 
 
 
FONTES DE SOLDAGEM A ARCO VOLTAICO 
 
 
 
Prof. Américo Scotti (Outubro de 1998) 
Universidade Federal de Uberlândia 
Departamento de Engenharia Mecânica 
30400-902 - Uberlândia - MG 
Tel: (034) 239-4192 ramal 50 
Fax: (034) 239-4206 
e-mail: ascotti@mecanica.ufu.br 
 
 
 
1 - Introdução 
 
 Fontes de energia para soldagem a arco voltaico podem ser consideradas simplesmente como o 
ponto de alimentação da energia elétrica ao processo. Entretanto, as fontes exercem grande influência 
sobre o desempenho de um processo de soldagem (qualidade e produtividade). Desta forma, um maior 
conhecimento das características e princípios de funcionamento das fontes de energia, é condição 
necessária para todos aqueles que intencionam trabalhar com soldagem. 
 Existem três requisitos básicos para uma fonte de energia para soldagem a arco: 
 
• produzir saídas de corrente e tensão a níveis e com características adequadas para o processo de 
soldagem (baixa tensão e alta corrente); 
• permitir o ajuste adequado dos valores de corrente e/ou tensão para aplicações específicas; 
• controlar a variação e a forma de variação dos níveis de corrente e/ou tensão de acordo com os 
requerimentos do processo de soldagem e aplicação. 
 
 Adicionalmente, o projeto de uma fonte para soldagem precisa atender outros requisitos, tais 
como: 
 
• estar em conformidade com normas e códigos relacionados com a segurança e funcionalidade; 
• apresentar resistência e durabilidade à ambientes fabris, com instalação e operação simples e 
segura. 
 
 No caso das fontes modernas, outros requisitos são o de possuir interfaces para monitoramento 
e/ou sistemas de automação e possuir versatilidade e precisão nos controles dos parâmetros. Para satisfazer 
todas estas exigências, uma complexa interação de conhecimentos de eletrônica e eletrotécnica é aplicada 
pelos pesquisadores e projetistas em função das demandas da física da soldagem a arco. Entretanto, o 
conhecimento do funcionamento desta linha de equipamento pode ser alcançado à partir da forma com que 
as fontes de soldagem atendem os três requisitos básicos. 
 Para produzir níveis de saída adequados para a maioria dos processos de soldagem a arco, a 
energia elétrica da rede precisa ser convertida, de sua forma de tensão relativamente alta e corrente 
disponível relativamente baixa para menores valores de tensão (o que também é benéfico do ponto de vista 
de segurança) e maiores valores de corrente. Esta etapa é feita pelos transformadores. Para permitir os 
ajustes adequados dos sinais elétricos de saída se usam os indutores e controles eletrônicos, estes últimos 
também responsáveis pela variação controlável destes sinais. Se corrente contínua é necessária, um banco 
___prof. Américo Scotti 2
de retificadores pode ser colocado na saída do transformador. 
 
2 - Transformadores Elétricos 
 
Transformadores Elétricos, ou simplesmente transformadores, são aparelhos estacionários para 
transferir energia elétrica de um circuito de corrente alternada para um outro, sem alterar a freqüência, 
através de um campo magnético. A função de um transformador é aumentar ou diminuir a tensão. 
 A Figura 1 ilustra a composição básica de um transformador. A alma (bloco retangular com 
um furo quadrado no centro) de um transformador é feita de lâminas retangulares, normalmente de aço 
ao silício (baixa permeabilidade magnética),. sobrepostas uma a outra no sentido da espessura. Sobre a 
alma são enrolados dois segmentos de fios (normalmente de cobre), os chamados enrolamentos 
Primário (P) e Secundário (S), que por simplicidade esquemática são mostrados em apenas uma 
camada e em lados (pernas) separados. 
 O princípio do transformador é: uma fonte de corrente alternada (A) fornece uma corrente 
alternada (I0) com uma queda de tensão E1 ao enrolamento primário (P). Esta corrente produz um 
fluxo magnético, o qual liga os dois enrolamentos. Dependendo do número de voltas em cada 
enrolamento, aparecerá uma tensão E2 nos terminais do enrolamento secundário (S). Se a chave do 
circuito (X) é fechada, também aparecerá no circuito secundário uma corrente I2. 
 Detalhando um pouco mais o princípio de funcionamento, no instante inicial, a corrente no 
terminal positivo do enrolamento primário é positiva e crescente. O enrolamento primário então cria 
um fluxo magnético (φ) no sentido horário ao redor da alma. Este fluxo que liga ambos enrolamentos é 
chamado de fluxo mútuo e sua alternância (pela alternância da corrente com o tempo) induz uma força 
eletromotriz (f.e.m.) nos dois enrolamentos. A força eletromotriz induzida no primário é uma f.e.m. 
contrária (força contra eletromotriz - f.c.e.m.), a qual opõe a corrente entrando no primário 
(corresponde à força elétrica que faz um motor girar). A força eletromotriz induzida no secundário 
pode entregar energia a partir do secundário (correspondendo à força elétrica entregue por uma 
gerador). 
 A f.e.m. induzida em cada enrolamento do transformador é dada por E = 4,44 x 10-8 φm f N 
[volts], onde φm é o valor instantâneo máximo do fluxo em maxwells, f é a freqüência em ciclos por 
segundo (Hz) e N é o número de voltas no enrolamento. Como φm é comum aos dois enrolamentos, a 
força induzida em cada enrolamento é proporcional aos números de espiras (N) de cada, ou seja: 
 
1
2
1
2
N
N
E
E = (Equação 1). 
 
Mesmo com X aberto (sem carga), devido à tensão fornecida , uma corrente I0 flui no primário 
Figura 1 - Descrição esquemática de um Transformador 
___laprosolda/ufu 
 
3
(proporcional à resistência e indutância do primário) e produz um fluxo φ, que, por sua vez, produz 
perdas na alma devido à corrente parasitas e histereses. Sem carga, a perda de potência (RI2) no cobre 
é desprezível. A corrente I0 é então chamada de corrente de excitação e sua perda de eficiência é 
normalmente de somente 1 a 2 %. 
 Se a chave X no circuito secundário é fechada, o secundário é capaz de entregar corrente. Pela 
lei de Lenz1, a direção da corrente no secundário é de tal forma a opor o fluxo φ. Quando o fluxo φ é 
reduzido, a f.c.e.m. E1 é reduzida e mais corrente (além da de excitação) flui no primário para fornecer 
a potência de que o secundário requer (a f.c.e.m. difere da tensão real aplicada pela fonte de apenas 1 a 
2%, a qual pode ser considerada constante). Se E1 permanece essencialmente constante, o fluxo 
magnético mútuo permanece essencialmente constante e, então, a relação intensidade de corrente x 
número de espiras (I x N) agindo sobre a alma permanece essencialmente constante. Lembrando, a 
intensidade de fluxo magnético devido a um solenóide (enrolamento) longo é uma função da corrente 
e do número de espiras, como expresso pela Equação 2. 
 
L
IN0µ=Φ [weberes/m2] (Equação 2), 
 
onde µ0 é a permeabilidade magnética do meio, N é o número de espira, I a corrente e L o 
comprimento do enrolamento. 
Desta forma, a I x N no secundário requerida quando uma carga é acionada (X ligado) tem de 
ser balanceada por uma relação I x N no primário de igual valor e sentido contrário. A corrente de 
excitação é pequena comparada com a corrente requerida pela carga e são normalmente bem defasadas 
no tempo. Então, pode-se dizer que: 
 
2
1
1
2
N
N
I
I = (Equação 3). 
 
 Resumindo, com a aplicação das Equações 1 e 3 fica evidente a possibilidade de se aumentar 
ou reduzir a tensão e a corrente do primário, através da alteração da relação do numero de espiras no 
primário e secundário. 
 Na prática, os transformadores de soldagem utilizam o princípio de auto-transformação. Auto-
transformador é definido com um transformador no qual as espiras são comuns para ambos 
enrolamentos (primário e secundário). Quando a razão de transformação é baixa, há umaconsiderável 
economia em custo e um crescimento na eficiência, comparativamente ao transformador convencional 
com 2 enrolamentos. A Figura 2 ilustra um esquema de um auto-transformador. O enrolamento é 
dividido em duas ou mais seções nas pernas opostas da alma. Para obter, por exemplo, uma razão 2:1 , 
a conexão b é fixada no meio do enrolamento ac (alimentação primária), de tal forma que a saída 
(tensão do secundário) é obtida entre os pontos b e c. Assumindo uma carga (dd') que consome 20 A 
(Ic) a 50 V (E2) ligada nos terminais do secundário. Como o primário está alimentado com 100 V (E1), 
a corrente (I1) que flui de a para b é de 10 A. Esta corrente de 10 A induz o campo magnético e cria 
uma outra corrente (I2) de 10 A. Desta forma, do total de 1000 W, 500 w flui por condução de a para b 
sem transformação e os restantes 500 W é transformada. 
Se um transformador convencional tivesse sido utilizado, haveria uma quantidade igual de 
cobre para cada enrolamento. O auto-transformador economiza também no tamanho da alma e as 
perdas são menores. 
 
3 - Característica Estática de Fontes para Soldagem a Arco 
 
3.1 - Conceituação e Analogia com a rede pública 
 
Característica Estática de um equipamento será aqui definido como o comportamento em regime 
 
1 - A lei de Lenz estabelece que uma f.e.m. induzida tem um sentido tal a opor a própria causa de sua geração. 
___prof. Américo Scotti 4
do mesmo, quando submetido a cargas variadas (resistivas, capacitivas ou indutivas). Este comportamento 
é quantificado pelo par de ordenadas tensão (V) e corrente (I) e visualizado em gráficos, onde na abcissa se 
encontra a tensão, e na ordenada se encontra a corrente. 
 A característica estática, desta forma, se diferencia da chamada característica dinâmica, a qual 
determina a resposta da fonte quanto ao comportamento transiente da corrente e da tensão em relação ao 
tempo. A visualização da característica dinâmica se dá geralmente em gráficos de corrente e tensão versus 
o tempo, comumente chamados de oscilogramas (como o visor de um osciloscópio). 
 Para facilitar a compreensão do significado de uma característica estática, vamos usar algo bem 
familiar; considerando uma tomada da rede elétrica residencial como fonte de energia e estando nenhuma 
carga ligada a esta fonte (fonte em vazio), a colocação dos cabos de um multímetro nos bornes da tomada 
levará à indicação de uma corrente igual a zero e uma tensão igual à da tensão da rede pública local (por 
exemplo 220 V). Adicionando agora cargas (lâmpadas, aquecedores, etc.) progressivamente nesta tomada, 
o valor da tensão permanecerá o mesmo, enquanto o valor da corrente crescerá proporcionalmente, até o 
valor máximo que a instalação residencial pode fornecer (geralmente determinada pelo fusível ou 
disjuntor). 
 Traçando-se agora um gráfico V x I com os dados obtidos, uma reta paralela ao eixo das abcissas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3 - Levantamento da Característica Estática da rede pública, como fonte de energia. 
Figura 2 - Esquema de funcionamento de um auto-transformador 
V A
Lâmpada TV Rádio
Te
ns
ão
 (V
)
V1
I1 I2 I3 Corrente (A)
___laprosolda/ufu 
 
5
será obtida (Figura 3), indicando uma característica desta fonte, ou seja, tensão constante. Desta forma, se a 
rede pública pudesse ser usada diretamente como fonte de soldagem, ela seria classificada como uma fonte 
com característica estática do tipo tensão constante. 
 Outros exemplos de fonte do tipo tensão constantes seriam as baterias de carros ou mesmo os 
transformadores tratados no item 2, os quais reduzem ou levam a intensidade da tensão da rede pública, 
mas fornecendo caracteristicamente tensão constante. Não tão familiares, porém, são outros tipos de fontes 
ditas corrente constante. Neste caso, a fonte fornece uma corrente sempre constante e, analogamente, o 
aumento de carga representa um aumento de tensão. 
 Sendo assim, as fontes de energia elétrica se classificam quanto à característica estática em Tensão 
Constante e Corrente Constante. 
 
3.2 - Características Estáticas das Fontes de Soldagem (CEF) 
 
 As fontes de soldagem a arco voltaico compõem uma categoria especial das fontes de energia 
elétrica, caracterizando-se principalmente por fornecerem baixa tensão de trabalho (normalmente entre 10 
e 40 V) e altas correntes (comumente entre 50 e 1000 A). Da mesma forma das fontes genéricas, as fontes 
de soldagem também se identificam por características estáticas, classificando-se como Fontes do Tipo 
Tensão Constante e Fontes do Tipo Corrente Constante (também conhecidas como fontes tombantes). 
 Uma associação americana que normaliza equipamentos elétricos, The National Electrical 
Manufactures Association - NEMA, em uma publicação específica para fontes de soldagem defini as 
fontes de soldagem da seguinte forma: 
 
- Fonte Corrente Constante - É aquela que permite o ajuste da corrente de trabalho e que tem uma curva 
estática tensão-corrente que tende a produzir uma corrente de trabalho relativamente constante. A tensão, 
para uma dada corrente, retrata a velocidade na qual o eletrodo consumível é alimentado no arco, exceto 
quando o eletrodo não consumível é usado, para o qual a tensão retrata a distância eletrodo-chapa. 
 
- Fonte de Tensão Constante - É aquela que permite o ajuste da tensão de trabalho, e que tem uma curva 
estática tensão-corrente que tende a produzir uma tensão de trabalho relativamente constante. A corrente, 
para uma dada tensão, retrata a velocidade na qual o eletrodo consumível é alimentado no arco. 
 
 Como visto, em ambas definições se usa o termo "relativamente constante" para a corrente e a 
tensão, respectivamente. Para entender a razão das fontes convencionais não fornecerem uma curva 
estática tensão-corrente ideal, deve-se tomar a Figura 4, a qual ilustra um transformador mais realista do 
que o da Figura 1, ou seja, com o enrolamento primário posicionado sobre o enrolamento secundário. 
 
 A configuração da Figura 4 é feita para diminuir a fuga de fluxo, fenômeno que ocorre quando 
os enrolamentos estão muito afastados. Mas mesmo considerando a maior proximidade de P e S, existe 
Figura 4 - Ilustração de uma transformar 
com os enrolamentos próximos
___prof. Américo Scotti 6
uma certa quantidade de fluxo φ, a qual é produzida pela corrente primária e que circula somente sobre 
o enrolamento primário (chamada de fuga de fluxo). Fenômeno análogo ocorre no secundário. Estes 
dois fluxos produzem perda por reatância em suas espiras, a qual em combinação com as perdas 
resistivas decrescem a tensão no terminal secundário ao se aplicar a carga. 
 Para entender o exposto acima, deixe fazer lembrar alguns conceitos. A magnitude da queda 
de tensão (em rms) de uma onda senoidal em um circuito com elementos contendo resistência, 
indutância e capacitância é dado pelas Equações 4, 5 e 6. 
 
IRVR =∆ (Equação 4), 
 
LL XI)Lf2(I)L(IV =π=ω=∆ (Equação 5), 
 
)X1(I)Cf21(I)C1(IV CC =π=ω=∆ (Equação 6), 
 
onde XL e XC são a reatâncias indutiva da indutância L e reatância capacitiva, respectivamente (ambos 
em ohms). 
 Embora a somatória das Equações 4, 5 e 6 dê a magnitude da perda de tensão no circuito, elas 
não indicam a relação entre as fases. Em geral, para qualquer número de elementos em série , se R é a 
resistência total e X a reatância total (X = XL + XC), a impedância total (|ZT|) e o angulo de fase (Θ) é 
dado por: 
 
22
T ZRZ += (Equação 7) 
e 
 
RXarctg=Θ (Equação 8). 
 
 Em fontes de soldagem, R é muito pequeno e C é adicionado no circuito para reduzir Θ 
(ângulo de defasagem entre I e V). O valor de L é o responsável, então, pela impedância total, que 
naturalmente afeta a tensão no terminais do secundário, já que ∆V2 = I |ZT|. Desta forma, quantomaior 
a corrente, maior a queda de tensão (menor a tensão disponível) no secundário. Este fato é que justifica 
a inclinação da curva de característica estática denominada tensão constante de uma fonte com 
controle eletromagnético (sem retroalimentação), Figura 5(a). A introdução de um indutor extra em 
série permite também alterar o valor da tensão disponível no secundário ou até mudar o formato da 
característica estática da fonte, passando para a denominada corrente constante (Figura 5(b)). 
 
Te
ns
ão
 (V
)
Corrente (A)
Fonte corrente
constante
∆V
∆I
∆V/∆I > 200 mV/A
Te
ns
ão
 (V
)
Corrente (A)
Fonte tensão
constante
∆I
∆V
∆V/∆I ≤ 50 mV/A
(a) (b) 
 Para detalhar melhor o que se entende por "tensão ou corrente relativamente constante", considera-
Figura 5 - Curvas típicas de Característica Estática de Fontes 
eletromagnéticas sem controle (retroalimentação) 
___laprosolda/ufu 
 
7
se uma fonte como corrente constante quando apresenta uma variação maior que 200 mV/A na faixa de 20 
a 30 volts, enquanto uma fonte é dita tensão constante quando apresentar variação menor do que 50 mV/A 
em qualquer condição de regulagem. Estas variações são devidas às limitações construtivas. 
 As características estáticas das fontes (CEF) de soldagem representam, assim, o comportamento 
delas em regime de carga, para um determinado ajuste. Para cada ajuste existe uma curva, ou seja, uma 
característica estática. Como visto, nas fontes do tipo tensão constante, é possível ajustar a tensão, 
enquanto nas fontes do tipo corrente constante, ajusta-se a corrente. Este ajuste pode ser contínuo, quando 
a posição das curvas características são ajustadas por pequenos incrementos, ou por escalões ("taps"), para 
o qual este incremento é maior e não permite a fixação de valores intermediários a cada escalão. A Figura 
6 ilustra painéis de fontes com ajustes de características contínuas e por escalões. 
 O levantamento das CEF de qualquer fonte pode ser feito medindo-se os pares de corrente e 
tensão em função da variação da carga. Esta variação de carga pode ser tanto a própria variação da 
distância porta-eletrodo/peça (fontes corrente constante), como a variação da velocidade de alimentação do 
eletrodo (fontes tensão constantes). Entretanto, devido à dificuldade de manter o arco estável quando se 
varia muito os parâmetros, um método mais preciso é usar cargas resistivas (resistores da alta potência ou 
cuba eletrolítica) ao invés do arco. A Figura 7 ilustra as características estáticas levantadas de um 
equipamento comercial. 
 
4 - Tensão em Vazio de Fontes 
 
 Quando a fonte não está submetida a nenhuma carga (corrente = 0), o valor da tensão fornecida 
por esta fonte é chamado de tensão em vazio. Independente do tipo de CEF, a mesma sempre fornecerá 
uma tensão em vazio para cada ajuste, a qual será maior ou igual à tensão de trabalho. No exemplo da 
Figura 7, a tensão em vazio das várias curvas é coincidente (75V), mas poderia ser diferente. 
 A tensão em vazio (Vv) de uma fonte é, pois, a tensão lida nos terminais da fonte (quando ligada) 
sem carga (arco aberto). Quanto maior a tensão em vazio da fonte, mais fácil é a abertura e a manutenção 
do arco, mas maior é o risco de choque elétrico. Normalmente as fontes de soldagem apresentam tensão 
em vazio entre 50 e 80V. Valores menores conduzem a arco instáveis, enquanto valores maiores levam a 
risco de segurança. 
As fontes têm normalmente Vv menor que 90 V (maior que 55 V para fontes do tipo corrente 
constante). As fontes com alto Vv são propagadas proporcionar uma "soldagem macia", o que atraem o 
soldador. Entretanto, a níveis maiores de 80V o soldador deve trabalhar em condições próprias, como local 
seco e material de segurança. Por isto, recomenda-se soldar com fontes com Vv inferior a 80V. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6 - Desenho Esquemático de painéis de fontes com ajuste da 
característica estática contínua (a) e por escalões (b). 
60
80
140120100
160
18060
80
140120100
160
180
___prof. Américo Scotti 8
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 100 200 300 400
Corrente (A)
Te
ns
ão
 (V
)
 
Figura 7 - Curvas de CEF de uma fonte do tipo corrente constante para soldagem 
 
5 - Tipos de Fontes quanto ao Tipo de Corrente 
 
 É importante lembrar que a rede residencial, já classificada como fonte do tipo tensão constante, 
fornece tensão e corrente do tipo alternada. O comportamento da tensão e corrente ao longo do tempo, em 
regime e não em transientes, é comumente chamado de tipo de corrente (alternada, contínua, etc.). O tipo 
de corrente não deve também ser confundido com característica dinâmica da fonte, uma vez que esta 
última, como visto, está relacionada com as respostas da fonte frente à variações transitórias e não em 
regime. 
Os tipos mais comuns de correntes aplicadas em soldagem são as alternadas do tipo senoidal 
(como da rede pública) e contínua (como das baterias), cujos oscilogramas são apresentados nas Figuras 
8(a) e 8(b). Entretanto, o formato da onda pode variar, como por exemplo no caso da onda alternada 
quadrada (Figura 8(c)) ou da contínua pulsada (Figura 8(d)). 
Desta forma, as fontes também podem ser classificadas quanto ao tipo de corrente, que para uso 
em soldagem seriam: 
 
• Corrente contínua 
⇒ constante 
⇒ pulsada 
 
• Corrente alternada 
⇒ senoidal 
⇒ quadrada 
 
De agora em diante, não deverá mais ser surpresa para o leitor encontrar definições de fontes 
aparentemente sem nexo, como por exemplo, uma fonte definida como corrente constante/corrente 
alternada, já que o primeiro termo se refere à característica estática da fonte e o segundo ao tipo de 
corrente. 
 
6 -Funcionamento de uma Fonte de Soldagem 
 
 Uma vez regulada a fonte para um determinado valor de tensão (fontes tensão constante) ou 
corrente (fontes corrente constante), na verdade está se regulando uma característica estática desta fonte 
(CEF). O valor para o qual se tentou ajustar, variará de acordo com a corrente (fonte tensão constante) ou 
com a tensão (fonte corrente constante) de trabalho e esta variação será tanto maior quanto maior for ∆V 
ou ∆I da Figura 5, os quais dependem do projeto da fonte. Somente as fontes mais modernas são capazes 
de garantir ∆V ou ∆I nulos, ou seja, o valor ajustado para tensão ou corrente se mantém o mesmo, 
independentemente da carga. 
 
___laprosolda/ufu 
 
9
 Agora, para uma dada CEF, o valor da corrente (fonte tensão constante) ou tensão (fonte corrente 
constante) de trabalho é determinado pela carga, no caso expressa pelas características estáticas do arco 
(CEA), as quais representam o comportamento em regime de um dado arco, identificadas pelos pares 
coordenadas de tensão e corrente. A CEA é, pois, única para um arco; variações no comprimento do arco, 
tipo de gás, material e dimensões do eletrodo etc., fazem com que a posição e forma da curva também se 
alterem. 
O ponto de encontro de uma CEA com a CEF determina o chamado ponto de trabalho, ou seja, os 
valores de tensão e corrente que o arco necessita e que a fonte pode fornecer, como ilustra a Figura 9. O 
aumento do comprimento do arco, por exemplo, obtido pela elevação do porta-eletrodo ou da tocha, fará 
com que a CEA se mova para cima. Isto resultará ou em menor corrente do que desejado, no caso da fonte 
tensão constante, ou em maior tensão, no caso da fonte corrente constante. Por analogia, arcos menores 
produzirão ou correntes maiores ou tensões menores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 8 - Tipos de corrente: a) alternada senoidal; b) contínua constante; c) alternada de onda 
quadrada; d) contínua pulsada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9- Representação esquemática de pontos de trabalho em fontes dotipo Tensão Constante 
(a) e Corrente Constante (b). Linhas pontilhadas representam outros arcos. 
C
or
re
nt
e 
ou
 te
ns
ão
Tempo
+
_
Tempo
+
_
Tempo
+
_
Tempo
+
_
C
or
re
nt
e 
ou
 te
ns
ão
C
or
re
nt
e 
ou
 te
ns
ão
C
or
re
nt
e 
ou
 te
ns
ão
(a) (b)
(c) (d)
Te
ns
ão
 (V
)
Corrente (A)
CEF
(a)
V2
V1
I2 I1
2
1
CEA1
CEA2
Te
ns
ão
 (V
)
Corrente (A)
(b)
CEF
CEA1
CEA2
I1I2
V1
V2
___prof. Américo Scotti 10
6.1 -. Controle Interno 
 
 Nos processos automáticos ou semi-automáticos (MIG/MAG, arco submerso, eletrodo tubular), a 
alimentação do arame é feita através de um motor acionando um jogo de roletes que empurram ou puxam 
o arame na direção da solda. Ao se usar uma fonte do tipo tensão constante, quanto maior a velocidade de 
alimentação do arame (Valim), menor o comprimento do arco e maior a corrente, para uma dada tensão. 
 Suponha agora que uma velocidade de alimentação adequada tenha sido ajustada (e 
consequentemente uma CEA), de tal modo que o encontro entre a CEF e a CEA determine o ponto de 
trabalho, como ilustrado pela Figura 10. Este ponto é identificado pelo ponto "1" e corresponde a um arco 
de comprimento a1, para o qual a velocidade de alimentação é igual à velocidade de fusão do eletrodo. 
 
 Como se sabe, a qualidade de uma solda é altamente determinada pela constância da corrente e do 
comprimento do arco. Se por qualquer motivo esta arco é alterado, por exemplo, aumentado-o para um 
comprimento a2, como ilustrado pela Figura 10, a CEA tende a se posicionar à esquerda da CEA original, 
identificado pelo ponto "2". A corrente forçosamente será reduzida (I2) e, consequentemente, menor será a 
velocidade de fusão do eletrodo. 
 Como a velocidade de alimentação, determinada pela rotação do motor, não se altera (uma vez 
ajustada), ela se torna maior que a velocidade de fusão. Consequentemente a ponta do eletrodo se 
aproxima da peça, reduzindo progressivamente o comprimento do arco. Esta redução do comprimento do 
arco é também acompanhada de um aumento progressivo da corrente, e ambos recuperam os valores 
iniciais do ponto "1", identificado pela dimensão a3 na Figura 10. Fenômeno semelhante aconteceria caso, 
ao invés de aumentar o comprimento do arco, o mesmo fosse reduzido. 
Este auto-ajuste do comprimento da corrente e comprimento do arco nos processos automáticos e 
semi-automáticos é conhecido como Controle Interno, controle pela velocidade de fusão, e só acontece 
quando se utiliza fontes do tipo tensão constante. 
 
6.2 - Controle Externo 
 
 Supondo agora o uso de uma fonte do tipo corrente constante para alimentar os processos 
automáticos e semi-automáticos, onde, de uma forma análoga, uma corrente (CEF) e a Valim do arame 
(CEA) tenham sido ajustadas, como ilustrado pela Figura 11. O aumento do comprimento do arco, neste 
caso, não afeta significantemente a corrente e, consequentemente, a velocidade de fusão fica inalterada 
(apenas a tensão aumenta). Desta forma, não há possibilidade do comprimento do arco se auto-regenerar, 
com prejuízo para a qualidade da solda. 
Para se conseguir a manutenção do comprimento do arco constante, é preciso, no caso das fontes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 10- Esquema para descrição do fenômeno do controle interno de um processo de soldagem 
Te
ns
ão
 (V
)
Corrente (A)
CEF
V2
V1
I2 I1
2
1
CEA1
CEA2
Valim = constant
a1 a2{{ } a3 = a1
___laprosolda/ufu 
 
11
do tipo corrente constante, o uso de uma ação externa. O método mais simples é retroalimentar o motor de 
acionamento do sistema de alimentação do arame, de tal forma a aumentar a velocidade do arame no caso 
do crescimento do arco (e vice-versa). Este sistema, conhecido como Controle Externo, ou controle pela 
velocidade de alimentação, usa o sinal da tensão como referência, já que arcos mais longos significam 
maiores tensões, enquanto arcos mais curtos produzem menores tensões. 
 Métodos mais modernos de controle externo também usam a tensão como sinal de referência, mas 
ao invés de agirem sobre a velocidade de alimentação do arame, os mesmos agem sobre a fonte (no sentido 
de aumentar ou reduzir temporariamente a corrente) ou sobre a própria altura da tocha em relação à chapa, 
fazendo-a aproximar ou afastar da chapa, conforme o caso. 
 
7 - Seleção de Fontes 
 
 O primeiro fator a se considerar na seleção de uma fonte é a característica estática que mais se 
adequa ao processo. Outros fatores, como resposta dinâmica, robustez, repetibilidade, etc., são também 
importantes e serão tratados em outro item à frente. 
 
7.1 - Fontes para Eletrodo Revestido 
 
 No processo eletrodo revestido, o soldador avança o eletrodo na direção da solda na mesma 
velocidade em que o mesmo é consumido (função da corrente), procurando manter um comprimento de 
arco sempre constante. Se o soldador tentar usar uma fonte do tipo tensão constante, variações no 
comprimento do arco provocaria uma grande variação na corrente (Figura 12(a)), o que levaria também a 
uma variação da velocidade de consumo do eletrodo. 
 Supondo que o soldador esteja trabalhando inicialmente com um arco de comprimento a0 e uma 
corrente Io, e que por algum motivo o arco elevou-se para a1. A reação natural do soldador seria aumentar a 
velocidade com que o mesmo vinha avançando o eletrodo na direção da poça (Valim), para retornar ao 
comprimento original. Mas com a queda da corrente (I1), a velocidade de fusão (Vfusão) do eletrodo 
também diminuiria, o que por si só faria com que o comprimento do arco se reduzisse (controle interno). A 
somatória da reação natural do soldador com a queda da Vfusão faria com que o arco reduzisse além de lo, 
atingindo um arco curto a2. 
 De maneira semelhante, o aumento da Vfusão provocada pelo aumento da corrente (I2), aliado à 
reação natural do soldador em reduzir a Valim, faria com que o arco ultrapassasse novamente o 
comprimento ao. Resumindo, o soldador teria dificuldades em manter o comprimento do arco constante, 
provocando variações na geometria da poça, devido a inconstância da corrente e comprimento do arco. 
Por outro lado, o uso de uma fonte do tipo corrente constante (Figura 12(b)) impediria a variação 
da corrente e, consequentemente, da Vfusão. O Comprimento do arco seria regenerado apenas pela reação 
natural do soldador, através da Valim. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 11 - Esquema para descrição do princípio do controle externo de um processo de soldagem 
Valim = variável
a1 a2{{ } a3 = a1
V
2
1
Te
ns
ão
 (V
)
Corrente (A)
CEF
CEA1
CEA2
I1I2
V1
V2
___prof. Américo Scotti 12
 
7.2 - Fontes para TIG 
 
 Como no processo TIG o eletrodo não é consumível, o soldador não necessita de avançar o 
eletrodo na direção da solda. Desta forma, o mesmo seria capaz de regenerar um comprimento de arco pelo 
reposicionamento da tocha em relação à peça, mesmo usando uma fonte do tipo tensão constante. 
Entretanto, o processo TIG se caracteriza por apresentar arcos com características estáticas muito planas 
(Figura 13), contra um aspecto crescente dos arcos de eletrodos consumíveis. Ao se usar uma fonte do tipo 
tensão constante, pequenas variações no comprimento do arco (inevitáveis mesmo em automação) 
acarretaria em variações enormes da corrente, ou mesmo o apagamento do arco (impossibilidade de 
encontro entre CEA e CEF). Da mesma forma que para os eletrodos revestidos, a fonte do tipo corrente 
constante é a mais adequada para o processo TIG. 
Devido ao fato de que no processo TIG o eletrodo não seja consumível, e de que a forma da ponta 
do eletrodo é essencial para o bom desempenho do processo, é sempre recomendado que o acendimento doarco não se dê por curto circuito (contato eletrodo na peça). Desta forma, as fontes TIG convencionais vêm 
geralmente com um ignitor acoplado à mesma, ignitor este que permite o acendimento do arco sem 
contato. Fontes modernas permite o acendimento por contato, mas com controle da corrente (a corrente de 
contato é limitada a um baixo valor, menor do que 10 A, e só após o afastamento do eletrodo é que a 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12 - Relação CEF x CEA para eletrodos revestidos (a = comprimento do arco, onde a1> ao> 
a2). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 - Relação entre CEF x CEA para o processo TIG; (a = comprimento do arco, onde a' > ao 
 > a"). 
Te
ns
ão
 (V
)
Corrente (A)
CEF
(a)
I1 I2
Te
ns
ão
 (V
)
Corrente (A)
(b)
CEF
a‘
a0 a“
a‘
a0
I0 ≈ I’ ≈ I”
a“
Te
ns
ão
 (V
)
Corrente (A)
CEF
(a)
I1 I2
2
1 Te
ns
ão
 (V
)
Corrente (A)
(b)
CEF
I1 ≈ I0 ≈ I2
0
I0
a1 a0 a2
2
1
0 a2
a0
a1
___laprosolda/ufu 
 
13
corrente nominal de soldagem é liberada) 
 
7.3 - Fontes para Processos Automáticos e Semi-Automáticos com eletrodos consumíveis. 
 
 Enquadram-se no grupo dos processos de soldagem a arco, automáticos e semi-automáticos, com 
eletrodos consumíveis, os processos MIG/MAG, arco submerso e eletrodo tubular. Conforme descrito no 
item 6, consegue-se manter o comprimento do arco e correntes constantes para estes processos usando-se 
tanto fontes do tipo tensão constante como do tipo corrente constante. No primeiro caso, há um auto ajuste 
do comprimento do arco, pelo fenômeno denominado controle interno. No segundo caso, a constância do 
comprimento do arco é obtida através de meios externos, denominados controle externo. 
 Ao se definir qual a fonte mais adequada, a velocidade com que o arco se regenera passa a ser um 
fator decisivo. Como pode ser visto na Figura 14, ao se usar uma fonte do tipo tensão constante, as 
variações de comprimento do arco ao longo da soldagem produziria uma certa oscilação da corrente em 
torno do valor médio. A amplitude desta variação é tão maior quanto mais lenta for a velocidade com que 
o arco restabelece seu comprimento (resposta dinâmica). 
 Numa fonte do tipo tensão constante, a tensão pouco oscilaria, uma vez que a mesma é imposta 
pela fonte e não é função do arco (a oscilação seria zero se o CEF fosse realmente paralela ao eixo X). Já 
ao se usar uma fonte do tipo corrente constante, a oscilação se daria principalmente na tensão (dependente 
do arco) e não na corrente (imposta pela fonte). A amplitude da oscilação da tensão é dependente da 
resposta dinâmica do sistema usado para o controle externo. 
 No controle interno, a resposta dinâmica está vinculada à inércia da fusão e depende do diâmetro 
do eletrodo; eletrodos mais finos, que representam menos massa a ser fundida, possuem respostas mais 
rápidas. Já no controle externo, a resposta dinâmica está ligada ao mecanismo de controle. Se a ação de 
controle é feita sobre o motor que aciona o eletrodo, a resposta dinâmica é função da inércia mecânica que 
acontece durante a transição da mudança de velocidade do motor. 
 A Figura 15 esquematiza uma comparação das velocidades de resposta dos sistemas em função 
dos diâmetros. Como o controle externo independe do diâmetro, sua resposta dinâmica é constante, ao 
contrário da resposta do controle interno, que diminui no sentido dos diâmetros maiores. De uma forma 
geral, o ponto de interseção das curvas é para diâmetros em torno de 2 a 3mm. 
Outro fator na decisão da escolha da fonte é o custo. O uso da fonte do tipo corrente constante, 
apesar de ter menor oscilação da corrente e maior constância do comprimento do arco, para diâmetros 
maiores, exige o sistema de controle. Isto naturalmente encarece o equipamento quando comparado com o 
controle interno da fonte tensão constante. Se a oscilação da corrente em torno do valor médio não provoca 
nenhum problema no formato do cordão, é preferível conviver com ela e usar uma fonte do tipo tensão 
constante do que investir mais para se usar uma fonte do tipo corrente constante. Este é o caso típico do 
processo arco submerso, que a despeito dos grandes diâmetros de eletrodos, usam normalmente fontes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 14 - Oscilogramas hipotéticos de fontes de tensão constante (a) e corrente constante (b), 
usadas para processos automáticos e semi-automáticos. 
(a) (b)
tempo
V
I
tempo
V
I
___prof. Américo Scotti 14
tensão constante. 
 
 É importante lembrar que tecnologias mais avançadas estão reduzindo a resposta dinâmica e os 
custos dos sistemas de controle externo, viabilizando-os para soldagem com eletrodos finos, onde a 
necessidade de uniformidade da corrente e do comprimento do arco é mais crítica. Este é o caso particular 
das fontes eletrônicas, onde a ação do controle externo pode se dar eletronicamente sobre o sistema de 
controle de corrente, com velocidade de resposta surpreendentemente altas. 
 
8 - Tipos de Fontes 
 
 Até o presente, as fontes foram apresentadas pelas suas adequabilidades em fornecer energia 
(característica estática) ao processo e pelos tipos de corrente que podem produzir. Um outro aspecto de 
importância para a tecnologia da soldagem é como as fontes produzem esta energia. 
 De uma forma simplística, as fontes de soldagem a arco são máquinas que convertem uma energia 
qualquer em energia elétrica adequada ao processo. Em termos práticos, a energia de entrada é a energia 
elétrica da rede pública ou a energia mecânica, gerada por motores de combustão ou mesmo elétrico. A 
energia de saída, além do dimensionamento e da forma da característica estática, deve ainda satisfazer 
requisitos do processo, tais como o formato da onda ou as características dinâmicas. 
 Em função desta definição, as fontes de soldagem podem se classificar em: 
 
- Transformadores 
 . onda senoidal CA 
 . onda quadrada CA 
 
- Moto-Gerador 
 . CA (alternadores) 
 . CC (conversores) 
 
- Transformador-Retificador (CC) 
 . controle eletromagnético 
 . controle eletrônico 
 
- Inversores 
 
 Os transformadores de onda senoidal CA são as máquinas de projeto mais simples. Através de 
dois enrolamentos, conhecidos como primário e secundário, a energia (como da rede pública) é 
transformada em valores adequados para soldagem (alta corrente e baixa tensão). Apesar da simplicidade, 
os transformadores de onda senoidal só fornecem corrente alternada (nem sempre a mais adequada) e 
 
φ eletrodo
R
es
po
st
a 
D
in
âm
ic
a
Controle Interno
Controle Externo
φ crítico
 
Figura 15 - Relação entre resposta dinâmica e diâmetro de eletrodos 
___laprosolda/ufu 
 
15
transportam todos ruídos do sinal de entrada para o sinal de saída. O baixo custo e robustêz fazem os 
transformadores serem muito empregados, principalmente para serviços leves, como de serralheiros. 
 Para um transformador produzir corrente de onda quadrada é necessário a inclusão de um sistema 
eletrônico que permita a transformação da forma de onda senoidal de entrada para a onda quadrada de 
saída. Dependendo do nível de projeto do sistema, pode-se variar a amplitude e freqüência do sinal 
quadrático, ou mesmo ajustar independentemente a duração e amplitude do sinal para cada polaridade. 
Estas características fazem este tipo de transformador muito adequado para soldagem TIG de alumínio, 
tornando-o uma classe à parte dos transformadores, classe esta de equipamentos mais caros. 
Os moto-geradores se caracterizam por produzirem o sinal de saída a partir do princípio da 
indução eletromagnética. Se o sinal de saída é em CC, estes equipamentos são conhecidos por conversores, 
enquanto uma saída em CA é produzida pelos chamados alternadores. 
A energia de entrada dos moto-geradoresé normalmente mecânica. Motores à diesel são os mais 
comuns, e são aplicados no campo, onde não há disponibilidade de energia elétrica. Motores elétricos são 
também bastante populares, principalmente para os conversores. É que o sinal contínuo de saída dos 
conversores é relativamente constante e sem ruídos oriundos do sinal de entrada. O sinal de saída dos 
conversores é melhor do que dos da maioria dos retificadores convencionais. Os custos dos moto-
geradores estão bastante relacionados com os dos motores de acionamento, mas as maiores desvantagens 
destes equipamentos são o barulho e a necessidade de manutenção, devido às partes móveis. 
Os transformadores-retificadores, como o nome indica, são transformadores que aos quais são 
adicionados circuitos eletrônicos retificadores, para fornecer corrente contínua como sinal de saída. O 
desempenho e capabilidade de um transformador-retificador estão diretamente relacionados com o sistema 
de controle, se eletromagnético (Fontes Convencionais) ou eletrônico (Fontes Modernas). Os sinais de 
saída podem ser oscilantes e compostos de ruídos ou ainda sinais bastante regulares e limpos. 
 Os sistemas de controle, que serão tratados a frente, também afetam o custo e robustez de uma 
fonte do tipo retificadora. De uma forma geral, as fontes convencionais são relativamente mais simples, 
robustas e mais baratas do que as modernas. 
 Finalmente se tem as fontes inversoras. Estas fontes classificadas com fontes modernas, e cuja 
aplicação vem crescendo notavelmente nos últimos anos, se diferencia das fontes transformadores 
basicamente pela existência de um circuito eletrônico que aumenta a freqüência do sinal de entrada, antes 
que o mesmo alcance o transformador. Esta tecnologia permite a redução significativa do tamanho do 
transformador (maior e mais pesado componente de uma fonte), além de, por usar a eletrônica, conseguir 
sinais de saída de precisão. 
 
9 - Fator de Carga (Ciclo de Trabalho) 
 
 As fontes de soldagem são projetadas de acordo com os requerimentos do processo. Uma fonte 
superdimensionada, ou seja, com capacidade de fornecimento de energia maior do que o processo requer, 
pode significar a inviabilidade econômica da mesma. Além disto, o tamanho físico das fontes é também 
diretamente proporcional à capacidade das mesmas, reduzindo-se a mobilidade do equipamento. 
 Um dos maiores problemas ligados à capacidade energética das fontes de soldagem é o 
aquecimento, principalmente no transformador. Este aquecimento, com origem nos enrolamentos (efeito 
Joule), pode ser tal a danificar não só componentes eletro-eletrônicos, mas também o próprio material 
utilizado na isolação elétrica. Quanto maiores os diâmetros dos fios utilizados na fabricação do 
transformador, menor o aquecimento, mas maiores são os custos e o peso. 
 A Figura 16(a) ilustra o aquecimento de uma fonte em operação. A característica assintótica da 
curva é devido à capacidade da fonte em se resfriar; ao longo do aquecimento o gradiente de temperatura 
entre a fonte e o meio ambiente cresce, também crescendo a troca de calor, até que o equilíbrio seja 
atingido. Neste ponto, a taxa de aquecimento torna-se igual à taxa de resfriamento, não havendo, portanto, 
mais aquecimento se a temperatura máxima atingida for inferior à temperatura crítica (I1). Temperaturas 
superiores danificam a fonte (I2). 
___prof. Américo Scotti 16
 A refrigeração da fonte pode ser natural ou forçada (ventiladores ou exaustores), dependendo do 
projeto e necessidades. Refrigeração natural, apesar de mais simples e barata, normalmente não é eficiente 
para altas potências. A refrigeração forçada implica em maiores custos e produção de ruídos. Cabe aos 
fabricantes, pois, projetar, sistemas de refrigeração o mais simples, baratos, silenciosos e eficientes, para 
poderem economizar na fiação dos transformadores. Se o processo de soldagem servido pela fonte exigir 
soldagem contínuas, a fonte tem de ser projetada de tal forma a nunca ultrapassar a temperatura crítica, a 
qual é função dos componentes e materiais empregados na construção da fonte. Por outro lado, se o 
processo trabalha intermitentemente (Figura 16 (b)), os períodos de pausa permitirão que, mesmo usando 
uma corrente que levaria a temperatura máxima acima da temperatura crítica, o equipamento suporte o 
aquecimento. 
 Este comportamento faz surgir o termo Fator de Carga (FC) ou Ciclo de Trabalho, que é a 
razão entre o tempo que a fonte está sujeita à carga (arco aberto) e o tempo total de trabalho. Em termos 
práticos, pode-se definir o Fator de Carga como o tempo máximo, em percentagem, que uma fonte de 
soldagem pode operar fornecendo energia durante intervalos sucessivos de tempo, sem que a temperatura 
atinja um calor crítico. 
 Para aplicar o conceito de FC é necessário se definir os intervalos de tempo total de trabalho, ou 
seja, o ciclo de trabalho. A NEMA , por exemplo, especifica um ciclo de trabalho dentro de um intervalo 
de 10 minutos. Um FC=60% significa que a fonte pode operar 6 minutos continuamente num intervalo de 
10 minutos, sem superaquecimento. A definição de uma "Soldagem Manual Nominal", que seria os 
tempos médios (estaticamente) gastos em soldagens manuais com eletrodos revestidos, é dada por: 
 
 2 segundos - curto circuito 
 64 segundos - carga 
 54 segundos - pausa 
 
 O tempo de curto circuito representa o acendimento do arco, sendo a carga o período de arco 
aceso, fundindo o eletrodo. O tempo de pausa é gasto na limpeza do cordão, troca de eletrodo, etc. De 
acordo com este conceito, o FC de uma soldagem manual nominal é de 55%. 
 Os fabricantes utilizam um conceito ou outro para especificar suas fontes. A identificação passa a 
ser dada por uma corrente admissível (Iadm) da fonte para um determinado fator de carga. Por exemplo, um 
Iadm=250 A e um FC=60% indicam que se trabalhando com no máximo 60% do tempo de arco aberto, a 
corrente máximo admissível desta fonte é 250 A. Qualquer valor acima poderá danificar o equipamento. 
Obviamente nos processos automáticos e semi-automáticos (MIG/MAG), arco submerso, eletrodo tubular) 
as fontes devem ter um Iadm relativo a um FC de l00%. 
 O Iadm não significa a corrente máxima que a fonte pode fornecer, e sim a garantia de um bom 
funcionamento. O uso de uma corrente maior pode ser tolerado desde que reduzido o fator de carga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16 - Curvas de aquecimento de uma fonte de soldagem, em função do ciclo de trabalho. 
(a) (b)
tempo
Te
m
pe
ra
tu
ra
Tmax
Tcrítico
tempo
Te
m
pe
ra
tu
ra
Tmax
Tcrítico
I1
I2
Resfriamento
___laprosolda/ufu 
 
17
Analogamente, um fator de carga de l00% (processos automáticos) limitam o valor da corrente abaixo do 
Iadm. Em termos práticos, os valores de corrente ou FC a serem utilizados além do especificado podem ser 
razoavelmente calculados pela seguinte expressão: 
 
2
R
2
N
CN
CR
I
I
F
F = 
 
onde FCR e IR são o fator de carga e corrente desejados e FcN e IN são o fator de carga e correntes nominais 
do equipamento. 
 Devido a importância destas especificações para os usuários, a NEMA dividiu as fontes em três 
classes, em função do fator de carga e corrente nominal, conforme tabela 1. A Classe I são máquinas com 
fator de carga de 60%, 80% ou 100%, enquanto a Classe II são para fatores de carga de 30%, 40% ou 
50%. A classe III engloba as fontes de serviço leve com fator de carga de 20%. Um exemplo de 
designação de uma fonte da Classe I com FC = 60% é "NEMA CLASS I (60)". 
 
Tabela 1 - Correntes Admissíveis (A) para Fontes de Soldagem, segundo Nema(1) 
CLASSE 1 CLASSE II CLASSE III 
200 150 180-230 
250 175 235-295 
300 200 
400 225 
500 250 
600 300 
800 350 
1000 
1200 
1500 
 
10 - Resumo 
 
 O uso de uma fonte de soldagem está inicialmente ligado à formaque a mesma fornece energia 
quando submetida a uma carga, no caso o arco. Uma fonte pode fornecer corrente contínua ou alternada, e 
o formato do sinal pode ser constante, pulsante, senoidal ou quadrado, dependendo das necessidades do 
processo. 
 O comportamento da fonte frente à carga, medido pelos valores da corrente e tensão em estado de 
regime (característica estática da fonte), é outro ponto importante. Algumas fontes fornecem corrente, 
enquanto a tensão é função da carga (fonte do tipo corrente constante). Outras fontes fornecem tensão, 
enquanto a corrente é função da carga (fonte do tipo tensão constante). 
 Tanto a característica estática, como o tipo de corrente, caracterizam a fonte quanto ao processo a 
ser usado. Fontes do tipo corrente constante são apropriadas para eletrodo revestido ou TIG, enquanto 
fontes do tipo tensão constante são normalmente mais adequadas para os processos automáticos e semi-
automáticos, com eletrodos consumíveis. 
 A produção da energia pela fonte é função do projeto de construção. Neste termos, as fontes 
podem se classificar em transformadores, geradores, retificadores e inversores. A aplicação da eletrônica 
em fontes de soldagem, por afetar a performance das mesmas, fez aparecer uma outra classificação das 
fontes, que subdividem-se em Fontes Convencionais e Fontes Modernas. O projeto da fonte, além de afetar 
o desempenho, afeta também os custos e robustez das mesmas. 
 As fontes devem ser especificadas também pela capacidade de trabalhar continuamente, ou 
intermitentemente, por um longo período sem danificar-se por aquecimento. A corrente admissível de uma 
fonte é função do fator de carga da mesma, o qual representa a relação entre o tempo que a fonte está sob 
carga e o tempo total. Fontes para processos automáticos exigem uma capacitação para fatores de carga de 
100%, enquanto processos intermitentes, tais como os processos manuais e semi-automáticos, requerem 
uma capacidade relativa a fatores de carga menores. 
___prof. Américo Scotti 18
 Finalmente, as fontes devem ter uma tensão em vazio, isto é, a tensão quando a fonte não está 
sujeita a cargas, suficientemente alta para facilitar o acendimento e manutenção do arco, mas não tão alta a 
por em risco a segurança do soldador.

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