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Viviane TCC Versão Final 10

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16
ANALFABETISMO FUNCIONAL:
Uma proposta de intervenção para os alunos da disciplina de Língua Portuguesa no Ensino Médio.
 Viviane de Fátima Ribeiro dos Santos 
Brasília-DF
2016
Viviane de Fátima Ribeiro dos Santos 
ANALFABETISMO FUNCIONAL:
Uma proposta de intervenção para os alunos da disciplina de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental e Médio.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pedagogia da UNIP, sob orientação da Prof.
Brasília-DF
2017
Viviane de Fátima Ribeiro dos Santos 
ANALFABETISMO FUNCIONAL:
Uma proposta de intervenção para os alunos da disciplina de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental e Médio.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Pedagogia da UNIP, sob orientação da Prof. 
Brasília-DF, ____ de _________ de 2017.
Aprovado pelos membros da banca examinadora em ____/____/____, com menção_____ (__________________________________________).
Banca Examinadora:
___________________________________________________
Presidente: Profª. 
___________________________________________________
Membro: Prof. 
ANALFABETISMO FUNCIONAL:
Uma proposta de intervenção para os alunos da disciplina de Língua Portuguesa no Ensino Médio.
Aluna: Maria de Fátima Ribeiro dos Santos Gomes
RESUMO
O artigo discorre sobre o analfabetismo funcional, conceito que se refere à condição de pessoas ou sociedades que mesmo sabendo ler e escrever, não possuem habilidades de leitura e escrita plenas, necessárias para a compreensão de textos e possível elaboração de redações, artigos e afins. No Brasil, há um percentual considerável de jovens com extremas dificuldades de leitura e interpretação, é preocupante o fato de que muitos brasileiros concluam o Ensino Médio sem ter dominado as habilidades básicas de leitura e escrita, uma prova latente desta afirmação é encontra nos resultados das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) que tem por objetivo principal o ingresso ao Ensino Superior, notas abaixo da média e redações zeradas marcam milhares de avaliações ano após ano, nesse sentido vale ressaltar uma proposta de intervenção para a redução desses índices tão expressivos.
Palavras-chave: Analfabetismo Funcional. Leitura. Escrita. Ensino Médio.
 INTRODUÇÃO.
O objetivo deste projeto de pesquisa é chamar atenção para a real situação da Educação no Brasil, em especial ao segmento do Ensino Médio que traz uma quantidade significativa de alunos alfabetizados como há de se esperar pelo nível que estão, mas com a capacidade de compreensão textual limitada, a este grupo de discentes dá-se o nome de analfabetos funcionais, a falha consiste que este tipo de analfabeto sabe ler e escrever, porém não consegue interpretar e consequentemente não entende o que leu. O problema do Analfabetismo Funcional aumenta a cada dia e hoje é comum se encontrar até mesmo nas universidades. A realidade é que ensina a ler e escrever o analfabeto total, mas não há o preparo para que este aluno compreenda sua leitura e consequentemente consiga redigir uma redação.
Especificando, esta pesquisa tem como objetivo pricncipal definir o analfabetismo funcional, identificar as dificuldades de leitura e escrita dos alunos e intervir de maneira significativa para que o aluno nessa fase da vida escolar esteja plenamente alfabetizado e conseguindo desenvolver tais habilidades em seu favor.
O objetivo deste estudo consiste ainda em responder à pergunta: como intervir com os alunos da disciplina de língua portuguesa no Ensino Médio para que o analfabetismo funcional não faça parte deste contexto e para que estes estudantes não concluam esta fase da vida escolar da mesma maneira que ingressaram? Para responder a tal questionamento o segundo tópico consiste em levantar informações sobre o ensino da disciplina de língua portuguesa no ensino médio: considerações e reflexões sob a ótica dos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s e o terceiro item apresenta uma proposta de intervenção para que os alunos nesta fase da vida escolar com ajuda dos professores de Língua Portuguesa possam sanar as dificuldades de leitura e escrita e deixem de ser caracterizados como analfabetos funcionais.
A metodologia utilizada nesse artigo consiste em pesquisas bibliográficas, fazendo uso de livros, artigos científicos e indicadores especialistas no assunto com o objetivo de analisar as dificuldades encontradas pelos jovens estudantes do Ensino Médio.
1 DEFINIÇÃO DE ANALFABETISMO FUNCIONAL
	A principal autoridade a respeito do assunto Analfabetismo Funcional no Brasil é o Instituto Paulo Montenegro – IPM que mantém um programa denominado INAF – Índice de Analfabetismo Funcional que tem como objetivo alertar para a dimensão deste problema que é pouco discutido na formação de professores e profissionais da educação.
	O Instituto Paulo Montenegro - IPM (2005, p.12) afirma:
É considerada analfabeta funcional a pessoa que, mesmo sabendo ler e escrever um enunciado simples, como um bilhete por exemplo, ainda não tem as habilidades de leitura, escrita e cálculo necessárias para participar da vida social em suas dimensões no âmbito comunitário, no universo do trabalho e da política por exemplo. 
	
	O analfabeto funcional é definido pela UNESCO como toda pessoa que sabe ler e escrever frases simples, efetua cálculos básicos, no entanto não consegue interpretar o que lê e nem usar a escrita e a leitura em atividades diárias, impossibilitando seu desenvolvimento pessoal e profissional. Isto é, o analfabeto funcional é incapaz de extrair o sentido das palavras, colocar ideias no papel por meio da escrita ou até mesmo fazer operações matemáticas mais elaboradas.
	Segundo dados do (INAF, 2011), “O percentual da população alfabetizada funcionalmente foi de 61% em 2001 para 73% em 2011, mas apenas um em cada 4 brasileiros domina plenamente as habilidades de leitura, escrita e matemática. ”
	De acordo com esta declaração, o analfabetismo funcional é um problema significativo em todos os países industrializados e em desenvolvimento. No Brasil, 75% das pessoas entre 15 e 64 anos não conseguem ler, escrever e calcular plenamente. Esse número inclui os 68% considerados analfabetos funcionais e os 7% considerados analfabetos absolutos, sem qualquer habilidade de leitura ou escrita. (INAF, 2009)
	Moreira (2006, p. 08) complementa:
São pessoas com limitada capacidade de compreensão de um texto escrito num mundo em que o texto escrito é a forma de apresentação das normas legais, das instruções de uso de equipamentos, medicamentos e procedimentos de segurança. E também um importante meio difusor de cultura.
	A capacidade de utilizar a linguagem escrita para informar-se, expressar-se, documentar, planejar e aprender cada vez mais é um dos principais legados da educação básica. A toda a sociedade e, em especial, aos educadores e responsáveis pelas políticas educacionais, interessa saber em que medida os sistemas escolares vêm respondendo às exigências do mundo moderno em relação ao alfabetismo e, além da escolarização, que condições são necessárias para que todos adultos tenham oportunidades de continuar a se desenvolver pessoal e profissionalmente.
“No Brasil, há aproximadamente 14 milhões de analfabetos absolutos e um pouco mais de 35 milhões de analfabetos funcionais, conforme as estatísticas oficiais", afirma (VUOLO, 2014).
O grau de escolaridade atingido já não satisfaz como critério de alfabetismo. Por um lado, é cada vez mais latente que os resultados de aprendizagem dos sistemas de ensino são muito desiguais e, além disso, os governos estão interessados em saber quanto a população adulta encontra oportunidades de desenvolver as habilidades adquiridas na escola, mantendo a capacidade de aprender.
O (INAF,2009) opera com o conceito de analfabetismo, já que esse é um problema que persiste no Brasil. Além disso, separa a alfabetização em três níveisde habilidades na população que são: o nível rudimentar, o básico e o pleno. Ainda que os três níveis tenham algum grau de funcionalidade, ou seja, correspondam a habilidades que as pessoas podem aplicar em determinados contextos, somente o nível pleno pode ser considerado como satisfatório, aquele que permite que a pessoa possa utilizar com autonomia a leitura e a matemática como meios de informação e aprendizagem, os dados da tabela 1 abaixo revela o percentual dos níveis de alfabetismo citados acima. 
Tabela 1 
Evolução do Indicador de Alfabetismo Funcional
População de 15 a 64 anos (%)
Fonte: INAF BRASIL 2001 a 2009
Estes níveis se apresentam da seguinte forma.
	Alfabetizado em nível rudimentar identifica uma informação simples em enunciados de uma só frase, um anúncio ou chamada de capa de revista, por exemplo. Lê e escreve números de uso frequente: preços, horários, números de telefone. Mede um comprimento com fita métrica, consulta um calendário. 	Alfabetizado em nível básico localiza uma informação em textos curtos ou médios (uma carta ou notícia, por exemplo), mesmo que seja necessário realizar inferências simples. Lê números maiores, compara preços, conta dinheiro e faz troco. Resolve problemas envolvendo uma operação.
	Alfabetizado em nível pleno destaca mais de um item de informação em textos mais longos, compara informação contida em diferentes textos, estabelece relações entre as informações (causa/efeito, regra geral/caso, opinião/fato). Reconhece a informação textual mesmo que contradiga o senso comum. Consegue resolver problemas que envolvem sequências de operações, por exemplo cálculo de proporção ou percentual de desconto. Interpreta informação oferecida em gráficos, tabelas e mapas. (INAF, 2009)	
	Conforme dados da tabela 2 do INAF, 2011/2012 é possível visualizar os níveis do analfabetismo funcional citados a cima.
	Tabela 2
Evolução do Indicador de Alfabetismo Funcional
população de 15 a 64 anos (%) 
	​
	2001/2002
	2002-2003
	2003-2004
	2004-2005​
	2007​
	2009​
	2011-2012
	Analfabeto​
	​12
	13
	12
	​11
	​9
	​7
	​6
	Rudimentar​
	​27
	​26
	​26
	​26
	​25
	​21
	​21
	Básico​
	​34
	​36
	​37
	​38
	​38
	​47
	​47
	Pleno​
	​26
	​25
	​25
	​26
	​28
	​25
	​26
	Analfabetos funcionais (analfabeto+rudimentar)​
	​39
	​39
	​38
	​37
	​37
	​27
	​27
	Alfabetizados funcionalmente (básico+pleno)​
	​61
	​61
	​62
	​63
	​66
	​73
	​73
	BASE​
	​2002
	​2002
	​2002
	​2002
	​2002
	​2002
	​2002
  Fonte: INAF BRASIL 2001 a 2011
	
	Desde a primeira medição realizada pelo (INAF,2001) a distribuição desses níveis na população brasileira vem se mantendo mais ou menos estável. Tanto em leitura quanto nas habilidades matemáticas, verificou-se uma ligeira diminuição nos níveis mais baixos que, na leitura, correspondeu a uma melhora apenas no nível básico. O analfabetismo matemático, ou seja, a incapacidade de ler números familiares, é menor que o analfabetismo em leitura (2% contra 7% nas últimas medições). Provavelmente, isso ocorre porque o sistema numérico é mais simples que o alfabético e porque a leitura de números é mais fortemente imposta pela vida diária. 	
	O que merece mais atenção, entretanto, são os percentuais próximos de 30% de pessoas que se encontram no nível rudimentar de domínio das habilidades, tanto em leitura quanto em matemática: só conseguem ler palavras e frases, só leem números familiares sem fazer operações elementares. Surpreendente e sem dúvida também preocupante é o fato de que só cerca de um quarto da população atinge o nível pleno de domínio das habilidades medidas, tanto em leitura quanto em matemática. Assim como os estudos internacionais, o INAF comprova que a duração da escolaridade é o principal determinante das habilidades de leitura e escrita da população.
	 No caso das habilidades de leitura, por exemplo, constata-se que, entre as pessoas que seriam consideradas alfabetas funcionais por não terem a 4ª série completa, um quarto está na condição de analfabetismo absoluto. Entre os que têm de 4ª série a 7a série, o nível rudimentar somado ao analfabetismo ainda é a situação majoritária. Se algum patamar de escolaridade precisa ser usado como indicador de alfabetismo funcional, o correto seria tomar a 8ª série como mínimo, pois só entre pessoas com esse grau de ensino temos mais de 80% que atingem pelo menos o nível básico de habilidade em leitura. Oito anos de ensino fundamental correspondem também ao que a Constituição garante como direito de todos os cidadãos e deve ser a referência quando o país estabelece metas para superar o analfabetismo e a exclusão educacional.
	O (INAF, 2009) constatou que a maioria dos alfabetizados no nível rudimentar e básico não costuma ler livros (29% e 16%) ou só leem um tipo de livro (42%), geralmente a Bíblia ou livros religiosos. Só entre pessoas alfabetizadas no nível pleno temos uma maioria de leitores que diversifica seus interesses: 33% costumam ler dois gêneros e 34% três ou mais gêneros, incluindo, além dos religiosos, as obras de ficção, biografias e história, ensaios e livros técnicos, entre outros. Ao lado dos impressos, os meios informatizados se impõem cada vez mais como meio de comunicação e informação. O uso de computadores ainda é restrito a grande parte da população brasileira.
	Esse acesso aos meios informatizados também comprova os índices de alfabetização no nível rudimentar. Entretanto, entre as pessoas mais escolarizadas, cujo acesso é maior, seu uso mostrou ter uma influência destacada no desenvolvimento das habilidades de leitura. Enquanto 44% dos alfabetizados no nível pleno afirmam usar computador todos ou quase todos os dias, entre os de nível básico esse percentual é de 26%.
	A realização de cursos, para além do ensino formal, também é um fator de promoção das habilidades de leitura e escrita. A educação continuada, ou seja, além das fronteiras do ensino regular, é um setor em que os países desenvolvidos têm feito grandes investimentos, conscientes de que, na sociedade contemporânea, é essencial renovar constantemente os conhecimentos. A frequência a cursos profissionalizantes no Brasil, ainda é uma prática muito restrita.
2 ENSINO DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO MÉDIO: CONSIDERAÇÕES E REFLEXÕES SOB A ÓTICA DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – (PCN’s, 1999-2000).
	A disciplina de língua portuguesa encontra-se abrigada na área de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. De acordo com os PCNEM (BRASIL, 1999, p.105), nessa área estão destacadas as competências que dizem respeito à constituição de significados que serão de grande valia para a aquisição e formalização de todos os conteúdos curriculares, para a constituição da identidade e o exercício da cidadania. As escolas certamente identificarão nesta área as disciplinas, atividades e conteúdos relacionados às diferentes formas de expressão, das quais a Língua Portuguesa é imprescindível.
	O ensino da disciplina de língua portuguesa deve procurar desenvolver, no aluno dessa última etapa da educação básica, uma competência linguística cuja essência não se pauta na exclusividade do domínio técnico do uso da língua “padrão”, mas, sobretudo, no saber empregar a língua na sua diversidade, em que se leva em consideração o contexto interativo.
	Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, são os resultados de meses de trabalho e de discussão realizados por especialistas e educadores de todo o país e foram feitos para auxiliar as equipes escolares na execução de seus trabalhos. Servirão de estímulo e apoio à reflexão sobre a prática diária, ao planejamento de aulas e sobretudo ao desenvolvimento do currículo da escola, contribuindo ainda para a atualização profissional.
	 No ensino médio, a disciplina de língua portuguesa tem se tornado o centro de questionamentos teóricos e metodológicos, em meio aos níveis preocupantes dos resultados expostos, desde a última década, pelos sistemas de avaliação educacional em andamento no nosso país,como o SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), que indicam sérias limitações dos egressos da educação básica quanto à leitura e à escrita em língua portuguesa.
	Conforme afirmam os Parâmetros Curriculares do Ensino Médio (PCNEM, 2000, p. 08).	“O importante é que o aluno saiba analisar as especificidades, sem perder a visão do todo em que elas estão inseridas, e perceba que as particularidades têm um sentido socialmente construído. ”
	Diante dessas informações, pode-se perceber uma divergência entre aquilo que os Parâmetros curriculares do ensino médio afirmam, e o que realmente acontece quanto ao ensino de língua portuguesa em sala de aula, os resultados dos sistemas de avaliações supracitados claramente revela a distância entre a realidade escolar e os PCN's.
3 UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO.
	Os dados sobre o Analfabetismo Funcional confirmam que a educação básica é o pilar fundamental para promover a leitura, o acesso à informação, à cultura e à aprendizagem ao longo de toda a vida. Assim, para se ter um Brasil com níveis satisfatórios de participação social e competitividade no mundo globalizado, um primeiro compromisso a ser reafirmado é com a extensão do ensino fundamental de pelo menos oito anos a todos os brasileiros, independentemente da faixa etária, com oferta flexível e diversificada aos jovens e adultos que não puderam realizá-lo na idade adequada. 
	É preciso também reconhecer que os resultados da escolarização em termos de aprendizagem ainda são muito insuficientes e que um eixo norteador para a melhoria pedagógica na educação básica deve ser o aprimoramento do trabalho sobre a leitura e a escrita.
Uma proposta de mudança na forma de compreender a linguagem e o seu processo de aprendizagem iniciou-se de fato a partir da década de 80 com a iniciativa de pesquisadores de algumas universidades do país, de educadores e de algumas Secretarias de Educação dos Estados. Pretendia-se superar o impasse desencadeado pela prática educativa anterior, que vinha dominando nossas escolas desde o início dos anos 70. Um ensino de caráter essencialista, conteudista, tecnicista e limitado à descontinuidades e fragmentariedade do livro didáticos - resumindo a técnicas de redação, exercícios estruturais, treinamento de habilidades de leitura -, dominava tão só as escolas como também o processo de formação de professores. (CARDOSO, 2003, p. 8).
		FINGER, 2008 afirma: “É preciso que o professor e a escola compreendam as transformações que estão ocorrendo no mundo e tente acompanhar a evolução desse processo. ”
	É preciso superar a visão de que esse é um problema apenas dos professores alfabetizadores e dos professores de Português. Grande parte das aprendizagens escolares depende da capacidade de processar informações escritas e verbais, relacionando-as com imagens, gráficos etc. Todos os educadores precisam atuar de forma coordenada na promoção dessas habilidades, contando com referências claras quanto a estratégias e estágios de progressão desejáveis ao longo do processo, para que os avanços possam ser monitorados.
Com os avanços dos estudos linguísticos proporcionados pela Linguística suas subáreas e dos estudos sobre a aprendizagem, muitas teorias são propostas para descrever/ explicar a língua e para descrever o processo de ensino/ aprendizagem" (BEZERRA, 2010, p. 40). É nesse cenário que surgem novas práticas metodológicas para o ensino de Língua Portuguesa. Uma das principais alterações diz respeito ao fato de o texto ter sido alçado à condição de objeto de ensino. (BEZERRA, 2001; CARDOSO, 2003; SANTOS, 2007)
		Com apoio dos gestores, todos os professores devem agir sistemática e intensivamente no sentido de desenvolver nos alunos hábitos e procedimentos de leitura para estudo, lazer e informação, assim como proporcionar o acesso e a manipulação das fontes: bibliotecas com bons acervos de livros, revistas e jornais, computador e internet. Finalmente, é preciso reconhecer que a erradicação do analfabetismo funcional e até mesmo do analfabetismo não é tarefa só da escola.
 A partir dessa perspectiva, considera-se as propostas de letramento sugeridas por Magda Soares (1998), letramento é o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever, o estado ou condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como consequência de ter-se apropriado da escrita. Desse modo, letramento seria o resultado do processo de alfabetização.
 	É necessário que os jovens e adultos encontrem, depois da escolarização, oportunidades e estímulos para continuar aprendendo e desenvolvendo as suas habilidades. Os programas de dinamização de bibliotecas e inclusão digital são fundamentais e devem ser levados a sério pelas políticas públicas. Para a população empregada, o próprio local de trabalho pode ser potencializado como espaço de aprendizagem e, nesse caso, os empresários têm uma participação importante nos compromissos a ser assumidos.
	 Em sala de aula é necessário trabalhar o conhecimento da língua tanto com a gramática como com a interpretação e criação de textos. Sem a superação na compreensão textual fica muito difícil aprender mais e avançar em qualquer tipo de preparação, seja ela acadêmica ou profissional. 
	Como exemplo prático e de acordo com a possibilidades da escola, levar os alunos a biblioteca para que eles possam pegar livros emprestado, uma semana após pedir para os educandos formar um círculo em sala de aula e promover uma contação de histórias acerca do livro que eles pegaram. Dessa forma o grupo discente terá uma intimidade maio com os livros e consequentemente com a leitura, e a medida em que esse processo vai se tornando hábito o aluno fará uma associação aos conteúdos gramaticais, devido ao seu conhecimento literário.
	
CONSIDERAÇÕES FINAIS
	A condição de analfabeto funcional é caracterizada pela incapacidade de exercitar certas habilidades de leitura, escrita e cálculo necessários para a participação ativa da vida social em diversas dimensões, partindo desse pressuposto muito bem abordado no decorrer do trabalho, conclui-se que para intervir de maneira significativa para que os alunos de língua portuguesa não saiam da última fase da educação básica com dificuldades na leitura e escrita é necessário que os professores desse segmento mudem suas táticas e saiam dos exageros dos PCNEM e aproximem a realidade dos alunos ao ensino da língua portuguesa.
	O aluno em fase final da educação básica necessita de entendimento, pensamento crítico e formação de opinião, nessa fase convém entender porque determinados conteúdos estão sendo abordados e como estes farão parte da sua vida cotidiana.
	O professor de língua portuguesa tem uma responsabilidade maior em relação as demais disciplinas curriculares, portanto para acabar com esses altos índices de analfabetismo funcional é necessária uma mudança por parte do professor na maneira de ensinar e abordar os conteúdos essenciais para a formação do discente em fase final da vida escolar que é o Ensino Médio.
	No contexto das mudanças ocorridas nos parâmetros norteadores do ensino e na elaboração da organização estrutural das Provas de Vestibular e dos Exames Nacionais (como é o caso do Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM), é primordial que essas mudanças estejam presentes nos bancos escolares. O que, em grande parte dos casos não ocorre. Ou seja, tendo em vista que as mais recentes Provas de Vestibular e dos Exames Nacionais são pautadas em perspectivas inovadoras oriundas dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN's e das Orientações Curriculares Nacionais - OCNs, trazendo, assim, um novo enfoque e até mesmo um novo tratamento dado aos conteúdos e, sobretudo, ao texto, é de extrema importância que essa nova visão esteja presente nas escolas brasileiras. 
		Projetos de leitura e escrita devem ser adotados para diminuição desses índices, o professor deve propor redações semanais para que os discentes adquiram o hábito de escrever, e o docente por sua vez deverá efetuar as correçõesdesses escritos para que os estudantes saibam onde estão errando e ter a oportunidade de corrigir os erros e assim aplica-los com maestria na hora de efetuarem os exames avaliativos e seletivos.
	Como uma proposta de intervenção é importante salientar que a atuação do professor de Língua Portuguesa é imprescindível para a alteração desses índices, fazer com que os alunos adquiram uma rotina de leitura é importante para o aprendizado em qualquer disciplina, dentro deste panorama é importante ressaltar que diversos pesquisadores têm demonstrado que a distância entre o mundo escolar e aquilo que acontece fora dos muros escolares dificulta a aprendizagem por parte de alunos que têm uma vivência cultural diferenciada daquela que a instituição supõe. Essa distância continua a ser alimentada quando são ignoradas as práticas culturais, experiências linguísticas e conhecimentos sobre a escrita que os alunos desenvolvem fora da escola e que servem de meios para as ideologias propostas pela escola.
A tarefa de extinguir o analfabetismo funcional entre os alunos do Ensino Médio não é fácil, cabe aos educadores de todas as disciplinas, e principalmente os de Língua Portuguesa tentarem mudar essa realidade, para que problemas com leitura e escrita não existam entre os adolescentes das escolas brasileiras.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BEZERRA, M. A. Ensino de língua portuguesa e contextos teórico-metodológicos. In: DIONÍSIO, A. P.; MACHADO, A. R.; BEZERRA, M. A. (Org.). Gêneros textuais & ensino. São Paulo: Parábola Editorial, 2010.
CARDOSO, R. D. Parâmetros Curriculares Nacionais: Implicações entre concepções de linguagem e leitura. In: Anais do 4º Encontro do CelSul, Curitiba, Paraná, 2003, p. 8.
CARDOSO, S. H. B. Discurso e Ensino. Belo Horizonte: Autêntica, 2003.
Instituto Paulo Montenegro – IPM – Índice Nacional de Analfabetismo Funcional – INAF, 2001 a 2012.
MEC – Ministério da Educação; Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio –; Língua Portuguesa Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica; 2000; p.08.
MEC – Ministério da Educação; Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio –; Língua Portuguesa Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica; 1999; p.105.
MOREIRA, Herivelto.2006.Motivação e desmotivação: desafios para as professoras do Ensino Médio. Educar, Curitiba: Editora UFPR. Disponível em: http: WWW.Scielo. br/pdf/er/n27/a17n27.pdf.
PEREZ, Luana Castro Alves. "Analfabetismo funcional"; Brasil Escola. Disponível em:
 <Http://brasilescola.uol.com.br/gramatica/analfabetismo-funcional.htm>. Acesso em 15 de maio de 2016.
SANTOS, C. F. Diversidade Textual: os Gêneros na sala de aula. Belo Horizonte: Autêntica, 2007.
SILVA, Michele. “ Uma lenta caminhada para vencer o analfabetismo funcional”. Revista Escola. Disponível em: 
<Http://www.cereja.org.br/arquivos_upload/analfabetismo-funcional_novaescola-228.pdf >. Acesso em 5 de junho de 2016
SOARES, Magda. O que é letramento e alfabetização. SOARES, M. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.
VIEIRA, Antônio Carlos. “ Os tipos de Analfabetismo”; Debatendo a Educação. Disponível em: 
<Http://debatendoaeducacao.blogspot.com.br/2011/04/ostiposdeanalfabetismo.html>. Acesso em 15 de maio de 2016.
VUOLO, Vicente. Opinião: Analfabetismo funcional. Todos Pela Educação. Disponível em:
<Http://www.todospelaeducacao.org.br/educacao-na-midia/indice/29520/opiniao-analfabetismo-funcional/>Acesso em 5 de junho de 2016

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