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Resumo anamnese geral, ped, gest, idoso

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HABILIDADES II – Anamnese I 
Geral 
 
A anamnese é uma entrevista, e o instrumento de que nos valemos é a palavra falada. 
 
 
 
A anamnese pode ser conduzida das seguintes maneiras: 
• O médico deve deixar que o paciente relate livre e espontaneamente suas queixas sem 
nenhuma interferência, limitando-se a ouvi-lo. Essa técnica é recomendada e seguida 
por muitos clínicos. O psicanalista apoia-se integralmente nela e chega ao ponto de se 
colocar em uma posição na qual não possa ser visto pelo paciente, para que sua presença 
não exerça nenhuma influência inibidora ou coercitiva; 
 
• De outro modo, que pode denominar-se anamnese dirigida, o médico, tendo em mente 
um esquema básico, conduz a entrevista mais objetivamente. O uso dessa técnica 
exige rigor técnico e cuidado na sua execução, de modo a não se deixar levar por ideias 
preconcebidas; 
 
• Outra maneira seria o médico deixar, inicialmente, o paciente relatar de maneira 
espontânea suas queixas, para depois conduzir a entrevista de modo mais objetivo. 
 
Para conseguir um bom relato do paciente, Bates (2010) sugere- que o examinador 
utilize uma ou mais das seguintes técnicas: apoio, facilitação, reflexão, esclarecimento, 
confrontação, interpretação, respostas empáticas e silêncio. 
 
Elementos componentes da anamnese 
A anamnese é classicamente desdobrada nas seguintes partes: identificação, queixa 
principal, história de doença atual (HDA), interrogatório sintomatológico (IS), 
antecedentes pessoais e familiares, hábitos de vida, condições socioeconômicas 
e culturais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Identificação: nome, idade, sexo/gênero, raça/cor, estado civil, profissão, local de 
trabalho, naturalidade, procedência, residência, nome da mãe, nome do responsável, 
religião, filiação a órgãos/previdências e planos de saúde. 
 
 Queixa Principal: com as palavras do paciente. Uma linha!! 
 
 HDA: Colocar para cada sintoma suas 7 características: localização; característica (dura, 
mole, grande, pequeno); intensidade; cronologia; forma de início; fatores agravantes; 
sintomas associados. 
 
 ANTECEDENTES: fisiológicos e patológicos 
PESSOAIS: pré-natal, nascimento, quantos anos andou, primeira dentição, 
desenvolvimento, doenças na infância, menarca, ciclo menstrual, puberdade, doenças 
como adulto, alergias, imunizações, cirurgias, traumas, transfusões, história obstétrica. 
 FAMILIARES: saúde do cônjuge, diabetes, hipertensão, causa de óbito, doenças 
hereditárias. 
 
 HÁBITOS DE VIDA: lembrar de perguntar se fuma e quanto fuma e se bebe e quanto 
bebe. 
• Alimentação 
• Ocupação atual e ocupações anteriores 
• Atividades físicas 
• Hábitos. 
 
 IS: Pode vir por último na anamnese. 
• Sintomas gerais 
• Pele e fâneros 
• Cabeça e pescoço 
• Tórax 
• Abdome 
• Sistema geniturinário 
• Sistema hemolinfopoético 
• Sistema endócrino 
• Coluna vertebral, ossos, articulações e extremidades 
• Músculos 
• Artérias, veias, linfáticos e microcirculação 
• Sistema nervoso 
• Exame psíquico e avaliação das condições emocionais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Habilidades II – Anamnese pediátrica e adolescente 
 
PEDIÁTRICA 
Etapas da infância 
• Recém-nascido (de zero a28 dias de vida) 
• lactente (de 29 dias de vida a 2anos de idade) 
• Pré-escolar (dos 2aos 7anos de idade) 
• Escolar (dos 7aos 1Oanos de idade) 
• Adolescente (dos 10 aos 20 anos de idade). 
 
1. AMBIENTE: A sala ou local onde será realizada a entrevista deverá ser 
tranquila, com privacidade e com iluminação adequada. As cadeiras devem 
colocar pais e médico no mesmo nível de altura, permitindo visualização direta 
dos rostos dos interlocutores. Alguns brinquedos no consultório podem deixar a 
criança mais à vontade e permitir ao médico observar como ela brinca, se é 
criativa, se é agressiva e se reproduz situações vividas em casa. O tempo mínimo 
necessário para uma boa entrevista varia em torno de trinta a quarenta minutos. 
Quando não se dispõe de tanto tempo, deve-se estabelecer prioridades para o 
paciente e para o médico, ressaltando que outros aspectos não menos 
importantes ficarão para serem abordados numa entrevista subsequente. Quando 
se trata de escolares ou adolescentes, certas regras podem ser quebradas. Por 
exemplo, a distância entre médico e paciente, que em geral é mantida de forma a 
tornar a entrevista impessoal, poderá ser diminuída. Às vezes, uma escrivaninha 
pode inibir o paciente fazendo-o sentir-se distante do seu médico. 
 
2. APRESENTAÇÃO: No primeiro contato deve-se perguntar o nome da criança e 
dos pais. Evitar sempre dirigir-se aos pais com expressões impessoais, tais 
como: “mãe/mãezinha” ou “pai/paizinho”. Isto tende a despersonalizá-los e 
colocá-los em situação de inferioridade. Com crianças maiores, perguntar 
como gostam de ser chamadas ou se têm um apelido, tratando-as da forma à 
qual estejam habituadas. Dar especial atenção a estes aspectos quando se 
tratar de adolescentes poderá facilitar muito a relação médico-paciente. 
 
 
3. ATITUDE E COMPORTAMENTO DO MÉDICO: Durante a consulta o médico 
estará sendo analisado pela criança e pelos pais. Seu modo de vestir-se pode 
influenciar o relacionamento médico paciente, sendo recomendável mostrar 
asseio, certo esmero e usar indumentária que se aproxime da neutralidade. Às 
vezes, uma roupa menos formal (não estar todo de branco) pode ajudar na 
aproximação com crianças. A comunicação com a criança e a família pode ser 
substancialmente alterada pelo conjunto específico de palavras ou frases usadas 
pelo médico ao transmitir uma mensagem, seja ela interrogativa ou de 
aconselhamento. É importante que o médico constantemente identifique e avalie 
seu arsenal próprio de frases padronizadas, tentando usar as que promovem a 
comunicação. Por exemplo, ao invés de perguntar: “Por que você pensa assim?”, 
seria mais neutro dizer: “Eu gostaria de entender suas razões para tal ideia 
(sentimento/comportamento). Você pode explicá-las?” 
 
4. ATENÇÃO: O médico precisa saber ouvir o paciente e seus familiares. Mesmo 
quando não se está falando diretamente do motivo da consulta, é importante 
saber escutar e perceber nas entrelinhas problemas que às vezes são difíceis de 
verbalizar, observar posturas, atitudes das mãos, olhares trocados entre a criança 
e os pais. Há algumas situações que devem ser abordadas e trabalhadas quando 
surgem na entrevista. Por exemplo, quando a mãe informa já ter levado a criança 
a vários médicos sem ter tido sucesso com os tratamentos anteriores. É preciso 
esclarecer a causa de tantas trocas de médicos: será porque a criança apresenta 
uma doença crônica e os pais na tentativa de encontrar a cura buscam sempre a 
opinião de outro profissional ou será porque a criança é sadia e os pais estão 
convencidos de que ela é portadora de alguma patologia? Em suma, é preciso 
identificar claramente o que os pais estão esperando do médico, por que vieram 
procurá-lo e quais são as suas expectativas em relação ao problema da criança. 
 
 
5. ABORDAGEM DE TODOS OS ASSUNTOS: Quando um determinado assunto 
é tabu para uma família, em geral não é trazido espontaneamente à consulta. 
Nestes casos, o médico deverá ser esclarecido e desprovido de preconceitos para 
poder ajudar a família a encarar o problema. Tratar de sexualidade, drogas, 
alcoolismo, depressão, doenças graves (câncer, retardo mental) e dificuldades 
financeiras requer maior habilidade. As famílias costumam esperar que o médico 
esteja tranquilo o suficiente para abordar tais assuntos e saber lhes dar 
orientação.6. COMO CONVERSAR COM CRIANÇAS: 
a. Não ser condescendente. Só porque se está tratando com criança não é 
necessário deixar que ela faça sempre o que lhe aprouver no consultório. É 
preciso saber impor limites e manter a autoridade de médico durante a consulta. 
b. Não dar a impressão de que se considera a criança apenas uma “criancinha”. 
Deixar claro que ela é o paciente e que o médico dará importância às suas 
queixas. 
c. Não rir delas, exceto quando ficar claro que é para rir. Às vezes, os adultos 
tendem a achar engraçado o modo como as crianças se expressam, o que para 
elas é muito desagradável. Para a criança, o modo como ela se comunica é o 
correto e não tem nenhum sentido cômico. 
d. Não tentar ser engraçado. Não confundir tentar tornar a entrevista mais 
informal com fazer palhaçadas para a criança. Isto é inadequado, pois a criança 
sabe que veio ao médico e não a um local para se divertir. 
e. Não caçoar, exceto quando já estiver estabelecido um certo clima de 
intimidade. Nestes casos, o médico poderá fazer alguma brincadeira com a 
criança, sabendo que estará dando a ela o direito de ter a mesma atitude com ele. 
f. Eventualmente pode-se usar o cochicho para tratar de assuntos que digam 
respeito à relação privada do médico com a criança, de modo que esta se sinta 
especial, independentemente do resto da família. 
g. Procurar discutir com a criança sintomas, diagnósticos e tratamentos 
numa linguagem ao nível do seu entendimento. 
h. Usar o poder da força quando necessário, porém consciente de que isto trará 
aspectos negativos à relação médico-paciente. Às vezes, quando é prioritário 
obter uma informação que a criança está negando o médico pode impor sua 
autoridade e a dos pais. 
 
AVALIAÇÃO CLÍNICA DO RECÉM-NASCIDO 
A anamnese do recém-nascido (RN) inclui as etapas anteriores ao seu nascimento. Os 
fatores gestacionais e as condições periparto adquirem importância fundamental para 
faixa etária. 
Inicia-se a avaliação pela identificação com o nome, sexo, idade, etnia, naturalidade 
(nesta faixa etária, geralmente coincide com a procedência), filiação, endereço. 
A queixa principal e a anamnese são informadas pelo responsável, de acordo com sua 
capacidade de observação e de percepção do que está ocorrendo com a criança. 
O médico deve estar atento ao fato de que, muitas vezes, a queixa dos responsáveis 
pode induzir a um falso diagnóstico, como no caso da mãe que se queixa que o RN está 
com dor pelo fato de o bebê estar chorando. Observa-se, porém, que ao ser 
amamentado, fica saciado e dorme, findando seu choro. Assim, conclui-se que a queixa 
de "dor" não procedia. Na verdade, o RN estava faminto! 
 
Interrogatório sintomatológico 
Geral - Informar-se sobre o sono do RN: se dorme bem (especificar quantas horas ao 
dia- as horas de sono diárias diminuem de aproximadamente 16,5 h de sono/dia na 
primeira semana de vida para cerca de 15,5 h de sono/dia ao final do primeiro mês de 
vida); questionar se há irritabilidade, prostração ou dificuldade para amamentar. 
Sistema tegumentar - Pápulas, manchas, placas, descamações, alterações da cor da pele 
(icterícia, por exemplo). 
Sistema cardiovascular - Dispneia ao amamentar, edema, cianose. 
Sistema respiratório - Congestão nasal, coriza, tosse, cianose, esforço respiratório, 
roncos, sibilos. 
Sistema gastrintestinal - Ritmo intestinal, características das fezes, vômitos. 
Sistema geniturinário - Número de micções (estimular cuidador a observar quantas 
fraldas o RN molha por dia), características da urina (cor, odor, quantidade). No caso do 
sexo masculino, questionar se o jato urinário é forte e se ocorre projeção a longa 
distância ou se é fraco e curto (possibilidade de válvula de uretra posterior). 
 
Antecedentes 
Antecedentes do RN e familiares: 
• Com relação à gestação: duração da gestação (se o RN foi pré-termo- menos de 37 
semanas; termo- de 37 a 42 semanas; ou pós-termo - acima de 42 semanas); se 
houve intercorrências (diabetes melito gestacional, infecções como, por exemplo, 
infecção do trato urinário poucos dias antes do parto); via do parto (natural ou 
cesariana); exames complementares realizados pela mãe (sorologias maternas 
gestacionais para toxoplasmose, hepatites B e C, HTLV, HIV I e II, citomegalovírus, 
sífilis, rubéola, doença de Chagas; se foi constatada alguma alteração do feto no 
ultrassom gestacional); tipo sanguíneo materno ABO-Rh 
• Com relação ao recém-nascido: se ocorreu alguma intercorrência no parto (aspiração 
de mecônio, trabalho de parto prolongado); qual a condição do RN ao nascimento 
(verificar boletim de Apgar na caderneta de saúde da criança, se houve choro logo após 
o nascimento e cianose prolongada); se foram necessárias manobras de reanimação 
neonatal, se foi necessário oxigênio, passagem por UTI neonatal. Caso tenha sido 
necessária, pedir relatório detalhado de alta hospitalar da UTI neonatal. Verificar uso de 
antibióticos, hemoderivados, necessidade de ventilação mecânica e por quantos dias. 
Verificar se houve intercorrências, comorbidades, procedimentos médicos. Questionar 
grupo sanguíneo ABO-Rh do RN, se houve icterícia, edema. Questionar peso e estatura 
e idade gestacional ao nascimento. Também perguntar sobre doenças diagnosticadas até 
o momento, como alergias, e sobre os medicamentos em uso 
• Com relação à família: identificar doenças familiares nos parentes de primeiro e 
segundo graus (pais, irmãos, avós, tios, primos). Questionar sobre casos de síndromes 
clínicas na família e doenças raras ou que sejam frequentes entre os familiares 
• Imunizações/vacinação: verificar caderneta de saúde da criança. O recém-nascido deve 
ter recebido BCG e primeira dose da vacina anti-hepatite B no primeiro dia de vida. 
 
- Alimentação: Verificar se o RN está em aleitamento materno exclusivo (AME), 
estimulando-o e parabenizando a mãe por tal conduta. Enfatizar a importância do AME 
para o melhor desenvolvimento do RN. Já são de senso comum os benefícios do 
aleitamento matemo exclusivo até o 6° mês de vida do bebê. Caso tenha ocorrido o 
desmame, questionar o motivo. Caso a mãe ainda tenha leite, propor um plano para 
retornar à lactação materna exclusiva. Caso não seja possível, identificar o leite em uso, 
modo de preparação (diluição, cuidados de higiene) e oferecimento. 
 
- Vantagens do aleitamento materno 
• Menor custo 
• Diminuição da mortalidade infantil, principalmente por causas infecciosas, 
como diarreia e infecções respiratórias, além de enterocolite necrosante. Proteção contra 
incidência e gravidade das diarreias, pneumonias, otite média, diversas infecções 
neonatais 
• Proteção contra a síndrome de morte súbita do lactente, diabetes insulina dependente, 
doença de Crohn, colite ulcerativa, linfoma, doenças alérgicas e outras doenças crônicas 
do aparelho digestivo 
• Lactentes em aleitamento materno exclusivo têm melhor desempenho cognitivo 
• Aceleração da involução uterina, diminuindo o sangramento pós-parto. Proteção da 
mãe contra câncer de mama e ovário; aumento do tempo de amenorreia e aumento do 
intervalo de tempo entre as gestações. 
 
- Desenvolvimento neuropsicomoto: No desenvolvimento do RN, até a 4a semana de 
vida, é esperado que em posição prona mantenha atitude fletida, gire a cabeça de um 
lado para o outro. Quando suspenso ventralmente, espera-se que a cabeça fique pendida. 
Na posição supina, fica geralmente fletido, um pouco rígido. Pode fixar o olhar em 
faces ou na luz na linha de visão. Quando vira o corpo, apresenta "olhos de boneca': 
Tem preferência visual pela face humana. Para a avaliação do desenvolvimento 
psicológico, é importante observar o estabelecimento da relação mãe-filho, que nessa 
fase pode ser avaliadopela maneira de a mãe relacionar-se com o bebê, tal como: a mãe 
fala com a criança em um estilo particularmente dirigido (manhês), propondo algo à 
criança e aguarda a sua reação. 
 
ANAMNESE DO LACDENTE: as interações entre pais e filhos mudam 
cotidianamente, obrigando estes a se adaptar à nova realidade. Decorre daí a 
necessidade de explorar os compromissos, dúvidas e preocupações dos pais na 
anamnese. Recomenda-se avaliar o cotidiano da criança, registrando seus padrões e a 
adequação da alimentação, do sono, suas funções fisiológicas, sua relação com a família 
e os cuidados domésticos para prevenir acidentes. As principais preocupações são com 
o ritmo do crescimento e a aparência física do lactente. Algumas dúvidas mais 
frequentes estão relacionadas com os lactentes jovens e dizem respeito à cicatrização do 
coto umbilical, ocorrência de exantemas, primeiras enfermidades, como resfriado ou 
febre, erupção de dentes, uso de medicamentos e vitaminas, reações a imunizações, bem 
como a avaliação da visão e da audição do bebê. A constituição dos laços afetivos é 
ponto fundamental da consulta pediátrica para avaliação do desenvolvimento, e os pais 
devem ser arguidos sobre seus sentimentos com relação ao filho, por exemplo, se 
sentem que estão seguros para o cuidado, e sobre o reencontro da rotina de vida 
adequada para toda a família. Os pais devem ainda ser incentivados a relatar o 
temperamento do lactente- irritadiço ou calmo-, a previsibilidade do comportamento e 
sua reação aos comportamentos típicos da criança, por exemplo, ao choro ou à irritação. 
Nos lactentes mais velhos, devem-se buscar evidências que indiquem ansiedade com a 
separação e insegurança diante de estranhos. Essas reações devem ser explicadas aos 
pais. Para avaliação dos marcos do desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM), a 
abordagem começa com uma pergunta geral, como: "O que ele está fazendo 
atualmente?': A partir dessa pergunta, comparam-se as respostas obtidas a uma escala de 
padrões de desenvolvimento. O Ministério da Saúde disponibilizou, em 2002, uma 
ferramenta de avaliação do DNPM. 
A história familiar, incluindo saúde, hábitos de vida e questões psicossociais, é tópico 
essencial e deve incluir os antecedentes e as condições atuais de saúde da família, a 
adaptação da família ao bebê, o envolvimento do cônjuge nos cuidados com a criança, a 
inserção do trabalho na rotina familiar, as providências para os cuidados diários e a 
rivalidade entre irmãos. As condições ambientais devem fazer parte do inquérito, 
particularmente as questões sobre tabagismo na família, no domicílio, se há umidade e 
ventilação da casa. 
Os hábitos alimentares da família devem receber atenção especial, e os saudáveis devem 
ser estimulados, levando em conta que o paladar e preferências são cultivados desde os 
primeiros anos de vida e são fundamentais para uma vida saudável. 
 
FICHA DE ACOMPANHAMENTO DE DESENVOLVIMENTO – pg 134 pdf Porto. 
 
ANAMNESEDO PRÉ-ESCOLAR E ESCOLAR 
Esse período da vida da criança é marcado por intensa atividade motora com rápida 
aquisição de habilidades, linguagem e grande capacidade de aprendizagem. Por isso, é 
importante durante a consulta avaliar a dinâmica familiar e o estilo pessoal da criança e 
da família, com objetivo de promover integração e atender às necessidades da criança 
em desenvolvimento. 
Também é o período em que se deve proceder às triagens sensoriais formais para 
verificar as condições para aprendizagem. Na anamnese exploram-se as dúvidas e 
preocupações dos pais. A partir de 3-4 anos, deve-se estabelecer também um diálogo 
com a criança durante a consulta. 
Para avaliar o cotidiano da criança, pergunta-se sobre a alimentação, a participação nas 
refeições familiares, padrões de lanches e recusa de alimentos, além da conduta dos 
responsáveis com relação às recusas alimentares. Outros tópicos incluem padrões e 
preocupações com o sono, especialmente o despertar noturno perturbado, progressos e 
dificuldades no treinamento esfincteriano, cuidados dentários e medidas de prevenção 
de acidentes. As habilidades motoras e a sociabilidade também devem ser motivo de 
questionamentos. Nas crianças maiores, indaga-se sobre a prática de esportes e 
exercícios físicos na rotina diária, estimulando-as. 
Sobre as preocupações com doenças, solicita-se a avaliação dos pais com relação à 
saúde geral da criança a infecções comuns da infância e reações alérgicas. 
O desenvolvimento deve ter um enfoque especial na consulta da criança nessa faixa 
etária e pode ser abordado nos conteúdos afetivo e cognitivo. 
No afetivo, os pais são incentivados a descrever as reações do pré-escolar que oscilam 
entre as manifestações de dependência e independência, evidenciada por 
comportamentos que alternam entre desejos de exploração do ambiente e pessoas, 
negativismo, ansiedade de separação e dificuldade para controlar os impulsos. Além 
disso, exploram-se as brincadeiras preferidas e a integração entre o pré-escolar e os 
demais familiares. Para o escolar, as perguntas concentram-se em descrições do estilo 
de comportamento (p. ex., extrovertido, tímido), adaptação ao ritmo de um ano escolar 
formal e interações com os colegas. A rivalidade entre irmãos e o papel da criança na 
vida familiar também devem ser abordados e avaliados no desenvolvimento da criança. 
No cognitivo, a principal observação no pré-escolar deve ser com o conteúdo e a 
complexidade da linguagem. Aos 2 anos de idade, cerca de 50% da fala da criança deve 
ser inteligível. 
Erros de articulação, como substituir "r" por "1" ou "c" por "t", são comuns e normais 
nesse momento. Aos 4 anos, quase toda a fala da criança deve ser compreensível. 
Outros tópicos incluem as evidências de curiosidade e de interesse em objetos 
ou pessoas que não estejam presentes. No escolar, devem ser observados o desempenho 
da criança na escola, o que gosta e desgosta na escola, notas, absenteísmo e repetência. 
O inquérito ainda deve incluir a história familiar, caso não seja conhecida pelo médico, 
e inclui antecedentes e as condições atuais de saúde da família. 
 
ADOLESCENTES 
Ao se relacionar com o adolescente, o médico deve levar em consideração que, além das 
dificuldades comuns de todos os pacientes - que se sentem intimidados ou inibidos -, o 
adolescente tem outras especiais. Sua luta pela conquista da própria identidade inclui 
necessariamente conflitos com o mundo adulto, representado por sua família. Ora o 
médico é visto pelo adolescente como parte desse mundo, ora como um representante da 
própria família. Neste momento, a habilidade do médico em estabelecer uma relação 
construtiva consiste, sem abandonar sua postura de adulto, em saber compreender a 
adolescência. Entre outras características, ela inclui crítica veemente, contestação e 
rebeldia em relação aos adultos, sobretudo os mais próximos, que são os pais. Por outro 
lado, o adolescente demonstra necessidade de que o mundo adulto o reconheça, seja 
continente para suas ansiedades e lhe dê limites. O médico tem uma oportunidade, às 
vezes inédita, de fazer isso. Portanto, é fundamental, independentemente do motivo e da 
organicidade da consulta, que o adolescente tenha oportunidade de falar sobre sua 
relação com a família, com a escola, com os amigos e sobre sua sexualidade. Muitas 
vezes, grandes ansiedades são diminuídas após o exame clínico com um médico que 
nada fez de excepcional, a não ser ouvir e dialogar. Alguns clínicos se equivocam ao 
pensar que relacionar-se bem com adolescentes é transformar-se em um deles. Essa 
postura tem efeito negativo, e há jovens que a rejeitam ostensivamente, tornando-se 
agressivos e se fechando em si mesmos. 
Outros podem até aceitá-laaparentemente, mas deixam de se beneficiar de um 
verdadeiro diálogo com um adulto real, o que poderia aliviá-los de muitas tensões. 
O conflito de pontos de vista é muito comum na relação entre pais e filhos adolescentes. 
Frequentemente, este é o motivo da consulta, traduzido por queixas vagas de 
nervosismo, agressividade, "fechamento'. E. comum que, especialmente nessas 
circunstâncias, haja certa pressão declarada ou velada para que o médico se posicione 
em um dos lados. E importante que o profissional esteja atento, evitando fazer 
alianças. Seu papel deve restringir-se a compreender os conflitos e facilitar sua 
compreensão pelas duas partes, o que certamente vai colaborar para sua solução. 
 
Anamnese 
Tendo em vista os aspectos especiais da relação médico-paciente na adolescência, a 
realização da anamnese tem também características próprias. Uma pequena parte é 
feita com o familiar que estiver acompanhando o adolescente, mas o restante é realizada 
apenas com o adolescente. 
No primeiro tempo da consulta, são investigados os antecedentes familiares, pessoais 
fisiológicos (tipo de parto, peso ao nascimento, condições do nascimento, alimentação 
pregressa especialmente nos dois primeiros anos de vida, desenvolvimento 
neuropsicomotor) e patológicos e a imunização. Devem ser feitos questionamentos 
sobre a queixa principal e a história da doença atual. 
No segundo tempo, em que deve estar presente apenas o adolescente, a investigação da 
alimentação atual, dos hábitos de vida (prática de exercícios, uso de tabaco, álcool e 
drogas ilícitas), vida escolar, relações com pais e irmãos, relações sociais: amigos, 
namoro, educação sexual e vida sexual, se pertinente, e trabalho. É claro que tudo isso 
deve ser feito com cuidado, respeitando-se a personalidade do adolescente 
e levando-se em conta sua idade. Em seguida são repetidas a pesquisa da queixa 
principal e a história da doença atual. 
Esses dois itens podem repetir o que foi dito anteriormente pelo familiar, mas algumas 
vezes se obtêm mais dados ou histórias diferentes, até contraditórias. Às vezes a 
consulta é motivada mais por preocupação da família do que do próprio adolescente. 
Em alguns casos, pode estar disfarçando problemas comportamentais; em outros, 
queixas emocionais, manifestadas somaticamente. Nessas circunstâncias, o médico tem 
que usar sua perspicácia e sensibilidade para captar o verdadeiro motivo da consulta. 
Em seguida, aplica o interrogatório sintomatológico, de acordo com as normas gerais. 
Quando se inicia o segundo tempo, em que o adolescente se vê sozinho diante do 
médico, é comum que haja inicialmente certo grau de constrangimento, que pode 
ser maior ou menor de acordo com a idade e o temperamento dele. Esse 
constrangimento é diminuído quando a conversa é iniciada com um assunto 
relativamente "neutro': como a investigação sobre a alimentação. É evidente que 
estariam excluídos desse esquema os casos nos quais a queixa principal previamente 
relatada pela família versasse sobre problemas alimentares, obesidade ou falta de 
apetite. 
O envolvimento afetivo do médico com relação à queixa principal, especialmente 
quando se trata de problemas mais graves, pode levá-lo a descurar da investigação dos 
aspectos globais da vida do adolescente, o que seria desastroso. Isso ocorre porque as 
enfermidades não incidem simplesmente sobre um organismo, mas sim sobre um ser 
humano, inserido em uma família e em uma sociedade, principalmente no caso dos 
adolescentes, que vivem um momento muito especial de sua trajetória. 
 
CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS DA ENTREVISTA COM ADOLESCENTES 
Dentro da anamnese em pediatria este é um capítulo à parte que requer atenção pela 
complexidade e variedade de tópicos que envolvem a entrevista com o adolescente. 
Em primeiro lugar, o médico que atende o adolescente precisa ser natural, precisa gostar 
de adolescentes, tentar ser compreensivo e dar apoio a ele sem reproduzir o papel de pai 
ou censor. Por outro lado, é erro comum tentar aproximar-se fingindo assemelhar-se ao 
adolescente, usando seu linguajar e assumindo posturas estereotipadas, o que só serve 
para distanciar mais o paciente do médico, que se coloca em posição ridícula. O médico 
deve procurar ser ele mesmo, assumindo seu papel. Nunca ser condescendente com algo 
grave só porque se trata de um adolescente. 
Há alguns itens que devem ser levados em conta quando da abordagem do adolescente: 
a) Deixar sempre bem claro para o adolescente que é ele o paciente e não os pais. 
Garantir total apoio a ele, mantendo sigilo de tudo que for dito durante a consulta. 
 
b) Procurar sempre entrevistar o adolescente sozinho. Quando este vem acompanhado 
dos pais, iniciar a entrevista na presença deles, pedindo depois gentilmente para que 
aguardem na sala de espera. 
 
c) Procurar dar a orientação terapêutica diretamente ao paciente. Deve-se levar em conta 
que, às vezes, o adolescente não segue as prescrições médicas por fantasiar acerca do 
medicamento (que é prejudicial para a saúde) ou sobre seu corpo ter que reagir sozinho 
às custas de suas próprias defesas. 
 
d) Nem sempre a queixa principal é o real motivo da consulta. Às vezes,por trás de 
queixas somáticas tais como cefaléia, tonturas, cansaço ou dores musculares se 
escondem problemas familiares, problemas com a escola ou dúvidas a respeito do 
desenvolvimento físico. 
 
e) O adolescente pode ser inicialmente calado, desconfiado e hostil. Cabe ao médico 
quebrar essa barreira. Poderá usar a revisão de sistemas como uma forma neutra de 
tentar fazer o paciente falar, ou solicitar que ele fale sobre si mesmo, sobre seus hábitos, 
seu dia-a-dia, sua família, escola e amigos, o que mais gosta e o que não gosta de fazer. 
 
f) Faz parte da adolescência normal a busca da identidade pessoal. Uma forma 
encontrada pelo adolescente é primeiro descobrindo o que ele não é, para depois 
descobrir sua identidade. Daí então as costumeiras atitudes estranhas, excesso de álcool 
ou até eventual uso de droga na tentativa de ser diferente dos pais. O médico deverá 
saber diferenciar esse tipo de atitude do uso sistemático de drogas e álcool, 
condicionando ou associado a comportamentos que já estariam prejudicando a vida do 
adolescente. 
 
g) O tópico sexualidade deve ser abordado mesmo que não venha como uma queixa. Os 
adolescentes bem esclarecidos acerca de sexo, ciclo menstrual, masturbação, 
anticoncepção, doenças sexualmente transmissíveis, aborto e prostituição poderão ser 
elementos de divulgação de informação correta aos seus pares. 
 
h) Ao tratar de adolescentes com problemas de ordem emocional, evitar encaminhá-los 
imediatamente ao especialista. A possibilidade de um futuro tratamento psicoterápico 
deverá ser discutida previamente com o adolescente para que este não fique com a 
impressão de estar sendo passado adiante. 
 
 
 
HABILIDADES II – Anamnese da Gestantes 
 
Os cuidados pré-natais focalizam a otimização das condições de saúde e a minimização 
do risco materno-fetal. Os objetivos da primeira consulta de pré-natal consistem em 
confirmação da gravidez, na avaliação da saúde da mãe e dos riscos de complicações e 
na orientação das expectativas da gestante. Nas consultas seguintes são feitas revisões 
dos achados específicos encontrados no exame da gestante e do feto, rastreamentos 
preventivos oportunos e avaliação de quaisquer possíveis alterações do estado de saúde. 
 
Preocupações comuns: 
História pré-natal inicial - As consultas iniciais devem ocorrer nas primeiras semanas da 
gravidez, embora algumas vezes a primeira consulta só ocorra nos estágios avançados 
da gravidez. A anamnese deve ser adaptada à época do ciclogestacional na qual ocorre 
a primeira consulta. Deve-se perguntar se a gravidez foi confirmada: a paciente fez um 
exame de urina para confirmar a gravidez? Quando? Qual foi a data da última 
menstruação (DUM)? Ela já fez uma ultrassonografia para confirmar a idade 
gestacional? Explique à paciente que raramente os exames de sangue são necessários 
para confirmar a gravidez. A seguir, pergunta-se sobre os sinais/sintomas de gravidez. 
A paciente apresenta amenorreia, dor à compressão das mamas, náuseas e vômitos, 
fadiga ou polaciuria? 
 
História de saúde atual e história patológica pregressa – A gestante apresenta condições 
clínicas agudas ou crônicas, atuais ou pregressas? Deve-se dar atenção especial a 
condições que influenciem a gravidez, tais como intervenções cirúrgicas abdominais, 
hipertensão arterial, diabetes melito, condições cardíacas (inclusive aquelas que 
foram cirurgicamente corrigidas na infância), asma, estados de hipercoagulabilidade 
(envolvendo anticorpos anticardiolipina ou lúpicos), transtornos mentais (inclusive 
depressão pós-parto), infecção pelo HIV, doenças ou infecções sexualmente 
transmissíveis (IST/DST), resultados anormais no esfregaço de Papanicolaou e 
exposição in utero a dietilestilbestrol (DES). 
 
História obstétrica – Quantas gestações a paciente já teve? 
Quantos partos a termo, partos pré-termo, abortos espontâneos ou induzidos e quantas 
gestações resultaram em crianças vivas? 
Durante as gestações anteriores ocorreram quaisquer complicações, tais como diabetes 
melito, hipertensão arterial, pré-eclâmpsia, restrição do crescimento intrauterino ou 
trabalho de parto pré-termo? 
Já ocorreram complicações do trabalho de parto ou do parto, tais como macrossomia 
fetal (fetos grandes), angústia fetal ou intervenções de emergência? 
Os trabalhos de parto anteriores foram por via vaginal, via vaginal assistida (vácuo-
extrator ou fórceps) ou por cesariana? 
A paciente também deve ser questionada quanto à existência de fatores de risco para a 
sua saúde e para a saúde do feto: ela é tabagista, etilista ou usuária de drogas ilícitas? 
Ela faz uso de algum medicamento prescrito pelo médico, de medicação de venda livre 
ou fitoterápicos? 
Ela é exposta de algum modo a substâncias tóxicas no trabalho, em casa ou em outro 
local? 
Alimenta-se de modo adequado ou corre risco de problemas decorrentes da obesidade? 
Ela tem uma rede de suporte social e fonte de renda adequadas? 
Existem fontes incomuns de estresse no trabalho ou em casa? 
Há relato de abuso físico ou violência doméstica? 
 
História familiar - também deve ser avaliada: há doenças geneticamente transmitidas na 
família, tais como anemia falciforme, fibrose cística ou distrofia muscular? Algum bebê 
na família apresentou problemas congênitos? 
 
Planos para aleitamento – promoção da saúde 
Determinação da idade gestacional e da data provável do parto – Idade gestacional 
(IG): Para determinar a idade gestacional deve-se contar o número de semanas e dias a 
partir do primeiro dia de amenorreia. 
A contagem dessa idade menstrual a partir da data da última menstruação (DUM), 
embora biologicamente distinta da data da concepção, é o método padrão de calcular a 
idade fetal, resultando na duração média de 40 semanas de gravidez. Em raras ocasiões 
a data verdadeira de concepção é conhecida (como ocorre na fertilização in vitro); 
nesses casos a idade concepcional é usada e esta é 2 semanas menor que a idade 
menstrual. Todavia, esse valor nunca deve ser utilizado para a tomada de decisões 
clínicas, pois estas se baseiam na idade menstrual. 
Data provável do parto (DPP). A data provável do parto é 40 semanas a partir do 
primeiro dia da data da última menstruação. Segundo a regra de Naegele (ou Nägele), a 
DPP pode ser estimada da seguida maneira: acrescentam-se 7 dias à data da última 
menstruação, subtraem-se 3 meses e adiciona-se 1 ano. 
 
Conclusão da primeira consulta do pré-natal - Após o exame físico e a paciente já 
estar vestida, o profissional de saúde deve reafirmar seu compromisso com a saúde dela 
e com suas preocupações durante a gravidez. Os achados devem ser revisados e deve-se 
perguntar à gestante se ela ainda tem alguma dúvida. Se for necessário programar a 
confirmação da gravidez, fazer datação da gravidez ou solicitar exames de rastreamento, 
é preciso conversar com a gestante a respeito disso. É essencial reforçar a importância 
das consultas regulares e revisar a sequência das próximas consultas. Sempre registre 
tudo o que aconteceu no prontuário da paciente. 
 
Consultas subsequentes - Embora haja poucas evidências sobre o número ideal de 
consultas de pré-natal, as consultas obstétricas costumam seguir um determinado 
padrão: uma vez ao mês até a 30ª semana de gestação, depois a cada 15 dias até a 36a 
semana de gestação e depois 1 vez/semana até o parto. 
A anamnese deve ser atualizada a cada consulta, especialmente o relato feito pela 
gestante de movimentos fetais, contrações uterinas, extravasamento de líquido e 
sangramento vaginal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Habilidades II – Anamnese do Idosos 
 
Idoso: OMS – indivíduos com 65 anos ou mais. No Brasil, do ponto de vista legal, idoso 
é toda pessoa maior de 60 anos de idade (Lei nR8.842, de janeiro de 1994 e Lei n11 
10.741, de outubro de 2003). 
• idosos jovens (de 65 a 74 anos) 
• idosos velhos (de 75 a 84 anos) 
• muito idosos (de 85 anos ou mais): nos países em desenvolvimento, como o Brasil, 
pode-se considerar aqueles com 80 anos e mais. 
 
*Principal causa de mortes entre idosos no Brasil – doenças cardiovasculares., 
neoplasias e Alzheimer, Parkinson 
 
Senescência – processo de envelhecimento - fisiológico 
Senilidade – doenças que podem acometer o idoso – patológico 
 
Envelhecimento: conceitua-se o envelhecimento como um processo dinâmico e 
progressivo, no qual há modificações morfológicas, funcionais, bioquímicas e 
psicológicas que determinam perda da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio 
ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e maior incidência de processos 
patológicos que terminam por levá-lo à morte (Papaléo Netto, 2011). 
Processo progressivo, gradual e principalmente variável. 
 
Envelhecimento comum ou usual: os fatores extrínsecos como dieta, atividade física e 
condições psicossociais, intensificariam os efeitos do tempo sobre os órgãos e sistemas. 
 
Envelhecimento bem-sucedido: fatores extrínsecos não existiriam ou seus efeitos seriam 
de pequena importância. 
 
Modificações: é caracterizado por alterações da constituição corporal com diminuição 
da massa óssea, diminuição de 1 a 2% por ano da massa muscular esquelética após 
os 50 anos de idade (conhecida como sarcopenia), redução da água intracelular (15 a 
20%) e aumento (20 a 40%) com redistribuição da gordura corporal, que se acumula nos 
omentos nos lóbulos das orelhas, nas regiões paracardíaca e perirrenais. 
O tecido celular subcutâneo diminui nos membros e aumenta no tronco, havendo 
aumento dos diâmetros da caixa torácica e do crânio. 
A partir dos 40 anos, em decorrência do aumento das curvaturas da coluna vertebral e 
do achatamento dos arcos dos pés e dos discos intervertebrais, a estatura diminui cerca 
de 1 em por década. 
A taxa de metabolismo basal diminui cerca de 10 a 20% no idoso, o que reduz suas 
necessidades calóricas. 
A imunidade celular declina e a prevalência de neoplasias e infecções aumenta com a 
idade. Há maior predisposição à formação de autoanticorpos e o risco de doenças 
autoimunes é aumentado. 
 
PELE, TELA SUBCUTÂNEA E FÂNEROS: associada a fatores externos ao 
organismo. Alterações do colágeno e diminuição das fibraselásticas; rede vascular 
torna-se mais visível. A alteração do tecido subcutâneo, a pele torna-se enrugada 
formando pregas no abdômen, braços e coxas. 
-Cútis romboidal: aumento da espessura da pele com acentuação do seu quadriculado 
normal, alteração comum na nuca. 
-Melanose senil: Dorso da mão afetada pela diminuição dos melanócitos apresentam 
manchas hipercrômicas, planas e lisas. 
-Púrpura senil: ao menor trauma surgem manchas vermelhar e salientes. 
-Canície: embranquecimento dos cabelos devido ao enchimento de ar da medula do 
cabelo fazendo o córtex a perder pigmento. 
-Onicogrifose: unhas dos pés com tamanhos excepcionais, podendo dificultar a 
deambulação. 
 
SISTEMA OSTEOARTICULAR E MUSCULAR: Homens a partir dos 60 anos e 
mulheres após a menopausa começa a perda de tecido ósseo, diminuição da espessura 
do osso compacto e redução das lâminas do osso trabecular. 
Soldadura dos ossos do crânio (sinostose), suturas desaparecem e o crânio perde 
elasticidade. Ocorre anquilose das articulações costocondrais, perdendo elasticidade da 
caixa torácica. 
-Sarcopenia: diminuição da massa muscular e de da força muscular. Ocorre redução do 
número de fibras. 
 
 
 
SISTEMA NERVOSO: O peso e volume do cérebro diminuem. Ocorre nas células 
nervosas e outro acúmulo de uma substância chamada lipofuscina. Observa-se também 
o deposito de beta-amiloide e a formação de placas senis em determinadas regiões, 
como hipocampo – essas placas, associadas a demência caracteriza-se como Alzheimer. 
Ausência da fase 4 de sono, não REM, aumenta os despertares noturnos e devido à 
baixa velocidade de propagação do impulso nervos os reflexos patelares e os de 
aquileus. 
 
SENTIDOS ESPECIAIS: Os pavilhões auriculares aumentam com a idade. As 
articulações entre o martelo e a bigorna e está o estribo calcificam-se diminuindo a 
audição. 
- Presbiacusia: diminuição da audição, principalmente sons agudos. 
- Ptose palpebral: em decorrência da perda da musculatura. 
Pode ocorrer opacificação do cristalino levando a catarata, presbiopia e deposição de 
lipofuscina na retina e humor vítreo diminui. A degeneração macular senil é uma 
doença exclusiva dessa faixa etária. 
Os receptores olfatórios diminuem e as papilas gustatórias atrofiam podendo ter efeito 
sobre o apetite. 
 
SISTEMA CARDIOVASCULAR: As artérias tornam-se enrijecidas e tortuosas devido 
ao depósito de cálcio, diminuição das fibras elásticas e aumento de colágeno. 
O peso do coração aumenta com a idade. Paralelamente, ocorre aumento da resistência 
periférica e da pressão sistólica. A maior prevalência de hipertensão sistólica isolada 
está associada a um risco aumentado para doenças cerebrovasculares. 
 
SISTEMA RESPIRATÓRIO: ocorre substituição da musculatura lisa por colágeno. 
Alguns alvéolos dilatam-se com a formação de cistos por ruptura de alguns septos 
interalveolares. Ocorre aumento do volume residual (VR), capacidade vital (CV) 
diminui com o aumento do VR. A relação ventilação/perfusão altera-se e a pressão 
parcial de oxigênio arterial (Pa~) diminui. 
Os mecanismos de limpeza brônquica, assim como a velocidade dos batimentos ciliares, 
a produção de muco e a eficácia da tosse, também sofrem alterações com a idade, 
aumentando o risco de infecções. 
 
SISTEMA DIGESTÓRIO: observa-se perda de dentes, doença periodontal. Há 
reabsorção óssea e deslocamento da mandíbula. Mucosa oral perde a elasticidade 
e a resistência, tomando-se mais vulnerável aos traumas e às infecções, principalmente à 
candidíase. 
- Glossodina: ou síndrome da ardência bucal. 
A túnica muscular de todo o tubo digestivo também se atrofia por substituição das fibras 
musculares por colágeno, e isso compromete a motilidade. 
Formação de divertículos é uma condição que pode ocorrer. 
O peso do fígado e o número de hepatócitos diminuem e observam-se depósitos de 
lipofuscina. O volume da secreção biliar diminui e a vesícula tem tendência à discinesia, 
o que pode alterar a farmacocinética dos medicamentos. 
Os néfrons diminuem em número, alguns glomérulos tornam-se espessados, 
hialinizados ou fibrosados e muitas arteríolas aferentes obliteram-se. 
Quarta década de vida, o fluxo plasmático renal e a filtração glomerular sofrem redução 
de aproximadamente 10% por década, o que resulta na redução da depuração 
(clearance) da creatinina de 8 a 10 mf /min/1,73 m 2 por década. 
O idoso facilmente entra em falência renal. 
As alterações tubulares renais somadas à diminuição da síntese de aldosterona e ao 
aumento do hormônio antidiurético são responsáveis pela diminuição da capacidade de 
concentração e diluição da urina (hiponatremia, hipematremia e desidratação). 
A excreção de potássio diminui com a idade em decorrência da redução da filtração 
glomerular e da liberação de renina. 
Hiperpotassemia secundária à sobrecarga desse íon ou ação de medicamentos inibidores 
da conversão da renina em angiotensina (IECA). 
 
SISTEMA ENDÓCRINO: A glândula pineal involui e calcifica-se. Com isso, os 
hormônios hipofisários estimulantes das glândulas genitais (FSH e LH) têm sua 
secreção aumentada. 
A secreção do hormônio do crescimento sofre alterações importantes durante todo ciclo 
de vida. Essa redução com o envelhecimento seria um dos fatores responsáveis pelas 
mudanças da constituição corporal, com aumento da gordura e redução da massa magra 
tecidual. 
Outra importante alteração endócrina é a redução do sulfato de desidroepiandrosterona 
(DHEA) com a idade. 
 
SISTEMA GENITAL FEMININO: Sofrem modificações muito mais acentuadas 
do que os genitais masculinos. As mamas tornam-se flácidas e pendentes e o tecido 
glandular é substituído por tecido fibroso. A vagina diminui em comprimento e largura, 
a sua mucosa atrofia-se e torna-se ressecada. O útero perde peso e os ligamentos que o 
mantêm em posição afrouxam-se, favorecendo a ptose do órgão. 
 
SISTEMAGENITAL MASCULINO: Observa-se diminuição dos testículos, das 
vesículas seminais e das dimensões do pênis, que perde sua elasticidade. A glândula 
prostática involui porém o idoso não é estéril. 
 
 
PRÍNCIPIOS BÁSICOS: 
- A idade cronológica guarda pouca ou nenhuma relação com as condições clínicas e 
com o prognóstico do paciente. Indivíduos em idades muito avançadas podem estar em 
melhores condições que idosos mais jovens. 
 
- Envelhecer não é tornar-se criança novamente. O tratamento correto é senhor e 
senhora, e não "vô(ó)", "vozinho(a)", "tio(a)'~ O diminutivo velhinho(a), mesmo que 
usado para demonstrar carinho, deve ser sempre evitado. 
 
- Quase sempre o médico é muito mais jovem do que seu paciente, e isso pode dificultar 
o estabelecimento de uma relação de confiança entre os dois. Uma postura digna e um 
tratamento respeitoso por parte do médico, desde o início, evita esse problema. 
 
- No momento de apresentar o plano terapêutico, o médico deve incluir um familiar ou 
o cuidador (pessoa que presta auxílio a outra em suas atividades da vida diária, que pode 
ser um familiar, amigo ou alguém contratado para essa finalidade) na discussão, mas a 
vontade do paciente deve ser soberana. 
 
 
 
 
RECOMENDAÇÕES BÁSICAS: 
- Barreiras de linguagem 
- Conforto do paciente (facilitar acesso, cumprimentar o paciente logo no início, 
temperatura agradável, evitar salas barulhentas, conversar olhando nos olhos do 
paciente e evitar gritar, NÃO TER PRESSA!) 
- Deficiência auditiva 
- Deficiência visual 
- Deficiência cognitiva 
- Falta de conhecimento: O médico pode ter dificuldade em levantar a história clínica de 
um paciente cuja queixa principal ele seja incapaz de compreender. Esse 
desconhecimento pode ocasionar frustraçõese fazer com que os médicos rejeitem 
atender pacientes idosos. 
- Visita domiciliar: muitas vezes a ida ao médico é a única oportunidade de saúde do 
indivíduo, por isso deve-se evitar consultas domiciliares em pacientes com uma boa 
capacidade funcional. 
 
RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE: Os primeiros contatos com um paciente idoso, 
principalmente se frágil ou portador de distúrbios psiquiátricos, podem dar a impressão 
de que a relação médico-paciente será difícil e até desagradável. 
Outro problema é a não valorização das queixas pelo médico. Em nossa sociedade, 
existe o preconceito de que os velhos são poliqueixosos, e é comum os médicos 
adotarem essa postura, não deixando os seus pacientes idosos falarem ou não levando 
em consideração suas queixas, atribuindo tudo ao processo do envelhecimento. Isso 
prejudica a relação médico-paciente e é um dos principais fatores que contribuem 
para o insucesso terapêutico. 
 
ANAMNESE: 
A história geralmente é longa e demanda muitos encontros para ser completada. A 
oportunidade dada ao paciente de expressar as suas preocupações e receber atenção é 
comprovadamente terapêutica. Por tudo isso, o tempo da consulta deve ser 
cuidadosamente estruturado; não deve ser curto, pois os problemas geralmente são 
complexos, mas nunca muito longo que possa ser causa de desconforto e fadiga para o 
paciente. 
Por isso, recomenda-se que os testes de avaliação da função mental sejam aplicados 
logo no início da entrevista. 
Os pacientes idosos geralmente são portadores de múltiplas afecções crônicas e tendem 
a apresentá-las de maneira atípica. Portanto, o princípio de iniciar a anamnese com uma 
queixa principal pode não ser de grande valia nesses pacientes. 
Em muitas situações, a queixa principal do paciente difere totalmente daquela 
informada pelos familiares. Na verdade, o que incomoda o idoso pode não ser 
exatamente o mesmo problema que preocupa os seus familiares ou cuidadores. 
Nesse caso, é importante valorizar as duas informações, mesmo quando o paciente é 
portador de distúrbio cognitivo, não sendo, portanto, capaz de compreender o que se 
passa. 
Os medicamentos que estão sendo usados e aqueles que foram utilizados recentemente 
pelo paciente merecem atenção especial. Os pacientes devem ser encorajados a levar 
os medicamentos ou, pelo menos, uma lista por escrito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - Antecedentes e hábitos de vida: No que se refere aos antecedentes pessoais do 
paciente, pode não ter utilidade saber as condições de nascimento e doenças da infância, 
mas a história de tuberculose, doenças sexualmente transmissíveis e intervenções 
cirúrgicas é de extrema importância. Nas mulheres, a época da menarca não é tão 
relevante quanto a época e as condições da menopausa. 
 
-Acatisia: palavra derivada do grego que significa permanecer sentado. 
-Iatrogênia: refere-se a um estado de doença, efeitos adversos ou complicações causadas 
por ou resultantes do tratamento médico. 
-Dispareunia: dor durante a penetração

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