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1- CONTABILIDADE INTERNACIONAL
Este capítulo, na primeira parte, aborda a origem e formação dos principais organismos internacionais que regulam e sistematizam as práticas e procedimentos relacionados à contabilidade internacional e apresenta a instrumentalização da convergência das Normas Brasileiras de Contabilidade às Normas Internacionais.
Na segunda parte temos a Apresentação das Demonstrações Contábeis (IAS 1), suas estruturas e conteúdos.
Na terceira parte apresentamos as temáticas ligadas a Estoques (IAS 2), suas
técnicas de mensuração e evidenciação.
No ambiente atual, cada vez mais globalizado, é importante entender o funcionamento dos mecanismos internacionais de contabilidade, seus órgãos reguladores, suas interações e suas práticas, com o intuito de estabelecer um conjunto de padrões contábeis internacionais que permitam a comparação de informações entre companhias.
Também se reveste de fundamental importância o conhecimento das estruturas formadoras das demonstrações contábeis, bem como as ferramentas técnicas para lidar com os estoques e suas mensurações.
DOS OBJETIVOS
Reconhecer o contexto do surgimento dos organismos internacionais ligados à contabilidade internacional;
Entender o funcionamento destes organismos internacionais;
 Identificar sua atuação ao longo do tempo;
Distinguir e entender as práticas das convergências das Normas Brasileiras de Contabilidade às Normas Internacionais;
Entender as estruturas das Demonstrações Contábeis;
Reconhecer e entender as práticas de mensuração dos Estoques.
O ambiente econômico internacional e a contabilidade
Com a progressiva e contínua internacionalização das economias mundiais e seus mercados de capitais, proporcionada, principalmente, pelos investimentos estrangeiros e a consequente formação de blocos econômicos, houve (e há) a necessidade de se buscar, de se adotar um conjunto de padrões contábeis internacionais que possam permitir a comparação e análise das informações entre as empresas.
O fato é que hoje os GRANDES GRUPOS, os conglomerados multinacionais, buscam a todo tempo informações, para projetar, prospectar e realizar novos negócios em toda parte do planeta.
Diante deste atual cenário se torna, então, necessário apresentar aos grupos de usuários externos e internos, informações úteis e de qualidade, para que sirvam de ferramenta na tomada de decisões.
É exatamente neste contexto que a contabilidade internacional vai atuar, por ser considerada a “LINGUAGEM UNIVERSAL DOS NEGÓCIOS”, tendo em vista a harmonização de suas normas, práticas e relatórios.
O QUE É US GAAP?
Por tradição, “padrão contábil internacional”, em um passado recente, era considerado sinônimo de US GAAP, os princípios contábeis do maior mercado financeiro (Estados Unidos), para onde os lançamentos, reportes e informações das empresas globais acabavam convergindo. Existia um forte desejo de se ter a possibilidade de comparar e analisar as informações financeiras de todo o mundo. Mas a real viabilidade deste ideal era, então, remota. Este era o principal objetivo das normas contábeis internacionais, ou IAS, hoje IFRS – International Financial Reporting Standards. Na prática, ou se cumpria o padrão da matriz da empresa ou se adotava o padrão norte-americano.
Essa situação se modificou completamente. A tendência por normas absolutamente internacionais tomou ainda mais força e generalizou-se em todo o mundo, inclusive nos Estados Unidos. Isto se deu, principalmente, pelo movimento de globalização.
As companhias estão cada vez mais preocupadas com os custos de adequação e suas possíveis consequências. Inúmeras empresas de todo o mundo realizam, hoje, lançamentos internacionais em bolsas não americanas, destacadamente europeias, que exigem IFRS. 
 IFRS
Os trabalhos multinacionais para a convergência entre US GAAP e IFRS caminharam de forma rápida e consistente. As diferenças foram sendo eliminadas de forma muito mais veloz e simples do que se imaginava a poucos anos atrás. Nesse sentido, FASB e IASB anunciaram no ano de 2009 a dispensa de reconciliação para empresas não americanas, cujo padrão seja IFRS, para levantar capitais nos Estados Unidos. E já no ano de 2009, FASB e IASB declararam que as diferenças existentes seriam “muito pequenas”, ou até mesmo nulas, num período de cinco anos.
BR GAAP
A denominação BR GAAP é dada ao conjunto de leis, normas e princípios que integram a contabilidade brasileira. A sigla GAAP representa as iniciais de Generally Accepted Accounting Principles (Princípios Contábeis Geralmente Aceitos). As duas primeiras letras especificam o país. Em US GAAP, por exemplo, temos os princípios contábeis geralmente aceitos nos Estados Unidos.
principal lei que norteia a contabilidade no Brasil é a Lei n° 6.404/1976 que é conhecida como Lei das Sociedades por Ações ou Lei das S/A. Mesmo que a empresa não seja uma S/A. a contabilidade há de estar de acordo com esta lei que tem quase 40 anos e já foi alterada diversas vezes:
“Lei nº 8.021, de 1990; Lei nº 9.457, de 1997; Lei nº 10.303, de 2001; Lei nº 11.638, de 2007; Medida Provisória nº 449, de 2008; Lei nº 11.941, de 2009 e
Lei nº 12.431, de 2011.”
No sentido da internacionalização das normas contábeis, as principais mudanças na Lei das S/A. foram realizadas pelas Leis nº 11.638/07 e 11.941/09 que deram condições ao Brasil de iniciar sua adaptação às normas e práticas contábeis internacionais estabelecidas pelo International Accounting Standards Board – IASB através da emissão de suas normas denominadas International Financial Reporting Standards – IFRS.
No Brasil estas normas foram validadas e introduzidas por meio da emissão de pronunciamentos técnicos, interpretações e orientações pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, que é, o órgão responsável pela convergência da contabilidade brasileira aos padrões internacionais. São estes pronunciamentos técnicos (CPC), interpretações (ICPC) e orientações (OCPC) que juntos com a Lei n° 6.404/1976 e suas alterações compõem o que hoje chamamos de BR GAAP.
Origem dos Organismos Internacionais
1973
O IASC (International Accounting Standards Committee) surge em 1973, fundado pelos organismos que representavam profissionalmente a atividade de contabilidade de 10 países, a saber: Alemanha, Austrália, Canadá, Estados Unidos da América, França, Irlanda, Japão, México, Países baixos e Reino Unido. Esta entidade foi criada tendo como seu objetivo principal a formulação e aplicação de um novo padrão de normas contábeis, absolutamente independente, que deveria ser aceito mundialmente. O IASC, como fundação, não tinha fins lucrativos e tinha seus recursos oriundos dos próprios organismos internacionais e ainda das principais empresas de auditoria. Os primeiros pronunciamentos contábeis publicados pela IASC foram chamados de International Accounting Standard (IAS). Ainda hoje, existem diversas normas que têm sua origem técnica (apesar de terem sofrido alterações ao longo do tempo) no IAS.
1997
No ano de 1997, o IASC criou o SIC (Standing Interpretations Committee). Basicamente, o SIC funcionava como um Comitê Técnico, cuja responsabilidade alcançava as publicações de interpretações contábeis. Seu principal objetivo era responder/dirimir dúvidas dos profissionais de contabilidade.
2001
IASB
Em abril de abril de 2001, foi criado o IASB (International Accounting Standards Board). O IASB então passou a assumir as responsabilidades técnicas do IASC Seu objetivo principal foi atualizar e melhorar a então estrutura técnica de formulação e validação dos novos pronunciamentos internacionais emitidas pelo IASB. Dentro deste contexto, adotou-se o novo nome de pronunciamentos IFRS (International Financial Reporting Standard). 
Esta nova nomenclatura visava, principalmente, a vontade de transformar, gradualmente, os pronunciamentos contábeis anteriores em novos padrões internacionalmente aceitos, a fim de corresponder e atender as expectativas crescentes dos usuários da informação contábil-financeira (investidores, empresas etc.).
Em dezembro de 2001 o SIC (Standing Interpretations Committee), foi alterado para IFRIC (International Financial Reporting Interpretations Committee). Logo, o IFRIC ficou responsável (a partir de 2002) pela publicação de todas as interpretações de normas internacionais.
SAC/ IFRS ADVISORY COUNCIL
Ainda em 2001 o IASC cria o SAC (Standards Advisory Council), hoje conhecido como IAC (IFRS Advisory Council). Este órgão funciona como o Conselho Consultivo de Padrões do IASB. É através do SAC que empresas, organizações e indivíduos que têm interesse nas demonstrações contábeis e relatórios financeiros, cuja localização geográfica não tem curadores do IASB, estabeleçam recomendações e aconselhamentos técnicos ao IASB. Os principais objetivos do SAC são: recomendar prioridades de trabalho do IASB e aconselhar a emissão de padrões técnicos de contabilidade.
Convergência das Normas Brasileiras às Normas Internacionais - CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis)
A criação do Comitê de Pronunciamentos Contábeis é resultado direto da crescente e contínua abertura da economia brasileira para o exterior, fruto da globalização/ internacionalização dos negócios. Nesta perspectiva, as empresas situadas no Brasil estão constantemente em contato com outras economias do planeta, inclusive com títulos sendo negociados nos maiores centros financeiros internacionais, e ao alcance dos investidores de outros países.
Fica claro, então, que é necessário se inserir e avançar na trajetória da atualização e modernização das normas, procedimentos e preceitos contábeis. A diversidade de práticas contábeis nas mais diversas economias mundiais representa um desafio e um custo extra para a boa troca de informações e posicionamentos de decisões. Logo, há a necessidade de harmonização das normas contábeis. Esta preocupação passou a fazer parte do cotidiano dos principais organismos envolvidos com a contabilidade no Brasil, podendo-se destacar: o Conselho Federal de Contabilidade, o IBRACON e a Comissão de Valores Mobiliários.
Neste contexto, há a necessidade de se buscar soluções que se apresentarem, tais como a ampla e indiscriminada consulta técnica, dúvidas regulamentares, questionamentos de entidades privadas, do mundo acadêmico e do setor governamental.
Há então uma convergência dupla: a necessidade de integração das regras contábeis aos padrões internacionais, e de outro lado, a necessária participação, do debate interno de todos os atores do mercado brasileiro envolvidos nesta seara: Iniciativa privada, governo e órgãos acadêmicos.
O CPC é criado, primordialmente, em função das necessidades de:
• Convergência internacional das normas contábeis (reduzir o custo de confecção e elaboração de relatórios contábeis, minimizar riscos nas decisões e análises, redução do custo de capital);
• Centralizar a publicação e emissão de normas de natureza contábil;
• Representar de forma democrática a produção das informações contábeis (empresas, profissionais, usuários, governo, academia).
Criado pela Resolução CFC nº 1.055/05, o CPC tem como objetivo "o estudo, o preparo e a emissão de Pronunciamentos Técnicos sobre procedimentos de Contabilidade e a divulgação de informações dessa natureza, para permitir a emissão de normas pela entidade reguladora brasileira, visando à centralização e uniformização do seu processo de produção, levando sempre em conta a convergência da Contabilidade Brasileira aos padrões internacionais".
Fonte: CPC
De forma similar aos organismos internacionais, o CPC tem caráter privado. O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) fornece toda a infraestrutura necessária para seu funcionamento. Seus seis organismos formadores são: FIPECAFI, IBRACON, CFC, BOVESPA, APIMEC, ABRASCA. Além dos 12 membros formados por esses órgãos, serão sempre convidados a participar os representantes das seguintes entidades: Banco Central do Brasil – BCB, Comissão de Valores Mobiliários – CVM, Secretaria da Receita Federal – SRF e da Superintendência dos Seguros Privados – SUSEP. 
Dessa forma, o processo de normatização contábil passa a ser efetuado de maneira democrática por representantes dos usuários das informações contábeis (APIMEC), contadores e Auditores (CFC e IBRACON), preparadores das informações contábeis (ABRASCA), intermediários (BOVESPA) e também da academia (FIPECAFI).
ABRASCA
A Associação Brasileira das Companhias Abertas (Abrasca), fundada em 1971, é uma organização civil sem fins lucrativos, cuja principal missão é a defesa das posições das companhias abertas junto aos centros de decisão e à opinião pública.
APIMEC -NACIONAL
Criada em 1970, a Associação Nacional dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec) é uma entidade com foco no desenvolvimento do mercado de
capitais, composto de pessoas físicas.
BM&F BOVESPA -S.A.
Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros foi criada em 2008 com a integração entre Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e Bolsa de Valores de São Paulo (BOVESPA). A missão da BM&F BOVESPA é atuar na dinâmica macroeconômica de crescimento do mercado latino-americano e posicionar não apenas a Bolsa, mas também o Brasil como centro financeiro internacional de negociação de ações.
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE
Criado há 60 anos pelo Decreto-Lei nº 9.295/46, o Conselho Federal de Contabilidade é uma autarquia especial de caráter corporativo, sem vínculo com a Administração Pública Federal. Tem por finalidade orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da profissão contábil, por intermédio dos Conselhos Regionais de Contabilidade.
IBRACON
O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil foi fundado há 35 anos, e tem atuado com ênfase nos seguintes propósitos: discutir, desenvolver e aprimorar as questões éticas e técnicas da profissão de auditor e de contador; auxiliar na difusão e na correta interpretação das normas que regem a profissão.
FIPECAFI
A Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras foi fundada em 1974 para atuar como órgão de apoio institucional, realizando pesquisas, desenvolvendo e promovendo a divulgação de conhecimentos da área contábil, financeira e atuarial.
BACEN
O Banco Central do Brasil é autarquia federal integrante do Sistema Financeiro Nacional, sendo vinculado ao Ministério da Fazenda do Brasil. Assim como os outros bancos centrais do mundo, o brasileiro é a autoridade monetária principal do país, tendo recebido esta competência de três instituições diferentes: a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), o Banco do Brasil (BB) e o Tesouro Nacional.
CVM
A Comissão de Valores Mobiliários é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda do Brasil que juntamente com a Lei das Sociedades por Ações (Lei 6.404/76), disciplinam o funcionamento do mercado de valores mobiliários e a atuação de seus protagonistas. A CVM tem poderes para disciplinar, normalizar e fiscalizar a atuação dos diversos integrantes do mercado. Seu poder de normalizar abrange todas as matérias referentes ao mercado de valores mobiliários.
SRF
A Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e a Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB) é um órgão específico e singular, subordinado ao Ministério da Fazenda, que tem como responsabilidade a administração dos tributos federais e o controle aduaneiro, além de atuar no combate à sonegação, contrabando, descaminho, pirataria e tráfico de drogas e animais.
SUSEP
A Superintendência de Seguros Privados é uma Autarquia
vinculada ao Ministério da Fazenda e é o ente responsável
pelo controle e fiscalização dos mercados de seguros, previdência privada aberta, capitalização e resseguros no Brasil.
NORMAS INTERNACIONAIS (PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS)
O que são PME (Pequenas e Médias Empresas)
Pequenas e médias empresas são entidades que não tem a obrigação de apresentar
prestação pública de contas e somente publicam suas demonstrações financeiras
para fins gerais e para usuários externos.
A descrição de pequenas e médias empresas, conforme a NBC TG 1000,
inclui as empresas que:
a) Não têm obrigação pública de prestação de contas; e
b) Elaboram demonstrações contábeis para fins gerais para usuários externos.
Exemplos de usuários externos incluem proprietários que não estão envolvidos na
administração do negócio, credores existentes e potenciais, e agências de avaliação
de crédito.
Fonte: CPC
O CPC DEFINE DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS PARA FINS GERAIS:
As demonstrações contábeis para fins gerais são dirigidas às necessidades comuns de vasta gama de usuários externos à entidade, por exemplo, sócios, acionistas, credores, empregados e o público em geral. O objetivo das demonstrações contábeis é oferecer informação sobre a posição financeira (balanço patrimonial), o desempenho (demonstração do resultado) e fluxos de caixa da entidade, que seja útil aos usuários para a tomada de decisões econômicas.
Demonstrações contábeis para fins gerais são aquelas direcionadas às necessidades de informação financeira gerais de vasta gama de usuários que não estão em posição de exigir relatórios feitos sob medida para atender suas necessidades particulares de informação. As demonstrações contábeis de uso geral incluem aquelas que são apresentadas separadamente ou dentro de outro documento público como um relatório anual ou um prospecto.
UMA EMPRESA TEM OBRIGAÇÃO PÚBLICA DE PRESTAÇÃO DE CONTAS SE:
a) Seus instrumentos de dívida ou patrimoniais são negociados no mercado de ações ou fizerem parte do processo de emissão destes instrumentos para negociação em mercado aberto (em bolsa de valores nacional ou estrangeira ou ainda em mercado de balcão, aí incluídos mercados locais ou
regionais); ou
b) Possuir ativos que estejam em condição fiduciária no âmbito de um amplo grupo de terceiros, caracterizando como um dos seus principais negócios.
Neste item podemos citar os casos típicos de cooperativas de crédito, companhias de seguro, corretoras de seguro, fundos mútuos, bancos e bancos de investimento.
Desta forma, no Brasil as sociedades por ações, fechadas (sem negociação de suas ações ou outros instrumentos patrimoniais ou de dívida no mercado e que não possuam ativos em condição fiduciária perante um amplo grupo de terceiros), ainda que obrigadas à publicação de suas demonstrações contábeis, para os fins normativos, são reconhecidas como pequenas e médias empresas, desde que não enquadradas pela Lei nº. 11.638/07 como sociedades de grande porte.
Além dessas, as sociedades limitadas e demais sociedades comerciais, desde que não enquadradas pela Lei nº. 11.638/07 como sociedades de grande porte, também são tidas, para fins desta Norma (NBC TG 1000), como pequenas e médias empresas.
O QUE DIZ a Lei nº 11.638/07?
"Considera-se de grande porte, para os fins exclusivos desta Lei, a sociedade ou conjunto
de sociedades sob controle comum que tiver no exercício social anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões de reais)".
RESOLUÇÃO CFC Nº. 1.255/09 - NBC TG 1000 – Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas (PME)
O Brasil está no rol dos países que estão comprometidos com a regulação da sua contabilidade em conformidade com os padrões internacionais. No contexto da realidade empresarial e operacional das empresas que faturam até R$ 1.200.000 anualmente é desnecessário e custoso, aplicar exigências de para que todas as normas internacionais sejam seguidas integralmente. 
Além disso, historicamente podemos perceber que quando o estado exige mais do que estas empresas podem apresentar, o resultado final é a falta de obediência à legislação societária, empurrando-se muitas empresas para o caminho da informalidade.
Ter um regulamento especialmente dirigido às empresas menores pode evitar o obscuro princípio contábil da “conveniência”, que, em última análise, resulta na permissão de que, conforme o objetivo de cada entidade, as demonstrações contábeis possam ser manipuladas. Um exemplo clássico desta situação: para uma determinada licitação pode se precisar de uma situação financeira melhor, mais favorável e em outro momento, com o intuito de pagar menos impostos, tem-se resultados menores.
O fato é que se torna evidente a parcela expressiva de pequenas e médias empresas existentes no mercado. E são exatamente estas entidades que são afetadas pelo CPC especifico para elas. Isso se constitui em um grande avanço para aquelas empresas, que utilizam a contabilidade apenas para fins fiscais (determinar impostos).
Com o advento do CPC para pequenas e medias empresas, todas as enquadradas serão, no médio e longo prazos obrigadas a atualizar e adaptar sua contabilidade para atendimento das normas internacionais. Uma antiga cultura será mudada: “contabilidade é um mal necessário” ou então “contabilidade serve para avaliar impostos”. 
A contabilidade das PMEs se transformará em ferramenta importante para tomada de decisões e atração de capital de terceiros, além de facilitador de crédito.
É IMPORTANTE RESSALTAR QUAL É A INTENÇÃO PRINCIPAL DO CFC, EXPLICITADA JÁ NA INTRODUÇÃO DA NORMA NBC TG 1000:
Depois da revisão inicial de implementação, o CFC espera propor emendas pela publicação de uma minuta para discussão aproximadamente uma vez a cada três anos. No desenvolvimento dessas minutas para discussão, ele espera considerar as novas normas e as emendas às existentes que foram adotadas nos três anos anteriores, assim como problemas específicos que tenham sido trazidos à sua atenção a respeito de possíveis melhorias a esta Norma. A intenção é que esse ciclo de três anos seja um plano probatório, e não um compromisso firme. De acordo com a ocasião, ele pode identificar um problema para o qual uma emenda possa precisar ser considerada mais cedo do que no ciclo normal de três anos. Até que esta Norma seja alterada, quaisquer mudanças que o CFC possa fazer ou propor com respeito as suas normas, interpretações e comunicados técnicos não se aplicam à Contabilidade para PMEs.
Efetivamente a NBC TG 1000 tem como início de sua vigência a dará de 01/01/2010. A norma é organizada em 35 seções e um Glossário de Termos.
 É notória a simplificação de alguns princípios de reconhecimento, mensuração e divulgação. A entidade que se encaixa na definição de PME pode utilizar a norma, porém, uma vez escolhido este método, deverá utilizá-lo em sua totalidade.
DE FORMA COMPLEMENTAR TEMOS AINDA O COMUNICADO TÉCNICO NBC CTA - CFC Nº 1.000, DE 30 DE AGOSTO DE 2013:
Dispõe sobre a adoção plena da NBC TG 1000.
O CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE, no exercício de suas atribuições legais e regimentais e com fundamento no disposto na alínea "f" do art. 6º do Decreto -Lei nº 9.295/46, alterado pela Lei nº 12.249/10, faz saber que foi aprovada em seu Plenário a seguinte Norma Brasileira de Contabilidade (NBC):
CTG 1000 - ADOÇÃO PLENA DA NBC TG 1000
1. O Conselho Federal de Contabilidade, com o objetivo da adoção plena da NBC TG 1000 - Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas, analisou o processo de implementação desde a sua edição até a presente data, com base em vários aspectos, entre os quais:
a) as iniciativas promovidas pelo International Accounting Standards Board (IASB), que preveem ciclos de revisão das normas editadas, tendo em vista as dificuldades de implementação existentes em cada jurisdição;
b) o Brasil foi um dos primeiros países a adotar as International Financial Reporting Standards (IFRS) na região da América Latina, sobretudo para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs), cujo pioneirismo implica um período necessário para a compreensão e implementação dos novos padrões;
c) com a edição, em 2012, da ITG 1000 - Modelo Contábil para Microempresa e Empresa de Pequeno Porte, o CFC flexibilizou a adoção da NBC TG 1000 para as entidades definidas como microempresas e empresas de pequeno porte.
2. Diante do exposto no item 1, fica permitida para as entidades que ainda não conseguiram
atender plenamente a todos os requisitos da NBC TG 1000 que a
sua adoção plena ocorra nos exercícios iniciados a partir de 1º de janeiro de 2013.
3. Define-se como entidades que ainda não adotaram plenamente a NBC TG 1000
aquelas que:
a) não apresentaram demonstrações contábeis em períodos anteriores, em conformidade com a NBC TG 1000;
b) apresentaram demonstrações contábeis anteriores mais recentes em atendimento a outras exigências que não são consistentes com a NBC TG 1000; ou
c) apresentaram demonstrações contábeis anteriores mais recentes em conformidade
com a NBC TG 1000, porém de forma parcial.
4. NESSE CONTEXTO, RESSALTA-SE QUE:
a) a entidade incluída em uma das situações descritas no item 3 deve seguir os procedimentos da "adoção inicial" previstos na Seção 35 da NBC TG 1000, incluindo suas isenções;
b) a entidade que adotar pela primeira vez a NBC TG 1000 pode observar todas as isenções previstas no item 35.10 da Seção 35, inclusive a relacionada ao custo atribuído (deemed cost) para o ativo imobilizado e propriedades para investimento;
c) no que se refere à reapresentação do exercício anterior mais recente, para fins de comparabilidade, destaca-se que, caso seja impraticável a realização dos ajustes exigidos para a elaboração do balanço de abertura na data de transição (1º/01/12), a entidade deve fazer a divulgação em notas explicativas de taisfatos, conforme previsto no item 35.11 da NBC TG 1000.
5. Este Comunicado entra em vigor na data de sua publicação.
Conceitos e Princípios Gerais - Características Essenciais de uma Demonstração
COMPREENSIBILIDADE - Deve ser compreensível por usuários que forem proceder análises.
RELEVÂNCIA - Deve ser útil para a tomada de decisão dos usuários, ajudando-os a avaliar acontecimentos passados, presentes e futuros.
MATERIALIDADE - Se sua omissão ou erro puder influenciar a tomada de decisão.
CONFIABILIDADE - A informação deve ser confiável, evitar viés que possa influenciar no julgamento.
ESSÊNCIA SOBRE AFORMA - Os fatos devem ser registrados com base em sua essência e não somente sob uma ótica legal.
PRUDÊNCIA - Inclusão de certo grau de precaução nos julgamentos.
INTEGRALIDADE - Informação completa dentro dos limites da materialidade e custo.
COMPARABILIDADE - Devem ser passíveis de comparação, para avaliação de tendências das posições patrimoniais e financeiras.
TEMPESTIVIDADE - Oferecer a informação dentro do tempo de execução da decisão.
ATIVO - É um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que benefícios econômicos futuros fluam para a entidade.
PASSIVO - É uma obrigação atual da entidade resultante de eventos já ocorridos, cuja liquidação se espera que resulte na saída de recursos econômicos.
PATRIMÔNIO LÍQUIDO - É o valor residual dos ativos reconhecidos menos os passivos reconhecidos. Pode ter subclassificações como: capital integralizado, lucros retidos e ganhos ou perdas reconhecidas diretamente no patrimônio líquido.
RECEITAS -São aumentos de benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma de entradas ou aumentos de ativos ou diminuições de passivos, que resultam em aumento do patrimônio líquido e que não sejam provenientes de aportes dos proprietários da entidade. As receitas envolvem as receitas operacionais e os ganhos.
DESPESAS - São decréscimos nos benefícios econômicos durante o período contábil, sob a forma de saída de recursos ou redução de ativos ou incrementos em passivos, que resultam em decréscimos no patrimônio líquido e que não sejam provenientes de distribuição aos proprietários da entidade. As despesas englobam as despesas operacionais e as perdas.
FORMA DA APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES
Apresentação justa: presume-se que decorre da adoção da norma para PMEs;
Conformidade total: Declara conformidade com a norma para PMEs apenas se as demonstrações contábeis estiverem em conformidade total;
Comparações: Pelo menos demonstrações contábeis e notas explicativas comparativas de um ano (doze meses).
IDENTIFICAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES
Precisam ser evidenciados:
1. O nome da entidade, bem como qualquer modificação que possa ter havido na identificação desde o exercício anterior.
2. Se as demonstrações contábeis se referem a uma entidade individual ou a um grupo de entidades.
3. A data do encerramento do período de divulgação coberto pelas demonstrações.
4. A moeda de apresentação.
5. O nível de arredondamento, se existente, usado na apresentação das demonstrações.
ESTRUTURA DO BALANÇO PATRIMONIAL (BP)
A estrutura do Balanço Patrimonial, caracterizada na lei 6404/76, foi alterada pelas leis 11638/07 e 11941/09.
1 ATIVO
2 PASSIVO
1.1 Ativo Circulante
2.1 Passivo Circulante
1.2 Ativo Não Circulante
2.2 Passivo Não Circulante
1.2.1 Realizável a longo prazo
2.3 Patrimônio Líquido
1.2.2 Investimentos
2.3.1 Capital social
1.2.3 Imobilizado
2.3.2 Reservas de capital
1.2.4 Intangível
2.3.3 Ajustes de avaliação patrimonial
2.3.4 Reserva de lucros
2.3.5 Ações em tesouraria
2.3.6 Prejuízos acumulados
AS PRINCIPAIS MUDANÇAS
Separação entre Circulantes e Não Circulantes;
Criação da conta “Intangível”;
Extinção do grupo “Resultado de Exercícios Futuros (REF)”;
Criação da conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial (AVP);
Inexistência de saldo positivo na conta “Lucros Acumulados”;
Ordem das contas não é prescrita pela Norma, porém é estabelecida por Lei.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO (DR) – APRESENTAÇÃO MÍNIMA
Receita Líquida
(-) CPV / CMV / CSV
= Lucro Bruto
(-) Despesas com vendas
(-) Despesas gerais
(-) Despesas administrativas
(- / +) Outras despesas e receitas operacionais
(- / +) Resultado da Equivalência Patrimonial
= Resultado antes das receitas e despesas financeiras
(- / +) Despesas e receitas financeiras
= Resultado antes dos tributos financeiros
(-) Despesa com tributo sobre lucros
= Resultado líquido do período
OBSERVAÇÃO 
Extinção da “Receita Bruta”;
 Resultados não operacionais – Outras receitas e outras despesas operacionais.
Correções de erros e mudanças de práticas contábeis são apresentados como ajustes de períodos anteriores no PL.
ANÁLISE DA DESPESA
As despesas poderão ser apresentadas por natureza ou por função.
Por natureza: Depreciações, compras de materiais, despesas com transportes, benefícios a empregados, despesas com publicidade etc;
Por função: Sugerida pela legislação brasileira. Ex.: Custo dos produtos vendidos, despesas administrativas, despesas gerais etc.
DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO ABRANGENTE (DRA)
Conforme definição do CFC, Resultado Abrangente é:
uma alteração no patrimônio líquido de uma sociedade, decorrente de transações e outros eventos e circunstâncias não originadas dos sócios. Isso inclui todas as mudanças no patrimônio, exceto aquelas resultantes de investimentos dos sócios e distribuições de dividendos e juros sobre capital próprio.
Por exemplo: um investimento é registrado pelo seu valor justo, com contrapartida no patrimônio líquido, na conta ajuste da avaliação patrimonial. Esse ajuste é resultado de uma avaliação que em um futuro poderá ser reconhecida como receita ou despesa, dependendo do ajuste. Na apuração do resultado abrangente este ajuste será reconhecido como parte integrante do resultado.
Poderá ser publicada como uma demonstração separada ou compondo a DMPL. O valor de abertura da DRA deve ser o mesmo valor apurado como resultado da DR. Os principais resultados abrangentes são contabilizados na conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial (AVP), no PL.
A DRA INCLUIRÁ
(=) Lucro Líquido
(+-) Outros resultados abrangentes
(+) Diferenças de câmbio na conversão de operações no exterior
(+) Ganho líquido sobre ativos financeiros disponíveis para venda
(+) Ganho sobre reavaliação de propriedades
(+) Parcelas de outros resultados abrangentes de coligadas
(=) Resultado abrangente total do exercício
DEMONSTRAÇÃO DAS MUTAÇÕES DO PL (DMPL)
A principal modificação é a inclusão da conta de Ajustes de Avaliação Patrimonial (AVP), onde são contabilizados os principais resultados abrangentes.
A DRA
pode ser publicada conjuntamente com o DMPL. Poderá ser substituída pela DLPA em situações específicas.
DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS E PREJUÍZOS ACUMULADOS – (DLPA)
Poderá substituir a DMPL se as únicas alterações do PL derivarem de:
Resultado;
Distribuição de lucro;
Correção de erros de períodos anteriores;
Mudança de políticas contábeis.
CAPITAL SOCIAL
INTEGRALIZADO
RESERVAS DE CAPITAL,
OPÇÕES OUTOR GADAS
E AÇÕES EMTESOURARIA
(1)
RESERVAS
DE LUCROS
(2)
LUCROS OU
PREJUÍZOS
ACUMULADOS
OUTROS
RESULTADOS
ABRANGENTES
(3)
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO DOS
SÓCIOS DA
CONTROLADORA
PARTICIPAÇÃO
DOS NÃO
CONTROLADORES
NO PAT. LIQ. DAS
CONTROLADAS
PATRIMÔNIO
LÍQUIDO
CONSOLIDADO
Saldos Iniciais
1.000.000
80.000
300.000
0
270.000
1.650.000
158.000
1.808.000
Aumento de Capital
500.000
-50.000
-100.00
350.000
32.000
382.000
Gastos com Emissão
de Ações
-7.000
-7.000
-7.000
Opções Outorgadas Reconhecidas
30.000
30.000
30.000
Ações em Tesouraria
Adquiridas
-20.000
-20.000
-20.000
Ações em Tesouraria
Vendidas
60.000
60.000
60.000
Dividendos
-162.000
-162.000
-132.000
-175.200
Transações de Capital
com os Sócios
251.000
18.800
269.800
DEMONSTRAÇÃO DOS FLUXOS DE CAIXA (DFC)
 O principal objetivo da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) é proporcionar aos usuários das Demonstrações Contábeis uma base para avaliar, de um lado, a capacidade da entidade de gerar caixa e equivalentes de caixa, e de outro, as necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa.
Equivalentes de Caixa – Mantidos com a finalidade de atender a compromissos de caixa a curto prazo e não para investimentos ou outros fins. Alguns exemplos são: Saldos Bancários, Saldos em conta corrente e Aplicações financeiras que são prontamente conversíveis em dinheiro. Deve ter conversibilidade imediata em um montante conhecido de caixa e estar sujeito a insignificante risco de mudança de valor.
Estrutura da DFC - Evidencia as variações do saldo de caixa e equivalentes de caixa de um período, classificando as entradas e as saídas de caixa em três atividades: Operacional, Investimentos e Financiamento.
Das Atividades Operacionais
 Recebimentos de Clientes e outros
 Pagamentos a Fornecedores
 Pagamentos a Salários,
Atividades de Investimentos
Aplicação Financeira de LP
Imobilizado
Investimento, etc.
Atividades de Financiamentos
Empréstimos Obtidos
Aumento de Capital
Pagamento de Dividendos
A informação sobre fluxos de caixa proporciona aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade da entidade para gerar caixa e seus equivalentes e as necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa.
Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo (3 meses), de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.
O Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa define os requisitos para a apresentação da demonstração dos fluxos de caixa e respectivas divulgações.
CLASSIFICAÇÃO DAS ATIVIDADES NA DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA
ATIVIDADES OPERACIONAIS - São as principais atividades geradoras de receita da entidade.
ATIVIDADES DE INVESTIMENTO -São aquelas referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos.
ATIVIDADES DE FINANCIAMENTO- São aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade, não classificadas como atividade operacional.
MÉTODO DIRETO -DFC
Todas as operações de entradas e saídas aparecem pelos seus valores totais. Não faz relação do fluxo de caixa com o lucro.
MÉTODO INDIRETO -DFC
Parte-se do lucro líquido e chega-se ao resultado que está refletido no Caixa. Os valores totais que passam pelo Caixa não são identificados.
MÉTODO DIRETO
Atividades Operacionais
• Recebimentos de clientes;
• Pagamentos a fornecedores;
• Pagamentos de impostos sobre vendas;
• Pagamentos de despesas com vendas e administrativas;
• Pagamento de despesas financeiras;
• Recebimentos de receitas financeiras;
• Dividendos recebidos de sociedades investidas;
• Pagamento de imposto de renda e contribuição social.
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Atividades de Investimentos
• Valor da venda de ativos imobilizados;
• Aquisições de ativos imobilizados.
Fluxo de caixa das atividades de investimentos:
Atividades de Financiamentos
• Recebimento de empréstimos e financiamentos;
• Pagamento de empréstimos e financiamentos;
• Recebimentos de integralização de capital;
• Dividendos pagos.
Fluxo de caixa das atividades de financiamentos:
• Aumento/Diminuição líquida no caixa;
• Caixa no início do período;
• Caixa no fim do período.
MÉTODO INDIRETO -DFC
Atividades Operacionais
Inicia com o lucro líquido
(+/-) ajustes para reconciliar o caixa operacional
+ saídas que não afetam caixa
-entradas que não afetam o caixa
+/-diminuição ou aumento do ativo circulante
-/+ diminuição ou aumento do passivo circulante
Fluxo de caixa das atividades operacionais
Aumento/Diminuição Líquida no caixa
Caixa no início do período
Caixa no fim do período
NOTAS EXPLICATIVAS (NE)
A ENTIDADE DEVE EVIDENCIAR:
• A declaração de que as demonstrações contábeis foram elaboradas em conformidade com a NBC TG1000;
• O resumo das principais Práticas Contábeis utilizadas;
• Informações que não tenham sido apresentadas em outras partes das demonstrações,
mas que sejam relevantes para compreendê-las;
• Notas sistemáticas, indicando cada item das demonstrações com a referência da respectiva informação nas notas;
• Informações de auxílio aos itens apresentados nas demonstrações, na ordem em que cada conta é apresentada no relatório;
• Quaisquer outras informações relevantes.
ESTOQUES
O estoque será avaliado pelo menor valor entre o custo e o valor realizável líquido.
São incluídos nos estoques todos os custos incorridos para trazê-los para sua localização e condições atuais. Possibilidade de realizar o teste de recuperabilidade sobre o estoque.
ATIVO IMOBILIZADO
São ativos tangíveis que são mantidos para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços e se espera que sejam utilizados durante mais do que um período.
RECONHECIMENTO: 
 Peças de reposição principais e sobressalentes serão ativadas se a utilidade se estender por mais de um período.
CUSTOS INICIAIS: 
Custos necessários para que a entidade obtenha benefícios econômicos futuros de seus ativos que deverão ser ativados. O reconhecimento do custo cessa quando o item está no local e nas condições operacionais pretendidas pela administração.
MENSURAÇÃO:
Os itens do imobilizado serão mensurados pelo seu custo,
que compreende:
• Seu preço de aquisição, acrescido de impostos de importação
e impostos não recuperáveis sobre a compra, depois de deduzidos os descontos comerciais e abatimentos.
• Quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo no local e condições necessárias para o mesmo ser capaz de funcionar da forma pretendida pela administração.
• A estimativa inicial dos custos de desmontagem e remoção
do item e de restauração do local no qual este está
localizado.
Mensuração Subsequente :
 O valor residual, a vida útil e o método de depreciação necessitam ser revistos apenas quando existir uma indicação relevante de alteração, isto é, não necessitam ser revistos anualmente como ocorre na norma.
ATIVO INTANGÍVEL
Ativo intangível é um ativo não monetário identificável sem substância física.
Tal ativo é identificável quando:
1. For separável, isto é, puder ser dividido ou separado da entidade e vendido, transferido, licenciado, alugado ou trocado, individualmente ou junto com contrato relacionado, ativo ou passivo; ou
2. For proveniente de direitos contratuais ou outros direitos legais, independentemente de tais direitos serem transferíveis ou separáveis da entidade ou de outros direitos e obrigações.
Mensuração
Todos os
intangíveis precisam ser amortizados, inclusive o ágio por expectativa de rentabilidade futura (goodwill). 
Caso não seja possível estimar a vida útil de maneira confiável, deve-se considerá-la como sendo de 10anos.
Todos os gastos com pesquisa e desenvolvimento são despesas.
Testes de Recuperabilidade. Fonte: CFC.
Valor contábil líquido
comparado com
Valor recuperável
o maior entre
Valor líquido de venda
Valor em uso
OPERAÇÕES DE ARRENDAMENTO MERCANTIL
Arrendamento mercantil é um acordo pelo qual o arrendador transmite ao arrendatário, em troca de um pagamento ou uma série de pagamentos, o direito de usar um ativo por um determinado período de tempo. 
A classificação do arrendamento deve ser determinada na data de início do mesmo.
CLASSIFICAÇÕES DE ARRENDAMENTO
Arrendamento Mercantil
Financeiro
Operacional
Transferência dos riscos
e benefícios do bem
Não há transferência dos
risco e benefícios
Ativo
Resultado
Indicadores do Arrendamento Financeiro
• Transferência da propriedade ao final do contrato;
• Opção de compra por preço inferior ao valor justo na data em que essa opção for exercível; 
• Prazo do arrendamento refere-se a maior parte da vida econômica do ativo, mesmo que a propriedade não seja transferida;
• O valor presente das parcelas represente substancialmente todo o valor justo
do bem;
• Bem de natureza especializada à atividade do arrendatário.
FINANCEIRO
OPERACIONAL
Arrendatário
Ativa o bem, pelo valor presente
das parceiras mínimas obrigatórias.
A taxa de depreciação dependerá se ocorrerá a transferência do bem ao final do contrato.
Reconhece como despesa de
aluguel, utilizando o regime de competência. NasPMEs, não é exigido o reconhecimento em base linear em caso de variação inflacionária.
Arrendador
Apresentar o contrato como um
contas a receber por uma quantia
ao investimento líquido no
arrendamento.
Reconhece como receitas de
aluguel, utilizando o regime de competência. NasPMEs, não é exigido o reconhecimento em base linear em caso de variação inflacionária.
RECEITAS
As Receitas devem representar apenas a entrada bruta dos benefícios econômicos
recebidos e a receber pela entidade por sua própria conta, excluídos os tributos incidentes sobre vendas, produtos e serviços.
 A receita só é reconhecida se atender as seguintes condições:
Transferência dos riscos e benefícios do produto ao comprador;
A entidade não possui mais nenhum envolvimento de gestão ou controle
sobre o produto;
 Valor mensurável;
A entidade receberá os benefícios econômicos;
Mensuração dos custos de forma confiável.
Contabilidade Internacional – A necessidade de Harmonização
É neste cenário que atua a contabilidade internacional, a crescente necessidade de convergência das normas contábeis brasileiras e suas harmonizações às normas internacionais, se constitui de primordial importância para que, efetivamente, o Brasil e sua contabilidade estejam em condições de fazer parte desta aldeia global empresarial.
Pequenas e Médias Empresas
O nicho específico das empresas classificadas como pequenas ou médias, também assunto deste capítulo, não está excluído destes novos tempos, desta nova ordem mundial. Daí a importância de se estudar e entender como estas empresas vão, definitivamente, rumar para níveis de informações e mecanismos contábeis que possam fazer frente aos novos desafios globalizados do mercado.
APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES
CONTÁBEIS - ESTOQUES
Este capítulo, na primeira parte, aborda a Apresentação das Demonstrações Contábeis (IAS 1), suas estruturas e conteúdos.
Na segunda parte apresentamos as temáticas ligadas a Estoques (IAS 2), suas técnicas de mensuração e evidenciação.
OBJETIVOS
Entender os requisitos gerais para a apresentação das demonstrações contábeis, diretrizes
para a sua estrutura e os requisitos mínimos para seu conteúdo;
Entender as estruturas das Demonstrações Contábeis;
Conhecer o tratamento contábil para os estoques;
Reconhecer e entender as práticas de mensuração dos Estoques;
Reconhecer as técnicas e critérios de determinação do valor de custo dos estoques e seu subsequente reconhecimento como despesa em resultado.
APRESENTAÇÃO DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (IAS 1)
CONSIDERAÇÕES GERAIS
A IAS 1 (Presentation of Financial Statements) corresponde ao Pronunciamento Técnico CPC 26 que tem o objetivo de definir a base para a apresentação das demonstrações contábeis, para assegurar a comparabilidade tanto com as demonstrações contábeis de períodos anteriores da mesma entidade quanto com as demonstrações contábeis de outras entidades. 
Nesse cenário, este Pronunciamento
estabelece requisitos gerais para a apresentação das demonstrações contábeis, diretrizes
para a sua estrutura e os requisitos mínimos para seu conteúdo.
Segundo o CPC 26 (IAS 1), as demonstrações contábeis devem apresentar apropriadamente a posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa de uma entidade.
O âmbito da IAS 1 é definido fundamentalmente com base em três aspectos:o tipo das demonstrações financeiras, o tipo de entidade e o período das demonstraçõesfinanceiras.
Esta norma especifica a necessidade da sua aplicação à apresentação das demonstrações financeiras, preparadas e apresentadas de acordo com as normas internacionais de contabilidade, abrangendo tanto as demonstrações financeiras individuais quanto as consolidadas.
O objetivo é que estas demonstrações possam subsidiar a tomada de decisões econômicas, com base na avaliação da gestão administrativa da entidade e sua capacidade de prestar contas dos recursos que lhe foram confiados.
IAS 1 é aplicável a todo o tipo de entidade com fins lucrativos, incluindo as instituições financeiras.
Este Pronunciamento não se aplica à estrutura e ao conteúdo de demonstrações contábeis intermediárias condensadas elaboradas segundo o Pronunciamento Técnico CPC 21 – Demonstração Intermediária.
Estrutura e Conteúdo das Demonstrações Contábeis
Conjunto completo das Demonstrações Contábeis
De acordo com o CPC 26 a finalidade das demonstrações contábeis: As demonstrações contábeis são uma representação estruturada da posição patrimonial e financeira e do desempenho da entidade. O objetivo das demonstrações contábeis é o de proporcionar informação acerca da posição patrimonial e financeira, do desempenho e dos fluxos de caixa da entidade que seja útil a um grande número de usuários em suas avaliações e tomada de decisões econômicas.
 As demonstrações contábeis também objetivam apresentar os resultados da atuação da administração, em face de seus deveres e responsabilidades na gestão diligente dos recursos que lhe foram confiados. Para satisfazer a esse objetivo, as demonstrações contábeis proporcionam informação da entidade acerca do seguinte:
(a) ativos;
(b) passivos;
(c) patrimônio líquido;
(d) receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas;
(e) alterações no capital próprio mediante integralizações dos proprietários e distribuições a eles; 
e (f) fluxos de caixa.
Essas informações, juntamente com outras informações constantes das notas explicativas, ajudam os usuários das demonstrações contábeis a prever os futuros fluxos de caixa da entidade e, em particular, a época e o grau de certeza de sua geração.
O conjunto completo das Demonstrações Contábeis inclui
Balanço patrimonial ao final do período;
• Demonstração do resultado do período;
• Demonstração do resultado abrangente do período;
• Demonstração das mutações do patrimônio líquido do período;
• Demonstração dos fluxos de caixa do período;
• Notas explicativas, compreendendo um resumo das políticas contábeis significativas
e outras informações elucidativas;
• Informações comparativas com o período anterior (Incluída pela Revisão
CPC 03);
Balanço patrimonial do início do período mais antigo, comparativamente apresentado, quando a entidade aplicar uma política contábil retrospectivamente ou proceder à reapresentação retrospectiva de itens das demonstrações contábeis, ou quando proceder à reclassificação de itens
de suas demonstrações contábeis de acordo com os itens (Alterada pela Revisão CPC 03);
• Demonstração do valor adicionado do período, conforme Pronunciamento Técnico CPC 09, se exigido legalmente ou por algum órgão regulador ou mesmo
se apresentada voluntariamente. (Alterada pela Revisão CPC 03).
Muitas entidades apresentam, fora das demonstrações contábeis, comentários da administração que descrevem e explicam as características principais do desempenho e da posição financeira e patrimonial da entidade e as principais incertezas às quais está sujeita. Esse relatório pode incluir a análise:
a) Dos principais fatores e influências que determinam o desempenho, incluindo alterações no ambiente em que a entidade opera, a resposta da entidade a essas alterações e o seu efeito e a política de investimento da entidade para manter e melhorar o desempenho, incluindo a sua política de dividendos;
b) Das fontes de financiamento da entidade e a respectiva relação pretendida entre passivos e o patrimônio líquido; e
c) Dos recursos da entidade não reconhecidos nas demonstrações contábeis de acordo com os Pronunciamentos Técnicos, Interpretações e Orientações do CPC.
Ainda, existem entidades que também apresentam, fora das demonstrações contábeis, relatórios e demonstrações ambientais e sociais, sobretudo nos setores em que os fatores ambientais e sociais sejam significativos e quando os empregados são considerados um importante grupo de usuários. 
Os relatórios e demonstrações apresentados fora das demonstrações contábeis estão fora do âmbito dos Pronunciamentos emitidos pelo CPC.
Considerações quanto à apresentação das Demonstrações Contábeis
Frequência da divulgação: os demonstrativos contábeis devem ser elaborados e divulgados ao menos uma vez por ano, incluindo a informação comparativa do ano anterior.
Informação comparativa: a menos que um Pronunciamento, Interpretação ou Orientação permita ou exija de outra forma, informação comparativa deve ser divulgada com respeito ao período anterior para todos os valores apresentados nas demonstrações contábeis do período corrente.
CONTINUIDADE
As demonstrações financeiras devem ser preparadas com base no princípio da continuidade. Quando a empresa não tiver a intenção de continuar com suas operações, por intenção da administração em liquidar a entidade, ou não possuir nenhuma alternativa para continuar com suas operações, essa informação deve ser divulgada em notas explicativas.
REGIME DE
COMPETÊNCIA
As demonstrações contábeis devem ser elaboradas com base no regime de competência, com exceção da demonstração do fluxo de caixa.
MATERIALIDADE
E AGREGAÇÃO
Cada classe relevante de itens semelhantes deve ser apresentada separadamente nas demonstrações contábeis. Os itens de natureza ou função distinta devem ser apresentados separadamente, salvo se imateriais. Não é necessário fornecer uma divulgação requerida se a informação não for material.
COMPENSAÇÃO
DE VALORES
Ativos e passivos, e receitas e despesas não devem ser compensados exceto quando exigido ou permitido por Pronunciamento, Interpretação ou Orientação.
CONSISTÊNCIA
As entidades deverão manter a apresentação e classificação das contas nas demonstrações contábeis de um período para o outro a menos que outra alternativa seja mais apropriada ou caso outra norma determinar a mudança na apresentação.
INFORMAÇÕES
OBRIGATÓRIAS
Nome da entidade, nível de arredondamento dos valores, moeda das demonstrações, data ou período coberto pelas demonstrações, e se as demonstrações são individuais ou consolidadas.
Apresentação apropriada e conformidade com as práticas contábeis brasileiras:
para apresentação adequada, é necessária a representação confiável dos efeitos das transações, outros eventos e condições de acordo com as definições e critérios de reconhecimento para ativos, passivos, receitas e despesas como estabelecidos na Estrutura Conceitual para a Elaboração e Apresentação das Demonstrações Contábeis.
Balanço Patrimonial
O Balanço Patrimonial deve apresentar, respeitada a legislação, no mínimo,
as seguintes contas:
• Caixa e equivalentes de caixa;
• Clientes e outros recebíveis;
• Estoques;
• Investimentos avaliados pelo método da equivalência patrimonial;
• Imobilizado;
• Intangível;
• Contas a pagar comerciais e outras;
• Provisões;
• Obrigações financeiras;
• Participação de não controladores apresentada de forma destacada dentro
do patrimônio líquido;
• Capital integralizado e reservas e outras contas atribuíveis aos proprietários
da entidade.
A entidade deve apresentar contas adicionais, cabeçalhos e subtotais nos balanços patrimoniais sempre que sejam relevantes para o entendimento da posição financeira e patrimonial.
A entidade deve apresentar ativos circulantes e não circulantes, e passivos circulantes e não circulantes, como grupos de contas separados no balanço patrimonial.
Demonstração do Resultado e Demonstração do Resultado Abrangente
A entidade deve apresentar todos os itens de receita e despesa reconhecidos no período em duas demonstrações: Demonstração do Resultado do Período e Demonstração do Resultado Abrangente do período.
Demonstração do Resultado
A Demonstração do Resultado do período deve, no mínimo, incluir os seguintes itens, também obedecida a legislação:
• Receitas;
• Custo dos produtos, das mercadorias ou dos serviços vendidos;
• Lucro bruto;
• Despesas com vendas, gerais, administrativas e outras despesas e receitas
operacionais;
• Parcela dos resultados de empresas investidas reconhecida por meio do
método de equivalência patrimonial;
• Resultado antes das receitas e despesas financeiras
• Despesas e receitas financeiras;
• Resultado antes dos tributos sobre o lucro;
• Despesa com tributos sobre o lucro;
• Resultado líquido das operações continuadas;
• Valor líquido dos seguintes itens:
– Resultado líquido após tributos das operações descontinuadas;
– Resultado após os tributos decorrente da mensuração ao valor
justo menos despesas de venda ou na baixa dos ativos ou do grupo
de ativos à disposição para venda que constituem a unidade operacional
descontinuada.
Demonstração do Resultado Abrangente
A demonstração do resultado abrangente inclui dentro do resultado do exercício itens que apareciam apenas na DMPL (Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido). 
Esta demonstração objetiva apresentar o resultado líquido do período, bem como possíveis resultados futuros ajustados no patrimônio líquido (outros resultados abrangentes), decorrentes de transações que ainda não se realizaram financeiramente, pois dependem de eventos futuros.
Os resultados abrangentes de uma companhia envolvem, basicamente, os resultados não reconhecidos no período, mas acumulados no patrimônio líquido.
Exemplos: ganhos ou perdas decorrentes de conversão de demonstrações contábeis em moeda estrangeira, ganhos ou perdas na avaliação de ativos financeiros disponíveis para venda, ganhos ou perdas atuariais com planos de pensão com benefícios definidos.
Em função dos efeitos das várias atividades, transações e outros eventos da entidade diferirem em termos de frequência, potencial de ganho ou perda e previsibilidade, a divulgação dos componentes do desempenho ajuda na compreensão do desempenho alcançado e a fazer projeções de futuros resultados. 
Outras rubricas devem ser incluídas na demonstração do resultado abrangente e na demonstração do resultado do período, sendo as nomenclaturas utilizadas e a ordenação das rubricas modificadas quando seja necessário para explicar os elementos de seu desempenho. Os fatores a serem considerados incluem a relevância, a natureza e a função dos componentes das receitas e despesas dessas demonstrações.
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
A entidade deve apresentar na Demonstração das Mutações do
Patrimônio Líquido:
• O resultado abrangente do período, apresentando separadamente o montante
total atribuível aos proprietários da entidade controladora e o montante
correspondente à participação
de não controladores; Para cada componente do
patrimônio líquido, os efeitos das alterações nas políticas contábeis e as correções
de erros;
• Para cada componente do patrimônio líquido, a conciliação do saldo
no início e no final do período, demonstrando-se separadamente as mutações
decorrentes:
– Do resultado líquido;
– De cada item dos outros resultados abrangentes; e de transações com
os proprietários realizadas na condição de proprietário, demonstrando separadamente
suas integralizações e as distribuições realizadas, bem como
modificações nas participações em controladas que não implicaram perda
do controle.
O patrimônio líquido deve apresentar o capital social as reservas de capital, os ajustes de avaliação patrimonial, as reservas de lucros, as ações ou quotas em tesouraria, os prejuízos acumulados, se legalmente admitido os lucros acumulados e as demais contas exigidas pelos Pronunciamentos emitidos pelo CPC;
A entidade deve apresentar na demonstração das mutações do patrimônio líquido, ou nas notas explicativas, o montante de dividendos reconhecidos como distribuição aos proprietários durante o período e o respectivo montante por ação.
As alterações no patrimônio líquido da entidade entre duas datas de balanço devem refletir o aumento ou a redução nos seus ativos líquidos durante o período. Com a exceção das alterações resultantes de transações com os proprietários agindo na sua capacidade de detentores de capital próprio (tais como integralizações de capital, reaquisições de instrumentos de capital próprio da entidade e distribuição de dividendos) e dos custos de transação diretamente relacionados com tais transações, a alteração global no patrimônio líquido durante um período representa o montante total líquido de receitas e despesas, incluindo ganhos e perdas, gerado pelas atividades da entidade durante esse período.
Demonstração do Fluxo de Caixa
A informação sobre fluxos de caixa proporciona aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar a capacidade da entidade para gerar caixa e seus equivalentes e as necessidades da entidade para utilizar esses fluxos de caixa.
Equivalentes de caixa são aplicações financeiras de curto prazo (3 meses), de alta liquidez, que são prontamente conversíveis em um montante conhecido de caixa e que estão sujeitas a um insignificante risco de mudança de valor.
O Pronunciamento Técnico CPC 03 – Demonstração dos Fluxos de Caixa define os requisitos para a apresentação da demonstração dos fluxos de caixa erespectivas divulgações.
Classificação das atividades na Demonstração do Fluxo de Caixa.
ATIVIDADES
OPERACIONAIS - São as principais atividades geradoras de receita da entidade.
ATIVIDADES DE
INVESTIMENTO - São aquelas referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos.
ATIVIDADES DE
FINANCIAMENTO -São aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no endividamento da entidade, não classificadas como atividade operacional.
Apresentação de uma DFC
A entidade deve apresentar seus fluxos de caixa decorrentes das atividades operacionais, de investimento e de financiamento da forma que seja mais apropriada a seus negócios.
Uma única transação pode incluir fluxos de caixa classificados em mais de uma atividade.
Por exemplo, quando o desembolso de caixa para pagamento de um empréstimo
inclui tanto os juros como o principal, a parte dos juros pode ser classificada como atividade operacional, mas a parte do principal pode ser classificada como atividade de financiamento.
Forma de apresentação da Demonstração do Fluxo de Caixa.
• Método Direto: É o método segundo o qual as principais classes de recebimentos
brutos e pagamentos brutos são divulgadas.
• Método Indireto: o lucro líquido ou prejuízo é ajustado pelos efeitos:
• Das transações que não envolvem caixa;
• De quaisquer diferimentos ou outras apropriações por competência sobre
recebimentos ou pagamentos operacionais passados ou futuros; e
• De itens de receita ou despesa associados com fluxos de caixa das atividades
de investimento ou de financiamento.
DFC – Método Direto
Fluxo de caixa das atividades operacionais:
• Venda de mercadorias e serviços (+);
• Pagamento de fornecedores (-);
• Salários e encargos dos empregados (-);
• Dividendos recebidos (+);
• Impostos e outras despesas legais (-);
• Recebimento de seguros (+);
• Caixa líquido das atividades operacionais (+/-).
Fluxo de caixa das atividades de investimento:
• Venda de imobilizado (+);
• Aquisição de imobilizado (-);
• Aquisição de outras empresas (-);
• Caixa líquido das atividades de investimento (+/-).
Fluxo de caixa das atividades de financiamento:
• Empréstimos líquidos tomados (+);
• Pagamento de leasing (-);
• Emissão de ações (+);
• Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-);
• Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa;
• Caixa e equivalentes de caixa – início do ano;
• Caixa e equivalentes de caixa – final do ano.
DFC – Método Indireto
Fluxo de caixa das atividades operacionais:
• Lucro líquido;
• Depreciação e amortização (+);
• Provisão para devedores duvidosos (+);
• Aumento/diminuição em fornecedores (+/-);
• Aumento/diminuição em contas a pagar (+/-);
• Aumento/diminuição em contas a receber (+/-);
• Aumento/diminuição em estoques (+/-);
• Caixa líquido das atividades operacionais (+/-).
Fluxo de caixa das atividades de investimento:
• Venda de imobilizado (+);
• Aquisição de imobilizado (-);
• Aquisição de outras empresas (-);
• Caixa líquido das atividades de investimento (+/-).
Fluxo de caixa das atividades de financiamento:
• Empréstimos líquidos tomados (+);
• Pagamento de leasing (-);
• Emissão de ações (+);
• Caixa líquido das atividades de financiamento (+/-);
• Aumento/diminuição líquido de caixa e equivalente de caixa;
• Caixa e equivalentes de caixa – início do ano;
• Caixa e equivalentes de caixa – final do ano.
Notas Explicativas
As notas explicativas devem apresentar informação acerca da base para a elaboração
das demonstrações contábeis e das políticas contábeis específicas utilizadas. Também divulgam a informação requerida pelos Pronunciamentos, Orientações e Interpretações que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis. 
As notas explicativas têm ainda a função de prover informação adicional que não tenha sido apresentada nas demonstrações contábeis, mas que seja relevante para sua compreensão.
As notas devem ser apresentadas, tanto quanto seja praticável, de forma sistemática.
Cada item das demonstrações contábeis deve ter referência cruzada com a respectiva informação apresentada nas notas explicativas.
As empresas normalmente apresentam as notas explicativas na seguinte ordem
• Declaração de que as demonstrações contábeis foram elaboradas em conformidade com o Pronunciamento Técnico CPC 26 (IAS 1);
• Resumo das principais práticas contábeis utilizadas;
• Base de mensuração utilizada na elaboração das demonstrações contábeis;
• Outras práticas contábeis utilizadas que sejam relevantes para a compreensão das demonstrações contábeis;
• Informações de auxílio aos itens apresentados nas demonstrações contábeis, na ordem em que cada demonstração é apresentada, e na ordem em que cada conta é apresentada na demonstração;
• Quaisquer outras divulgações relevantes.
Estoques (IAS 2)
A IAS 2 (Inventories) corresponde ao Pronunciamento Técnico CPC 16 que tem o objetivo de é estabelecer o tratamento contábil para os estoques. A questão fundamental na contabilização dos estoques é quanto ao valor do custo a ser
reconhecido como ativo e mantido nos registros até que as respectivas receitas sejam reconhecidas. Este Pronunciamento proporciona orientação sobre a determinação do valor de custo dos estoques e sobre o seu subsequente reconhecimento como despesa em resultado, incluindo qualquer redução ao valor realizável líquido. Também proporciona orientação sobre o método e os critérios usados para atribuir custos
aos estoques.
Este Pronunciamento aplica-se a todos os estoques, com exceção dos seguintes:
a) Produção em andamento proveniente de contratos de construção, incluindo contratos de serviços diretamente relacionados (Pronunciamento Técnico CPC 17)
b) Instrumentos financeiros (Pronunciamentos Técnicos CPC 38 e CPC 39)
c) Ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola e o produto agrícola no ponto da colheita (Pronunciamento Técnico CPC 29).
Valor realizável líquido é o preço de venda estimado no curso normal dos negócios deduzido dos custos estimados para sua conclusão e dos gastos estimados necessários para se concretizar a venda.
Este Pronunciamento não se aplica também à mensuração dos estoques mantidos por produtores de produtos agrícolas e florestais, de produtos agrícolas após colheita, de minerais e produtos minerais, na medida em que eles sejam mensurados pelo valor realizável líquido de acordo com as práticas já estabelecidas nesses setores. 
Quando tais estoques são mensurados pelo valor realizável líquido, as alterações nesse valor devem ser reconhecidas no resultado do período em que tenha sido verificada a alteração.

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