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Matriz extracelular Profa. Marta G. Amaral, Dra. Embriologia molecular Organização celular em tecidos Matriz extracelular ou Material intercelular Fibras Sistema Colágeno Colágenas Reticulares Sistema Elástico Elásticas Elaunínicas Oxitalânicas SFA = substância fundamental amorfa SFA • Preenche espaço entre as fibras e células • Viscosa, incolor, transparente • Opticamente homogênea difícil ver ao MO • Faz barreira à penetração de partículas estranhas • Permite a difusão de pequenas subtâncias hidrossolúveis • Composição Química: GAGs+proteoglicanas+glicoproteínas+ H2O+ íons Glicosaminoglicanas • São polissacarídeos longos, em forma de bastão, não flexíveis, não ramificados, com cadeias de dissacarídeos repetidas, com carga (-) • Geralmente as aminas são sulfatadas(SO4 --) os açúcares tem grupos carboxila (COO-) • Atraem o Na+ que atrai a água = água de solvatação Ex.: queratansulfato, heparansulfato, condroitin-4-sulfato, condroitin-6-sulfato, heparina, dermatan sulfato, ác. hialurônico Proteoglicanas Proteoglicana = GAGs (80-90%) + proteína Exemplos: Sindecana Agrecana MET, SFA da cartilagem, muitas GAGs livres e uma unidade proteoglicana H2O Resiliência: variação na hidratação do MEC. Ocorre na cartilagem, fluidos sinoviais e no humor vítreo. • Funções das proteoglicanas: 1. Resistir a compressão 2. Retardar a entrada de microoganismos e de células metastáticas 3. Associadas a LB formam filtros 4. Tem sítios de ligação para moléculas sinalizadoras 5. Sindecana e fibroglicam são proteoglicanas transmembrana e se ligam aos filamentos de actina do citoesqueleto e na outra ponta aos componentes da matriz extracelular 6. Agrecana se liga ao ác. Hialurônico, deixando a matriz em estado gel, impedindo a difusão rápida de líquidos. SINDECANA GAG Fluido tissular • Contém íons, substâncias difusíveis como a água e baixa concentração de proteínas plasmáticas de baixo peso molecular. • Chega a SFA pela diferença de pressão hidrostática e coloidosmótica Fibras colágenas • A fresco é branca, ao MO são eosinófilas com estrias transversais • São as mais frequentes, formadas de subunidades de tropocolágeno polimerizadas linearmente • CQ: glicina (33,5%) prolina (12%) hidroxiprolina (10%) • Sintetizado por: fibroblasto, osteoblasto, condroblasto, odontoblasto e fibra muscular lisa Colágeno • Já foram descritos mais de 27 tipos de colágeno. • A variação na disposição dos AAs origina um colágeno diferente: glicina, prolina e hidroxiprolina Funções do colágeno • Formar longas fibrilas: I, II, III, V e XI - Presentes nos ossos, tendões, dentina, cápsulas, derme, etc. • Associar-se a fibrilas: IX, XII e XIV - Ligam as fibrilas de colágeno umas as outras ou a MEC. • Formar rede: IV - Presente na lâmina basal • Fazer ancoragem: VII - Presente na lâmina basal Fibrila de Colágeno I Bandas com periodicidade, distância entre as bandas= 68nm Moléculas de tropocolágeno se sobrepõem de forma escalonada 300nm X 1,5nm Molécula em tripla hélice São 3 cadeias α: 2 α1 1 α2 A ordem dos AA varia: glicina, prolina e hidroxiprolina S Í N T E S E C O L Á G E N O 1.Captação de AA (prolina, lisina e hidroxiprolina) por endocitose 2.Formação do RNAm 3.Sínt.das cadeias α com peptídeos de registro por ribossomas 4.Hidroxilação dos resíduos de prolina , lisina e hidroxiprolina (necessária à vitamina C) e clivagem da sequência sinal no RER 5.Glicolisação de resíduos específicos de hidroxilisil no RER 7.Acúmulo de procolágeno pelo Golgi nas vesículas secretoras 6.Formação de moléculas de hélice tríplice de procolágeno no RER e movimento para dentro da vesícula de transferência 8.Movimento de vesículas até a membrana plasmática conduzidos por microfilamentos e microtúbulos 9. Exocitose do procolágeno 10.Clivagem das extremidades não helicoidais registradas do procolágeno para formar a molécula do colágeno 11. Polimerização da molécula colágeno na fibrila de colágeno (ocorre nas enseadas) ALFA 1 ALFA 2 Fibrila de Colágeno I pontes de hidrogênio e internações hidrofóbicas CQ: tropocolágeno, 3 cadeias α de fibrilas 2 cadeias peptídicas α1 1 cadeia peptídica α2 REGIÃO LACUNAR REGIÃO LACUNAR REGIÃO DE SOBREPOSIÇÃO REGIÃO DE SOBREPOSIÇÃO FIBRILA DE COLÁGENO FIBRA DE COLÁGENO FEIXE DE FIBRAS DE COLÁGENO tropocolágeno Regiões de sobreposição e regiões lacunares Estrias transversais com faixas claras e escuras Formação do feixe de fibra colágena VS VS COLÁGENO NÚCLEO DE FIBROBLASTO Fibroblastos sintetizando MEC Fibrilas colágeno na pele FEIXES DE COLÁGENO BANDAS 68nm Fibras Reticulares • São muito delicadas, visualizados por PAS e impregnação pela prata. • CQ: colágeno tipo III + glicoproteína + proteoglicanas • Dispostas sob a forma de rede ou ramificadas, formando arcabouço de alguns órgãos • Produzidas pelos fibroblastos, hepatócito, adipócitos, célula muscular lisa e célula de Schwann Tipos de colágeno, composição, localização e função • Déficit ou anormalidade na produção de colágenos específicos • Mutações nos genes que codificam as cadeias α “No futuro a terapia gênica poderá ser utilizada para controlar a deposição do colágeno defeituoso ou para reverter a doença causada pelos genes mutados” Colagenopatias Osteogênese imperfeita Fraturas repetidas após traumas Deformidade óssea Ossos quebradiços Dentes anormais Pele fina Tendões fracos Escleras azuis Perda da audição TIPO I Displasia de Kniest (tipo II) •Baixa estatura •Mobilidade articular restrita •Alterações oculares que levam a cegueira •Metáfises amplas com anormalidade articular Displasia epifisária múltipla (tipo IX) Deformações ósseas resultantes da ossificação endocondral prejudicada Doença articular degenerativa prematura Condrodisplasia metafisária de Schmid Autossômica recessiva Ao nascimento são normais Após o primeiro ano de vida, inicia-se o encurvamento dos membros inferiores, acentuação da lordose lombar Deformações ósseas por modificações das vértebras e das metáfises dos ossos longos Síndrome de Ehlers-Danlos(tipo III) • Desordens hereditárias que variam em severidade e são transmitidas como traços autossômico recessivo, autossômico dominante ou recessivo ligado ao X. • Características: hiperextensibilidade da pele e articulações, machucados fáceis, redução da cicatrização de feridas, pseudotumores e defeitos oculares. • Anormalidades distintas na síntese do colágeno têm sido identificadas em alguns subtipos da síndrome de Ehlers-Danlos (tipo IV, VI e VII). • Síndrome de Stickler do (tipo XI) Deformações craniofaciais e esqueléticas Miopia grave Descolamento de retina Perda auditiva progressiva Síndrome de Alport (tipo IV) É uma nefrite hereditária, geralmente ligada ao X Mais frequente nos homens Hematúria por falhas na membrana basal glomerular Lesões oculares Perda auditiva progressiva Epidermóide bolhosa benigna atrófica generalizada (tipo XVII) •Doença cutânea bolhas, separação dermoepidérmica •induzida mecanicamente •Hemidesmossomos defeituosos •Atrofia cutânea •Distrofia •Alopécia Síndrome de Klindler (tipo VII) subtipo de Epidermólise bolhosa Formação de bolhas Cicatrizações intensas da pele depois de pequenos traumas Ausência de fibrilas de fixação Escorbuto Sangramento gengival causado pelo escorbuto (avitaminose C) Fibras elásticas • A fresco são amareladas, • Ao MO são mais delgadas que as colágenas, sem estrias, formam uma malha irregular ou feixes grosseiros • As elásticas localizam-se: nos ligamentos da coluna vertebral, Ligamento nucal do pescoço na túnica média das grandes artérias, no ligamento suspensor do pênis. Coram por: Resorcina-fucsina de Weigert, Hematoxilina-férrica de Weigert, Verhoeff, Gomori e Orceína • Sintetizadas por: fibroblastos, condrócitos e fibra muscular lisa. Fibras elásticas Cedem facilmente a trações Fibras colágenas DERME MESENTÉRIO 3 Estágios de formação das fibras elásticas 1º Oxitalânicas: feixes de microfibrilas 10nm, formada por glicoproteínas, a principal é a fibrilina 2º Elaunínicas: deposição irregular de elastina entre as microfibrilas oxitalânicas 3º Elásticas: a elastina se acumula até ocupar o centro e as microfibrilas ficam na periferia. Fibras oxitalânicas • Feixes de microfibrilas com várias glicoproteínas, a principal é a fibrilina • Não tem elasticidade • Encontradas na junção dermoepidérmica e conectada a LB na Zônula do olho Fibras elaunínicas • Forma-se pela deposição irregular da elastina por entre as microfibrilas oxitalânicas. • Encontradas na derme e ao redor das glândulas sudoríparas. Síndrome de Marfan ou Aracnodactilia • Doença causada pela expressão anormal do gene da fibrilina, por mutação espontânea ou hereditária • Ausência de microfibrilas de fibrilinas associadas a elastina • alterações das válvulas cardíacas e dilatação da aorta Microfilamentos de fibrilina X sol • Exposição crônica ao sol modifica e diminui as microfibrilas de fibrilina em torno da elastina • Diminuição da elasticidade cutânea • As fibras elásticas podem não ser funcionais • Rugas profundas por fotoenvelhecimento Membrana Basal Presente nos tec. Epiteliais, Musculares liso e esquelético, Nervoso e Adiposo. • Lâmina basal: a) Lâmina Lúcida: glicoprotéica (laminina, entactina, integrina) e distroglicanos Alguns pesquisadores defendem que a Lam. lúcida é um artefato de fixação. b) Lâmina densa: colágeno tipo IV, glicoproteínas ( laminina, fibronectina, entactina), proteogliganas (heparansulfatopro- teoglicana, percalana) . • Lâmina fibroreticular: F. reticular (colágeno III + glicoproteína), colágeno I, IV, VII e fibronectina. Membrana basal Setas laminina na LB por imunocitoquímica Lâmina basal - PAS Funções da MB • Adesão e suporte firme e flexível do epitélio no conjuntivo adjacente • Filtração mecânica: através da rede de fibras de colágeno. • Heparan-sulfato-: restringe a passagem de moléculas negativas. • Facilita: atividade mitótica, diferenciação celular, modulação do metabolismo celular, induz a polaridade celular, orienta a migração celular na re-epitelização durante a cicatrização de feridas e regeneração de junções mioneurais e de nervos motores Polaridade celular apical lateral basal Glicoproteína Glicoproteína= proteína + dissacarídeos ramificados Função: Ligam as células ao MEC ou a LB. Regulam e modulam o movimento e a migração celular no MEC. Estimulam a proliferação e diferenciação celular Ex.: integrinas, fibronectina, laminina, entatina, tenascina, condronectina, osteonectina. Glicoproteína adesiva se liga através de módulos Glicoproteína adesiva: 3 cadeias polipeptídicas trançadas em cruz Faz adesão das células com a LB LAMININA TRIMÉRICA LAMININA TRIMÉRICA INTEGRINA SÍTIO DE LIGAÇÃO PARA MOLÉCULAS DA MATRIZ EXTRACELULAR CADEIA ALFA CADEIA BETA MEIO EXTRACELULAR CITOSOL TALINA PROTEÍNA DE COBERTURA MICROFLAMENTOS DE ACTINA VINCULINA É uma glicoproteína transmembrana com domínios no MEC e no MIC, é um heterodímero com cadeias α e β. No MEC se liga a laminina fibronectina e ao cólágeno No MIC se liga aos microfilamentos de actina, talina, vinculina,plectina, etc. Obrigada!
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