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Luciano João Soares Filho 14213150082 Tecnologia em Estudos na Segurança Pública Território e Segurança Pública AD1 É necessária uma visão bastante acurada, para analisar as políticas públicas territoriais postas em práticas no Estado do Rio de Janeiro , é fundamental compreender, que essas políticas incorporam uma distinção territorial dos direitos ao uso e apropriação do espaço urbano, e em termos mais peculiares, analisar um processo geográfico-histórico de lutas sociais de moradores de um Rio de Janeiro cada vez mais dividido, entre "ricos e pobres", mas também múltiplo tanto em vozes quanto em políticas de segregação, que vão de encontro a essas políticas de territorialização a partir de uma “pacificação” de favelas e morros na cidade do Rio de Janeiro, e como essas políticas são setorizadas conforme um interesse de classe, e não um interesse da coisa pública. A expressão "pacificação", é o oposto da palavra guerra, guerra essa que os "administradores" do Estado nunca admitem em público, apesar de usar sempre a palavra pacificação em suas pregações midiáticas e discursos políticos. Para os "administradores" do estado, apesar das armas apreendidas nos "territórios" serem de guerra, as táticas usadas serem de guerra, o número de mortos e feridos serem dignos de estatísticas de guerra, o discurso oficial do governo é que não estamos em guerra, trata-se somente de regiões conturbadas e que estão sobre o controle territorial temporário de narcotraficantes. Com esse discurso foram lançadas as bases para o programa que viria a se tornar " a galinha dos ovos de ouro", do grupo político que controla o estado há 11 anos. No Brasil, não podemos falar em pacificação, sem lembramos de uma sigla : "UPP", que nos primeiros momentos, após massiva propaganda midiática, passou a ser tema referência na área de segurança pública. Nasciam assim as UPPs (Unidade de Policia Pacificadora), que prometiam inicialmente, retomar o território e acabar com as quadrilhas de narcotraficantes que dominavam o local. A primeira ocupação do território a ser retomado , foi escolhido a dedo: Morro Dona Marta, uma comunidade pequena, situada na Zona Sul da cidade e que já contava com uma razoável gama de serviços públicos prestados pelo poder público, apesar de ser considerada uma "favela". E o Governo sempre com o discurso que faria uma "invasão social" nas comunidades, aumentando a prestação de serviços executados pelo poder público, resgatando a cidadania e os diretos daquela população , tão massacrada pelos traficantes. E toda imprensa aplaudindo, era considerado "inimigo" quem questionasse o programa. As ocupações seguintes começaram a seguir um roteiro hollywoodiano, com grande cobertura midiática, com aviso prévio, publicado nos principais meios de comunicação de qual Luciano João Soares Filho 14213150082 Tecnologia em Estudos na Segurança Pública Território e Segurança Pública comunidade iria ser ocupada. O discurso começava a se adaptar aos interesses políticos e econômicos, principalmente porque a imprensa já especulava que para realizar a Copa do Mundo de 2014 e a Olimpíada de 2016 , o Brasil tinha se comprometido, perante seus "sócios", a criar um cinturão de segurança em torno dos locais das competições e dos principais corredores usados para deslocamentos de turistas. O que se vê hoje, é que um bom programa (UPP), que se tivesse sido implementado de forma gradual, sem o "oba" "oba", da grande mídia e tivesse passado por ajustes nos primeiros problemas, teria tudo para dar certo. Mas a realidade "das retomadas de territórios" está muito distante do razoável, com a PMERJ sozinha e abandonada á própria sorte em regiões hostis e cada dia mais enfraquecida pela falta de apoio do Governo e da população. O mesmo Governo que aumentou em mais de 20% o efetivo da PMERJ, é o que joga milhares de jovens sem treinamento adequado e equipamento ideal em localidades hostis e perigosas, para enfrentarem traficantes fortemente armados, deixando a tão sofrida população dos territórios no meio dessa "guerra " . Referências bibliográficas MARTINS, Isis do Mar Marques. TERRITÓRIO E ESTADO: UMA PERSPECTIVA DE POLÍTICAS PÚBLICAS PARA FAVELAS NO RIO DE JANEIRO A PARTIR DA MATRIZ DO CONCEITO DE “TERRITÓRIO PACIFICADO” fonte: http://www.ub.edu/geocrit/coloquio2012/actas/09-I-Marques.pdf SOUZA, Marcelo Lopes. Fobópole: medo generalizado e a militarização da questão urbana. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2008.
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