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Tecido Conjuntivo

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4001 – Lucas Ferreira 
 
Tecido conjuntivo 
 
Origem embrionária: mesoderma - mesênquima. O 
mesoderma se diferencia em mesênquima, que é o 
tecido conjuntivo primitivo, e as células mesenquimais 
são capazes de formar todos os tecidos conjuntivos. 
• Significado: conexão - conjunção, continuidade 
entre os tecidos: epitélial - múscular - ósseo. 
Características básicas: 
 
§ Vários núcleos e variedade celular, como 
macrófagos, fibroblastos, plasmócitos, 
mastócitos. As células do conjuntivo são 
amplamente separadas pela matriz extracelular 
abundante, diferentemente do tecido epitelial 
que possui matriz extracelular escassa e células 
justapostas. 
 
§ Vascularizado, com exceção da cartilagem que é 
um conjuntivo especial. Por ter essa 
característica de vascularização, geralmente é 
um tecido que dará suporte no que diz respeito a 
nutrição e oxigenação de tecidos avasculares, 
como por exemplo o tecido epitelial, que a 
nutrição, oxigenação e retirada de metabólitos é 
dada por difusão e quem fornece é o tecido 
conjuntivo subjacente a ele. No tecido 
cartilaginoso, a troca de gases e nutrição se dá 
por uma membrana conjuntiva chamada 
pericôndrio. 
 
Funções: 
 
§ Estrutural - oferece sustentação, ou seja, 
funciona como um arcabouço de sustentação 
celular e preenche espaços 
 
§ Serve de meio de trocas – vasos sanguíneos, 
como exemplo a nutrição do tecido epitelial. 
 
§ Proteção e defesa. Com a variedade celular no 
tecido conjuntivo, há células especializadas em 
defesa do tecido conjuntivo. 
 
§ Armazenamento de gordura - logo abaixo do 
tecido conjuntivo, há uma reserva de gordura em 
que a espessura vai variar de acordo com o 
estado nutricional do indivíduo. 
 
§ Reparação tecidual 
 
Organização: 
 
Células Residentes - fazem parte do tecido 
conjuntivo, moram nesse tecido e não conseguem 
sair e voltar do conjuntivo. Exemplos: fibroblastos e 
fibrócitos. 
 
Transitórias: são células que conseguem sair e voltar 
pro tecido conjuntivo, circulando na corrente 
sanguíneo (leucócitos). 
 
Componentes celulares: 
 
Fibroblastos são responsáveis pela síntese da 
matriz extracelular, desde o sistema de fibras até à 
substância fundamental amorfa. 
 
 
 
 
§ Estruturalmente, o citoplasma celular é 
abundante, núcleo ovóide e grande, células 
alongadas, com prolongamentos citoplasmáticos 
e citoplasma basófilo. 
 
§ Ultraestruturalmente, o retículo endoplasmático 
rugoso e complexo de golgi são bem 
desenvolvidos, com muitas mitocôndrias. 
 
Miofibroblastos são diferenciações dos fibroblastos. 
No processo de reparação tecidual do tecido 
conjuntivo, os fibroblastos têm capacidade de se 
diferenciar de miofibriblastos e são encontrados em 
processos cicatriciais. 
 
 
 
§ São como se fossem fibroblastos super ativados, 
tem função de produzir matriz e capacidade 
contrátil, ou seja, essas células conseguem 
juntar as margens de uma lesão. 
 
§ Estruturalmente, as células são fusiformes e 
frequentemente estreladas, o núcleo é alongado 
com aspecto ovóide e longos prolongamentos 
citoplasmáticos. 
 
§ Ultraestruturalmente, o retículo endoplasmático 
rugoso e golgi são bem desenvolvidos devido a 
alta demanda de síntese proteica na produção de 
proteínas colagens e elásticas. 
 
§ Presença de fibras de estresse (expressão de 
alfa-actinina), a síntese de alfa-actinina se dá 
4001 – Lucas Ferreira 
 
devido a estímulos de citocinas envolvidas no 
processo cicatrial. Além disso, alfa actina tem 
sido observada em técnicas utilizando 
imunohistoquímica, ela que vai formar os corpos 
densos para a contração na reparação de uma 
lesão tecidual. 
 
Somente fibroblastos típicos são vistos nos estágios 
finais dos processos fibrocontráteis, o que sugere 
que o miofibroblasto pode alterar o seu citoesqueleto 
e retornar à condição de fibroblasto ou desencadear 
o processo de apoptose. 
 
Durante o processo de cicatrização, pode ocorrer um 
acúmulo de quantidades excessivas de colágeno 
ocasionando o aparecimento de cicatrizes anormais, 
também denominadas queloides. 
 
Uma das etapas críticas da cicatrização é a formação 
do tecido de granulação. O tecido de granulação 
consiste em muitas camadas de células fibroblásticas, 
separadas por uma matriz colagenosa contendo 
brotos capilares (estímulo angiogênico) e células 
envolvidas no processo inflamatórias. Os fibroblastos 
presentes no tecido de granulação, geralmente 
exibem aspectos ultraestruturais de miofibroblastos. 
Eles são bem numerosos e mais desenvolvidos na 
camada exsudativa do ferimento e vão sendo 
gradativamente substituídos a partir da camada mais 
profunda, por fibroblastos. 
Quando a matriz colagênica é analisada, percebe-se a 
predominância do colágeno tipo III, ao passo que com 
a reabsorção do tecido de granulação e fechamento do 
ferimento, os miofibroblastos desaparecem e um tipo 
mais rígido de colágeno pode ser identificado. 
Através da secreção de citocinas inflamatórias, 
quimiocinas, fatores de crescimento e mediadores 
inflamatórios de natureza lipídica e gasosa, os 
miofibroblastos desempenham um importante papel 
na organogênese, inflamação, reparo e fibrose da 
maioria dos órgãos e tecidos. 
 
 
Fibrócitos – fibroblastos inativos, são fibroblastos 
quiescentes, com menor taxa de síntese de matriz 
podendo se diferenciar em fibroblastos ativos 
novamente através de um estímulo específico. 
 
 
 
§ Estruturalmente, os fibrócitos são menores e 
mais delgados que fibroblastos, com poucos 
prolongamentos apesar de continuarem 
fusiformes, núcleo menor. 
 
§ Ultraestruturalmente, o retículo endoplasmático e 
Golgi menos desenvolvidos o que confere baixa 
atividade sintética, e poucas mitocôndrias. 
 
 
Macrófagos são células especializadas em defesa e 
são células apresentadoras de antígeno por fazer 
parte desse sistema mononuclear fagocitário. 
 
 
 
Função principal: fagocitose, os macrófagos 
possuem alto poder fagocítigo. Nesse processo de 
fagocitose, é feita a digestão intracelular por 
lisossomos. 
 
§ Estruturalmente, é uma célula bem desenvolvida, 
grande, núcleo é normalmente excêntrico, com 
formato irregular e estruturalmente, tem 
organelas bem desenvolvidas, como retículo 
endoplasmático rugoso, lisossomos e golgi. 
 
No tecido ósseo, seu precursor, o monócito, pode 
se diferenciar em osteoclasto. 
 
Mastócitos são as maiores células do tecido 
conjuntivo. Presença de muitos grânulos 
citoplasmáticos e esses grânulos, juntamente a ações 
celulares características, vão fazer com que sua 
função principal seja participar de reações 
imunitárias, reações alérgicas, expulsão de parasitas 
e processo inflamatório. Liberam, a partir dos 
grânulos, histamina, substância vasodilatadora que 
provoca reações alérgicas e heparina, que é um 
anticoagulante. 
 
Quando ocorre interação entre o anticorpo IgE e um 
alérgeno, eles se ligam aos receptores dos mastócitos 
provocando a ruptura dos grânulos citoplasmáticos e, 
assim, ele é ativado liberando suas moléculas de 
histamina e heparina. 
 
§ Ultraestruturalmente, é possível perceber 
grânulos de heparina e histamina, organelas bem 
desenvolvidas – retículo endoplasmático rugoso e 
complexo de golgi bem desolvidos – e muitas 
mitocôndrias. 
 
Plasmócitos surgem a partir do linfócito B. Tem 
capacidade de produção de anticorpos – 
imunoglobulinas, é uma célula mediana que tem 
região nuclear em forma de roda de carroça e 
organelas bem desenvolvidas, como reticulo 
endoplasmático rugoso e complexo de golgi. 
 
4001 – Lucas Ferreira 
 
 
 
Matriz extracelular 
 
 
 
 Matriz extracelular 
 
 
 matriz fibrilar matriz não fibrilar 
 
Matriz fibrilar: 
 
§ Ultraestruturalmente, observa-se nas Fibras do 
sistema colágeno estriações transversais em 
intervalos regulares de 64 a 67 nanômetros. 
 
§ Função: resistência a forças de tração e confere 
rigidez e sustentação em sua atuação tecidual. 
 
• Colágeno: função estrutural 
 
 Proteína estrutural mais abundantedo organismo. 
 
Fibra colágena feixes de fibrilas colágenas 
 polimerização de moléculas de tropocolágeno 
 
 Tropocolágeno - 3 cadeias polipeptídicas 
arranjadas em alfa hélice forma uma molécula de 
tropocolágeno. estrutura fibrilar em tríplica hélice – 
três cadeias (alfa) torcidas e enroladas entre si 
ligadas por pontes de hidrogênio. A união de 
tropocolágenos formam as fibrilas. 
 
§ Diferença entre as cadeias origina os diferentes 
tipos de colágeno, 29 diferentes tipos de 
colágeno. 
 
 
 Fibrilas de colágeno: 
 
 
 
 
 Fibras colágenas: 
 
• Fibras grossas 1 a 20 μm de diâmetro 
• Formadas pelo colágeno tipo I (principalmente) 
• ME: estriação típica do colágeno fibrilar 
• Proteoglicanos e outros colágenos regulam o 
diâmetro das fibrilas 
• Não apresentam ramificações 
 
 
 
O colágeno é formado de acordo com o tipo de 
tropocolágeno que ele tem. 
 
Colágeno: 
• Fibrilares: longas fibrilas - Colágeno I, II, III, V e 
XI - tendão, cartilagem, derme, osso 
 
• Colágenos associados a fibrilas: estruturas 
curtas (ligação): IX, XII, XIV – colágenos que 
ajudam na manutenção da estrutura da fibra, 
estabilidade estrutural de uma determinada fibra 
colágeno. 
• Formam redes ou malhas: Colágeno tipo IV– 
presente na lâmina basal 
• Colágeno de ancoragem: tipo VII; ancora fibrilas 
de colágeno tipo I à lâmina basal 
• Colágeno transmembranas: XIII e XVII - 
hemidesmossomos 
Tipos de colágeno: 
 Colágeno tipo I - Pele, Osso, tendões, ligamentos, 
fácias, dente, córnea - resistência a tração, forma 
fibras e fibrilas grossas e agrupadas (feixes). 
 
 Colágeno tipo II - Cartilagens – resistência a 
pressão, forma fibrilas em feixes e não fibras. 
 
 Colágeno tipo III: Tecidos fetais, estroma de 
órgãos e glândulas, órgãos linfóides e 
hematopoiéticos - cora por prata - forma fibrilas e 
fibras: fibras reticulares 
 
 Colágeno tipo IV: Membrana basal dos epitélios, 
vasos e célula muscular lisa – não formam fibrilas, 
formam rede 
 
 Colágeno tipo VII: Membrana basal de epitélios – 
formam fibrilas de ancoragem 
Outros tipos: IX, XII, XIV... 
As fibras reticulares são associações de fibras 
colágenas tipo III, alto teor de açúcar – hexoses, 
glicoproteínas e proteoglicanos. 
§ Colorações especificas - por terem glicoproteínas 
e proteoglicanos são corados com impregnação 
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argenica (cor prata) ou PAS, não são visíveis em 
cortes em HE. 
 
§ Arcabouço de sustentação para células de órgão 
hematopoiético como fígado, baço e em algumas 
glândulas, funciona como rede de sustentação. 
 
 Corte histológico do fígado. 
As fibras do sistema elástico conferem 
elasticidade e distensão, ou seja, tem uma grande 
flexibilidade. São fibras longas, finas e ramificadas. 
 
 
• Dois componentes principais: 
– Microfibrilas de fibrilina (glicoproteínas) • 
Resistência, forma a estrutura da fibra. 
 
• Suporte para a deposição de elastina 
– Elastina – proteína amorfa – confere elasticidade e 
resistência a degradação. 
Constituição: 
 
§ Microfobrilas 
(principalmente fibrilina) - 
arcabouço para deposição da 
elastina. 
Elastina - componente elástico. 
 
Tipos de fibras elásticas: 
 
A. Oxitalâmicas: Imatura (fibrilina) - sem 
elasticidade, não tem elastina. Somente microfibrilas 
de fibrilina. Encontrada no ligamento periodontal e 
tendões, zônula ocular. 
B. Elaunínicas: Em formação (fibrilina/↓elastina) – 
certa deposição de elastina na parte central. 
Microfibrilas + elastina. Encontrada na derme e em 
fibras elásticas em formação. 
C. Elásticas: Madura (fibrilina/↑elastina) – alta 
elasticidade. Consistência de borracha, mas 5 vezes 
mais extensível. A parte central desse arcabouço é 
bem preenchido de elastina, o que vai conferir uma 
grande elasticidade a essas fibras. 
• Fibras elásticas: associação com o colágeno e 
os proteoglicanos 
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Matriz não fibrilar: 
§ Substância fundamental amorfa em si, é um 
complexo viscoso e altamente hidrofílico de 
macromolécolas aniônicas, ou seja, com carga 
negativa e glicoproteínas adesivas, que auxilia na 
união célula-matriz. 
Glicosaminoglicanos (GAG’s): 
§ São polímeros lineares, não tem ramificação, 
formados por unidades repetidas dissacarídicas – 
ácido hialurônico (glicosaminoglicano livre) ligado 
a GAG’s sulfatados. 
§ Geralmente tem muito sulfato e o sulfato é 
negativo, como é negativo atrai cátion, 
principalmente de sódio (Na++), que por sua 
vez, acaba por atrair água. Deixa o meio 
hidratado. 
§ Função: manter o ambiente com alto teor de 
água. 
 
 
Proteoglicanos: 
 
 
 
Proteína mais glicosaminoglicanos. 
Eixo proteico central e essas 
proteínas estão associadas a 
GAG’s. 
São também estruturas que vao 
conferir um alto teor de água por 
conter GAG’s sulfatados. 
Ambientes que contêm 
proteoglicanos são ambientes 
hidratados, meio hidrofílico. 
Funções: 
§ Difusão de substâncias, já que é um meio muito 
aquoso 
§ Migração de células que fica mais fácil num 
ambiente onde tem líquido. 
§ Preenchimento de espaço. 
Glicoproteínas: 
São compostos de proteínas ligadas a cadeias de 
glicídeos (açúcares). Geralmente é uma proteína 
enovelada e o polissacarídeo (glicídeo) associado, é 
um açúcar ramificado, diferentemente do GAG que é 
linear. 
Funções: 
§ Funcionam muito bem na adesão – interação 
célula-célula. As selectinas vao unir as células 
umas as outras. 
§ Interação célula-matriz, promovida pelo 
fibronectina e laminina que vão fixar uma fibrila 
colágena a uma célula, para o tecido não ficar 
solto, mas fixado na matriz. 
Laminina 
 
 
GAG 
sulfatada 
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Fibronectina 
 
 
 
 
 
Tecido conjuntivo 
 
 Tecido conjuntivo propriamente dito 
 
 
 Frouxo Denso 
 
 
 Modelado Não modelado 
 
 
 Frouxo 
Muitas células, fibras bem delicadas, como fibrilas 
colágenas, oxitalâmicas, elaunínicas, que são fibras 
bem delicadas, celularidade alta. 
 
 
 Denso 
 Modelado Não modelado 
 
 
 
Não modelado: as fibras 
colágenas não tem uma 
orientação definida e as células 
também, não acompanham as 
fibras, só estão imersas. 
 
Exemplo: Derme, resistência de 
tração para todos os lados. 
Fibras colágenas em uma 
orientação única, 
geralmente é acompanhado 
pelas células. 
 
Exemplo: tendão – 
resistência a tração em um 
único sentido

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