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Estudo de caso da empresa Natura 2


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Estudo de caso da empresa Natura, sediada em Cajamar estado de São Paulo
O modelo de gestão sustentável vem crescendo cada vez mais e as empresas estão cada vez mais preocupadas com o meio ambiente, porque a exigência do consumidor frente às questões ambientais também cresceu. De acordo com Tachizawa (2008), a gestão socioambiental deixou de ser uma função exclusiva de proteção para se tornar uma estratégia dentro da organização.
As empresas estão mais conscientes de que os recursos naturais estão se esgotando e que se o seu uso não for feito de forma consciente, isso pode impactar diretamente nos seus lucros e resultados. Além disso, a sustentabilidade também tem sido vista como uma vantagem competitiva das organizações.
Uma prática muito comum para a obtenção da ecoeficiência é a adoção da Produção Mais Limpa (P+L), que é um conjunto de técnicas produtivas, que significam a aplicação contínua de uma estratégia econômica, ambiental e tecnológica integrada aos processos e produtos, fortalecendo economicamente a indústria por meio da prevenção da poluição.
O conceito de sustentabilidade surgiu no final do século XX, quando os problemas de devastação do meio ambiente estavam em grande crescimento, criando assim o conceito de satisfazer as necessidades das gerações atuais, sem prejudicar as gerações futuras.
Estão inseridos nesse contexto de empresa sustentável, três dimensões. Dimensão econômica: Alocação e gestão eficiente dos recursos produtivos. E um fluxo regular dos investimentos privados e públicos (Eficiência, crescimento e estabilidade); Dimensão social: Processos que promovem a igualdade na distribuição de bens e renda, para melhorar os direitos e reduzir as diferenças entre os padrões de vida das pessoas (Pobreza consulta/poder de decisão, cultura/herança); Dimensão ambiental: Ações para evitar danos ao meio ambiente causados pelos processos de desenvolvimento, aumentando assim a capacidade de carga do planeta (biodiversidade/resiliência, recursos naturais e poluição). Esse modelo ganhou repercussão no mundo, já que está relacionado a lucro, pessoas e planeta (ELKINGTON, 2011; BARBIERI, 2012).
A metodologia no estudo realizado a respeito da empresa Natura foi o estudo de caso, A organização está localizada em diversos lugares, sendo que a sede encontra-se em Cajamar, Região Metropolitana de São Paulo, onde se obtém diversas atuações como área de engenharia mecânica, parte operacional, pesquisa de produto, planejamento de controle logístico, recursos humanos e centro de treinamento, no Km 13 da Rodovia Anhanguera.
Entre as principais ações realizadas no espaço Natura Cajamar, o que mais se evidencia é o tratamento de efluentes e a utilização de água de reuso em suas instalações, já que a empresa tem consciência que se trata de um recurso em escassez, e segundo Rebouças de todo recurso disponível no planeta apenas 2,5% é próprio para o consumo, sendo que, 68,9% está nas calotas polares e geleiras, 29,9% de águas subterrâneas doce, 0,3% nos rios e lagos e 0,9% em outros reservatórios, os outros 97,5% da água presente na terra é salgada, presente nos mares e oceanos (REBOUÇAS, p. 32, 2004).
De acordo com Tundisi (2011), a água ocupa papel central no desenvolvimento sustentável, visando à responsabilidade ambiental e o uso responsável dos recursos hídricos, a empresa possui em sua matriz em Cajamar, três poços artesanais. Toda água utilizada por essa sede da empresa, provém de um desses poços.
O processo para a água tornar-se potável utiliza-se um dosador automático que adiciona a quantidade de cloro necessária para tratar a vazão de água, que será enviada ao filtro. A adição de cloro é necessária para a desinfecção e a eliminação de microorganismos, mau cheiro, gosto desagradável, e qualquer coloração anormal que eventualmente possam estar presentes na água retirada do poço. Nesse estágio a água se torna potável e própria pra o consumo, onde é enviada para toda empresa.
Após o uso da água a mesma passa por um tratamento, as águas e efluentes originário da limpeza dos equipamentos de produção e dos pisos da fabrica são enviados para ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) por meio de tubulação própria. Estes efluentes chegam com alta concentração de elementos inorgânicos utilizados na fabricação dos produtos Natura.
A primeira etapa do processo consiste na adequação das peneiras: todo efluente industrial originado da fábrica é recebido por uma calha, todo resíduo de limpeza dos reatores das fabricas, resíduos de óleo, polímeros, álcool e uma infinidade de matérias primas são recebidos por uma tubulação especifica. A partir disso, é contabilizado, através de medidores, a quantidade de efluentes recebidos e o acompanhamento diário de quanto que foi a diferença de um dia para o outro. Após o processo de filtragem, os materiais sólidos são separados dos líquidos, onde os mesmos são enviados a um tanque intermediário, o qual tem a função de misturar todo efluente, porque o mesmo possui resíduos de óleo, polímeros, álcool e uma infinidade de matérias primas. A função principal nessa etapa é misturar pra facilitar o tratamento químico.
Na fase seguinte, os efluentes são bombeados para o tanque de equalização, onde se inicia o pré-tratamento, e destes seguem para o tanque de reação, onde se recebem a adição de produtos químicos. Durante todo o processo de reação, a água fica em constante agitação para melhor dissolver os reagentes. Neste processo, formam-se flocos que decantam até a obtenção do lodo industrial. Já na etapa subsequente, a água da superfície do tanque é mandada para um tanque intermediário e a seguir, bombeada para o tanque biorreator, no qual sua caixa tóxica é removida. O material depositado no fundo é bombeado para o tanque de lodo industrial, no qual se colhe uma amostra para analise de pH e consistência. O lodo industrial é agitado, tratado, decantados e enviado para o filtro prensa.
Na última fase, o material prensado é conhecido como torta de lodo industrial é acondicionado em caçamba para ser enviado ao aterro industrial, localizado em Piracicaba. O tratamento acontece somente para a água utilizada na fábrica, já que esse efluente é diferenciado, por conter produtos químicos. E como já citado, a Conama ressalta que os efluentes devem ser tratados de forma diferencial, a empresa Natura compreendendo isso, realiza um tratamento diferenciado para cada efluente. Essa chamada “torta de lodo industrial” recebe todo tratamento necessário no aterro industrial, diminuindo os impactos ambientais causados pelo mesmo (CONAMA, 1986).
Grande parte do tratamento executado na empresa é realizado pelo tratamento por membranas, a CETESB (2013) cita o tratamento por decantação, tratamento ainda muito utilizado por diversas organizações por seu baixo custo, mas de acordo com Borges (2006), o tratamento por membranas é considerado um dos tratamentos mais eficazes, pois o mesmo é o que possui um menor impacto no meio ambiente e também é o que traz mais eficiência, apesar de seu alto custo. Após todo esse tratamento, parte da água é devolvida a natureza, a mesma também é utilizada no lago existente na empresa, onde há vários meio de vida, o excedente de água é despejado no Rio Juquery. Segundo publicação da empresa, todo processo da água no espaço Natura acontece da seguinte forma: Captação da água subterrânea; Tratamento de água na Estação de Tratamento de Água; Distribuição de água no espaço Natura; Utilização da água; Tratamento de resíduos na Estação de Tratamento de Esgoto; Tratamento do Efluente industrial; Tratamento dos efluentes orgânicos; Reaproveitamento da água; e Retorno a natureza com o despejo no Rio Juquery. De acordo com Pinto (2003), a ecoeficiência é definida como um estilo gerencial que busca produzir mais com menos insumos, a Natura busca inserir o conceito de ecoeficiência em suas atividades, sempre respeitando o meio ambiente (NATURA, 2014).
As ações da Natura beneficiam não somente a comunidade de Cajamar, mas a sociedade como um todo, já que se sabe que a águaé um recurso que corre o risco de escassez, e essas pequenas atitudes da mesma já fazem toda diferença para a sociedade. A empresa ainda faz parte do Comitê da Bacia Hidrográfica do Alto Tietê, que é um fórum que discute a questão do gerenciamento de água. Essas ações concedem à empresa uma vantagem competitiva maior em relação aos seus concorrentes, que não realizam ações sustentáveis ou as realizam em menor volume. Além disso, a empresa reduz custos, já que todo tratamento, captação e manutenção, dependem somente dela. Por outro lado, a empresa pode melhorar essas ações, uma vez que a mesma não reutiliza toda água, mas somente uma parte da água utilizada em suas instalações.
BORGES, C, P; NOBREGA, R. HABERT, A,C. PROCESSOS DE SEPARAÇÃO POR MEMBRANAS. Rio de Janeiro: Ed. E Papers, 2006.
CETESB. Normas técnicas CETESB. Disponível em 13/11/2017
CONAMA. Resoluções. Disponível em 13/11/2017
ELKINGTON, J. Sustentabilidade - Canibais Com Garfo e Faca - o Livro Conceito - Triple Botton Line - Profit – Plan. São Paulo: Ed. M. Books, 2011.
NATURA. Projeto Biodiversidade Brasil. Disponível em 13/11/2017
PINTO, L. Gestão-cidadão: ações estratégicas para a participação social no Brasil, Edição 2. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2003
REBOUÇAS, A. Uso inteligente da água. São Paulo: Ed.Escrituras, 2004. SABESP. Água de Reúso. Disponível em 13/11/2017
TACHIZAWA, T., DE ANDRADE, R. O. B. de A. Gestão Socioambiental: Estratégias na Nova Era da Sustentabilidade, 1 ed. Rio de Janeiro: Ed. Elsevier, 2008.