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Staphylococcus epidermidis
Pertence ao gênero Staphylococcus. É uma bactéria gram-positiva arranjada em cachos e tétrades.
É um estafilococos coagulase-negativo. Encontrado com maior frequência na microbiota epitelial humana. 
Atualmente é vista como um importante patógeno oportunista responsável por infecções nosocomiais associados a dispositivos médicos de longa permanência. O aumento do uso de aparelhos protéticos e também do número de pacientes imunocomprometidos são fatores que vem favorecendo a patogenicidade de S. epidermidis em ambientes hospitalares. O estabelecimento de S. epidermidis em hospitais e demais instituições de saúde se deve basicamente ao fato de a espécie ter a pele humana como nicho natural e à sua habilidade de aderir a materiais biológicos e formar biofilmes.
FATORES DE VIRULÊNCIA
Expolímeros: O exopolímero PGA (poly-γ-glutamic acid) é um fator de virulência que tem um importante papel contra a resposta imune inata do hospedeiro, evitando a fagocitose por neutrófilos e interações com peptídeos antimicrobianos conhecidos como AMPs (cationic antimicrobial peptides). PGA também promove o crescimento de S. epidermidis em altas concentrações de sal, sendo, dessa forma, um fator determinante na fase de colonização. É codificado pelo opero cap. Outro exopolímero de S. epidermidis que atua contra a resposta imune inata do hospedeiro é PNAG (poly-N-acetylglucosamine). Embora seja mais conhecido por seu envolvimento com a produção de biofilme, PNAG também atua no processo de defesa contra neutrófilos, complemento, imunoglobulinas e AMPs.
Lipoproteínas e Ácidos Lipoproteicoicos: Algumas estruturas presentes na superfície celular de bactérias Gram-positivas, como lipoproteínas e ácidos lipoteicoicos, podem ser reconhecidas pelo sistema imune estimulando a resposta inata do hospedeiro. S. epidermidis possui essas estruturas, também conhecidas como PAMPs (pathogen-associated molecular patterns), que estimulam a fagocitose e a liberação de citocinas. Por outro lado, S. epidermidis tem a habilidade de perceber a produção de moléculas prejudiciais ao seu desenvolvimento por meio de um sistema denominado Aps. Esse sistema é ativado por diferentes AMPs produzidas pelo hospedeiro e estimula a regulação de uma resposta defensiva contra esses peptídeos antimicrobianos.
Elementos relacionados à adaptação ao ambiente: é uma bactéria bem adaptada a diferentes condições ambientais e isso se deve à presença de alguns elementos no genoma dessa espécie. Outro elemento que parece estar envolvido com a adaptação da espécie é conhecido como ACME (Arginine Catabolic Mobile Element). Esse elemento genético móvel é identificado na maioria das cepas de S. epidermidis e vem sendo associado a uma maior habilidade de colonizar a pele e membranas mucosas.
Biofilme e fatores de regulação: A formação de biofilmes é caracterizada em etapas diferentes. A etapa inicial consiste na colonização de superfícies abióticas por S. epidermidis e interações entre as células bacterianas. As superfícies de cateteres, por exemplo, são recobertas por proteínas de matriz extracelular após serem introduzidos no organismo humano. A S. epidermidis possui um conjunto de proteínas de superfície que interagem com determinadas proteínas dessa matriz. Essas interações podem ocorrer com maior especificidade (interação da proteína SdrG com o fibrinogênio...) ou de forma menos especifica (autolisinas Atle e Aae que se ligam ao fibrinogênio e a fibronectina). Nessa fase inicial são formados os canais que distribuem nutrientes a todas às células do biofilme, promovendo o crescimento desse aglomerado. 
	A fase de adesão é seguida por um processo de agregação intercelular. Nesse momento, diferentes macromoléculas da superfície da S. epidermis, algumas proteínas, exopolissacarideos e até ácidos teicoicos estão envolvidos com a formação da matriz extracelular do biofilme. 
	O polímero PNAG ao ser produzido por cepas da bactéria envolve e promove a interação das células bacterianas e é determinante para o processo de formação de biofilme em experimentos realizados. 
	Por fim, ocorre a etapa de rompimento do biofilme, que limita a sua expansão e promove a disseminação da infecção devido ao desprendimento de grupos de células bacterianas. 
O filme parece atuar como barreira protetora das bactérias contra os mecanismos de defesa do hospedeiro, bem como dos antibióticos, ao mesmo tempo em que fornece um ambiente adequado à sobrevida das bactérias.
Toxinas: Não possui uma ampla variedade de toxinas. Sua produção de toxinas se limita a pequenos peptídeos com funções citoliticas (PSM). Essas citolisinas pré-inflamatórias exercem uma atividade antimicrobiana contra outras espécies de bactérias, o que favorece a prevalência de S. epidermis no processo de colonização da pele. 
Patogênese: Estafilococos coagulase-negativos estão bem adaptados tanto a ambientes hospitalares como industriais, podendo sobreviver a superfícies inanimadas por semanas ou meses. São causas de infecções de corrente sanguínea decorrentes de cateteres intravasculares e outros dispositivos médicos. Podem também estar relacionadas a infecções envolvendo próteses ortopédicas e casos de endocardite por válvulas proteicas. Subpopulações de S. epidermidis e S. lugdunensis denominadas SCVs (small-colony variants) podem causar infecções crônicas, especialmente em pacientes com ostemielite, fibrose cística e abscessos. 
O S. epidermidis está́ particularmente adaptado para colonizar tais dispositivos protéticos, porque possui a capacidade de elaborar o polissacarídeo extracelular (glicocálice ou muco viscoso) que facilita a formação de um biofilme protetor na superfície do dispositivo.
Identificação laboratorial: A necessidade de diferenciar as espécies de estafilococos coagulase-negativo (SCoN) ainda é discutida pelo fato de não implicar em alterações na terapia. Por outro lado, alguns isolados de SCoN tem sido cada vez mais descrito como causas de graves infecções. Testes para a identificação da espécie ou testes de sensibilidade a antimicrobianos não são realizados quando o isolado de SCoN é considerado contaminante ou colonizador. Quando sua relação com o processo infeccioso é significativa, os testes de sensibilidade são requeridos.
Epidemiologia:
Prevalente em áreas úmidas como axilas, dedos do pé e narinas anteriores. 
A epidemiologia molecular de S. epidermidis é a mais estudada dentre as espécies de SCoN, no entanto, permanece ainda pouco definida. Em ambientes hospitalares observa-se a persistência de determinados clones endêmicos, muitas vezes, por décadas. 
SENSIBILIDADE A ANTIMICROBIANOS E TRATAMENTO
Maior frequência de resistência a múltiplos antimicrobianos.
Resistência a penicilina devido à produção de Beta-lactamase. 
A resistência a meticilica/oxacilina resulta a atuação de um gene que codifica a proteína PBB2a que se liga a penicilina.
Cepas dessa bactéria tem se tornado resistentes a outros antimicrobianos como gentamicina, fluoroquinolonas, tetraciclinas, cloranfenicol, eritromicina, clindamicina e estreptograminas, geralmente por meio da aquisição de plasmídeos contendo genes que codificam elementos que promovem alteração do alvo do antimicrobiano ou sua liberação para fora da célula bacteriana por meio de um sistema de EFLUXO.

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