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FEMINICÍDIO: ANÁLISE DE PERIÓDICOS

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO PARANÁ
ESCOLA DE CIÊNCIAS DA VIDA
CURSO DE PSICOLOGIA
MAÍRA PANDINI
MICHELI PIES
FEMINICÍDIO: ANÁLISE DE PERIÓDICOS 
TOLEDO
2017
MAÍRA PANDINI
MICHELI PIES
FEMINICÍDIO: ANÁLISE DE PERIÓDICOS
Trabalho apresentado ao curso de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, como requisito parcial para avaliação bimestral da disciplina de Práticas em Pesquisa
Professor Orientador: Ronaldo Adriano Alves dos Santos
TOLEDO
2017
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
O presente projeto de pesquisa tem como tema principal o feminicídio, que passa a ser um crime com a Lei 13.104, no ano de 2015, esse é a forma mais perversa de violência contra as mulheres, pois é uma violação direta aos Direitos Humanos das mulheres. Estima-se que por meio do feminicídio no mundo, a cada 1h32m uma mulher é assassinada pelo simples fato de ser mulher. E apesar da nomenclatura feminicídio ser relativamente nova, essa forma cruel de violência contra as mulheres, ocorre há muitos anos.
“Femicídio” ou “feminicídio” são expressões utilizadas para denominar as mortes violentas de mulheres em razão de gênero, ou seja, que tenham sido motivadas por sua “condição” de mulher. O conceito de “femicídio” foi utilizado pela primeira vez na década de 1970, mas foi nos anos 2000 que seu emprego se disseminou no continente latino-americano em consequência das mortes de mulheres ocorridas no México, país em que o conceito ganhou nova formulação e novas características com a designação de “feminicídio” (BRASIL, 2016, p.20).
A violência de gênero é um grave problema social no Brasil e no mundo, e apenas nos últimos anos é que se tem questionado sobre isso. Ainda assim, os avanços são poucos, mesmo que desde 1990, a Organização Mundial de Saúde já havia reconhecido a violência contra a mulher um problema de saúde pública, que exige políticas públicas eficientes no combate e prevenção do fenômeno (ARAÚJO, 2008).
Identificar as características da vítima de violência, possibilita uma melhor compreensão da situação de vulnerabilidade e risco da mesma. Permite ainda que o Estado possa atuar de forma preventiva para redução dessa violência. É importante então apresentar alguns exemplos da “interseccionalidades” e os seus efeitos na vida das mulheres a classe social, a deficiência, a raça/cor, e etnia, a orientação sexual, e o nível socioeconômico, aumentam ainda mais o risco de vulnerabilidade das mulheres (BRASIL, 2016).
Os movimentos feministas, que são fundamentadores teóricos deste projeto, consideram o medo das mulheres em denunciar os agressores um fator para o aumento do feminicídio, que ocorre principalmente pelas expressões de desigualdades de gênero, a qual muitas vezes começa na família, onde as relações se constituem de maneira hierárquicas, devida a cultura de subordinação das mulheres aos homens de quem ela é considerada uma propriedade. 
No referêncial teórico serão abordados a psicologia social, pois esta área estuda movimentos sociais, que são fenômenos comportamentais, de determinadas pessoas para em coletivo resolver problemas que lhes são comuns. Além disso abordara-se também um histórico dos movimentos feministas, para entender a partir desses movimentos o femnicídio. A pesquisa levanta conceitos fundamentais dos movimentos feministas, onde o principal é que feminismo é a luta constante contra práticas e discursos que nos fazem pensar que há alguma vantagem em ser homem ou mulher.
O estudo deu-se por meio da pesquisa bibliográfica, leitura de livros, artigos para a fundamentação teórica e a análise de periódicos online do site Scielo material usado para análise desse projeto. Já a abordagem desta pesquisa é de forma qualitativa, pois tratar-se-á de uma análise do discurso embasada na teoria de Paul Michel Foucault, que apresenta uma série de estudos que têm por objetivo estabelecer um método de investigação que nos proporciona construção para um novo pensamento. 
1.1 TEMA: 
Feminicídio 
1.2 PROBLEMA DE PESQUISA: 
Como o feminicídio tem se mostrado nos periódicos disponíveis no Scielo?
1.3 HIPÓTESES:
O feminismo considera o medo das mulheres em denunciar os agressores um fator para o aumento do feminicídio, que ocorre pelas expressões de desigualdades de gênero, a qual muitas vezes começa na família, onde as relações se constituem de maneira hierárquicas, devida a cultura de subordinação das mulheres aos homens de quem ela é considerada uma propriedade. Entende-se a existência de uma dramatização romântica do amor passional, sobretudo na mídia, as instituições dão pouca importância às denúncias e ao julgamento dos crimes contra as mulheres. 
OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO GERAL: 
Analisar como o feminicídio tem se apresentado nos periódicos online do site Scielo.
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Analisar qual o gênero prevalece dos autores que produzem sobre feminicídio.
Comparar as produções acadêmicas sobre feminicídio, escritas por mulheres e por homens e por ambos os gêneros. 
Identificar as teorias que fundamentam os escritos que discutem sobre o feminicídio. 
JUSTIFICATIVA
A Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 - Lei Maria da Penha – tem o intuito de promover maior visibilidade ao ato de violência praticada contra as mulheres. Formulada com o objetivo de reduzir a violência doméstica e familiar. No Art. 2º da mesma, está descrito que é direito de todas as mulheres, independentemente de classe, raça, etnia, orientação sexual, renda, cultura, nível educacional, idade e religião, estar assegurada das oportunidades e facilidades para viver sem violência, preservar sua saúde física e mental e seu aperfeiçoamento moral, intelectual e social (BRASIL, 2010). Mesmo com o decreto desta lei, a sociedade brasileira ainda se encontra permeada de casos violência e crueldades contra as mulheres, assim gerando o ato de crueldade mais grave, a morte (LACERD, 2015). 
O fundamento social desta pesquisa proporciona a informação do asseguramento a garantia de justiça e direito de todas as mulheres, assim como proposta no dia 9 de março de 2015, a Lei 13.104, ou Lei do Feminicídio, estando esta no rol dos crimes hediondos (LACERD, 2015). Sabendo que muitas mulheres não estão cientes de seus direitos garantidos, as autoras desta pesquisa buscam seus direitos e junto a eles o direito de todas as mulheres, além disso a igualdade de gênero em todos os aspectos de nossa sociedade.
A violência contra as mulheres é considerada um fenômeno global, reconhecida como uma violação de Direitos Humanos, e gerou aproximadamente 66 mil vítimas de homicídio no mundo, isso entre os anos de 2004 a 2011, segundo estatísticas divulgadas pela ONU. No Brasil, vemos que entre os anos de 2000 a 2010, aproximadamente 44 mil mulheres foram vítimas de homicídio segundo o Mapa da Violência 2012, divulgado pelo Instituto Sangari (LACERD, 2015). 
Esta pesquisa justifica-se pela importância de tipificar e estudar o feminicídio, reconhecer na forma acadêmica que mulheres estão sendo mortas por somente serem mulheres, expondo como a desigualdade de gênero e o machismo persistem em nossa sociedade. Neste caminho, a escolha do tema proposto é importante pois comprova-se pela necessidade de analisar como o feminicídio se apresenta nos periódicos online do site Scielo, verificando, neste sentido, se este tema está sendo debatido pelos acadêmicos, como também, saber se está tendo a repercussão necessária para que pessoas tenham conhecimento deste fato social fatídico
Uma visão interseccional da realidade das mulheres que são cruelmente violentadas se faz necessária para uma maior aproximação da subjetividade das mulheres assassinadas. A opressão não resulta apenas da condição feminina, mas de outras forças como: raça, etnia, orientação sexual e nível socioeconômico também fazem parte (STEVENS; OLIVEIRA; et al, 2017). 
O Mapa da Violênciado ano de 2015 mostra que a taxa de assassinatos de mulheres negras, aumentou 54% em apenas dez anos, assim passando de 1.864 assassinatos de mulheres em 2003, já em 2013 foram 2.875 mortes de mulheres negras. O mesmo mapa mostra que o número de homicídios de mulheres brancas diminuiu 9,8%, caindo de 1.747 em 2003, para em 2013 ter 1.576 mortes de mulheres brancas. (WAISELFISZ, 2015). Isso nos mostra como os sistemas discriminatórios ainda estão presentes na sociedade, mesmo após séculos. 
O preconceito está presente no processo históricos e cultural da sociedade, se camuflando de forma natural, por consequência disso a uma inversão da culpa, ocasionado esse sentimento nas mulheres e ignorando a responsabilidade nos homens. O não entendimento da gravidade da violência contra as mulheres e das fontes discriminatórias gera as agressões, e contribuem para que situação de violência, até seu grau mais extremo, o assassinato (STEVENS; OLIVEIRA; et al, 2017).
 O fundamento para a definição do tema proposto é a identificação do grande problema de desigualdade de gênero em todos os níveis da sociedade, e a consolidação deste na cultura machista e patriarcal, sendo aceita culturalmente. Como visto, o índice do feminicidio é excessivo, ocasionando desta maneira grande repercussão na sociedade, tornando valido o estudo deste fenômeno. Legitima-se a pesquisa pela gravidade dos fatos e dados citados acima. 
REFERÊNCIAL TEÓRICO
4.1 PSICOLOGIA SOCIAL
A psicologia social estuda os fenômenos comportamentais gerados pela interação entre pessoas, ou somente pela intenção dessa interação (RODRIGUES, 1973). Os movimentos sociais que é um dos fenômenos comportamentais que a psicologia social estuda, nasce da relação entre os seres humanos, tem o propósito de fazer um trabalho alicerçado nos interesses de algum grupo. São percebidos através da perspectiva clássica da psicologia social, como decorrência das lutas de determinadas pessoas para em coletivo resolver problemas que elas têm em comum (JESUS, 2012). 
Segundo Strey (2013) existem diversos movimentos sociais, e a psicologia social considera todos. Um deles é o movimento feminista, e dentro deste, existem vários temas a serem abordados, sendo um deles gênero, primeiramente visto pela psicologia social como as diferenças existentes entre mulheres e homens, porem ocorreram mudanças por conta das pressões dos movimentos feministas. Assim gênero, atualmente é compreendido pela psicologia social através do contexto histórico da sociedade, da cultura, passando assim a vê e compreende o homem de forma inserida nessas instâncias.
Os estudos de gênero são importantes na psicologia, na antropologia, na sociologia, na história. O conceito de gênero abre uma brecha no conhecimento sobre a mulher e o homem, na qual torna possível uma compreensão renovadora e transformadora de suas diferenças e desigualdades. Para além das diferenças individuais, é importante salientar as interações sociais que influem nos resultados educativos e ocupacionais, entre outros tantos (STREY, 2013, p. 183)
4.2 HISTÓRICO DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS.
Três ondas segmentam o histórico dos movimentos feministas. A primeira ocorreu a partir do final do século XIX, quando na Inglaterra as mulheres se organizaram para lutar por seus direitos, conhecidas como as sufragetes, elas impulsionaram em Londres grandes manifestações, foram diversas vezes presas, fizeram greves de fome. Somente em 1918 o direito ao voto foi conquistado no Reino Unido. Essa onda inicial perde as forças a partir da década de 1930 (PINTO, 2010).
Segundo Pinto (2010) entre os anos de 1930 a 1960 é lançado um livro que marcará as mulheres e será fundamental para a segunda onda do feminismo, este publicado em 1949, por Simone de Beauvoir, tendo como nome O segundo sexo, onde se estabelece uma das máximas do feminismo: “não se nasce mulher, se torna mulher”. Em 1963, Betty Fridman lança seu livro A Mística Feminina, reavendo assim as ideias de Beauvoir, e expõe também a opressão contra as mulheres na sociedade industrial. É então com essas novas ideias que o feminismo se expande pelo mundo e inicia-se um período de movimentos sociais feministas (ALVES; ALVES, 2013).
“Em sua segunda tendência, o feminismo era visto como "malcomportado", reunia mulheres intelectuais, anarquistas e líderes operárias, sendo que defendia o direito à educação, abordando temas como a dominação masculina, a sexualidade e o divórcio” (ALVES; ALVES, 2013, p.115). 
Na Europa e nos Estados Unidos durante a década de 1960, o movimento feminista manifesta-se novamente com toda a força, pela primeira vez as mulheres falam sobre a questão das relações de poder entre homens e mulheres. Como um movimento literário o feminismo aparece não querendo somente espaço no trabalho, na vida pública, na educação, mas que luta, por uma nova forma de relação entre homens e mulheres, onde em que esta última tenha autonomia e liberdade de escolha sobre sua vida e seu corpo (PINTO, 2010).
De acordo com Alves e Alvez (2013, p.115) “o tradicionalismo sobre a mulher perde suas forças e o novo pensamento feminino começa a ganhar a adesão das pessoas. Assim é que, em 1975, é declarado o Ano Internacional da Mulher pela ONU”.
Segundo Narvaz e Koller (2006), é a partir do ano de 1980, que as feministas francesas, influenciadas pelo pensamento pós-estruturalista que predominava na França, especialmente Michel Foucault e Jacques Derrida, passam a salientar questões como a singularidade e a diferença nas experiências, considerando que as subjetividades são construídas pelos discursos, em um campo que é sempre dialógico e intersubjetivo. 
Desde então dá-se a terceira onda do feminismo, cuja a ideia central se baseia na análise das diferenças, na diversidade e na produção discursiva da subjetividade, deslocando então o estudo que era voltado sobre as mulheres para um estudo das relações de gênero. Nessa onda do feminismo o desafio é pensar ao mesmo tempo a igualdade e as diferenças na constituição das subjetividades masculina e feminina (NARVAZ; KOLLER, 2006).
Hoje os movimentos feministas de forma geral buscam desnaturalizar, desconstruir, preferencialmente as oposições binárias, incluindo as que implicam sexo/ gênero. O dualismo sexo/gênero, postura dicotômica que evidenciou as primeiras teorizações sobre conceito gênero, atualmente tem sido criticada. Começa-se a se pensar no vínculo entre gênero, raça, e classe e nas diferenças entre as mulheres e também entre os homens (CONCEIÇÃO, 2009).
4.3 HISTÓRICO DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS NO BRASIL.
A primeira onda do feminismo no Brasil, se manifestou através luta pelo voto. Bióloga e cientista de importância, que estudou no exterior e voltou para o Brasil em 1910, Bertha Lutz, é que liderou as sufragetes brasileiras, e também foi uma das fundadoras da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (organização para campanha pública pelo voto). Somente em 1932, quando promulgado o Novo Código Eleitoral brasileiro é que este direito foi conquistado (PINTO, 2010).
A primeira onda do feminismo, tanto no Brasil como na Europa e nos Estados Unidos, perde sua força na década de 1930. Em 1949, Simone de Beauvoir, lança um livro, O segundo sexo, que marcará a segunda onda do feminismo. Só aparece como um movimento importante novamente em 1960 (PINTO, 2010). 
O Brasil teve uma ação diferente em relação ao resto do mundo na década de 1960. Segundo Pinto (2010, p.16):
...a música revolucionava-se com a Bossa Nova, Jânio Quadros, após uma vitória avassaladora, renunciava, Jango chegava ao poder, aceitando o parlamentarismo, a fim de evitar um golpe de estado. O ano de 1963 foi de radicalizações: de um lado, a esquerda partidária, os estudantes e o próprio governo; de outro, os militares, o governo norte-americano e uma classe média assustada. Em 1964, veio o golpe militar, relativamente moderado no seu início, mas que se tornaria, no mitológico ano de 1968, uma ditadura militar das mais rigorosas, por meio do Ato Institucionaln. 5 (AI-5), que transformava o Presidente da República em um ditador.
No Brasil o que havia era um momento de repressão da luta política legal, e foi no meio de um regime militar muito limitado, que aconteceram as primeiras manifestações feministas no Brasil em 1970. O regime militar via com grande desconfiança qualquer manifestação de feministas, por entendê-las como política e moralmente perigosas. Em 1975 aconteceu no Brasil, uma semana de debates, com o título “O papel e o comportamento da mulher na realidade brasileira”, com o patrocínio da ONU (PINTO, 2010).
Somente em 1980 que o feminismo no Brasil dá um passo na luta pelos direitos das mulheres, de acordo com Pinto (2010, p.17):
...existiam inúmeros grupos e coletivos em todas as regiões tratando de uma gama muito ampla de temas – violência, sexualidade, direito ao trabalho, igualdade no casamento, direito à terra, direito à saúde materno-infantil, luta contra o racismo, opções sexuais. Estes grupos organizavam-se, algumas vezes, muito próximos dos movimentos populares de mulheres, que estavam nos bairros pobres e favelas, lutando por educação, saneamento, habitação e saúde, fortemente influenciados pelas Comunidades Eclesiais de Base da Igreja Católica. Este encontro foi muito importante para os dois lados: o movimento feminista brasileiro, apesar de ter origens na classe média intelectualizada, teve uma interface com as classes populares, o que provocou novas percepções, discursos e ações em ambos os lados
Em 1984, é que acontece uma das mais significativas vitórias do feminismo brasileiro, que foi a criação do Conselho Nacional da Condição da Mulher (CNDM), que promoveu importantes grupos, como o Centro Feminista de Estudos e Assessoria, de Brasília, surge então a Constituição de 1988. Com os governos de Fernando Collor de Mello e Fernando Henrique Cardoso, o CNDM perdeu sua importância, já no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foi desenvolvida a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, e foi recriado o Conselho (PINTO, 2010).
Na última década do século XX, ocorre mudanças no feminismo, tendo então como uma das questões centrais a luta contra a violência contra as mulheres, principalmente a violência doméstica. Espalhasse Delegacias Especiais da Mulher, pelo país, mas a conquista maior foi a Lei Maria da Penha (Lei n. 11 340, de 7 de agosto de 2006), que criou recursos para extinguir com a violência doméstica e familiar contra as mulheres (PINTO, 2010).
4.4 CONCEITOS FUNDAMENTAIS DOS MOVIMENTOS FEMINISTAS.
O(s) feminismo(s) não constitui um movimento ressentido, mais sim um movimento inclusivo, seu objetivo é o fim das identidades rígidas. O feminismo é uma luta constante contra práticas e discursos que nos fazem pensar que há alguma vantagem em ser homem ou mulher (CONCEIÇÃO, 2009). 
De acordo com Prá et al (1997) apud Strey, (2013), o pensamento e a luta pela igualdade e da realização da igualdade para as mulheres se constituiu no pilar básico do feminismo. Igualdade não só no sentido jurídico, a qual foi o objetivo primordial durante as primeiras etapas de reivindicação feminista, mas que, graças ao desenvolvimento e evolução tanto no plano conceitual como no plano das mudanças sociais e nos comportamentos, foi se transformando, a ponto de não se poder afirmar hoje que o discurso feminista contemporâneo seja o mesmo que nos começos do século XIX. 
A autonomia das mulheres e a liberdade de escolha sobre sua vida e seu corpo, é o que há de mais original no movimento (PINTO, 2010). São ações como violência de gênero que o feminismo buscar combater. 
4.5 FEMINICÍDIO
O feminicídio está correlacionado a violência de gênero, por meio do crime de ser a manifestação extrema, final e fatal das diversas violências que atingem milhares de mulheres (PRADO; SANEMATSU, 2015).
A violência contra as mulheres por motivos de gênero é um fato social presente na sociedade, e este é de cunho estrutural, motivos devida a posição de subordinação na ordem sociocultural patriarcal, esta que embasada em padrões de dominação, controle e opressão. Hoje vistas de forma naturalizada, por conta das condições históricas de discriminação contra as mulheres. Gerando práticas sociais que atingem integridade, desenvolvimento, saúde, liberdade e vida das mulheres (GEBRIM; BORGES, 2015).
O termo femicide foi utilizado pela primeira vez no Tribunal Internacional de Crimes contra Mulheres, em Bruxelas, no ano de 1976, por Russel, para caracterizar o assassinato de mulheres pelo fato de serem mulheres. No entanto, naquela ocasião, não foi dado um conceito sobre o tema, o que veio a ser feito posteriormente, em 1990, juntamente com Caputi, quando definiram femicide como “o assassinato de mulheres realizado por homens motivado por ódio, desprezo, prazer ou um sentido de propriedade sobre as mulheres” (GEBRIM; BORGES, 2015, p. 61).
É um grande passo na história o fato de passar a designar e definir o problema, pois assim se pode contribuir para coibir os assassinatos femininos, também a conhecer as particularidades e características dos assassinos, como também planejar, implantar medidas de prevenção e também distância dos enfoques individualizantes, naturalizados ou patologizados, que pendem a balança para culpabilizar as vítimas (PRADO; SANEMATSU, 2015).
Por assim dizer, este problema ocorre pelas condições socioculturais históricas no qual a humanidade passou, que assim traz por consequência práticas contra a vida, a saúde, a integridade, a dignidade e a liberdade das mulheres (GEBRIM; BORGES, 2015).
4.6 LEI DO FEMINICÍDIO
A violência contra mulheres é uma preocupante violação de direitos humanos. As variações de violência são muitas como, físicas, sexuais e psicológicas, chegando até a morte, afentando o bem-estar geral das mulheres e por vezes a impedindo de participar plenamente na sociedade (SOUZA, 2015).
A lei 13. 104, de 2015, que alterou o artigo 121 do Código Penal Brasileiro, tipificando o feminicidio como qualificadora do crime de homicídio, pelo art. 121 do Decreto, Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940, e o art. 1° da Lei n° 8.072, de 25 de julho de 1990, adiciona o feminicídio no repertório dos crimes hediondos (BRASIL, 2015).
4.7 TAXAS NACIONAIS DE FENIMICÍDIO. 
Estima-se de morte por feminicídio no Brasil, 5722 mulheres a cada ano, 477 a cada mês, 16 a cada dia, ou uma a cada 1h32m, isso significa a quinta maior taxa no mundo. Só entre os anos de 2009 a 2011, foram registrados 13071 feminicídios. A Organização Mundial da Saúde instrui que o encaminhamento adequado faz diferença entre vida e morte das mulheres agredidas, e que seu acesso aos serviços de segurança pública e justiça para a obtenção de medidas protetivas também proporcionam mudanças na vida das mulheres (GARCIA; FREITAS; SILVA, 2015).
METODOLOGIA
O presente trabalho identifica-se com o procedimento técnico de pesquisa bibliográfica, se caracteriza desta forma, pois é elaborado a partir de materiais já publicados, podendo ser dentre esses os periódicos online, como é o caso do material de análise desse projeto (FILHO, FILHO, 2015).
A pesquisa bibliográfica é um processo de busca, análise e descrição de um conhecimento específico, segundo Goldenberg (1997) a pesquisa bibliográfica é a observação sistemática dos fenômenos da realidade através de uma sucessão de passos, orientados por conhecimentos teóricos, buscando explicar a causa desses fenômenos, suas correlações e aspectos não-revelados.
Para o levantamento da amostra deste estudo, ocorrerá a apuração dos periódicos que será realizada através da ferramenta de pesquisa online Scielo, que é uma biblioteca eletrônica, que abrange uma coleção selecionada de periódicos científicos brasileiros. 
Para a amostragem desse projeto serão utilizados dois assuntos de busca no site da Scielo, sendo eles, “homicídio” e “mulheres”, essa é em todos os índices disponíveis no site em questão. Para que os periódicos sejam válidos para esta pesquisa, devem estar disponíveisonline e ser em português. Serão analisados somente os periódicos que apresentem como palavra-chave, “violência contra mulher”. 
A pesquisa desse projeto se caracteriza como explicativa, pois visa identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos. Busca aprofundar o conhecimento da realidade, porque explica a razão, o porquê das coisas (FILHO, FILHO, 2015).
Já a abordagem desta pesquisa é qualitativa, sendo assim parte do entendimento de que há uma vinculação dinâmica, que não é capaz de ser traduzida em números, entre pesquisa e o pesquisador. No processo da pesquisa qualitativa são centrais a atribuição de significados, crenças, valores e atitudes, que se refere a um espaço mais profundo das relações, e a compreensão dos fenômenos estudados que não podem ser reduzidos às representações numéricas (FILHO, FILHO, 2015).
A pesquisa qualitativa se preocupa com a minuciosa compreensão e não com a representatividade numérica. Os métodos dessa abordagem explicam os porquês das coisas. (GERHARDT; SILVEIRA, 2009).
 Em relação a análise desta pesquisa qualitativa, tratar-se-á de uma análise do discurso embasada na teoria de Paul Michel Foucault, que “apresenta uma série de estudos que têm por objetivo estabelecer um método de investigação que nos proporciona construção para um novo pensamento” (AZEVEDO, 2013, p.149). 
Segundo Azevedo (2013, p.155):
A noção de formação discursiva é estabelecida, segundo Foucault, a partir das seguintes regularidades presentes na obra arqueologia: ordem, correlação, funcionamento e transformação, regida por um conjunto de regularidades que determinam sua homogeneidade e seu fechamento. A formação discursiva apresenta-se como um conjunto de enunciados que não se reduzem a objetos linguísticos, tal como as proposições, atos de fala ou frases, mais submetidos a uma mesma regularidade e dispersão na forma de uma ideologia, ciência, teoria, etc. Essa noção, presente na obra de Foucault, é derivada do paradigma marxista formação social, formação ideológica, e a partir daí a formação discursiva. Haja vista, que o que foi definido como “formação discursiva” esconde o plano geral das coisas ditas no nível específico dos enunciados.
Assim para Foucault, os discursos são ignorados pelos saberes científicos que se apresentam por si mesmo como válidos, e assim é esquecido que desempenham um significativo lugar na construção das imagens e práticas desenvolvidas pelas ciências (AZEVEDO, 2013).
CRONOGRAMA 
	
	ATIVIDADES 2018
	JAN.
	FEV.
	MAR.
	ABR.
	MAI.
	JUN.
	JUL.
	AGO.
	SET.
	OUT.
	NOV.
	DEZ.
	Revisão do Projeto
	
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Revisão de Literatura
	
	
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	X
	
	
	
	Elaboração da pesquisa online
	
	
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	Analise dos periódicos 
	
	
	
	
	X
	X
	
	
	
	
	
	
	Elaboração do projeto final
	
	
	
	
	
	
	X
	X
	X
	X
	
	
	Entrega
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
	
	Defesa
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	X
	
Fonte: autoras, 2017.
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
ALMEIDA JANAIKY. As multifaces do patriarcado: uma análise das relações de gênero nas famílias homoafetivas, 2010. Disponível em: <http://repositorio.ufpe.br/bitstream/handle/123456789/9412/arquivo332_1.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 28 maio 2017.
ALVES, Ana Carla Farias; ALVES, Ana Karina da Silva. As trajetórias e lutas do movimento feminista no brasil e o protagonismo social das mulheres. Fortaleza, 2013. Disponível em: <http://www.uece.br/eventos/seminariocetros/anais/trabalhos_completos/69-17225-08072013-161937.pdf>. Acesso em: 18 maio 2017.
ARAÚJO Maria, Gênero e violência contra a mulher: o perigoso jogo de poder e dominação, 2008, Psicol. Am. Lat.  México.
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