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Universidade Estácio de Sá Programa de Graduação em Administração ROGÉRIO BARCELOS FRANCISCO CAPITAL DE GIRO COMO PILAR DAS ATIVIDADES FINANCEIRAS NO MUNDO DO EMPREENDEDORISMO Trabalho apresentado ao Curso de Administração como parte dos requisitos para conclusão do curso Rio de Janeiro 2018 ROGÉRIO BARCELOS FRANCISCO CAPITAL DE GIRO COMO PILAR DAS ATIVIDADES FINANCEIRAS NO MUNDO DO EMPREENDEDORISMO Trabalho apresentado à Faculdade Estácio de Sá, como requisito parcial para obtenção de grau de Bacharel em Administração. Orientador: Professora Claudia Márcia Pereira Loureiro. Rio de Janeiro 2018 TERMO DE APROVAÇÃO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EM ADMINISTRAÇÃO CAPITAL DE GIRO COMO PILAR DAS ATIVIDADES FINANCEIRAS NO MUNDO DO EMPREENDEDORISMO Por ROGÉRIO BARCELOS FRANCISCO O presente artigo científico intitulado CAPITAL DE GIRO COMO PILAR DAS ATIVIDADES FINANCEIRAS NO MUNDO DO EMPREENDEDORISMO foi aprovado em __ de ______ de 2018, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel em Administração da Universidade Estácio de Sá, tendo sido aprovado com nota __ (______). Rio de Janeiro- RJ, __, _________ de 2018. ROGÉRIO BARCELOS FRANCISCO MARIA DO CARMO FIGUEIREDO CISNE CAPITAL DE GIRO COMO PILAR DAS ATIVIDADES FINANCEIRAS NO MUNDO DO EMPREENDEDORISMO Rogério Barcelos Francisco¹ Maria do Carmo Figueiredo Cisne ² RESUMO Esta pesquisa idealiza ratificar o quão o capital de giro, um dos fatores mais contundentes, para impulsionar as empresas para insolvência, e posteriormente, uma possível falência, em caso da falta do capital de giro, ou a insuficiência do mesmo, objetiva mostrar a responsabilidade do capital de giro em equilíbrio financeiro, e sua importância como ferramenta financeira e analise da mortalidade das MPEs por influencia da falta de administração do capital de giro, tal como identificar a necessidade do capital de giro (NCG) para as MPEs. Justifica-se que as empresas devem estar adaptadas e preparadas de maneira que seu desempenho financeiro, econômico e operacional, seja afetado o mínimo possível, sendo assim deve se manter o capital de giro equilibrado, a fim de suprir suas necessidades e garantir a estabilidade e expansão organizada no mercado. A elaboração deste trabalho foi de cunho pesquisa exploratória e teórica, baseada em diferentes materiais, como livros, sítios eletrônicos especializados e artigos científicos a fim de obter informações inerentes ao tema. Constatou-se através de tabelas e gráficos retirados de pesquisas realizadas pelo SEBRAE, que um dos fatores alegados pelos empreendedores, causadores da mortalidade das MPES, tanto no ano de 2000, quanto mais recentemente em 2004, é a falta de administração do capital de giro, chegando a se tornar o primeiro lugar no ranking correspondido a 42% do percentual do conjunto de fatores, logo se nota o quão é importante à administração do capital de giro. Palavras- chave: capital de giro, insolvência, falência. AGRADECIMENTOS Dedico este trabalho a minha mãe Sr.ª Edite Barcelos, minha esposa Lúcia Alexandre, meus irmãos Valmir e Rosana, minha filha Dayane Barcelos e meus netos Isabelly e Pedro Henrique por se constituírem diferentemente enquanto pessoas, admiráveis em essência, estímulos que me impulsionaram a buscar vida nova a cada dia, meus agradecimentos por terem aceitado se privar da minha companhia pelos estudos, concedendo a mim a oportunidade de me realizar ainda mais. LISTA DE FIGURAS Figura1: Classificação das transações que envolvem caixa por atividades ................ 10 Figura 2: Balanço patrimonial e capital de giro. ........................................................... 11 Figura 3: Demonstração algebricamente .................................................................... 13 Figura 4: Resultados da pesquisa com 2.000 empresas ativas/ inativas .................... 15 Figura 5: Motivos alegados pelos empreendedores para que a empresa deixasse de funcionar...................................................................................................................... 17 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Causas das dificuldades e razões para o fechamento das empresas ......... 17 LISTA DE SIGLAS AC- Ativo Circulante ACL- Ativo Circulante Líquido CCL- Capital Circulante Líquido MPEs- Micro e Pequenas Empresas NCG- Necessidade de Capital de Giro PC- Passivo Circulante SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 07 1.1 TEMA .......................................................................................................... 07 1.2 DELIMITAÇÃO ............................................................................................ 07 1.3 PROBLEMATIZ ........................................................................................... 08 1.4 QUESTÕES A INVESTIGAR ..................................................................... 08 1.5 OBJETIVOS ................................................................................................ 08 1.5.1 GERAL ............................................................................................. 08 1.5.2 ESPECÍFICO ..................................................................................... 08 1.6 JUSTIFICATIVA .......................................................................................... 08 1.7 METODOLOGIA .......................................................................................... 09 1.8 EMBASAMENTO TEÓRICO ....................................................................... 09 1.9 ESTRUTURA DO ESTUDO ........................................................................ 12 2. A FERRAMENTA DE GESTÃO FINACEIRA CAPITAL DE GIRO .................. 12 2.1 CONCEITO DE CAPITAL DE GIRO ............................................................ 13 2.1.2 COMPOSIÇÃO ................................................................................... 13 2.2 A IMPORTÂNCIA DO CAPITAL DE GIRO....................................................14 3. A MORTALIDADE DAS MPS POR INFLUÊNCIA DA FALTA DE ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO ............................................................... 16 4. COMO CALCULAR A NECESSIDADE DO CAPITAL DO GIRO (NCG) PARA SE AFASTAR DA LIQUIDEZ E PERMANECER NA ATIVA ............................................ 18 5. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 20 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................... 21 7 1. INTRODUÇÃO 1.1 TEMA: CAPITAL DE GIRO COMO PILAR DAS ATIVIDADES FINANCEIRAS NO MUNDO DO EMPREENDORISMO 1.2 DELIMITAÇÃO: Este trabalho vem investigar a importância do capital de giro nas MPEs, que apesar de existiremvários fatores contundentes a fim de impulsionar as empresas para insolvência1, e posteriormente, uma possível falência2, dentre todos os fatores, o mais comum, vem a ser a falta do capital de giro, ou a insuficiência do mesmo. Tal fator é tão relevante que se pode dizer que capital de giro, é como se fosse o oxigênio de uma empresa, que assim como no homem, esta anomalia acaba levando a morte. Segundo a ADEMPE (1997, p. 130), onde foi feita uma analogia sobre o termo, o Capital de Giro de uma empresa é: Como a rotação do motor de um carro. Quanto mais giros tiver o motor, mais potência tem. Quanto menos giros tiver o motor, menos potência tem. Ou seja: quanto mais capital (dinheiro) girar a empresa, mais potência tem. Quanto menos capital (dinheiro) girar a empresa, menos potência tem. Segundo Assaf Neto; Silva (2017, p.1) “O capital de giro tem participação relevante no desempenho operacional das empresas, cobrindo geralmente mais da metade de seus ativos totais investidos”, como uma ferramenta de maior importância para o setor industrial. Uma empresa pode entrar em insolvência mesmo tendo lucro e permanecer em solvência ainda não o tendo, devido à capacidade da Necessidade de Capital de Giro (NCG), não esta em conformidade com suas despesas do período médio, como mão de obra, fornecedores, impostos, pagamentos e outras despesas correntes. Neste trabalho, será avaliado o quão é importante ter o montante do Capital de Giro na medida para suprir as despesas cíclicas de uma empresa. 1 Insolvência é um estado em que o devedor tem prestações a cumprir superiores aos rendimentos que recebe. 2 Falência é uma situação jurídica decorrente de uma sentença decretatória proferida por um magistrado onde uma empresa ou sociedade comercial se omite quanto ao cumprimento de determinada obrigação patrimonial e então tem seus bens alienados para satisfazer seus credores. 8 1.3 PROBLEMATIZAÇÃO O capital de giro na medida certa é importante para o equilíbrio financeiro das empresas? 1.4 QUESTÔES A INVESTIGAR 1- A importância do capital de giro para as MPEs. 2- A mortalidade das MPEs por influência do capital de giro. 3- Saber identificar a necessidade do capital do giro (NCG) para se afastar da liquidez e permanecer na ativa. 1.5 OBJETIVO 1.5.1 GERAL Analisar o quão o capital de giro é responsável pelo equilíbrio financeiro das MPEs. 1.5.2 ESPECÍFICOS 1- Verificar a importância da ferramenta financeira capital de giro para as atividades financeiras das MPEs. 2- Analisar a mortalidade das MPEs por influência da falta de administração do capital de giro. 3- Identificar a necessidade de capital de giro (NCG) para as MPEs. 1.6 JUSTIFICATIVA Devido às alterações que ocorrem na economia, as empresas devem estar adaptadas e preparadas de maneira que seu desempenho financeiro, econômico e operacional, seja afetado ao mínimo possível. Sendo assim deve-se manter seu capital 9 de giro equilibrado, a fim de suprir suas necessidades operacionais e garantir a estabilidade e expansão no mercado, evitando a insolvência, e se distanciando cada vez mais de uma possível falência. Hong Yuh Ching (2010, p. 25) cita que uma gestão efetiva do capital de giro tem levado muitas empresas a conseguir reduções significativas nos custos financeiros e aumentos significativos nos fluxos de caixa. 1.7 METODOLOGIA Conforme Barros; Lehfeld (2000, p. 2), “metodologia corresponde a um conjunto de procedimentos a serem utilizados na obtenção do conhecimento”. É a aplicação do método, por meios de processo e técnicas, que garante a legitimidade do saber obtido. A metodologia não procura soluções, mas escolhe as maneiras de encontra-las. A elaboração deste trabalho foi de cunho exploratório e teórico, baseado em diferentes materiais, tais como livros, sítios eletrônicos especializados e artigos científicos a fim de obter informações inerentes ao tema. Cervo; Bervian (1996) descrevem ainda que, a pesquisa exploratória realiza descrições precisas da situação e quer descobrir as relações existentes entre os elementos componentes da mesma. Requer um planejamento bastante flexível para possibilitar a consideração dos mais diversos aspectos de um problema ou de uma situação. 1.8 EMBASAMENTO TEÓRICO Conforme Assaf Neto; Silva (2017, p.2) “O termo capital de giro refere-se aos recursos correntes (curto prazo) da empresa, geralmente identificado como aqueles capazes de serem convertidos em caixa no prazo máximo de um ano”. Os elementos de giro são identificados como ativo circulante e passivo circulante (Figura 1). 10 Conforme Hong Yuh Ching (2010, p. 40) “As atividades de financiamento têm a ver com a maneira como a empresa irá se financiar como resultado das suas atividades operacionais e de investimentos”; as atividades operacionais são aquelas resultantes das operações da empresa em um horizonte de curto prazo, assim como as atividades de investimento são as resultantes das suas opções de estratégia em longo prazo. Segundo Assaf Neto; Silva (2017, p.15) “Toda empresa precisa buscar um nível satisfatório de capital de giro de maneira a garantir a sustentação de sua atividade operacional” (Figura 2). Fonte: Revista de Contabilidade e Finanças, vol.12 no. 25, 2001. Figura1: Classificação das transações que envolvem caixa por atividades 11 Uma das definições mais aceitas no mundo de hoje, é dada pelo autor estudioso Robert D. Hisrich, segundo ele: “Empreendedorismo é o processo de criar algo diferente e com valor, dedicando tempo e esforço necessários, assumindo os riscos financeiros, psicológicos e sociais correspondentes e recebendo as consequentes recompensas da satisfação econômica e pessoal”. O empreendedorismo é considerado hoje um fenômeno global, dada a sua força e crescimento nas relações internacionais e formação profissional. Firmando-se no pensamento dos autores Peter Drucker e Idalberto Chiavenato, os quais defendem o empreendedorismo como atividade de enorme importância nas economias locais e mundiais. Segundo o economista austríaco Joseph A. Schumpeter, no livro “Capitalismo, Socialismo e Democracia”, publicado em 1942, associa o empreendedor ao Figura 2: Balanço patrimonial e capital de giro Fonte: Administração do capital de giro, 4. Ed, 2017, p.3. 12 desenvolvimento econômico. Sendo assim é bem salutar que o empreendedor, tenha em seu saber, o quanto a empresa necessita do capital de giro, que valor seria adequado para manter as atividades operacionais e financeira, bom para encontrar a solução do valor do capital de giro, é preciso ter consciência de todas as despesas, produzida pelas atividades operacional e financeira da empresa, podendo esta à frente e se precaver de todos os problemas gerados pela falta ou insuficiência do capital de giro, aos compromissos junto aos fornecedores, com mão de obra, governo e outros usando o capital de giro, aos compromissos gerados antes das datas de recebimento com o fantasma da insolvência e até mesmo, uma possível falência. 1.9. ESTRUTURA DO ESTUDO Este trabalho foi organizado em cinco capítulos. No primeiro capítulo, denominada introdução, apresenta-se a contextualização do estudo, tema, delimitação, problematização, objetivo geral e específico, juntamente com a justificativa e os motivos de escolha do tema, metodologiae embasamento teórico. No capítulo dois, refere-se ao conceito, composição e importância do capital de giro. No capítulo três, denominado de A Mortalidade das MPs por influência da falta de administração do Capital de Giro. Em seguida, observa-se o quarto capítulo, como calcular a Necessidade de Capital do Giro (NCG) para se afastar da liquidez e permanecer na ativa. Finalizando o quinto capítulo, contendo as considerações finais desta pesquisa, com o propósito de responder a questão problema e alcançar os objetivos. 2 A FERRAMENTA DE GESTÃO FINACEIRA CAPITAL DE GIRO Usado como ferramenta, o capital de giro está efetivamente ligado ao sucesso das empresas, em uma espécie de provisão para preencher os espaços entre comprar e pagar, vender e receber, mantendo as atividades das empresas, funcionando com autonomia e propriedade, salvaguardado das dificuldades, geradas pelo período de não 13 entradas de receitas derivadas das vendas de bens á prazo e saídas de montantes para cobrir obrigações com vencimento muitas vezes de trinta a sessenta dias, antes dos recebimentos. 2.1 CONCEITO DE CAPITAL DE GIRO Conforme Assaf Neto; Silva (2017, p.2) “O termo capital de giro refere-se aos recursos correntes (curto prazo) da empresa, geralmente identificado como aqueles capazes de serem convertidos em caixa no prazo máximo de um ano”. Segundo Gitman (2004, p. 510), os ativos circulantes, comumente denominados de capital de giro, “representam a proporção do investimento total da empresa que circula, de uma forma para outra, na condução normal das operações”. Essa idéia envolve a transição repetida de caixa para estoques para contas a receber e de volta para caixa. 2.1.2 COMPOSIÇÃO Assaf (2017, p. 3) descreve que o capital de giro ou capital circulante é representado pelo ativo circulante, isto é, pelas aplicações correntes, identificadas geralmente pelas disponibilidades, valores a receber e estoques. Os elementos de giro são identificados como ativo circulante e passivo circulante, vide (Figura 2). O capital de giro (circulante) líquido- CCL- é mais diretamente obtido pela diferença entre o ativo circulante e o passivo circulante. Representa o volume de recursos de longo prazo (patrimônio líquido) que financia os ativos correntes (de curto prazo) (Figura 3). Ou: CCL= Ativo Circulante – Passivo Circulante Figura 3: Demonstração algebricamente 14 CCL= (Patrimônio Líquido + Passivo Não Circulante) – Ativo Não Circulante Capital de giro líquido negativo, ocorre quando o passivo circulante é maior que o ativo circulante. Essa situação revela a situação de aperto e liquidez da empresa. No entanto, para a maioria das empresas a presença de CCL positivo é básica a seus negócios. De acordo com Assaf (2017, p. 8) para uma boa administração do capital de giro envolve imprimir alta rotação (giro) ao circulante, tornando mais dinâmico seu fluxo de operações, proporcionando de forma favorável à empresa, menor necessidade de imobilização de capital no ativo circulante e consequente incentivo ao aumento da rentabilidade. 2.2 A IMPORTÂNCIA DO CAPITAL DE GIRO Segundo Assaf (2017, p. 1) a participação do capital de giro é relevante para o desempenho operacional das empresas, cobrindo geralmente mais da metade de seus ativos totais investidos, logo uma administração inadequada pode levar a uma situação de insolvência. Observa-se que o capital de giro é uma ferramenta fundamental para o equilíbrio financeiro de uma empresa (Figura 4). Fonte: Administração do capital de giro, 4. Ed, 2017, p.5. 15 Apesar de diferentes fatores influenciarem na sobrevivência das MPEs, observa- se que há uma diferença em mais de 15% nas empresas que administram o seu capital de giro, ou seja, têm um acompanhamento rigoroso receitas/despesas, sendo assim se mantêm sobreviventes (ativas). È um fator de tal relevância que acomete como um câncer sem dar alarde, quando é percebida a doença já está avançada. Isto pode acontecer quando o empreendedor tem baixa lucratividade, margens pequenas ou quando os sócios sem conhecimento e planejamento, acabam fazendo saques altos (retirada de valores do caixa) por acreditar que aquele montante (soma de capitais) fosse um produto do lucro e não um capital de reservas para cumprir as necessidades operacionais e financeiras de certo período com compras de insumos, contas a receber contas a pagar, e outros, devendo ter um prazo para toda esta sazonalidade (relativo à periodicidade, meses adequados para compra e venda de produtos) inativa em nenhum período. Figura 4: Resultados da pesquisa com 2.000 empresas ativas/ inativas. Fonte: Relatório SEBRAE, 2016. 16 3 A MORTALIDADE DAS MPS POR INFLUÊNCIA DA FALTA DE ADMINISTRAÇÃO DO CAPITAL DE GIRO O termo administração vem do latim, ad (junto de) e ministra tio (prestação de serviço), portanto, administração é uma ação de prestar um serviço. Atualmente, administração não é somente relacionado ao governo ou a condução de uma empresa, e sim todas as atividades que envolvem planejamento, organização, direção e controle. [...] a tarefa da administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio de planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos de maneira mais adequada à situação. (CHIAVENATO, 1997, p.12). Segundo os resultados da pesquisa de campo com 2000 empresas do SEBRAE, vide (Figura 5) pode-se observar que a falta de administração do capital de giro está entre um dos três motivos mais alegados pelos empreendedores para que a empresa deixasse de funcionar, correspondendo a 25% do conjunto de fatores. Em uma pesquisa mais recente, realizada pela mesma entidade em 2004 observa-se que o capital de giro continua entre os principais fatores para a mortalidade das MPEs correspondendo ao primeiro lugar no ranking, um percentual de 42% (Tabela 1). Chiavenato (2008 p. 15) “Nos novos negócios, a mortalidade prematura é elevadíssima, pois os riscos são inúmeros e os perigos não faltam”. Sabendo-se disto, se faz fundamental a administração desta ferramenta financeira. 17 Figura 5: Motivos alegados pelos empreendedores para que a empresa deixasse de funcionar Fonte: SEBRAE, 2016. Tabela 1: Causas das dificuldades e razões para o fechamento das empresas Fonte: SEBRAE, 2004. 18 Braga (1989) chama a atenção para a importância da administração do capital de giro, uma vez que envolve um processo contínuo de tomada de decisões voltadas especialmente para a salvaguarda da liquidez da empresa, afetando também a sua rentabilidade. O autor destaca que, as concordatas e falências constituem o encerramento natural para as soluções inadequadas dos problemas de gestão de capital de giro. Quando as empresas tornam-se insolventes devido ao excesso de imobilizações, é motivada pela ausência de planejamento de expansão da empresa, que não levaram em conta as necessidades adicionais de recursos para financiar o giro das operações. Entre tanto, mesmo a empresa tendo um ótimo lucro, obtendo um bom capital de giro, os problemas não vão, embora, caso as empresas percebam a necessidade de uma expansão exagerada, sem projetos e planejamento, e começam a fazer altíssimas compras de insumos, e muitas vezes com um prazo de recebimento, muito elástico, entrando em um overtrading3, que seriamtodas essas operações comerciais, sem recursos financeiros suficientes, por conta de todo este aparato de malfeitos, o empreendedor acaba por ir consumindo todo o capital de giro, mês a mês, até que o mesmo venha a findar, acarretando possivelmente uma falência direta, sobrepondo a insolvência que geralmente vem antes da falência. 4 COMO CALCULAR A NECESSIDADE DO CAPITAL DO GIRO (NCG) PARA SE AFASTAR DA LIQUIDEZ E PERMANECER NA ATIVA O NCG é um indicador importante para a gestão financeira da empresa, já que é responsável por demonstrar a necessidade ou não de adquirir capital de giro de fontes externas, bem como o seu valor. A fórmula para seu cálculo dependerá basicamente do momento em que a empresa se encontra, podendo ser feita de maneira a pensar no balanço patrimonial ou no ciclo financeiro, vide (Figura 2). O jeito mais simples de calcular a NCG ainda é utilizando o balanço patrimonial, de maneira semelhante ao que acontece com o cálculo do capital de giro em si. Deve- se considerar o valor das contas a receber (são os valores que serão pagos pelos 3 Overtrading (emprega-se a palavra inglesa por ser o termo consagrado) é de definição simples: consiste em procurar manter um certo nível de operações comerciais sem recursos financeiros suficientes. 19 clientes referentes a compras parceladas) e das contas a pagar (já as contas a pagar dizem respeito às contas que serão pagas aos fornecedores, normalmente com prazo menor do que as que serão recebidas), estoque, os valores em caixa e no banco (além de empréstimos, se houver). Partindo do princípio dos elementos de giro identificados como ativo circulante e passivo circulante, vide (Figura 2). Dessa forma, a necessidade de capital de giro pode ser calculada pela seguinte fórmula: Se o valor da NCG for negativo, isso não significa que ela não precisa de capital de giro, e sim que ela precisa buscar fontes externas, já que as contas a pagar são mais caras do que as contas a receber. Outra análise benéfica para a necessidade de capital de giro diz respeito ao ciclo financeiro, ou seja, como ocorrem as vendas por parte da empresa. Isso é especialmente importante quando consideramos o fato de que muitas empresas vendem a prazo. Ao vender a prazo, a empresa está financiando essa dívida do cliente até receber o valor devido. Se, aliado a isso, a empresa tiver que pagar os fornecedores em um prazo menor do que aquele que recebe dos clientes, então a NCG é ainda maior para que a empresa sustente suas operações. Aqui a NCG leva em conta os prazos médios de recebimento e prazos médios de pagamentos, tendo como resultado o número de dias que falta para o negócio necessitar de mais capital de giro. Assim, a NCG fica calculada da seguinte forma: NCG = Contas a Receber + Estoque – Contas a pagar NCG = Prazos Médios de Recebimento – Prazos Médios de Pagamento 20 É de suma importância o empreendedor saber calcular a necessidade de capital de giro, porém isso não será o bastante se não souber reconhecer as necessidades que a empresa apresenta. As perguntas que devem ser respondidas neste sentido da NCG são: “Quando eu terei que captar mais dinheiro?” ou “Quando o meu capital de giro atual acabará?”, isto ajudará para a conquista de uma gestão financeira de sucesso. 5 CONCLUSÃO O estudo teve como objetivo analisar o quão o capital de giro é responsável pelo equilíbrio financeiro das MPEs. Como parte do objetivo era verificar a importância da ferramenta capital de giro para as atividades financeiras das MPEs. Foi verificada que esta ferramenta financeira é relevante para o desempenho operacional das empresas, cobrindo geralmente mais da metade de seus ativos totais investidos, logo uma administração inadequada pode levar a uma situação de insolvência. Constatou-se através de tabelas e gráficos retirados de pesquisas realizadas pelo SEBRAE, que um dos fatores alegados pelos empreendedores causadores da mortalidade das MPEs tanto no ano 2000, quanto mais recentemente em 2004, é a falta de administração do capital de giro, chegando a se tornar o primeiro lugar no ranking correspondendo a 42% do percentual do conjunto de fatores, logo se nota o quão é importante à administração do mesmo, conforme Braga (1989) chama a atenção para a importância da administração do capital de giro, uma vez que envolve um processo contínuo de tomada de decisões voltadas especialmente para a salvaguarda da liquidez da empresa, o que afeta também a sua rentabilidade. Identificou-se que o NCG é um importante indicador de gestão financeira, já que é responsável por demonstrar a necessidade ou não de adquirir capital de giro de fontes externas, bem como o seu valor, por isso é fundamental calcular seu montante, a fim de identificar a situação real em que a empresa se encontra, levando em consideração balanço patrimonial ou no ciclo financeiro, o que também não é o 21 suficiente se o empreendedor não souber reconhecer as outras necessidades de sua empresa. Sendo- assim este estudo contribui no auxílio do crescimento das MPEs, onde orienta como se deve usar a ferramenta fundamental para sua sobrevivência no mercado financeiro. Para pesquisas futuras, sugiro um estudo comparativo entre o sucesso (sobrevivência) e insolvência (mortalidade) das MPEs. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSAF NETO, A.; SILVA, C.A.T. Administração do capital de giro. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2017. BARROS, A. J. S. e LEHFELD, N. A. S. 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Porto Alegre: Bookman, 2014. Revista de Contabilidade e Finanças. vol.12 no.25 São Paulo Jan./Apr. 2001 Dísponivel em: <http://dx.doi.org/10.1590/S151970772001000100001>. Acesso em: 01 agosto 2017. SEBRAE. Taxa de Sobrevivências das Empresas no Brasil, relatório. 2011. Disponível em: <https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/Sobrevivencia_das_empres as_no_Brasil_2011.pdf>. Acesso em: 01 agosto 2017. SEBRAE. Sobrevivência das empresas no Brasil, relatório. 2016. Disponível em:<https://m.sebrae.com.br/Sebrae/Portal%20Sebrae/Anexos/sobrevivencia-das- empresas-no-brasil-relatorio-apresentacao-2016.pdf>. Acesso em: 01 agosto 2017. SHUMPETER, A. J. Capitalismo, Socialismo e Democracia. São Paulo: Unesp, 1942. SOUZA RAMOS, A. C. Socorro: tenho uma empresa! – Como Organizar e Dirigir Uma Empresa. São Paulo: ADEMPE, 1997.
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