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Direito Civil II

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Direito Civil II
19/02/18
Síntese da Evolução do Direito Civil
- Pacta Sunt Servanda
 (Os pactos devem ser cumpridos/ o pacto equivale a Lei entre as partes).
	 Hoje já não é absoluto.
- Evolução do Direito Privado
 - Codificação do Direito Privado – 1804 – Código Civil Francês.
- No Brasil – 1850 – Código Comercial e 1916 Código Civil.
Aperfeiçoamento do sistema jurídico e Direitos Humanos.
Publicização do Direito Privado.
1969 – Miguel Reale inicia a elaboração do Código Civil/2002.
1988 – Constitucionalização do Direito Civil – art. 1°, II e III.
- Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
II - a cidadania
III - a dignidade da pessoa humana
- Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XXVII - aos autores pertence o direito exclusivo de utilização, publicação ou reprodução de suas obras, transmissível aos herdeiros pelo tempo que a lei fixar;
XXVIII - são assegurados, nos termos da lei:
a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz humanas, inclusive nas atividades desportivas;
b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participarem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas;
- Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:
I - soberania nacional;
II - propriedade privada;
III - função social da propriedade;
IV - livre concorrência;
V - defesa do consumidor;
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; 
VII - redução das desigualdades regionais e sociais;
VIII - busca do pleno emprego;
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. 
- Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. (...)
Criação de Microssistemas 
Unificação do Direito Obrigacional – Código Civil/02
Unificação do Direito Obrigacional;
Regulação de alguns contratos;
Revogação da parte geral do Código Comercial.
A constitucionalização do Direito Civil, também chamada de Direito Civil Constitucional, nada mais é do que a imposição de uma leitura dos institutos do Direito Civil conforme a Constituição Federal. A norma não deixa de ser de Direito Privado, mas é de Direito Privado conforme a Constituição.
Não há, pois, que falar em unificação do Direito Privado a não ser em suas matrizes, isto é, com referência aos institutos básicos, pois nada impede que do tronco comum se alonguem e se desdobrem, sem se desprenderem, ramos normativos específicos, que, com aquelas matrizes, continuam a compor o sistema cientifico do Direito Civil.
Princípios Norteadores do Código Civil/02
Princípio da Operabilidade;
Princípio da Socialidade ou Sociabilidade;
Princípio da Eticidade.
Princípio da Socialidade
	É aquele que impõe prevalência dos valores coletivos sobre os individuais, respeitando os direitos e garantias fundamentais da pessoa humana.
Princípio da Operabilidade
	É aquele que impõe soluções viáveis, operáveis e sem grandes dificuldades na aplicação do Direito e na solução de problemas. A norma deve ser aplicada de modo mais efetivo, simples e menos oneroso o possível.		
Princípio da Eticidade
	É aquele que impõe justiça e boa-fé nas relações civis.
	Os contratantes devem agir com boa-fé em todas as fases do contrato, assim deve seguir o conjunto de regras, condutas e princípios que têm fundamentos na moral e na ética.
	
Estado de Sujeição / Ônus Jurídico
	Há tão somente uma subordinação inelutável, ou seja, há uma modificação na esfera jurídica de alguém por ato de outro. Assim a pessoa que se sujeita não terá dever de conduta e apenas se sujeitará mesmo contra sua vontade pela simples vontade de outro.
	Ex: Demissão.
Dever / Dever Jurídico / Obrigação
	Dever Jurídico
	Consiste na necessidade de se observar determinada conduta para satisfação de um interesse.
	Obrigação
	É o duplo jurídico transitório que une o credor ao devedor através de uma obrigação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa de conteúdo necessariamente patrimonial, garantindo seu adimplemento através do patrimônio do devedor.
Duas ou mais pessoas;
Prestação (dar, fazer ou não fazer);
Transitório;
Patrimônio;
Responsabilidade.
Estruturas ou elementos constitutivos da obrigação.
Elemento Subjetivo (Sujeito da Obrigação).
Credor / Sujeito Ativo / Accipiens
Devedor / Sujeito Passivo / Solvens
- Deve ser determinado ou determinável
* Um Sujeito pode ter as qualidades de credor e devedor? (Não - art. 381)
* As obrigações podem ter apenas um Sujeito?
* O Incapaz pode ser Sujeito?
* Os Auxiliares são Sujeitos?
- Art. 381. Extingue-se a obrigação, desde que na mesma pessoa se confundam as qualidades de credor e devedor.
Elementos Objetivo ou Material.
É o Objeto da Obrigação.
Objeto Direto ou Imediato – (é a prestação)
Objeto Indireto ou Mediato – (é o bem da vida)
26/02/2018
Direito Civil II
Elemento Virtual, Abstrato, Imaterial
 
 CREDOR ------------------------- PRESTAÇÃO --------------------- DEVEDOR
Crédito / Direito
Débito ou Schuld
Dar, Fazer, Não Fazer
 Violação 				$ Inadimplemento
Pretensão art. 189 Exigibilidade Resp. Civil art. 391 
 (Haftung)
- Teoria Dualista de Brinz;
- Débito ou Dever Jurídico Originário;
- Responsabilidade ou Dever Sucessivo;
- Conceito de Obrigação – Clovis do Couto e Silva.
 - Vínculo Jurídico X Processo Dinâmico
* O Vínculo é transitório.
Teoria Dualista de Brinz
	
Teoria Dualista diz que são dois os deveres decorrentes da obrigação: O dever jurídico originário, também chamado de débito e o outro o dever jurídico sucessivo, também chamado de responsabilidade. Esses são os dois elementos abstratos da obrigação.
Obrigação
	É um processo dinâmico, ou seja, é um conjunto de condutas coordenadas do credor e do devedor objetivando um fim comum que é o adimplemento. 
- Classificação quanto ao vínculo da obrigação
a) Obrigação Civil;
b) Obrigação Natural;
c) Obrigação Moral.
Exceções:
1º) Obrigação dotada de débito mas sem responsabilidade
Dívida prescrita (art. 189, 204, 205):
- Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Atenção para a regra da repetição do indébito (art. 882):
-Art. 882. Não se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação judicialmente inexigível.
b)	Pagar Dívida de jogo (art. 814):
- Art. 814. As dívidas de jogo ou de aposta não obrigam a pagamento; mas não se pode recobrar a quantia, que voluntariamente se pagou, salvo se foi ganha por dolo, ou se o perdente é menor ou interdito.
c) Gorjeta
Atenção ao pagamento indevido (art. 876):
- Art. 876. Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição.
2º) Responsabilidade Sem Débito Próprio
	Ex: Fiador.
Fontes do Direito Obrigacional
1º) Contrato;
Ex: Compra e venda.
2º) Declaração Unilateral de Vontade ou Negócio;
Ex: Promessa de recompensa.
3º) Ato Ilícito;Ex: Atropelar alguém, ofender a moral de alguém.
4º) Título de Crédito;
5º) A Lei.
Ex: Alimentos.
Obrigação Civil (Débito + Responsabilidade)
	É aquela dotada de exigibilidade, onde existe débito e Responsabilidade.
Ex: Cheque.
Obrigação Natural (Débito + Responsabilidade)
	É aquela delineada pela presença de um débito faltando-lhe, todavia, a garantia jurídica por meio da qual o devedor pode ser compelido a cumprir a avença (contrato moral).
Ex: Dívida prescrita, dívida de jogo, gorjeta.
Obrigação Moral (Débito + Responsabilidade)
	É aquela marcada pelo não dever jurídico e são frutos da cultura, da convivência social, dos costumes, da religião.
Direito Real e Direito Obrigacional
Conceito de Direito Real:
	É aquele Direito que recai diretamente sobre uma coisa. Deste modo atribui a uma pessoa prerrogativas sobre um bem, como, por exemplo, no Direito de Propriedade.
	Características dos Direitos Reais e Obrigacionais:
Direitos Obrigacionais
Quanto ao Objeto – exige o cumprimento de uma obrigação (a prestação).
Quanto ao sujeito passivo – é determinado ou determinável.
Quanto a duração – é transitório.
Quanto a formação – é números “apertus”.
Quanto ao exercício – exige um sujeito passivo.
Quanto a Ação – só pode ser exercida contra quem fizer parte da relação obrigacional.
Direito Real
Quanto ao Objeto – incide sobre uma coisa.
Quanto ao sujeito passivo – é indeterminado, Erga Omnis – oponíveis contra qualquer pessoa (contra todos).
Quanto a duração –É perpetuo.
Quanto a formação – é números clausus (art. 1225)
Quanto ao exercício – não exige a existência de um sujeito passivo.
Obrigações Híbridas
Obrigação “Proten Rem” (Obrigação própria da coisa):
São obrigações que se constituem entre duas determinadas pessoas, mas em função de uma coisa, então p devedor está ligado a um vínculo não em razão da sua vontade, mas em decorrência de sua particular situação em relação a uma coisa.
Ônus Reais
São obrigações que limitam a fruição e a disposição da propriedade, mas que não se confundem com os direitos reais de garantia. (Hipoteca, Alienação fiduciária).
Obrigação Com Eficácia
É aquela obrigação que deve ser respeitada por terceiros e depende de previsão legal para existir por se tratar de modalidade excepcional de Obrigação.
05/03/18 - Direito Civil II
Classificação das Obrigações
Obrigações consideradas em si mesmas:
Quanto ao objeto em relação a sua natureza
Dar Dar – objeto pronto, coisa feita
 Positivo
Fazer Fazer – envolve confecção, preparo
Não Fazer Negativo 
Quanto a Liquidez
Líquida (certos) – coisa individualizada, com identificação.
Ilíquida (incertos) – sem identificação, não é individualizado.
Quanto a estrutura
Simples – um devedor, um credor, uma prestação;
Complexa – Mais de um devedor ou mais de um credor ou mais de uma prestação;
Quanto ao Modo de Execução
Simples – uma prestação;
Cumulativa ou Conjuntiva – mais de uma prestação;
Alternativa – um ou outro (ex: carro ou dinheiro)
Facultativa.
Quanto o tempo de adimplemento
Instantâneo ou Momentâneas;
Periódicas ou de Execução Continuada ou de Trato Sucessivo;
Execução Diferida.
*A Obrigação de Dar, Fazer e Não Fazer só pode ser usado em situações lícitas.
VI) 	Quanto aos Elementos	 Acidentais
 Pura e Simples
 Condicional
 Termo – “No dia que passar no vestibular, te dou um carro”
 Modal ou com Encargo Obrigação de contrapartida.
Quanto a Pluralidade de Sujeitos
Fracionárias ou Parciais
Conjunta ou Unitárias ou em Mão Comum (Zur Gesamtem Hand)
Solidária
Conexas
Quanto ao Conteúdo
De Meio (Agravo de Regimento no Resp. 256.174/DF);
De Resultado (Resp. 81.101/PR);
De Garantia.
*De Meio – tentar alcançar o resultado;
* De Resultado – dar o resultado esperado.
Quanto ao Objeto
Divisível;
Indivisível
Obrigações Reciprocamente Consideradas
Principal
Acessória.
		
12/03/18 – Direito Civil II
Obrigação de Dar
Obrigação de Dar Coisa Certa
É a modalidade de Obrigação em que o devedor se compromete a entregar ou restituir um objeto perfeitamente determinável e se considera em sua individualidade. Trata-se, portanto de Obrigação perfeitamente individualizada.
*Caso fortuito e força maior
- Prestação diferente
- Acessórios art. 233
- Art. 233. A obrigação de dar coisa certa abrange os acessórios dela embora não mencionados, salvo se o contrário resultar do título ou das circunstâncias do caso.
I) Obrigação de entregar art. 233 ao 237
- Tradição art. 1267 e 1227
- Art. 1.227. Os direitos reais sobre imóveis constituídos, ou transmitidos por atos entre vivos, só se adquirem com o registro no Cartório de Registro de Imóveis dos referidos títulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Código.
- Art. 1.267. A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição.
- Perecimento (perda total da coisa)
a) Perda sem culpa do devedor – art. 234, 1ª parte.
-Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
b) Perda com culpa do devedor – art. 234, 2ª parte
- Art. 234. Se, no caso do artigo antecedente, a coisa se perder, sem culpa do devedor, antes da tradição, ou pendente a condição suspensiva, fica resolvida a obrigação para ambas as partes; se a perda resultar de culpa do devedor, responderá este pelo equivalente e mais perdas e danos.
- Deterioração (perda parcial)
a) Deterioração sem culpa do devedor – art. 235
- Art. 235. Deteriorada a coisa, não sendo o devedor culpado, poderá o credor resolver a obrigação, ou aceitar a coisa, abatido de seu preço o valor que perdeu.
b) Deterioração com culpa do devedor – art. 236
- Art. 236. Sendo culpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se acha, com direito a reclamar, em um ou em outro caso, indenização das perdas e danos.
Direito aos melhoramentos, frutos e acrescidos – art. 237
- Art. 237. Até a tradição pertence ao devedor a coisa, com os seus melhoramentos e acrescidos, pelos quais poderá exigir aumento no preço; se o credor não anuir, poderá o devedor resolver a obrigação.
II) Obrigação de restituir (art. 238 ao 242)
Perecimento
a) Perecimento sem culpa do devedor (art. 238)
- Art. 238. Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá, ressalvados os seus direitos até o dia da perda.
b) Perecimento com culpa do devedor (art. 239)
- Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
Deterioração
a) Deterioração sem culpa do devedor (art 240 c/c 239)
- Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
- Art. 239. Se a coisa se perder por culpa do devedor, responderá este pelo equivalente, mais perdas e danos.
b) Deterioração com culpa do devedor (art. 240)
- Art. 240. Se a coisa restituível se deteriorar sem culpa do devedor, recebê-la-á o credor, tal qual se ache, sem direito a indenização; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
- Quanto aos melhoramentos, frutos e acrescidos ( art. 241 e 242)
- Art. 241. Se, no caso do art. 238, sobrevier melhoramento ou acréscimo à coisa, sem despesa ou trabalho do devedor, lucrará o credor, desobrigado de indenização.
- Art. 242. Se para o melhoramento, ou aumento, empregou o devedor trabalho ou dispêndio, o caso se regulará pelas normas deste Código atinentes às benfeitorias realizadas pelo possuidor de boa-féou de má-fé.
- Parágrafo único. Quanto aos frutos percebidos, observar-se-á, do mesmo modo, o disposto neste Código, acerca do possuidor de boa-fé ou de má-fé.
1º) O devedor de boa-fé tem o direito aos frutos percebidos, mas não terá direito aos frutos colhidos antecipadamente.
2º) O devedor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que por sua culpa deixou o credor de receber.
3º) Quanto aos melhoramentos e acrescidos (benfeitorias) em que houve dispêndio e trabalho, estando ele de boa-fé, terá direitos a indenização e a retenção quando úteis ou necessários.
	Quando os melhoramentos e acrescidos em que não houver dispêndio ou trabalho do devedor, estando ele de má fé, só terá direito à indenização dos necessários.
	Quando os melhoramentos e acrescidos em que não houver dispêndio ou trabalho do devedor, neste caso lucrará o credor sem o dever de indenizar.
19/03/18 Direito Civil II
Obrigação de Dar Coisa Incerta
	Nessa espécie de Obrigação a espécie mão é única, singular, exclusiva ou está individualizada como na obrigação de dar coisa certa, e sim, uma coisa genérica determinável pelo gênero e pela quantidade. Ao invés de uma coisa determinada (certa), temos aqui uma coisa determinável (incerta).
- É determinada pelo gênero e pela quantidade. ( art. 243)
- Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
- Concentração (art. 244- Princípio da Qualidade Média)
- Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor.
*A escolha é exclusiva do devedor?
	Concentração é o processo de escolha da coisa devida, que mede a qualidade, feita via de regra pelo devedor. A concentração pode implicar também em separação, pesagem, medição, contagem, expedição ou qualquer outro que seja necessário para a individualização da coisa.
	Via de regra a Concentração é escolha do devedor (essa regra não é absoluta). Se não houver no contrato informação de quem escolhe a coisa, aplica-se a regra do art. 244.
	Antes da Concentração a coisa devida não se perde, pois o gênero nunca perece, porém este Princípio é falível, ou seja, comporta temperamentos, sendo uma das sucessões o gênero que é limitado, isto é, não existir com abundância suficiente e desaparecer, isso tornará inviável o atendimento da Obrigação, acarretando assim a extinção desta. 
Art. 1.929. Se o legado consiste em coisa determinada pelo gênero, ao herdeiro tocará escolhê-la, guardando o meio-termo entre as congêneres da melhor e pior qualidade.
Art. 1.930. O estabelecido no artigo antecedente será observado, quando a escolha for deixada a arbítrio de terceiro; e, se este não a quiser ou não a puder exercer, ao juiz competirá fazê-la, guardado o disposto na última parte do artigo antecedente.
Art. 1.931. Se a opção foi deixada ao legatário, este poderá escolher, do gênero determinado, a melhor coisa que houver na herança; e, se nesta não existir coisa de tal gênero, dar-lhe-á de outra congênere o herdeiro, observada a disposição na última parte do art. 1.929.
- Mudança da Coisa Incerta para Certa (art. 245)
- Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente.
- Regra do “genus nunquam perit” (O gênero nunca perece)
- Obrigação Genérica Delimitada ou de Existência Restrita.
	Obrigação Pecuniária (art. 315)
 - Art. 315. As dívidas em dinheiro deverão ser pagas no vencimento, em moeda corrente e pelo valor nominal, salvo o disposto nos artigos subseqüentes.
- Dívida Pecuniária
- Dívida de Valor
- Princípio do Nominalismo
- Cláusula de Escala Móvel
- Juros 
- Moeda de Curso Forçado – Lei 9069/95
- Pagamento em Ouro ou Moeda Estrangeira – art. 318
- Pagamento por Medida ou Peso – art. 326
- Teoria da Imprevisão – art. 317 e 478
- Cláusula “Rebus Sic Stantibus”
 Dívida Pecuniária
São as que tem por objeto uma prestação em dinheiro.
 Dívida de Valor
	São as que dinheiro não constitui objeto da prestação. Mas apenas representam o seu valor.
 Princípio do Nominalismo
	É o Princípio pelo qual se considera como valor da moeda o valor nominal que lhe atribui o Estado no ato da emissão ou cunhagem.
 
 Cláusula de Escala Móvel
	É cláusula pela qual o valor da prestação irá variar segundo os índices de vida.
 Teoria da Imprevisão
Constitui uma exceção à regra da força obrigatória dos contratos (pactum). Essa teoria trata da possibilidade de um pacto seja alterado, a despeito da obrigatoriedade sempre que as circunstâncias que envolveram sua formação não forem as normas no momento da execução, de modo a prejudicar uma parte em detrimento da outra.
 Cláusula Rebus Sic Stantibus (retornar as coisas como eram antes)
	É a materialização através de uma cláusula contratual da Teoria da Imprevisão onde as partes ajustarão o reequilíbrio do contrato diante de um fato imprevisível.
26/03/18 – Direito Civil II
Obrigação de Fazer
- Conceito 
A Obrigação de Fazer abrange o serviço humano em geral, seja ele material ou imaterial, a realização de obras e artefatos, ou a prestação de fatos que tenham utilidade para o credor. A prestação consiste assim em atos ou serviços a serem executados pelo devedor.
- Espécies
1) Fungível, Material ou Impessoal
	Pode ser executada pelo próprio devedor ou por terceiro.
Infungível, Imaterial, Personalíssima ou “Intuitu Personae”
Pode ser executada por uma pessoa.
Há duas hipóteses:
Pacto
Decorrente da própria prestação
- Descumprimento da Obrigação de Fazer
1) Descumprimento Sem Culpa (art. 248)
- Art. 248. Se a prestação do fato tornar-se impossível sem culpa do devedor, resolver-se-á a obrigação; se por culpa dele, responderá por perdas e danos.
	2) Descumprimento Com Culpa e Recusa no Cumprimento (art. 249)
- Art. 249. Se o fato puder ser executado por terceiro, será livre ao credor mandá-lo executar à custa do devedor, havendo recusa ou mora deste, sem prejuízo da indenização cabível.
Parágrafo único. Em caso de urgência, pode o credor, independentemente de autorização judicial, executar ou mandar executar o fato, sendo depois ressarcido.
Descumprimento de Obrigação Fungível (art. 249)
“Astreintes” -  (pena pecuniária; é uma multa diária fixada pelo órgão julgador como sanção para que o réu ou executado, pague pelo dia de atraso em uma decisão judicial por tutela antecipada ou sentença, em que foi determinada uma obrigação de fazer ou não fazer.)
Obrigação de Não Fazer
- Conceito:
Tem por objeto a abstenção lícita de um ato pelo devedor, da qual resulta benefício patrimonial ao credor.
- Descumprimento da Obrigação de Não Fazer 
1) Descumprimento Sem Culpa (art. 250)
- Art. 250. Extingue-se a obrigação de não fazer, desde que, sem culpa do devedor, se lhe torne impossível abster-se do ato, que se obrigou a não praticar.
		 Fato do Príncipe (sem perdas e danos)
*Fato do Príncipe – É a medida de ordem geral praticado pela Administração Pública que não está diretamente relacionada com o contrato, mas que neles repercute, provocando desequilíbrio (econômico-financeiro) no cumprimento deste contrato. 
2) Descumprimento Com Culpa (art. 251)
- Art. 251. Praticado pelo devedor o ato, a cuja abstenção se obrigara, o credor pode exigir dele que o desfaça, sob pena de se desfazer à sua custa, ressarcindo o culpado perdas e danos.
(Perdas e Danos + Desfazimento)
Obrigação Alternativa
- Conceito:
	Na Obrigação Alternativa nós teremos duas ou mais prestações em que o credor, o devedor ou uma 3ª pessoa virá a escolher uma das prestações para ser cumprida/executada.
- Art. 252. Nas obrigações alternativas, a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cadaperíodo.
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
- A quem cabe a escolha? (art. 252)
Deve ser aplicado o Princípio da Qualidade Intermediária.
- Princípio da Indivisibilidade do Pagamento (art. 252, §1º)
	§ 1o Não pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra.
- Obrigações com prestação periódica (art. 252, §2º)
	§ 2o Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período.
- Princípio do Balanceamento da Concentração (art. 252, §2º)
-Pluralidade de Terceiros Optantes (art. 252, §§3º e 4º)
§ 3o No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação.
§ 4o Se o título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.
Perecimento da Prestação
Perecimento de uma das prestações sem culpa do devedor (art. 253)
- Art. 253. Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada inexequível, subsistirá o débito quanto à outra.
Perecimento de uma prestação com culpa do devedor.
Se a escolha é do credor (art. 255, 1ª parte)
- Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
b) Se a escolha é do devedor
	Carro ou Moto (perecimento)
		Escolha é do devedor sem pagar perdas e danos.
Perecimento Total das Prestações Sem Culpa do Devedor (art. 256)
- Art. 256. Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-á a obrigação.
*Não paga nada. Extingue-se o processo.
4) Perecimento Total das Prestações Com Culpa do Devedor 
a) Se a escolha é do devedor (art. 254).
Art. 254. Se, por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar.
	*(Devedor paga o último que pereceu + Perdas e Danos)
Se a escolha é do credor (art. 255, 2ª parte)
- Art. 255. Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além da indenização por perdas e danos.
02/04/2018 – Direito Civil
	Obrigações Indivisíveis e Divisíveis
- Regra das Obrigações Divisíveis (art. 257)
- Art. 257. Havendo mais de um devedor ou mais de um credor em obrigação divisível, esta presume-se dividida em tantas obrigações, iguais e distintas, quantos os credores ou devedores.
(Regra do “concursu partes fiunt”)
 Dívida:			João			Alexandre
	 Dívida de João 50%				 50%Pago
 Dívida de Alexandre Gabi Deve
		
*Gabi só pode cobrar do devedor da outra metade.
- Regra das Obrigações Indivisíveis
- Art. 258. A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato não suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico.
 
 Dívida:			João 			Alexandre
					 Gabi
	*Na obrigação Indivisível não se admite pagamento por parte.
	*Gabi pode cobrar 100% da dívida a uma dos devedores e o devedor que pagar 100% da dívida pode cobrar o pagamento da parte que cabia ao outro devedor (Direito de Sub-rogação).
- Art. 259, Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
-Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores
- Regra das Obrigações Indivisíveis com Pluralidade
- Art. 259. Se, havendo dois ou mais devedores, a prestação não for divisível, cada um será obrigado pela dívida toda.
- Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
*Não se admite por partes
- Direito a Sub-rogação Pelo Pagamento (art. 259, § único)
- Art. 259, Parágrafo único. O devedor, que paga a dívida, sub-roga-se no direito do credor em relação aos outros coobrigados.
- Recebimento Sem Repasse aos Credores (art. 261)
- Art. 260. Se a pluralidade for dos credores, poderá cada um destes exigir a dívida inteira; mas o devedor ou devedores se desobrigarão, pagando:
I - a todos conjuntamente;
II - a um, dando este caução de ratificação dos outros credores.
- Remissão da Dívida
-Art. 262. Se um dos credores remitir a dívida, a obrigação não ficará extinta para com os outros; mas estes só a poderão exigir, descontada a quota do credor remitente.
 
Atenção:
Remissão = Perdão ≠ Remição = Pagamento
Remitir = Perdoar ≠ Remir = Pagar
- Perda da Qualidade de Indivisível
	*Obrigação que se resolve em perdas e danos.
- Art. 263. Perde a qualidade de indivisível a obrigação que se resolver em perdas e danos.
§ 1o Se, para efeito do disposto neste artigo, houver culpa de todos os devedores, responderão todos por partes iguais.
§ 2o Se for de um só a culpa, ficarão exonerados os outros, respondendo só esse pelas perdas e danos.
Enunciado 540 IV JDC : Havendo perecimento do objeto da prestação indivisível por culpa de apenas um dos devedores, todos respondem, de maneira divisível, pelo equivalente e só o culpado, pelas perdas e danos.
 	
- Obrigação Solidária 
-Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
Determinada pela vontade das partes ou pela lei (art. 265).
- Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
- Características:
1) Unidade da Prestação (art. 264)
2) Pluralidade de Credores e Devedores (art. 264)
3) Independência do Vínculo (art. 266)
- Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
- Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Exemplos de Obrigação Solidária:
Solidariedade entre Representante e Representado
- 	Art. 149. O dolo do representante legal de uma das partes só obriga o representado a responder civilmente até a importância do proveito que teve; se, porém, o dolo for do representante convencional, o representado responderá solidariamente com ele por perdas e danos.
Solidariedade entre Cedente e Cessionário (art. 1146)
-Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.
Fiador (art. 829)
Art. 829. A fiança conjuntamente prestada a um só débito por mais de uma pessoa importa o compromisso de solidariedade entre elas, se declaradamente não se reservarem o benefício de divisão.
Parágrafo único. Estipulado este benefício, cada fiador responde unicamente pela parte que, em proporção, lhe couberno pagamento.
Entre os autores da ofensa (art. 942)
Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.
Entre Sócios (art. 990 + 993)
Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade.
Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade.
Cônjuge
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os fins do artigo antecedente obrigam solidariamente ambos os cônjuges.
O patrão responde pelos danos causados a terceiros por seu empregado (art. 932, III e 942 § único)
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
Solidariedade Ativa
Cumprimento da Prestação: 
- Em relação ao credor ( art. 267)
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
- Em relação ao devedor (art. 269)
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
Pagamento Total
Pagamento Parcial
-Prevenção Judicial (art. 268)
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
- Falecimento do Credor Solidário (art. 270)
	Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
- Conversão da Prestação em Perdas e Danos (art. 271)
-Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.
- Remissão da Dívida Por Um dos Credores (art. 272)
-Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.

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