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Professor Leonardo leonardo.deo@deg.ufa.br 1 Aula 3: Discordâncias e Mecanismos de Aumento de Resistência Tópicos desta aula 2 ● Discordâncias e deformação plástcaa ● Característcas das discordânciasa ● Sistemas de escorregamentoa ● Escorregamento em monocristaisa ● Deformação plástca dos materiais policristalinosa ● Deformação por maclaçãoa ● Mecanismos de aumento de resistência em materiaisa ● Recuperação, recristalização e crescimento de grão. (a) Micrografa mostrando grãos equiaxiais de alumínio em uma (b) lata de bebida, parcialmente conformada. (c) Uma lata de bebida totalmente conformada está mostrada na fgura. (d) Micrografa dos grãos de alumínio estrados. Deformação plástica à nível microestrutural do alumínio 3 Rearranjos atômicos que acompanham o movimento de uma discordância aresta conforme ela se move em resposta à aplicação de uma tensão de cisalhamento. Discordâncias e deformação plástca Discordância aresta 4 Discordâncias e deformação plástca 5 Discordâncias e deformação plástca Movimento de uma discordância em espiral. 6 Discordâncias e deformação plástca Alguns conceitos importantes: ● Escorregamento: deformação plástica é produzida pelo movimento de uma discordância. ● Densidade de discordâncias (ou número de discordâncias): comprimento total de discordâncias por unidade de volume. 7 Discordâncias e deformação plástca Exemplos de densidade de discordâncias: ● Densidades de discordâncias baixas: 103 mm-2 (metais cuidadosamente solidificados); ● Densidades de discordância altas: 109 a 1010 mm-2 (metais aleatoriamente deformados); ● Densidades de discordâncias intermediárias: 105 a 106 mm-2 (metal previamente deformado e tratado termicamente). 8 Campos de deformação ao redor de uma discordância aresta. Características das discordâncias (a) Repulsão entre duas discordâncias aresta com o mesmo sinal e localizadas sobre o mesmo plano de escorregamento. (b) Aniquilação entre duas discordâncias aresta com sinais opostos e localizadas sobre o mesmo plano de escorregamento. 9 Características das discordâncias ● Durante a deformação plástica o número de discordâncias aumenta drasticamente (1010 mm-2 para um metal altamente deformado). ● Fontes das novas discordâncias: discordâncias existentes que se multiplicam, contornos de grão, defeitos internos e irregularidades superficiais. 10 Sistemas de escorregamento ● Plano cristalográfico preferencial para movimento das discordâncias: plano de escorregamento (possui empacotamento atômico mais denso). ● Analogamente, a direção de escorregamento é a direção dentro do plano mais densamente compactada: direção de escorregamento. 11 (a) Um sistema de escorregamento {111} 110 mostrado em uma célula unitária CFC. 〈 〉 (b) O plano (111) mostrado em (a) e três direções de escorregamento 110 (indicadas pelas setas) 〈 〉 contdas naquele plano formam possíveis sistemas de escorregamento. Sistemas de escorregamento 12 Metais Plano de Escorregamento Direção de Escorregamento Número de Sistemas de Escorregamento CFC Cu, Al, Ni, Ag, Au {111} 〈110〉 12 CCC α-Fe, W, Mo {110} 〈111〉 12 α-Fe,W {211} 〈111〉 12 α-Fe, K {321} 〈111〉 24 HC Cd, Zn, Mg, Ti, Be {0001} 〈1120〉 3 Ti, Mg, Zr {1010} 〈1120〉 3 Ti, Mg {1011} 〈1120〉 6 Sistemas de Escorregamento para Metais CFC, CCC e HC Sistemas de escorregamento 13 Sistemas de escorregamento Vetor de Burgers, b: ● Direção: corresponde à direção de escorregamento das discordâncias; ● Magnitude: igual à distância de escorregamento unitária (ou à separação interatômica nessa direção). Vetor de Burgers em termos do comprimento da aresta da célula unitária (a). 14 Relações geométricas entre o eixo de tração, o plano de escorregamento e a direção de escorregamento usadas para calcular a tensão de cisalhamento resolvida para um monocristal. Escorregamento em monocristais Tensão de cisalhamento resolvida Quando a tensão de cisalhamento resolvida é máxima, o sistema de escorregamento se encontra orientado mais favoravelmente. A magnitude da tensão aplicada necessária para iniciar o escoamento no material depende da tensão de cisalhamento resolvida crítica, Ƭtcrc. Quando Ф = λ = 45o, então: 15 Escorregamento macroscópico em um monocristal. Escorregamento em monocristais Linhas de escorregamento em um monocristal de zinco. 16 Linhas de escorregamento na superfcie de uma amostra policristalina de cobre que foi polida e subsequentemente deformada. Ampliação de 173×. Deformação plástica dos materiais policristalinos 17 ● Em um dos lados de um plano, os átomos estão localizados em posição de imagem e espelho em relação aos átomos no outro lado do plano. Diagrama esquemátco mostrando a maclação resultante da aplicação de uma tensão de cisalhamento τ. Deformação por maclação 18 Para um monocristal submetdo a uma tensão de cisalhamento τ, (a) deformação por escorregamentoa (b) deformação por maclação. Deformação por maclação ● Na deformação por escorregamento, o escorregamento ocorre em múltiplos distintos do espaçamento atômico. ● Na maclação, o deslocamento atômico é menor que a separação interatômica e existirá uma reorientação por meio do plano da macla. 19 Mecanismos de aumento de resistência em materiais ● A habilidade de um metal de deformar plasticamente depende da habilidade de as discordâncias se moverem. ● A restrição ou o impedimento ao movimento das discordâncias confere maior dureza e resistência ao material. 20 Mecanismos de aumento de resistência em materiais Aumento da resistência pela redução do tamanho do grão. ● Um material com granulação fina é mais resistente que um material com granulação grosseira, pois o primeiro possui maior área total de contornos de grão para impedir o movimento das discordâncias. ● Quando as discordâncias não atravessam os contornos de grão durante a deformação, estas se empilham nos contornos gerando concentradores de tensão e consequentemente novas discordâncias. Ilustração de um contornos de grão atuando como barreira à continuidade do escorregamento. Os planos de escorregamento são descontínuos e mudam de direção por meio do contorno. 21 Mecanismos de aumento de resistência em materiais Aumento da resistência pela redução do tamanho do grão. Infuência do tamanho de grão sobre o limite de escoamento de um latão 70 Cu-30 Zn. Equação de Hall-Petch Dependência do limite de escoamento em relação ao tamanho do grão Onde d é o diâmetro médio de grão, σ0 e k1 são constantes para cada material. 22 Mecanismos de aumento de resistência em materiais Aumento da resistência por solução sólida. Variação (a) do limite de resistência à tração, (b) do limite de escoamento e (c) da ductlidade (%AL) mostrando o aumento da resistência, em função do teor de níquel para ligas cobre-níquel. 23 (a) Representação das deformações de tração da rede, que são impostas sobre os átomos hospedeiros por um átomo de impureza substtucional menor. (b) Possíveis localizações dos átomos de impureza menores em relação a uma discordância aresta, de modo que existe um cancelamento parcial das deformações de rede devidas às impurezas e à discordância. Mecanismos de aumento de resistência em materiais Aumento da resistência por solução sólida. 24 Mecanismos de aumento de resistência em materiais Aumento da resistência por solução sólida. (a) Representação das deformações compressivas impostas sobre os átomos hospedeiros por um átomo de impureza substtucional maior. (b) Possíveis localizações dos átomos de impurezamaiores em relação a uma discordância aresta, de modo que existe um cancelamento parcial das deformações de rede devidas às impurezas e à discordância. 25 Mecanismos de aumento de resistência em materiais Encruamento ou trabalho a frio. Porcentagem de trabalho a frio Onde A0 é a área original da seção transversal e Ad é a área da seção transversal após a deformação. Aumento de resistência mecânica em função da porcentagem de trabalho a frio. 26 Mecanismos de aumento de resistência em materiais Encruamento ou trabalho a frio. Redução na ductilidade em função da porcentagem de trabalho a frio. Infuência do trabalho a frio sobre o comportamento tensão-deformação de um aço com baixo teor de carbono. 27 Mecanismos de aumento de resistência em materiais ● Parte da energia da deformação plástica é armazenada no metal: zonas de tração, compressão e cisalhamento ao redor das discordâncias. ● Propriedades podem ser modificadas como consequência da deformação plástica. ● Propriedades e estruturas podem ser revertidas aos seus estados anteriores ao trabalho a frio através de processos que ocorrem em temperaturas elevadas. 28 Recuperação, recristalização e crescimento de grão Recuperação ● Parcela da energia de deformação interna é liberada devido ao movimento das discordâncias (difusão atômica em temperaturas elevadas). ● Redução do número de discordâncias (configurações de discordâncias que possuem baixas energias de deformação). ● Propriedades são recuperadas aos estados antes do trabalho a frio. 29 Recuperação, recristalização e crescimento de grão Recristalização ● Formação de um novo conjunto de grãos livres de deformação e equiaxiais, com baixas densidades de discordâncias. ● Temperatura de recristalização: temperatura na qual a recristalização termina em exatamente 1 hora. ● Nível de trabalho a frio abaixo do qual a recristalização não pode ser induzida: entre 2% e 20%. 30 Recuperação, recristalização e crescimento de grão A infuência da temperatura de recozimento (para 1 hora) sobre o limite de resistência à tração e a ductlidade de um latão. 31 Recuperação, recristalização e crescimento de grão (a) Estrutura de grão trabalhado a frio (33%). (b) Estágio inicial da recristalização, após aquecimento durante 3s a 580oC. Estágios da recristalização e do crescimento de grãos do latão. 32 Recuperação, recristalização e crescimento de grão Estágios da recristalização e do crescimento de grãos do latão. (c) Substituição parcial dos grãos trabalhados a frio por grãos recristalizados (4 s a 580oC). (d) Recristalização completa (8s a 580oC). 33 (e) Crescimento dos grãos após 15 minutos a 580oC. (f) Crescimento dos grãos após 10 minutos a 700oC. Recuperação, recristalização e crescimento de grão Estágios da recristalização e do crescimento de grãos do latão. 34 Variação da temperatura de recristalização em função da porcentagem de trabalho a frio para o ferro. Para deformações menores que a crítca (aproximadamente 5 %TF), a recristalização não ocorrerá. Recuperação, recristalização e crescimento de grão 35 Metal Temperatura de Recristalização e Temperatura de Fusão oC oC Chumbo –4 327 Estanho –4 232 Zinco 10 420 Alumínio (99,999 %p) 80 660 Cobre (99,999 %p) 120 1085 Latão (60 Cu-40 Zn) 475 900 Níquel (99,99 %p) 370 1455 Ferro 450 1538 Tungstênio 1200 3410 Temperaturas de Recristalização e de Fusão para Vários Metais e Ligas. Recuperação, recristalização e crescimento de grão 36 Recuperação, recristalização e crescimento de grão Crescimento de grão ● Grãos isentos de deformação continuarão a crescer se a amostra for deixada sob uma temperatura elevada. ● O crescimento de grão não precisa ser precedido por recuperação e recristalização. ● Área total dos contornos diminui, produzindo uma consequente redução na energia total (força motriz para o crescimento de grão). 37 Recuperação, recristalização e crescimento de grão Crescimento de grão Representação esquemátca do crescimento de grão por difusão atômica. dependência do tamanho do grão em relação ao tempo. d0 é o diâmetro inicial de grão em t = 0, e K e n são constantes. Geralmente n ≥ 2. 38 Recuperação, recristalização e crescimento de grão Crescimento de grão Logaritmo do diâmetro de grão em função do logaritmo do tempo para o crescimento de grão no latão em várias temperaturas. 39 WILLIAM D. CALLISTER, Ciência E Engenharia De Materiais - Uma Introdução, LTC, 2011. • Capítulo 7: Discordâncias e Mecanismos de Aumento de Resistência. 40 Referência Bibliográfca Recomendada 40 41 OBRIGADO! Slide 1 Slide 2 Slide 3 Slide 4 Slide 5 Slide 6 Slide 7 Slide 8 Slide 9 Slide 10 Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18 Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36 Slide 37 Slide 38 Slide 39 Referência Bibliográfica Recomendada Slide 41
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