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FACULDADE NOVOS HORIZONTES FEMINICÍDIO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA Belo Horizonte 2017 FEMINICÍDIO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA Belo Horizonte 2017 TERMO DE APROVAÇÃO FEMINICÍDIO NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA ORIENTADOR _________________________________________________ AVALIADOR ___________________________________________________ Belo Horizonte, de de 2017. AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus que iluminou o meu caminho durante esta Caminhada. Agradeço também a todos os professores que me acompanharam durante a graduação, em especial ao Prof. responsável pela realização deste trabalho. Dedico esta, bem como todas as minhas demais conquistas, aos meus amados pais, e agradeço a eles por todo o carinho e apoio. Por sempre me auxiliarem na busca de meus sonhos. SUMÁRIO RESUMO ................................................................................................................. 8 ABSTRACT ............................................................................................................. 9 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 9 2 HISTÓRICO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER ......................................... 10 2.1 CONCEITO DE FEMINICÍDIO ......................................................................... 15 2.1.1 Motivação para o Feminicídio .................................................................... 16 2.1.2 Em que contexto acontece o Feminicídio ................................................ 16 2.1.3 Características do crime de Feminicídio 17 2.2 FEMINICIDIO NO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO ......................................... 17 2.3 COMO A VITIMAÇÃO INFLUENCIOU NA CRIAÇÃO DA QUALIFICIADORA ............................................................................................................................... 18 2.4 COMO SE DAVA A PUNIÇÃO ANTES DA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO ......................................................................................................... 19 3. A NATUREZA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO ....................................... 19 3.1 Homicídio Privilegiado .................................................................................. 19 3.2 Homicídio Qualificado ................................................................................... 20 3.2.1 Ordem Objetiva ........................................................................................... 20 3.2.2 Ordem Subjetiva ......................................................................................... 20 3.2.3 Homicídio Doloso ....................................................................................... 20 3.2.4 Homicídio Culposo 20 4. A EFETIVIDADE DA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO ............................. 20 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 23 6. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................. 25 RESUMO O presente trabalho tem por finalidade analisar a lei 13.104 de 09 de março de 2015, que tipificou a conduta do feminicído, enquadrando-o como homicídio qualificado e incluindo um novo rol de majorantes ao Código Penal, bem como ponderar a necessidade da Lei do Feminicídio por meio de dados sobre o homicídio de mulheres no Brasil, extraídos do Mapa da Violência 2015. Pretende-se analisar também se a criação da Lei teria apenas a pretensão de garantir a integridade da mulher, ou se há meros interesses políticos na criação da Lei. O método utilizado é de uma pesquisa metodologia qualitativa, exploratória, bibliográfica e documental. Primeiro, a partir da análise do conceito de violência de gênero, a qual é considerada um sinônimo de violência contra a mulher, por ser esta sua maior vítima, e como a cultura do patriarcado serviu para legitimar esse tipo de violência, num processo de inferiorizarão da mulher ante a figura masculina. Em seguida, estuda-se o crime de feminicído pontualmente, partindo-se da análise de seus requisitos típicos e as mudanças acarretadas no Código Penal Brasileiro. Discorre-se, também sobre os dados alarmantes no Mapa da Violência 2015, Homicídio de Mulheres no Brasil. Palavras Chave: Feminicídio – Violência de Gênero, Lei Maria da Penha, Lei do Feminicídio, Mapa da Violência. ABSTRACT The purpose of this study is to analyze Law 13,104 of March 9, 2015, which typified the conduct of the feminicide, framing it as a qualified homicide and including a new list of majorantes to the Penal Code, as well as to consider the necessity of the Law of Feminicide By means of data on the murder of women in Brazil, extracted from the Map of Violence 2015. It also analyzes whether the creation of the Law would only have the intention of guaranteeing the integrity of the woman, or if there are political interests embedded in the creation of the Law. Used is a research methodology qualitative, exploratory, bibliographical and documentary. First, the concept of gender violence is analyzed, which is considered a synonym of violence against women, since this is its greatest victim, and how the culture of the patriarchy served to legitimize this type of violence, in a process of Woman before the male figure. Next, the crime of feminicide is analyzed punctually, starting from the analysis of its typical requirements and the changes entailed in the Brazilian Penal Code. There is also an analysis of the alarming data in the Map of Violence 2015, Homicide of Women in Brazil. Keywords: Feminicide - Gender Violence, Maria da Penha Law, Feminicide Law, Violence Map. 9 1 INTRODUÇÃO A sociedade patriarcal, onde o homem manda em tudo e a mulher exerce apenas o papel de obedecer e ser subordinadas a autoridade masculina, tornando-as propriedade dos homens, tem tornado cada vez mais quotidiana a violência contra a mulher. No Brasil segundo dados da Secretaria de Política para Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), nos dez primeiros meses do ano de 2016, houve 63.090 denúncias de violência contra a mulher. Entre esses registros 49,82% (31.432) mulheres sofreram agressões físicas, 30,40% (19.182) sofreram violência psicológica, 7,33% (4.627) sofreram violência moral, 4,86% (3.064) violência sexual e 1,76% (3.071) cárceres privados. Os dados mostram também que 85,85% corresponderam a situações em ambiente doméstico e familiar. A maioria dos relatos mostram que 67,36% foram cometidas por homens com os quais as vítimas tinham ou já tiveram algum laço afetivo, em cerca de 27% dos casos, o agressor era familiar, amigo, vizinho ou conhecido. Como forma de combate a essas agressões, surgem algumas iniciativas visando a mudança deste cenário de violência, como a Lei nº 11.340/2016 chamada de Lei Maria da Penha, que dispõe sobre a violência doméstica, prevendo sanções, serviços especializados de atendimento as vítimas e políticas públicas a serem implementadas para coibir a ocorrência da violência contra as mulheres. Ainda na busca de medidas de proteção, o Senado Federal recomendou a caracterização do crime de Feminicídio como forma de assinalar que o Brasil não será mais conivente com a violação dos direitos fundamentais das mulheres, dando origem ao Projeto de Lei nº 292/2013. O presente trabalho presta-se a analisará os aspectos da qualificadora do Feminicídio na legislação brasileira. Para tanto seu primeiro no primeiro capítulo, trará um panorama geral da violência contra a mulher, trará também a introdução da terminologia do Feminicídio na doutrina. Analisará também a sua diferença com o termo “femicídio” e da tipologia do feminicído. O segundo capitulo trará uma abordagem sobre o feminicído no Código Penal Brasileiro. Mostrará o tratamento do 10 Feminicídio na Legislação Brasileira, analisando as razões da condição do sexo feminino e a influência da vitimologia e também a como ocorria a punição antes da Lei do Feminicídio. No terceiro e último capitulo trará os principais aspectos da qualificadora do Feminicídio, abordando os principais questionamentos da introdução do Feminicídio no ordenamento brasileiro, no encerramento do último capitulo será abordado a eficácia da Lei do Feminicídio, que é imprescindível para verificação das mudanças que poderão ocorres com a criminalização do Feminicídio no Brasil. Deste modo espera-se que esta monografia tenha seu objetivo alcançado que desperte uma visão mais crítica da violência sofrida pelas mulheres pelo simples fato de ser mulher, bem como a intervenção do direito penal na criminalização do Feminicídio. Antes de entrar no conceito do feminicído, que é o ponto focal do presente trabalho, faz-se necessário trazer um relato breve sobre o histórico do surgimento de como a preocupação com a violência contra a mulher fez chegar na criação do termo feminicído. 2 HISTÓRICO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER Nos primórdios da humanidade, não havia uma diferenciação da relação de sexo e procriação, sendo a mulher vista apenas como aquela que tinha a capacidade de procriar, a fertilidade da mulher era vista como uma contribuição da mulher para a sociedade. Não existia a ideia da monogamia, ou seja, não tinham a cultura de ter um único parceiro, o casamento era feito por grupos e diante disso os descendentes eram reconhecidos apenas através da linhagem materna, somente após a domesticação dos animais, que passaram a ter ideia da contribuição do homem para a procriação, trazendo assim uma imensa ruptura na história da humanidade. Através desta descoberta a relação entre homem e mulher teve uma grande mudança, ou seja, o homem descobriu seu verdadeiro papel. O poder masculino começou a ganhar força e a família passou a ser monogâmica, com isso a herança passou a ser masculina. Já nesse contexto a mulher passou a ser inferiorizada e vista como um objeto de procriação, pois quanto mais procriasse, mais aumentaria a quantidade de mão de obra. Com a necessidade de aumento e aceleração da produção agrícola vem o desejo de controlar a liberdade da mulher, pois era necessário que os filhos da mulher 11 também fossem herdeiros de seus companheiros, para receberem os bens do pai. Desta forma o patriarcado ganha força e começa a propagar seus conceitos. A infidelidade da mulher era punida, sendo essa espancada e até mesmo morta por seus companheiros, esses atos eram acobertados por leis, como o já revogado Código Civil de 1916, que trazia artigos que limitavam a diferença de gênero, como exemplo a mulher que era casada tornava-se incapaz. As proporções do patriarcado foram tão grandes, que a mulher ao se casar, passou a carregar o sobrenome do marido em detrimento ao seu, o que hoje em dia não é mais obrigatório, mas ainda assim, mulheres optam por adota-lo, isso devido ao fato de que esses valores penetram na mente da humanidade de uma tal forma que passam a se tornarem verdades absolutas. Diante disso podemos notar o quanto o patriarcalismo é extremamente bem sucedido, pois o subordinado acaba por recusar mudanças. A sociedade patriarcal torna-se um dos grandes motivos da geração de violência contra a mulher, muitas das vezes os agressores praticam a violência para demonstrar sua superioridade, temos como exemplo os casos de parceiros íntimos das mulheres que fazem uso da violência para imperar o poder do homem. Esses casos não são isolados, dados comprovam que as agressões contra as mulheres são praticadas por pessoas conhecidas. Uma pesquisa realizada pela CPMI da violência contra a mulher, dentre mulheres que declararam já ter sofrido algum tipo de agressão, 52,5% das agressões veio de algum conhecido, sendo 25,9% das violências perpetradas por seus cônjuges ou ex-cônjuges. Embora a introdução da mulher no mercado de trabalho e nos espaços públicos (inclusive na política), o patriarcalismo ainda prevalece, através da predominância da violência contra as mulheres. Organizações internacionais mobilizaram-se, e passaram a tratar a violência contra a mulher como um problema de saúde pública. No início o assunto era tratado como um problema de direitos humanos de uma forma bem técnica, ou seja, as leis proibiam a discriminação em razão de sexo. Na Revolução Francesa, que pregava a igualdade entre homens e mulheres, essa igualdade ocorreu, embora de uma forma substantiva, demonstrando em pouco tempo que alguns eram mais iguais que outros, nesse contexto o movimento feminista foi de suma importância para chamar a atenção e ativar a preocupação com os direitos das mulheres, podendo destacar a atuação da ativista Marie Gouze, que elaborou a Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã, como uma crítica a Declaração dos 12 Direitos do Homem e do Cidadão, ela anunciou em sua obra a igualdade e liberdade apenas para os homens. O intuito não é colocar a mulher em situação de fragilidade e inferioridades, mas demonstrar que as mulheres estão cada vez mais expostas a submissão dos homens nessa sociedade patriarcal. As mulheres possuem grandes chances de sofrerem violências em grande parte sexual, vinda de pessoas próximas como maridos e companheiros. A morte é a modalidade mais extrema, mas não é a única, muitas mulheres sofrem violências físicas, emocionais, psicológicas e sexual, levando-a a não se sentirem seguras fora nem dentro de casa. Muitos homens se acham no direito de abordarem mulheres nas ruas e agredi- las, ainda que verbalmente, por acharem que estão se insinuando, por exemplo, por usarem roupas que eles consideram provocativas, outro exemplo ocorre dentro de casa, quando os pais tratam as filhas mulheres de forma diferenciada a dos filhos, por considerar a mulher inferior, tanto física, mental e emocionalmente, são vários fatos que ocorrem que demonstram que essa cultura está tão perpetrada que as pessoas não se dão conta dessa discriminação. A violência contra a mulher perpetrada por seus maridos e companheiros, geram consequências graves, tanto de ordem física como mental, muitas mulheres após sofrerem agressões passam a demonstrar lesões emocionais, tais como ansiedade, depressão e até mesmo vontade de tentarem contra a própria vida, isso acaba até mesmo afetando os filhos, pois muitos acabam por assistir as agressões. O Brasil é um pais patriarcal, fato esse que pode ser comprovado em grande parte dos estados brasileiros que existe uma grande discriminação não só nas relações afetivas como nas sociais, onde impera a desigualdade entre os gêneros. O Brasil ocupa a 7ª posição de homicídios de mulheres, com uma taxa de 4,4 homicídios a cada 100 mil mulheres, atrás apenas de El Salvador, Trinidad e Tobago, Guatemala, Rússia e Colômbia. Desta forma, torna-se evidente que os governos e a sociedade civil, necessita voltar os olhos para a questão da violência contra a mulher, não necessitar tratara a mulher de forma privilegiada, mas entender que é fato que as pessoas do sexo feminino estão expostas a diversos riscos, com consequências graves, a violência doméstica não deve ser tratada somente dentro de casa, por pensar assim vários grupos feministas e acordos internacionais passaram a reconhecer, a violência contra a mulher como uma violação dos direitos humanos. Surge nesse contexto, a Lei Internacional de Direitos da Mulheres, a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher 13 (CEDAW – “The Convention on the Elimination of All Forms of Discrimination against Women”). Que trata-se de um preâmbulo com 30 (trinta) artigos definindo o que constitui discriminação contra a mulher, além de montar uma ‘agenda’ com uma ação nacional para acabar com qualquer tipo de violência perpetrada contra o sexo feminino. Especificamente no relatório do Brasil, o Comitê da CEDAW fez recomendações voltadas para as mulheres deficientes, afrodescendentes, indígenas e rurais. O Comitê manifestou preocupação, ainda, com o cumprimento das decisões proferidas pelo Judiciário em casos de violência doméstica e familiar, relatando a falta de experiência dos juízes em caso de violências contra as mulheres e a ausência de dados consistentes sobre as agressões sofridas por mulheres. O comitê assim subscreveu: a) Fornecer treinamento sistemático aos juízes/as, promotores/as e advogados/as sobre direitos das mulheres, bem como sobre a constitucionalidade da Lei Maria da Penha, conforme decidido pelo Supremo Tribunal Federal.61 b) Fortalecer o sistema judicial para garantir que as mulheres, em particular os grupos mais desfavorecidos tenham acesso efetivo à justiça e facilitar o acesso das mulheres à justiça aumentando tanto o número de tribunais que tratam, e os juízes com experiência em casos de violência doméstica e familiar; c) Melhorar o sistema de coleta e análise de dados estatísticos que visam avaliar e monitorar o impacto da Lei Maria da Penha regular; d) Fornecer a todas as entidades que participam da implementação do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Mulher, recursos humanos, técnicos e financeiros, incluindo a criação de abrigos para mulheres vítimas de violência. Há ainda o documento, chamado Declaração e Plataforma de Ação de Pequim, resultado da 4ª Conferência Mundial sobre as Mulheres, que ocorreu em Pequim no ano de 1995. À época, a violência contra as mulheres foi identificada como uma das 12 (doze) áreas críticas de preocupação. O acordo firmado visava alcançar a igualdade de gênero e eliminar a discriminação contra as mulheres. A título de curiosidade, segue as 12 (doze) áreas de preocupação prioritárias selecionadas no encontro: a crescente proporção de mulheres em situação de pobreza (fenômeno que passou a ser conhecido como a feminização da pobreza); a desigualdade no 14 acesso à educação e à capacitação; a desigualdade no acesso aos serviços de saúde; a violência contra a mulher; os efeitos dos conflitos armados sobre a mulher; a desigualdade quanto à participação nas estruturas econômicas, nas atividades produtivas e no acesso a recursos; a desigualdade em relação à participação no poder político e nas instâncias decisórias; a insuficiência de mecanismos institucionais para a promoção do avanço da mulher; as deficiências na promoção e proteção dos direitos da mulher; o tratamento estereotipado dos temas relativos à mulher nos meios de comunicação e a desigualdade de acesso a esses meios; a desigualdade de participação nas decisões sobre o manejo dos recursos naturais e a proteção do meio ambiente; e a necessidade de proteção e promoção voltadas especificamente para os direitos da menina . – grifo nosso. Outro tratado importante a reconhecer o direito das mulheres a viver sem violência foi a Convenção Interamericana para Prevenir, Sancionar e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará, realizada em 9 de junho de 1994). Esta Convenção definiu o que deve ser tratado como violência contra a mulher: Artigo 1 Para os efeitos desta Convenção, entender-se-á por violência contra a mulher qualquer ato ou conduta baseada no gênero, que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto na esfera pública como na esfera privada. Artigo 2 Entende-se que a violência contra a mulher abrange a violência física, sexual e psicológica: a. ocorrida no âmbito da família ou unidade doméstica ou em qualquer relação interpessoal, quer o agressor compartilhe, tenha compartilhado ou não a sua residência, incluindo-se, entre outras formas, o estupro, maus-tratos e abuso sexual; b. ocorrida na comunidade e cometida por qualquer pessoa, incluindo, entre outras formas, o estupro, abuso sexual, tortura, tráfico de mulheres, prostituição forçada, sequestro e assédio sexual no local de trabalho, bem como em instituições educacionais, serviços de saúde ou qualquer outro local; e c. perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra. O Brasil, alterou por diversas vezes sua legislação, inclusive na Constituição Federal, na tentativa de proteger a mulher e proporcioná-las um tratamento digno, dessas mudanças a mais conhecida foi o promulgação da Lei Maria da Penha (Lei n.11.340 de 07/08/2016, o objetivo da Lei era assegurar a todas as mulheres o gozo dos direitos, além de criar mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, bem como medidas de proteção e assistência. No preambulo da lei consta o seguinte: 15 Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. O Supremo Tribunal Federal, julgou constitucional os artigos 1º, 33º e 41º da Lei Maria da Penha, colocando fim na discussão sobre a constitucionalidade da Lei por deduzirem ser de proteção exclusiva as mulheres, desta forma o supremo afastou os institutos despenalizantes previstos na lei 9.099/95. A Lei Maria da Penha está em consonância com o disposto no § 8º do artigo 226 da Constituição Federal, tendo em vista que obriga o Estado adotar mecanismos para coibir a violência no âmbito das relações familiares. Todo tipo de lesão, seja ele leve ou culposa, praticadas no âmbito familiar são de natureza pública incondicionada. Todos os serviços de saúde que atenderem a mulheres vítimas de violência tem a obrigatoriedade de comunicar o acontecido as autoridades competentes. O Congresso Nacional já demonstrou por diversas vezes a preocupação com a violência contra a mulher, como exemplos temos: a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a questão da violência contra a mulher em 14 de março de 1992; a instalação da CPMI para investigar a atual situação da violência contra a mulher em 2012; a CPI do tráfico de pessoas, que destacou também a necessidade de proteger as mulheres do tráfico e punir os aliciadores e traficantes de mulheres. Diante disso foi intensificada a discussão sobre o Feminicídio e a necessidade de criar um tipo penal para coibir esse tipo de crime, desta forma foi criada em 09 de março de 2015 a Lei nº 13.104/2015 que criou a nova modalidade de homicídio qualificado, o Feminicídio. 2.1 CONCEITO DE FEMINICÍDIO Feminicídio e o nome que se dá ao assassinato de mulheres pelo simples fato de ser mulher, ou seja, é um crime em razão de gênero. O Feminicídio é a última instância de controle da mulher: o controle da vida e da morte. Ele se expressa como afirmação irrestrita de posse, igualando a mulher a um objeto, quando cometido por parceiro ou ex-parceiro; como subjugação da 16 intimidade e da sexualidade da mulher, por meio da violência sexual associada ao assassinato; como destruição da identidade da mulher pela mutilação ou desconfiguração de seu corpo; como aviltamento da dignidade da mulher, submetendo-a a tortura ou a tratamento cruel ou degradante. Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre a violência contra a mulher (relatório final, CPMI-VCM, 2013). 2.1.1 Motivação para o Feminicídio As motivações mais comuns do Feminicídio podem ser causados por motivos de ódio, desprezo ou o sentimento de perda do controle e da ropriedade sobre as mulheres, agravado pela discriminação. Segundo a socióloga Lourdes Bandeira. O Feminicídio representa a última etapa de um continuun de violência que leva a morte. Seu caráter violento evidencia a predominância de relações de gênero hierárquicos e desiguais, procedido por outros eventos, tais como abusos físicos e psicológicos, que tentam submeter a mulher a uma lógica de dominação masculina e a um padrão cultural de subordinação que foi aprendido ao longo das gerações. 2.1.2 Em que contexto acontece o Feminicídio O Feminicídio na maioria das vezes acontece no âmbito familiar, cometido por parceiro íntimo e que geralmente é precedido por outras formas de violência, o que leva a entender que o crime poderia ser evitado. Este tipo de crime de gênero carrega em si traços como o ódio que exige a destruição da vítima e também pode vir acompanhado de práticas da violência sexual, tortura e/ou mutilação da vítima, antes ou depois do homicídio. De acordo com a Ministra Chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência, Eleonora Menicucci (SPM-PR) “Trata-se de um crime de ódio. O conceito surgiu na década de 1970 com o fim de reconhecer e dar visibilidade a discriminação, opressão, desigualdade e violência sistemática contra as mulheres, que em sua forma mais aguda, culmina na morte. Essa forma de assassinato não constitui um evento isolado e nem repentino ou inesperado; ao contrário, faz parte de um processo continuo de violência, cujas raízes misóginas caracterizam o uso da violência extrema, inclui uma vasta gama de abusos, desde verbais, físicos e sexuais, como estupro e diversas formas de mutilação e de barbárie”. 17 2.1.3 Características do crime de Feminicídio A Socióloga Lourdes Bandeira enumera algumas características do Feminicídio: * É praticado com vistas a destruição do corpo feminino, utilizando-se de excessiva crueldade e chegando a causar a desconfiguração do mesmo; * É perpetrado com meios sexuais, ainda que sem manifestar o intento sexual; * É cometido no contexto de relação interpessoais e intimas ou por alguma razão pessoal por parte do agressor, podendo estar associado a violência doméstica; * Seu caráter violento evidencia a predominância de relações de gênero hierárquicos e desiguais; * Pode haver sobreposição de delitos, geradores de situações de barbárie e terror; mulheres são estupradas, mortas, queimadas, mutiladas, torturadas, Asfixiadas, mordidas, baleadas, decapitadas, etc., e esses diversos crimes podem ocorrer concomitantemente, sobre um mesmo corpo; * É um crime de apropriação do corpo feminino pelo marido proprietário, como sendo território para uso e/ou comercialização em tudo o que esse corpo pode oferecer, isto é, desde a prostituição até mesmo o tráfico de órgãos; * Ocorre como o ápice de um processo de terror que inclui abusos verbais, sexuais, humilhação e uma extensa gama de privações a que a mulher é submetida: mamilos arrancados, seios mutilados, genitália retalhada. 2.2 FEMINICIDIO NO CÓDIGO PENAL BRASILEIRO Neste momento, será feita uma análise de como o Brasil optou por tornar o crime de feminicidio em um crime hediondo, o feminicidio de acordo com a legislação é na verdade uma qualificadora para o crime de homicídio que já é previsto no Código 18 Penal, havendo também o aumento da pena, isso ocorreu com a alteração da Lei nº 8.072/1990, que seria a Lei dos Crimes Hediondos, dessa forma o femicídio passa a ser um crime hediondo 2.3 COMO A VITIMAÇÃO INFLUENCIOU NA CRIAÇÃO DA QUALIFICIADORA A vítima muitas das vezes fica em segundo plano, ou seja, todas as atenções são voltadas para o criminoso e para o crime em si, deixando a vítima de ter a importância devida. Para muitos penalistas o Código Penal deve ser voltado para compreender o crime e o sujeito ativo e deixar de ser meramente voltado para aqueles que cometem os crimes. Muitas das vezes a vítima e classificada como sujeito participante, pois julgam a vítima de acordo com sua maior ou menos contribuição na pratica do crime. Criando dessa forma vários tipos de vítima. A vitimologia, estudo do crime e seus sujeitos, dá a devida atenção ao papel que a vítima tem dentro da relação criminal, desta forma torna-se necessário a criação de políticas publica de assistência a vítimas para compreensão dos fatos e sobretudo garantir seus direitos no processo criminal. A análise da personalidade da vítima, a sua personalidade, suas características, e as suas relações com o delinquente e do papel que assumiu na gênese do crime”, facilita na criação da qualificadora do crime, tendo em vista que a vítima, não deixa de ser vítima dependendo de seu comportamento, o fato é que o crime aconteceu e o infrator necessita ser julgado e condenado conforme a lei, a vítima deve ser considerada em todas as hipóteses. Em relação a violência contra a mulher, a criação do tipo penal feminicidio, demonstra que o proposito principal da sua criação foi tornar pública a existência da violência contra a mulher por razão de ser mulher, objetivando minimizar a pratica de tais crimes, na tentativa de mudar a mente patriarcal. 19 2.4 COMO SE DAVA A PUNIÇÃO ANTES DA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO Anteriormente a criação da lei nº 13.104/2015, não havia punição especifica para os homicídios perpetrados contra a mulher em razão de gênero, desta forma a qualificadora do feminicidio somente vai incluir os crimes praticados após a entrada em vigor da lei, que foi sancionada no dia 10 de março de 2015, desta forma não estão inclusos na lei os crimes acontecidos anteriormente, pois feriria o princípio previsto no artigo 5º, XL, da Constituição Federal, que diz, a lei não retroagirá, salvo para beneficiar o réu, antes da lei o crime era punido de forma genérica. Antes da lei o assassinato de mulheres era crime passional, ou seja, era o crime por amor, indo contra o fato de que quem ama não mata, assim a qualificadora do motivo torpe passou a ser aplicada nesse tipo de crime. Não há nada passional em matar uma mulher, por ela ser mulher. Diante disso o Senado Federal apresentou uma excelente justificativa para a tipificação do feminicído, desta forma o direito à vida é universal e de que não haverá impunidade. Diante disso fica claro que a Lei Maria da Penha não era responsável por punir esse tipo de crime, pois esse não é seu objetivo principal, seu intuito era de proteger a mulher vítima de violência doméstica e familiar, através de medidas protetivas. 3. A NATUREZA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO O crime de homicídio é o mais grave, tendo em vista que a vida é o bem mais precioso que o ser humano possui, o criminoso coloca fim a vida de sua vítima. O homicídio e dividido em simples, privilegiado, qualificado, culposo simples, culposo ou doloso. 3.1 Homicídio Privilegiado Nos casos de homicídio privilegiado há diminuição de pena, devido ao fato de p significado de privilegio ocorre nos casos em que os limites máximo e mínimo de pena são alteradas para prazos menores, utiliza a pena do homicídio simples com redução de 1/6 a 1/3. As hipóteses desse tipo de homicídio ocorrem no caso de o agente cometer o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima. 20 3.2 Homicídio Qualificado O homicídio qualificado está dividido em duas ordens, sendo elas de ordem objetiva e subjetiva. 3.2.1 Ordem Objetiva Diz respeito ao fato praticado, trata dos meios e modos de execução, ou seja, daquilo que o agente se faz valer para pratica do crime. 3.2.2 Ordem Subjetiva Diz respeito ao autor e não ao crime, ou seja, está relacionada a esfera interna do praticante do crime. 3.2.3 Homicídio Doloso Ocorre quando quem praticou o crime teve a intenção de matar, ou assumiu esse risco, agindo por vontade própria, agindo de forma consciente, ele pode ser: privilegiado, simples ou qualificado. 3.2.4 Homicídio Culposo Ocorre quando quem praticou o crime o fez por imprudência, negligencia oi imperícia. Essa conduta possui finalidade licita. 4. A EFETIVIDADE DA QUALIFICADORA DO FEMINICÍDIO A inclusão da qualificadora do Feminicídio na legislação brasileira deixa uma questão em aberto, a lei se efetiva? Esse questionamento destinado ao Direito Penal que trata-se do campo mais adequado para alcançar os objetivos pretendidos, tendo como principal objetivo a diminuição da violência de gênero. Os principais pontos discutidos quanto à efetividade da qualificadora do Feminicídio, faz-se imprescindível abordar os argumentos trazidos tanto por aqueles que são favoráveis quanto os que são contrários à interferência do Direito Penal nesta questão. Assim, os principais argumentos favoráveis à criminalização do Feminicídio: 21 (a) Instrumento de denúncia e visualização dos assassinatos de mulheres por razão de gênero; (b) Utilidade criminológica: dados e números concretos, fazendo aflorar a realidade e permitindo uma melhor prevenção; (c) Poder simbólico do direito penal para conscientizar a sociedade sobre a gravidade singular desses crimes; (d) Novas figuras penais podem contribuir a que o Estado responda mais adequadamente ante esses crimes; (e) Compromete as autoridades públicas na prevenção e sanção dos homicídios de mulheres; (f) Não se trata de dar um tratamento vantajoso para as mulheres à custa dos homens, senão de se conceder uma tutela reforçada a um grupo da população cuja vida, integridade física e moral, dignidade, bens e liberdade encontram-se expostas a uma ameaça específica e especialmente intensa. (g) Princípio da proibição da proteção deficiente; (h) O Comitê CEDAW vem apoiando as leis de tipificação do Feminicídio desde 2006 (Comitê CEDAW, 2006, 2012); (i) Existe extremo interesse constitucional e do legislador em erradicar as práticas de violência contra a mulher (j) Em razão do princípio da igualdade e da obrigação do Estado de garantir os direitos humanos, é necessário tratar juridicamente de maneira distinta situações que afetam de maneira diferente a cidadania. (k) O legislativo deve determinar a pertinência, oportunidade e conveniência, em termos de política criminal, da tipificação das condutas, sendo que existem, tanto no Direito Internacional dos Direitos Humanos, como no Direito Constitucional de diversos países, elementos suficientes para justificar a adoção de normas penais gênero-específicas em matéria de violência contra as mulheres. Por sua vez, os principais argumentos contrários: (a) Discriminação em prejuízo dos homens, dando maior valor a vida das mulheres; 22 (b) Violação do princípio básico de direito penal liberal, caracterizado pela igualdade; (c) Ambivalência de um conceito cuja força reivindicativa parece diluir-se convertendo- se de um processo de transformação de categoria teórico política em figura de direito positivo; (d) O poder político se vale dessa categoria, incluindo-a em sua legislação e, com isso, isenta-se de investir recursos humanos e econômicos suficientes para efetivamente conter a violência. (e) Em muitos países, a tipificação tem sido tão confusa que dificilmente se a pode aplicar (f) Reforça a imagem estereotipada das mulheres como vítimas e, em consequência, reduz ainda mais no imaginário social o empoderamento das mulheres; (g) A ênfase deve ser nas políticas preventivas e não nas penais; (h) O recurso ao direito penal transformou-se em um instrumento ao alcance de qualquer grupo político e possui baixo custo, comparado com a implementação de políticas públicas, e alta popularidade, especialmente em situações de alta violência e criminalidade; (i) O direito penal não é uma via adequada para fazer frente a esse fenômeno, sendo que a tipificação do Feminicídio tem um impacto mais midiático que real, posto que a proteção das mulheres não se incrementa por esta via, criticando-se a ênfase unicamente penal da normativa e a falta de medidas que fortaleçam a prevenção, tratamento e proteção das mulheres. 23 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho versou sobre o Feminicídio. A violência de gênero sofrida pelas mulheres que cada vez mais se perpetua em nossa sociedade e, em que pese tenha havido uma relevante transformação e evolução social quanto ao tema, a violência de gênero ainda vem aumentando, alcançando grandes proporções. Na tentativa de diminuir esse tipo de violência surgiu o conceito Feminicídio, que pode ser definida, sucintamente, como o assassinato de mulheres pelo fato de serem mulheres, sendo o ato mais extremo da violência contra o sexo feminino Existe a necessidade de se assumir a responsabilidade para impedir que esses crimes continuem ocorrendo, pois trata-se de uma violação aos direitos humanos das mulheres, incompatível com o Estado Democrático de Direito e não pode se admitir uma proteção deficiente, a lei necessita sair do papel, não pode ser apenas uma forma de alcançar interesses políticos, e necessário que seja adotado todos os meios e Instrumentos para que coibir essa pratica, para que esse crime seja extirpado de vez de nossa sociedade É necessário sim a criação de políticas públicas para proteção, mas é necessário também que essas políticas funcionem que tenham seus objetivos alcançados, apenas a criação não resolve o problema em si, pode sim beneficiar aqueles que a criaram, mas o alvo da Lei não é atingindo, pois ainda após a criação da lei a violência só aumenta e tende a aumentar mais a cada dia. A tipificação do feminicído no Brasil gerou diversos questionamentos, dentre os quais, o fato de que o crime de feminicído, embora não com esse conceito já era punido na legislação brasileira, através do homicídio, muitas vezes estando o crime enquadrado em uma das qualificadoras. A conclusão a que se chega é que se trata de uma mudança legislativa recente e que a doutrina precisa ser moldada e formar um entendimento dos diversos problemas que surgiram e que ainda surgirão. Imprescindível, também, será o papel da jurisprudência no que tange a formação de um posicionamento mais consolidado, para que haja uma efetiva segurança jurídica de cumprimento da lei. Ainda não houve 24 mudanças efetivas com o feminicído, eis que o crime já era anteriormente tratado através do homicídio. Independentemente dos argumentos favoráveis ou contrários ao feminicído na legislação penal brasileira, há um que haver um consenso quanto a necessidade de haver políticas públicas para que haja uma mudança de fato na mentalidade patriarcal da sociedade e que haja uma prevenção efetiva da violência de gênero que realmente funcione, que seja eficaz O Direito Penal está sendo apenas simbólico nessa questão, de nada adiantará apenas a criação do feminicído sem o envolvimento do Poder Público e da população no combate a esse crime. Enfrentar a violência contra as mulheres requer políticas a longo prazo, não somente em um momento oportuno para esse ou aquele partido político, a aplicação da Lei, conforme está no papel permitirá uma maior visibilidade dos casos de violência de gênero, mas o objetivo principal da lei deve ser a prevenção, evitar a ocorrência de que crimes ocorram, para que haja a prevenção do Feminicídio é necessário uma conscientização referente as relações de poder patriarcais e de um efetivo estímulo ao respeito entre os gêneros, promovendo assim uma efetivação do princípio da dignidade da pessoa humana, vertente de todo o ordenamento jurídico brasileiro. 25 6. BIBLIOGRAFIA BRASIL, Constituição Federal de 1988. In : VADE MECUM, São Paulo,2013. BRASIL, Lei do Femicidio, 13.104/2015. In: VADE MECUM, 2016. BRASIL, Decreto – Lei n2848 de 07 de Dezembro de 1940. VADE MECUM, São Paulo. Feminicídio é fenômeno político, não apenas de gênero, dizem palestrantes. AGUILAR, Ana Letícia. Femicidio... La Pena Capital por Ser Mujer (tradução nossa). Disponível em: . Acesso em: 27 jul. 2015 BARROS, Francisco Dirceu. A Impossibilidade Jurídica de Aplicar a Majorante Feminicista da Primeira Parte do Artigo 121, §7º, inciso I, do Código Penal. Disponível em: < http://franciscodirceubarros.jusbrasil.com.br/artigos/177072499/aimpossibilidade- juridica-de-aplicar-a-majorante-feminicista-da-primeira-parte-doartigo-121-7-inciso-i- do-codigo-penal>. Acesso em: 08 de set. 2015 BARROS, Francisco Dirceu. Feminicídio e Neocolpuvulvoplastia: As Implicações Legais do Conceito de Mulher para Fins Penais. Disponível em: < http://franciscodirceubarros.jusbrasil.com.br/artigos/173139537/feminicidio- eneocolpovulvoplastia-as-implicacoes-legais-do-conceito-de-mulher-para-os- finspenais>. Acesso em: 07 set. 2015 BERISTAIN Antonio. Nova Criminologia à Luz do Direito Penal e da Vitimologia. Tradução de Cândido Furtado Maia Neto. Brasília: Universidade de Brasilia, 2000. Disponível em: < http://www.ehu.eus/es/web/ivac/nova-criminologia>. Acesso em 25 ago. 2015 BIANCHINI, Alice; GOMES, Luiz Flávio. Feminicídio: Entenda as Questões Controvertidas da Lei 13.104/2015. Disponível em: . Acesso em: 02 set. 2015 BIANCHINI, Alice; MARINELA, Fernanda; MEDEIROS, Pedro Paulo de. Feminicídio: O Que Não Tem Nome Não Existe. Disponível em: . Acesso em: 03 out. 2015 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 15 ed. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 550. BOTT, Saral. et. al. Violência contra La Mujer em Caribe y America Latina: analisis comparativo de datos problacionales de 12 paises. (tradução nossa). Disponível em: . Acesso em: 17 jul. 2015 60 BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: . Acesso em: 31 ago. 2015 BRASIL. Decreto n. 6.949, de 25 de agosto 26 de 2009, Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007. Disponível em: . Acesso em: 24 de jul.2015 BRASIL. Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Regulamenta a Lei n o 7.853, de 24 de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm>. Acesso em: 03 set. 2015 BRASIL. Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Institui o Código Civil. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decretolei/Del2848compilado.htm> . Acesso em: 08 de set. 2015 BRASIL. Instituto Sangari. Mapa da Violência 2012: Homicídio de Mulheres no Brasil. . Acesso em 01 mai. 2015 BRASIL. Lei n. 11.340, de 07 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8o do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2006/lei/l11340.htm>. Acesso em: 01 set. 2015 BRASIL. Lei n. 13.104, de 9 de março de 2015. Altera o art. 121 do Decreto-Lei n o 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, para prever o feminicídio como circunstância qualificadora do crime de homicídio, e o art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, para incluir o feminicídio no rol dos crimes hediondos. Disponível em: . Acesso em: 01 set. 2015 BRASIL. Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 20002. Institui o Código Civil. 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