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Módulo 3 2 - Livro Matemática Financeira e Finanças Corporativa

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Prévia do material em texto

Finanças empresariais
Módulo 3.2
1a edição
Andrei Aparecido de Albuquerque 
Carlos César Santejo Saiani 
Ribeirão Preto
Centro Universitário UniSEB Interativo
2011
Editorial
Presidente
Chaim Zaher
Vice-Presidente
Adriana Baptiston Cefali Zaher
Diretoria Executiva
Fernando Henrique Costa Roxo 
da Fonseca
Rafael Gomes Perri
Pró-reitor de Educação a Distância 
Jeferson Ferreira Fagundes 
Diretora Acadêmica 
Claudia Regina de Brito 
Coordenação Pedagógica 
Katia Cristina Figueira 
Gladis S. Linhares Toniazzo
Marina Caprio 
Coordenação do Curso de 
Ciências Contábeis 
Andréia Marques Maciel
Produção Editorial
Karen Fernanda Bortoloti 
Marcelo dos Santos Calderaro 
S
um
ár
io
S
um
ár
io Apresentação da Faculdade Interativa COC ....... 11Apresentação do Módulo ...................................... 12
Finanças corporativas ................................................ 13
Unidade 1: Introdução às finanças corporativas ................... 15
Objetivos da sua aprendizagem ....................................................... 15
Você se lembra? ................................................................................... 15
Introdução ................................................................................................ 16
1.1 Noções iniciais ..................................................................................... 16
1.2  O que são finanças corporativas ? ........................................................... 17
Atividades .......................................................................................................... 23
Leitura complementar........................................................................................... 24
Resumo ................................................................................................................... 24
Reflexão .................................................................................................................... 25
Leituras Recomendadas .............................................................................................. 25
Referências .................................................................................................................. 25
Na próxima unidade ...................................................................................................... 26
Unidade 2: Identificação dos componentes do capital de giro ................................. 27
Objetivos da sua aprendizagem ..................................................................................... 27
Você se lembra? ............................................................................................................. 27
Introdução ...................................................................................................................... 28
2.1 Capital de giro e ciclo operacional ......................................................................... 28
2.2 Capital circulante líquido (CCL) ou capital de giro líquido (CGL) ...................... 34
2.3 Custos associados à manutenção ou à falta de recursos no capital de giro ........ 37
Atividades ............................................................................................................... 43
Leitura complementar .......................................................................................... 45
Resumo ............................................................................................................ 45
Reflexão ........................................................................................................ 46
Leituras Recomendadas ........................................................................... 46
Referências ............................................................................................ 47
Na próxima unidade .......................................................................... 47
Unidade 3: Indicadores de liquidez e orçamento de caixa ...... 49
Objetivos da sua aprendizagem ............................................... 49
Você se lembra? .................................................................. 49
Introdução ....................................................................................................................... 50
3.1 Indicadores de liquidez ............................................................................................. 51
3.2 Orçamento de caixa ................................................................................................... 55
Atividades ....................................................................................................................... 59
Leitura complementar ..................................................................................................... 62
Resumo ........................................................................................................................... 63
Reflexão .......................................................................................................................... 63
Leituras Recomendadas .................................................................................................. 64
Referências ...................................................................................................................... 64
Na próxima unidade ........................................................................................................ 64
Unidade 4: Administração da concessão de crédito ................................................... 65
Objetivos da sua aprendizagem ...................................................................................... 65
Você se lembra? .............................................................................................................. 65
Introdução ....................................................................................................................... 66
4.1 A questão do crédito ................................................................................................. 66
4.2 Condições de venda .................................................................................................. 67
4.2.2 Descontos por pagamento à vista ........................................................................... 68
4.2.3 Instrumentos de crédito .......................................................................................... 69
4.3 Risco e informação ................................................................................................... 70
4.4 Decisão ótima de crédito ........................................................................................... 72
4.5 Política de Cobrança ................................................................................................. 74
Atividades ....................................................................................................................... 76
Leitura Complementar .................................................................................................... 78
Resumo ........................................................................................................................... 79
Reflexão .......................................................................................................................... 79
Leituras Recomendadas .................................................................................................. 79
Referências ...................................................................................................................... 80
Na próxima unidade ........................................................................................................ 80
Unidade 5: Decisões de investimento de longo prazo ................................................ 81
Objetivos da sua aprendizagem ...................................................................................... 81
Você se lembra? ..............................................................................................................81
Introdução ....................................................................................................................... 82
5.1 Decisões de investimento ......................................................................................... 82
5.2 Risco e retorno ......................................................................................................... 86
Atividades ...................................................................................................................... 93
Leitura complementar ..................................................................................................... 94
Resumo ........................................................................................................................... 94
Reflexão .......................................................................................................................... 94
Leituras Recomendadas .................................................................................................. 95
Referências ...................................................................................................................... 95
Na próxima unidade ........................................................................................................ 95
Unidade 6: Fontes de financiamento de longo prazo ................................................. 97
Objetivos da sua aprendizagem ...................................................................................... 97
Você se lembra? .............................................................................................................. 97
Introdução ....................................................................................................................... 98
6.1 Financiamento por recursos próprios ........................................................................ 98
6.1.1 Fontes de recursos próprios ................................................................................. 100
6.1.2 Tipos de ações ...................................................................................................... 104
6.1.3 Valor das ações ..................................................................................................... 106
6.1.4 Principais critérios de análise de ações ................................................................ 107
6.1.5 Avaliação de ações fora do contexto de uma carteira .......................................... 108
6.2 Financiamento por recursos de terceiros ................................................................. 110
Atividades ..................................................................................................................... 114
Leitura complementar ................................................................................................... 115
Resumo ......................................................................................................................... 115
Reflexão ........................................................................................................................ 115
Leituras recomendadas .................................................................................................. 116
Referências .................................................................................................................... 117
Na próxima unidade ...................................................................................................... 117
Unidade 7: Custo de capital ....................................................................................... 119
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 119
Você se lembra? ............................................................................................................ 119
Introdução ..................................................................................................................... 120
7.1 Custo de capital de terceiros ................................................................................... 120
7.2 Custo de capital próprio .......................................................................................... 122
7.3 Custo total de capital (WACC) ............................................................................... 125
 Atividades .................................................................................................................... 128
Leitura complementar ................................................................................................... 130
Resumo ......................................................................................................................... 130
Reflexão ........................................................................................................................ 130
Leituras recomendadas .................................................................................................. 131
Referências .................................................................................................................... 131
Na próxima unidade ...................................................................................................... 132
Unidade 8: Estrutura de capital ................................................................................ 133
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 133
Você se lembra? ............................................................................................................ 133
Introdução ..................................................................................................................... 134
8.1 Estrutura ótima de capital ....................................................................................... 134
8.2 Teoria de Modigliani – Miller sem impostos .......................................................... 138
Atividades ..................................................................................................................... 142
Leitura complementar ................................................................................................... 142
Resumo ......................................................................................................................... 142
Reflexão ........................................................................................................................ 143
Leituras Recomendadas ................................................................................................ 143
Referências .................................................................................................................... 144
Na próxima unidade ...................................................................................................... 144
Unidade 9: Política de dividendos ............................................................................. 145
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 145
Você se lembra? ............................................................................................................ 145
Introdução ..................................................................................................................... 146
9.1 Aspectos básicos da política de dividendos ............................................................ 147
9.2 Teoria residual dos dividendos de dividendos ........................................................ 150
9.3 Relevância e irrelevância dos dividendos ............................................................... 151
9.4 Dividendo mínimo obrigatório e juros sobre capital próprio ................................. 155
Atividades ..................................................................................................................... 157
Leitura complementar ...................................................................................................158
Resumo ......................................................................................................................... 158
Reflexão ........................................................................................................................ 159
Leituras Recomendadas ................................................................................................ 159
Referências .................................................................................................................... 160
Matemática Financeira e Investimentos ....................................................... 161
Unidade 1: Introdução e juros simples ..................................................................... 163
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 163
Você se lembra? ............................................................................................................ 163
Introdução ..................................................................................................................... 164
1.1 Matemática Financeira e o valor do dinheiro no tempo ........................................ 164
1.2  Diagrama de fluxo de caixa .................................................................................... 166
1.3 Juros simples .......................................................................................................... 169
1.4 Taxa proporcional e taxa equivalente ..................................................................... 172
1.5 Equivalência de capitais ......................................................................................... 176
Reflexão  ....................................................................................................................... 178
Atividades ..................................................................................................................... 178
Leitura recomendada ..................................................................................................... 180
Referências .................................................................................................................... 180
Na próxima unidade ...................................................................................................... 180
Unidade 2: Juros compostos ...................................................................................... 181
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 181
Você se lembra? ............................................................................................................ 181
Introdução ..................................................................................................................... 182
2.1 Vamos comparar com os juros simples? .............................................................. 183
2.2 Juros compostos ..................................................................................................... 186
Reflexão ........................................................................................................................ 200
Atividades ..................................................................................................................... 200
Leituras recomendadas .................................................................................................. 202
Referências .................................................................................................................... 202
Na próxima unidade ...................................................................................................... 202
Unidade 3: Desconto simples e desconto composto .................................................. 203
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 203
Você se lembra? ............................................................................................................ 203
3.1 Desconto simples ................................................................................................... 205
3.2 Desconto composto ................................................................................................ 210
3.3 Fórmulas utilizadas ................................................................................................ 213
Reflexão ........................................................................................................................ 215
Atividades ..................................................................................................................... 215
Leitura recomendada ..................................................................................................... 219
Referências .................................................................................................................... 219
Na próxima unidade ...................................................................................................... 219
Unidade 4: Matemática financeira e inflação ........................................................... 221
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 221
Você se lembra? ............................................................................................................ 221
Introdução ..................................................................................................................... 222
4.1 Taxa nominal e taxa real ........................................................................................ 223
4.2  Inflação acumulada ................................................................................................ 224
4.3 Taxa de desvalorização da moeda – TDM ............................................................ 227
Reflexão ........................................................................................................................ 228
Atividades ..................................................................................................................... 229
Leitura recomendada ..................................................................................................... 229
Referências .................................................................................................................... 229
Na próxima unidade ...................................................................................................... 230
Unidade 5: Série de pagamentos/recebimentos ........................................................ 231
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 231
Você se lembra? ............................................................................................................ 231
Introdução ..................................................................................................................... 232
5.1 Série uniforme de pagamentos postecipada ........................................................... 238
5.2 Série uniforme de pagamentos antecipada ............................................................ 242
5.3 Plano de poupança ................................................................................................ 245
Reflexão ........................................................................................................................ 247
Atividades ..................................................................................................................... 248
Leitura recomendada ..................................................................................................... 249
Referências .................................................................................................................... 249
Na próxima unidade ......................................................................................................250
Unidade 6: Sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos ............... 251
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 251
Você se lembra? ............................................................................................................ 251
Introdução ..................................................................................................................... 252
6.1 Sistema de amortização constante – Tabela SAC ................................................. 252
6.2 Sistema de amortização francês – tabela price ..................................................... 256
6.3 Sistema de amortização americano – tabela saa .................................................... 262
Reflexão ........................................................................................................................ 264
Atividades ..................................................................................................................... 264
Leitura recomendada ..................................................................................................... 265
Referências .................................................................................................................... 265
Na próxima unidade ...................................................................................................... 265
Unidade 7: Análise de investimentos ......................................................................... 267
Objetivos da sua aprendizagem .................................................................................... 267
Você se lembra? ............................................................................................................ 267
Introdução ..................................................................................................................... 268
7.1 Método do valor presente líquido – VPL .............................................................. 269
7.2 Taxa interna de retorno – TIR (ou IRR) ................................................................. 273
7.3 Payback simples ..................................................................................................... 275
Reflexão ........................................................................................................................ 277
Atividades ...........................................................................................................................277
Leitura recomendada ...........................................................................................................279
Referências ..........................................................................................................................279
Na próxima unidade ............................................................................................................280
Unidade 8: Matemática financeira e títulos de renda fixa .............................................281
Objetivos da sua aprendizagem ..........................................................................................281
Você se lembra? ..................................................................................................................281
Introdução ...........................................................................................................................282
8.1 Na prática .....................................................................................................................283
Reflexão ..............................................................................................................................299
Leitura recomendada ...........................................................................................................299
Atividade .............................................................................................................................299
Na próxima unidade ............................................................................................................300
Unidade 9: Avaliação de ações .........................................................................................301
Objetivos da sua aprendizagem ..........................................................................................301
Você se lembra? ..................................................................................................................301
Introdução ...........................................................................................................................302
9.1 Fundamentos da avaliação ...........................................................................................303
Reflexão ..............................................................................................................................310
Atividades ...........................................................................................................................310
Leituras recomendadas ........................................................................................................ 311
Referências ......................................................................................................................... 311
Considerações finais ............................................................................................................312
Apêndice ............................................................................................................................312
A
pr
es
en
ta
çã
o
A
pr
es
en
ta
çã
o
A
pr
es
en
ta
çã
o
A
pr
es
en
ta
çã
o O UniSEB Interativo
Prezado(a) acadêmico(a)
Bem-vindo(a) ao Centro Universitário UniSEB 
Interativo. Temos o prazer de recebê-lo(a) no novo 
segmento desta instituição de ensino que já possui mais 
de 40 anos de experiência em educação.
O Centro Universitário UniSEB Interativo tem se des-
tacado pelo uso de alta tecnologia nos cursos oferecidos, além 
de possuir corpo docente formado por professores experientes e 
titulados. 
O curso, ora oferecido, foi elaborado dentro das Diretrizes 
Curriculares do MEC, de acordo com padrões de ensino superior da 
mais alta qualidade e com pesquisa de mercado. 
Assim, apresentamos neste material o trabalho desenvolvido pelos 
professores que, por meio da tecnologia da informação e comunicação, 
proporciona ensino inovador e sempre atualizado.
Este livro, o Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) e a teleaula 
integram a base que visa transmitir os conhecimentos necessários à sua 
formação, além de auxiliá-lo(a) nos estudos e incentivá-lo(a), com as indi-
cações bibliográficas de cada unidade, a fim de aprofundar cada vez mais 
o seu saber.
Procure ler os textos antes de cada aula para poder acompanhá-la 
melhor e, assim, interagir com o professor nas aulas ao vivo. Não deixe 
para estudar no final de cada módulo somente com o objetivo de passar 
pelas avaliações; procure ler este material, realizar outras leituras e 
pesquisas sobre os temas abordados e estar sempre atualizado, afi-
nal, num mundo globalizado e em constante transformação, é pre-
ciso estar sempre informado.
Procure dedicar-se ao curso que você escolheu, aprovei-
tando-se do momento que é fundamental para sua formação 
pessoal e profissional. Leia, pesquise, acompanhe as aulas, 
realize as atividades on-line, desta maneira você estará 
se formando de maneira responsável, autônoma e, cer-
tamente, fará diferença no mundo contemporâneo.
Sucesso!
A
pr
es
en
ta
çã
o
Apresentação
O Módulo 3.2
A atividade financeira é tão importante 
para as empresas que ela praticamente se 
confunde com a palavra gestão. Em verdade, 
para que uma empresa seja administrada de forma 
adequada, é fundamental o conhecimento do seu perfil 
e de suas características financeiras. Neste trabalho, en-
tram em foco as Finanças Empresariais, que tratam dos te-
mas relativos à perspectiva financeira das organizações. Estaé uma área que tem um amplo campo de atuação, bem como um 
grande potencial de vagas para novos profissionais.
Na disciplina de Finanças Corporativas, você conhecerá os con-
ceitos teóricos das principais decisões financeiras a que uma empresa está 
sujeita, bem como os mecanismos que podem ser utilizados de forma a ga-
rantir o grande objetivo da administração financeira. Serão tratados assuntos 
de âmbito das finanças de curto prazo, como capital circulante líquido, índices 
de liquidez, orçamento de caixa e política de crédito; também serão abordados 
temas relativos às finanças de longo prazo, como investimento e financiamento 
de longo prazo, custo e estrutura de capital e políticas de dividendos. As diversas 
unidades deste material permitirão que você tenha um conhecimento amplo desse 
campo de atuação e marcarão o início de sua formação como gestor financeiro, 
possibilitando que você conheça os principais temas relacionados à Contabilidade. 
O curso de Ciências Contábeis da Faculdade Interativa COC possui, 
dentre várias disciplinas, algumas relacionadas com a Matemática. São elas: 
Matemática Básica, Matemática Aplicada à Contabilidade, Estatística Aplicada 
à Contabilidade e a Matemática Financeira. Como uma continuação, os concei-
tos de uma podem ser utilizados na outra. Muitos alunos ficam inseguros com 
relação à Matemática. Mas, aqui, a sensação pode ser diferente. Nós temos que 
aprender Matemática para obter o diploma de Bacharel em Ciências Contá-
beis, por isso vamos enfrentá-la!
Vamos todos aprender a gostar da Matemática para que o aprendiza-
do seja prazeroso. Imagine que você descobrirá como os bancos cobram 
os juros. Irá saber se suas aplicações realmente são lucrativas economi-
camente. Já os comerciantes entenderão como os bancos descontam 
seus títulos a receber etc. De forma interdisciplinar, a Matemática 
calcula valores ($) e taxas (%) no decorrer do tempo. 
É importante ter em mente que esse material possibilita a 
você ter um horizonte de estudos. No entanto, para sua forma-
ção, é importante que você vá além dele, buscando livros e 
artigos acadêmicos que complementem as lacunas do seu 
conhecimento. Seja bem-vindo ao mundo das finanças 
das empresas. Bons estudos!
A
pr
es
en
ta
çã
o Finanças corporativas
Prezado(a) Estudante, 
Seja bem-vindo à disciplina Finanças Corpo-
rativas. Essa é uma área importante para toda e 
qualquer empresa e, portanto, com forte potencial de 
acolhimento  de  novos  profissionais  como  você,  que, 
com certeza, poderá torna-se um grande administrador 
financeiro ou atuará disponibilizando  informações para  este 
profissional.
A sobrevivência das empresas depende da qualidade das 
decisões financeiras tomadas por seus gestores. Não é surpresa di-
zer que as decisões com teor de longo prazo têm importância ainda 
mais elevada, mas não subestimando as decisões referentes a curto 
prazo.
Nesta  disciplina,  serão  vistos  alguns  elementos  das  finanças  de 
curto prazo e outros das finanças de longo prazo. Assim, a estrutura do 
trabalho está dividida da seguinte forma:
Na unidade 1, estão os aspectos introdutórios à disciplina Finanças 
Corporativas. Do que se trata esse tema, qual seu campo de ação e qual o 
perfil de atuação do administrador financeiro são pontos a ser trabalhados 
neste capítulo.
 Em seguida, começam a ser explorados os aspectos relativos a 
finanças corporativas de curto prazo. A unidade 2  trabalha na  identifi-
cação dos componentes do capital de giro, trata do capital circulante 
líquido, tema muito relevante para a gestão financeira de curto prazo 
das empresas, e finaliza com as políticas de financiamento do capital 
de giro.
A unidade 3 trata da gestão da liquidez das empresas. Nela 
serão trabalhados os indicadores de liquidez e uma ferramenta 
de gestão financeira de curto prazo, o orçamento de caixa.
Os aspectos referentes à administração de concessão 
de crédito serão tratados na unidade 4. Nela serão vistas 
questões como condições de venda, decisão ótima 
de cobrança e política de crédito. Posteriormente, 
U
ni
da
de
 1
começarão a ser vistos os assuntos relacionados às finanças de lon-
go prazo.
Na unidade 5, serão verificadas as principais características re-
lacionadas às decisões de investimento de longo prazo.Ainda nesta 
unidade, você encontrará a discussão sobre a relação risco e retorno, 
tão importante para a atuação dos administradores financeiros.
Com base nos investimentos a serem realizados, é necessário 
identificar as fontes de financiamento de longo prazo disponíveis às 
empresas. Isto será o conteúdo da unidade 6, que discute as fontes 
provenientes de recursos próprios e de recursos de terceiros.
Depois de conhecer as origens de recursos, na unidade 7, você 
aprenderá a calcular o custo de cada um desses capitais e também o 
custo total de capital de uma empresa.
A unidade 8 trará o conceito e as teorias relacionadas à estru-
tura de capital, um dos  temas mais relevantes da área financeira e 
que suscita fortes discussões.
Finalizando nosso conteúdo, na unidade 9, será explorado o 
tema política de dividendos, assunto que trata de como deve ser exe-
cutado o pagamento aos sócios. Encerra-se o conteúdo, mas apenas 
se inicia sua jornada de atuação como um administrador financeiro. 
Bons estudos!
Prof. Me. Andrei Aparecido de Albuquerque
U
ni
da
de
 1
Introdução às finanças 
corporativas
Esta unidade tem uma perspectiva mais in-
trodutória no estudo de Finanças Corporativas. 
Nela estão abordadas as questões iniciais para en-
tendimento do contexto e da atuação desse campo de 
estudo.
Objetivos da sua aprendizagem
O objetivo principal dessa unidade é fornecer a você, 
aluno, uma visão geral do universo da disciplina Finanças Cor-
porativas. Ao final dele, você terá uma noção ampla das suas pos-
sibilidades  de  atuação  profissional,  além de  entender  o  escopo  de 
tomadas de decisões que são inerentes ao profissional atuante na área 
financeira. Ainda nessa linha, um objetivo secundário pode ser enten-
dido como a compreensão do perfil de atuação do chamado administra-
dor (ou gestor) financeiro.
Você se lembra?
Você se lembra qual é a principal função da Contabilidade? Será 
que  é  apenas  atender  às  determinações  do  fisco?  Ou  será  apenas  uma 
área burocrática da empresa? A mais nobre função da Contabilidade é 
fornecer informações que sejam úteis para a tomada de decisão. Todo 
gestor financeiro, ou seja, aquele profissional responsável pelas decisões 
financeiras a que a empresa está sujeita, necessita das informações for-
necidas pela área contábil, daí compreender os anseios e as necessi-
dades desse profissional é algo fundamental. Portanto, aproveite ao 
máximo os conceitos disponíveis nessa unidade.
16
Finanças corporativas
Introdução
Nesta  unidade,  são  tratados  os  aspectos  iniciais  referentes  às  fi-
nanças corporativas, sendo eles os que servem de base para a sequência 
utilizada nas unidades posteriores deste trabalho. São tratados aspectos 
referentes ao modelo básico da empresa com base no balanço patrimonial 
e nas principais decisões financeiras a que uma organização está sujeita.
Por que esta unidade é importante?
Com o estudo desta unidade, você será capaz de entender os princí-
pios fundamentais do universo das Finanças Corporativas, conhecimento 
primordial para entender os fundamentos da geração de valor, objetivo 
primordial das empresas e que você, aluno, auxiliará a atingir com sua 
atuação profissional.
Noções iniciais1.1 
O conteúdo desta unidade está baseado na sequência lógica estabe-
lecida por Ross, Westerfield e Jaffe (2002).
Suponha que uma empresa popularmente conhecida tenha um fatu-
ramento anual por volta de R$ 10 milhões. No início de suas operações, 
esta empresa tomou um empréstimo de R$ 500 mil de um determinado 
banco, deixando as respectivas garantias necessárias para essa operação. 
No momento  atual,  a  direção  financeira  da  empresa  reconhece  que  seufinanciamento original  foi muito pequeno. A empresa deseja,  então,  ex-
pandir suas atividades para outras áreas de atuação, a longo prazo. Porém, 
atualmente, ela possui um problema de fluxo de caixa que lhe impede de 
comprar inclusive R$ 50 mil de matéria–prima, para que possa atender às 
encomendas de final de ano.
O exemplo ilustrado demonstra as preocupações básicas nas finanças cor-
porativas, sendo elas, conforme Ross, Westerfield e Jaffe (2002), as seguintes:
Qual estratégia de investimento a longo prazo deverá ser adotada?1. 
Como poderão ser levantados recursos para financiar os inves-2. 
timentos necessários?
Qual fluxo de caixa a empresa deverá ter no curto prazo para 3. 
pagar suas contas?
É necessário acrescentar que estas não são as únicas questões em 
finanças corporativas, no entanto elas estão entre as mais importantes pre-
ocupações para a administração financeira.
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Introdução às finanças corporativas - Unidade 1
O 
administrador 
financeiro determina a 
combinação e os tipos de ativos 
que fazem parte do balanço patrimonial 
da empresa. Tal atividade está relacionada 
ao lado esquerdo do balanço. A composição 
refere-se ao montante de recursos aplicados em 
ativos circulantes e em ativos não circulantes 
(permanentes ou fixos). Depois de definir essa 
composição, o administrador financeiro deve 
fixar e tentar manter níveis ótimos para 
cada tipo de investimento.
 Pode-se dizer que a empresa é uma unidade tomadora de decisão. 
No âmbito financeiro, essas decisões podem ser divididas em dois gru-
pos: decisões de investimento e decisões de financiamento. Essa ques-
tão ficará mais clara na exposição realizada na sequência da unidade.
O que são finanças corporativas ?1.2 
Num exemplo semelhante ao utilizado por Ross, Westerfield e Jaffe (2002), 
suponha que se decida abrir uma em-
presa de produção de bolas de futebol. 
Com essa finalidade, são contratados 
administradores para comprar matéria-
prima, além disso monta-se uma equipe 
de funcionários para produzir e comercia-
lizar as bolas de futebol. Utilizando uma 
terminologia (linguajar) financeira, estaria 
sendo feito um investimento em ativos, 
como estoques, máquinas e terrenos.
Contrabalançando o 
dinheiro aplicado em ati-
vos, haverá uma quantia 
idênt ica de dinheiro 
gerado por algum fi-
nanciamento. Come-
çando a vender bolas de 
futebol, essa empresa irá 
gerar  dinheiro.  Configura-
se, assim, a base de criação 
de  valor.  “A  finalidade  da  em-
presa é criar valor para seu proprie-
tário. O valor está refletido no modelo básico da empresa da empresa 
representado por seu balanço patrimonial.” (ROSS; WESTERFIELD; 
JAFFE, 2002).
Ou finanças de empresas
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Introdução às finanças corporativas - Unidade 1
18
Finanças corporativas
 O modelo da empresa com base no balanço patrimonial1.2.1 
Imagine  que  seja  tirada  uma  “fotografia” financeira  da  empresa  e 
suas respectivas atividades em determinado instante. 
A figura seguinte apresenta uma visão gráfica do balanço patrimo-
nial para ajudar a compreender o que é finanças corporativas.
Ativos
circulantes
Passivos
circulantes
Exigível a
longo prazo
Patrimônio
líquido
Ativos fixos
 1. Ativos fixos
 tangíveis
 2. Ativos fixos
 intangíveis
Valor total
dos ativos
Valor total da empresa
 para os investidores
Capital
circulante
líquido
Ross, Westerfield e Jaffe (2002)
Do lado esquerdo estão os ativos da empresa, os quais podem 
ser classificados como circulantes e fixos (permanentes). Ativos fi-
xos, ou permanentes, são aqueles que duram por um longo período 
de tempo, por exemplo, um prédio. Alguns ativos fixos são tangíveis, 
como máquinas e equipamentos, enquanto outros são intangíveis, tais 
como patentes e marcas registradas. Os ativos circulantes são aqueles 
de curta duração, como os estoques. No exemplo citado, as bolas de 
futebol fabricadas e ainda não vendidas farão parte dos estoques.
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Introdução às finanças corporativas - Unidade 1
 
Conexão: 
Verifique o perfil de 
investimentos de várias 
empresas, pesquisando infor-
mações sobre elas e, até mesmo, 
verificando suas demonstrações 
financeiras pelo site da Comis-
são de Valores Mobiliários 
(CVM). Acesse: www.
cvm.gov.br.
A 
escolha de onde 
vem o dinheiro que financiará 
os investimentos da empresa está 
relacionada com o lado direito do balanço 
patrimonial da empresa e envolve as fontes de 
recursos. Essa é a decisão de financiamento da 
empresa. Dois enfoques sustentam esta atividade 
do administrador financeiro: o primeiro diz respeito 
às escolhas entre fontes de recurso de curto ou de 
longo prazo e o segundo aos custos associadas 
a cada opção de capital, o que impacta direta-
mente o custo total de capital da empresa 
e, consequentemente, sua capacida-
de de geração de valor.
Como já mencionado a empresa pode ser 
encarada como uma unidade tomadora de 
decisão. Assim, a primeira decisão a ser to-
mada é: Onde investir o dinheiro? Ou seja, 
deve-se tomar a decisão de investimento 
e, para isso, deve-se levar em consideração 
liquidez versus rentabilidade, isto é, o retorno 
e o risco.Estes temas serão tratados com mais 
detalhes em unidades posteriores.
Porém, uma empresa antes de investir em um ativo precisa obter 
um financiamento, o que significa que ela deve levantar o dinheiro 
necessário para pagar o investimento. Assim, está refletida a decisão 
de financiamento da empresa, isto é, de onde obter o dinheiro para 
financiar suas operações. As formas de financiamento estão repre-
sentadas do lado direito do balanço. Uma empresa pode emitir papéis 
chamados de obrigações (acordos de dívidas) ou ações (títulos de pro-
priedade). Da mesma forma também 
ativos e passivos são classifica-
dos de acordo com sua curta 
ou longa duração. Uma 
dívida de curto prazo é 
um passivo circulante. 
Essas dívidas de curto 
prazo são constituídas 
por empréstimos e ou-
tras obrigações que de-
vem ser liquidadas dentro 
de um ano. A dívida de 
longo prazo é a que não preci-
sa ser liquidada em menos de um 
ano. O patrimônio dos acionistas demonstra a diferença entre o valor 
de ativos e passivos da empresa. Dessa forma, o patrimônio líquido 
trata-se de um direito residual sobre os ativos da empresa.
Considerando o modelo da empresa baseado no balanço patrimo-
nial,  é  possível  perceber  por  que  a  área  de  finanças,  conforme  atestam 
Ross, Westerfield e Jaffe (2002), pode ser considerada como um campo 
que envolve o estudo das seguintes questões:
20
Finanças corporativas
Em que ativos de longa duração a empresa deve investir? Essa 1. 
questão refere-se aos ativos, lado esquerdo do balanço. É evi-
dente que o tipo e as proporções de ativos que a empresa preci-
sa são decorrentes da natureza de sua atividade.
De que modo a empresa pode levantar dinheiro para custear os 2. 
dispêndios de capital de necessários? Tal questão diz respeito 
aos passivos, lado direito do balanço. A resposta a essa questão 
concerne ao que se chama de estrutura de capital da empresa, 
que  indica  as  proporções  de  financiamento  com  capital  de 
terceiros e com capital próprio. Esse tema será abordado com 
mais ênfase na parte final deste trabalho.
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Introdução às finanças corporativas - Unidade 1
3. Como devem ser gerencia-
dos  os  fluxos  de  caixa  em  um 
curto prazo? Esta questão está 
relacionada à parte superior 
do balanço. Ocorre uma falta 
de sincronização de entradas 
e saídas de caixa da empresa 
durante as atividades operacio-
nais da empresa, além disso a 
proporção e a distribuição dos 
fluxos de caixa operacionais 
no tempo não são conhecidas 
com certeza. Os administrado-
res  financeiros  necessitam  de 
fazer um esforço para gerir as 
defasagens que possam surgir 
em termos de fluxo de caixa.Contabilmente, a gestãode fluxos de caixa de 
curto prazo está associada ao capital circulante líquido da empresa. Esse 
tema  e  as  questões  financeiras  de  curto  prazo  serão  tratados  detalhada-
mente nas próximas unidades.
 O administrador financeiro1.2.2 
Geralmente,  nas  empresas  de  grande  porte,  a  atividade  financeira 
é associada a um alto dirigente da empresa, como vice-presidente de fi-
nanças  e  a  alguns  executivos  inferiores  na hierarquia. A figura  a  seguir 
demonstra uma estrutura organizacional hipotética, em que se destaca a 
função financeira dentro da empresa.
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Finanças corporativas
Lembre-se 
de que a administra-
ção financeira diz respeito às 
responsabilidades do administrador 
financeiro em uma empresa. Os adminis-
tradores financeiros gerenciam ativamente 
as finanças de todos os tipos de empresas, isto 
é, financeiras ou não financeiras, privadas ou 
públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins 
lucrativos. Eles desempenham uma variedade de 
tarefas, tais como fazer os orçamentos, as pre-
visões financeiras, a administração do caixa, 
a administração do crédito, a análise de 
investimento e a captação de recur-
sos (GITMAN, 2004).
Organograma Hipotético
Conselho de Administração
Vice-presidente de Finanças
Tesoureiro Controlador
Gerente de
caixa
Dispêndios
de capital
Planejamento
financeiro
Gerente de
 crédito Gerente da área fiscal
Chefe de contabilidade
financeira
Supervisor de sistemas
de informação
Chefe de contabilidade
de custos
Presidente do Conselho e
Diretor Executivo
Presidente e Diretor Geral
de Operações
Ross, Westerfield e Jaffe (2002)
Subordinados ao vice-presidente 
de  finanças  estão  o  tesoureiro  e 
o controlador (controller). O 
tesoureiro é o profissional 
responsável pela gestão dos 
fluxos de caixa, pela toma-
da de decisões de dispên-
dio de capital e pela ela-
boração do planejamento 
financeiro  da  empresa.  O 
controlador é quem cuida 
da função contábil, em que 
se  inclui  a  contabilidade  fiscal, 
de custos e financeira, assim como os 
sistemas de informação. Na questão das finanças corporativas, a preocupação 
mais relevante é com a função e com as atividades do tesoureiro.
Ross, Westerfield e Jaffe (2002) afirmam que a tarefa mais impor-
tante de um administrador financeiro é criar valor a partir das atividades 
de  orçamento  de  capital,  financiamento  e  liquidez  da  empresa.  Dessa 
forma, para criar valor: a) a empresa deve procurar comprar ativos que ge-
rem mais dinheiro do que custam; b) a empresa deve vender obrigações, 
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Introdução às finanças corporativas - Unidade 1
ações e outros instrumentos financeiros que gerem mais dinheiro do que 
custam. Essa discussão é evidenciada com mais ênfase na última unidade 
deste trabalho.
É importante dizer que, conforme Matias 
(2007), as empresas estão se adequando às 
novas condições do mercado e é necessá-
rio que ajam rapidamente, de forma que 
adotem estratégias baseadas numa visão 
global do mercado em vários aspectos. 
O  administrador  (ou  gestor)  financeiro 
deve estar estreitamente ligado a todo esse 
processo de ajuste à nova realidade das em-
presas, principalmente porque sua atuação é 
base fundamental para a garantia de criação de 
valor, sem dúvida o objetivo principal da empresa.
Atividades
Escolha um conjunto de pelo menos três empresas, de preferência 01. 
que façam parte de ramos de atuação ou de atividade diferentes, com-
parando seus investimentos (grupos de ativos) e financiamentos (passivo 
e patrimônio líquido). Observe se as proporções de investimento versus 
financiamento são semelhantes e tire suas conclusões a respeito disso. Não 
deixe de levar em consideração o tamanho das empresas e seus ramos de 
atividade.
Descreva como é a hierarquia financeira na estrutura organizacional 02. 
da sua empresa. Existe uma estrutura formal com cargos bem definidos? 
As posições são mais informais?
Discuta semelhanças e diferenças de sua empresa em relação às em-03. 
presas de seus colegas de sala.
 
Conexão: 
Antes de partir para 
a elaboração de atividades, 
efetue uma leitura interessante, 
relacionada às decisões financeiras 
da empresa e também da atuação do 
gestor financeiro. Estude o artigo in-
titulado A dinâmica das decisões 
financeiras, de autoria do prof. 
Alexandre Assaf Neto. 
24
Finanças corporativas
Faça uma reflexão sobre os aspectos financeiros relacionados à em-04. 
presa em que você trabalha. Por exemplo, levando em conta o setor em 
que ela atua, na sua opinião, foi uma boa decisão de investimento? Qual 
são as fontes de capital da sua empresa? Como você considera a decisão de 
financiamento da sua empresa?
Leitura complementar
Leia o artigo A importância da função do administrador financeiro 
considerando as variáveis: risco e retorno, dos autores Ricardo Zerinto 
Martins e Vanessa Cristhina Gatto Chimendes, publicado na Revista de 
Administração da Fatea, vol. 1, no 1, 2008. Veja o resumo:
A importância da função do administrador financeiro conside-
rando as variáveis: risco e retorno
Resumo
Este artigo tem por objetivo ressaltar a importância da função do admi-
nistrador financeiro na busca de melhores alternativas de investimentos durante 
o processo decisório. As variáveis: risco e retorno estarão sempre presentes em 
todas as alternativas de investimentos, seja no mercado financeiro seja em inves-
timentos empreendedores. Investidores e a busca incessante por retornos maiores 
sabem que a variável risco estará sempre presente e sabem também que trata-se 
de uma variável difícil de ser mensurada objetivamente. Após verificar as várias 
abordagens feitas pelos autores pesquisados, constatou-se que investimentos são 
geradores de fluxos de caixa e que é preciso saber: qual o capital a ser disponibi-
lizado, por quanto tempo ele poderá ficar aplicado e qual o 
retorno mínimo esperado. De posse dessas informa-
ções,  resta  identificar  qual  o  perfil  do  investidor: 
agressivo, moderado ou conservador para se 
definir o risco a ser assumido. Ao longo do artigo 
foram feitas comparações entre duas alternativas 
de investimentos mutuamente excludentes, onde 
o administrador deve escolher uma opção apenas, 
que denominamos simplesmente “Ativo A” e “Ati-
vo B”, para facilitar o entendimento e comparações.
 
Conexão: 
Se você se interessou, 
leia o artigo na íntegra em: 
<http://www.publicacoes.fatea.br/
index.php/raf/article/view/137.>
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Introdução às finanças corporativas - Unidade 1
Reflexão
O estudo das finanças corporativas é de suma importância, uma vez 
que  uma  boa  gestão  financeira  tem  valor  vital  para  as  empresas. Nesta 
unidade, foram tratados apenas aspectos fundamentais e iniciais referentes 
às finanças das empresas, bem como as principais questões que afligem a 
atuação das organizações e as principais decisões que estas devem tomar 
para sua atuação. Como você percebeu ao longo desta unidade, não basta 
apenas decidir como ou onde uma empresa deve investir seu dinheiro, 
ela deve também determinar de onde se originaram seus recursos, o que 
reflete a estreita relação entre as decisões de investimento e financiamento 
a que uma empresa está sujeita. No decorrer deste trabalho são tratados 
mais detidamente os aspectos relacionados às finanças das empresas, em 
que inicialmente são tratados os temas relativos às finanças de curto prazo 
e, em seguida, você terá acesso aos temas referentes às perspectivas finan-
ceiras de longo prazo.
Leituras Recomendadas
Para aprofundar os temas tratados nesta unidade, recomenda-se a 
leitura dos seguintes livros:
ASSAF NETO, A. Finanças corporativas e valor. 4. ed. São Paulo: 
Atlas, 2009.
DAMODARAN, A. Finanças corporativas: teoria e prática. 2. ed. 
São Paulo: Bookman, 2004.
Referências
MATIAS, A. B. (Coord.). Finanças corporativas de longo prazo, volume 2: 
criação de valor com sustentabilidadefinanceira. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
ROSS, S.; WESTERFIELD, R.; JAFFE, J. Administração financeira: 
corporate finance. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
26
Finanças corporativas
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Na próxima unidade
Enquanto nessa unidade foram trabalhados os aspectos essenciais do 
vasto campo de estudo das Finanças Corporativas, na próxima unidade serão 
começados os conceitos mais específicos que, pouco a pouco, apresentaremos. 
Aqui foram discutidas três grandes questões que fazem parte do leque de atua-
ção do gestor financeiro, uma delas referia-se aos fluxos de caixa operacionais 
que as empresas deveriam manter em um curto prazo. A próxima unidade cen-
trará seus esforços no arcabouço dessa questão. Nela você notará a pertinência 
do estudo e a importância da atuação nos assuntos relativos aos recursos de 
curto prazo da empresa, onde e como investi-los e de que fonte obtê-los.
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de
 2
Identificação dos 
componentes do capital 
de giro
 
Nesta unidade são abordados os componentes 
de um dos elementos mais importantes na gestão 
financeira  de  curto  prazo  das  empresas,  o  capital  de 
giro. Nesta unidade ainda estão focados o relevante tema 
capital circulante líquido (CCL) e as políticas de financia-
mento de capital de giro, com a demonstração dos custos 
associados à manutenção ou à falta de capital de giro. 
Objetivos da sua aprendizagem
Os objetivos  desta  unidade  podem  ser  definidos  da  seguinte 
forma:
 Conceituar e identificar os componentes do capital de giro.1. 
 Definir o conceito de capital circulante líquido (CCL).2. 
 Apresentar os custos associados à manutenção ou à falta de 3. 
capital de giro.
Você se lembra?
  Na unidade anterior,  foram expressas  as grandes questões finan-
ceiras a que estão sujeitas as empresas. Você se recorda delas? Lembra-se 
da relacionada às questões de finanças de curto prazo? Lá se observou 
a preocupação que a empresa deve ter com seus fluxos de caixa opera-
cionais de curto prazo, isso nada mais é que afirmar a importância dos 
itens da parte superior do balanço patrimonial, ou seja, os elementos 
do capital de giro. Saiba mais sobre esse assunto estudando essa 
unidade. Assim, aluno, você inicia o estudo dos temas de curto 
prazo das Finanças Corporativas!
28
Finanças corporativas
Introdução
Os elementos de giro de uma empresa são os recursos de curto prazo 
que podem ser convertidos em caixa dentro do ciclo operacional. As prin-
cipais contas que compõem o giro da empresa estão no ativo e no passivo 
circulante, sendo elas: disponibilidades, valores a receber e estoques (con-
tidas no ativo circulante), fornecedores, salários, encargos e empréstimos 
e financiamentos (contidas no passivo circulante).
O capital de giro (ou capital circulante) representa as operações 
correntes da empresa, estando, dessa forma, contido no ativo circulante. 
Os componentes do capital de giro são os recursos usados para financiar 
a atividade operacional da empresa, desde a compra da matéria-prima até 
o recebimento dos valores das vendas. A importância da administração do 
capital de giro é, portanto, garantir a capacidade de pagamento das ope-
rações e a rotatividade dos recursos, evitando, com isso, interrupções da 
produção por falta de estoques, não recebimento das vendas, entre outros, 
de forma a manter a liquidez das operações, sem perder rentabilidade.
Nesta unidade são abordadas as principais características do capital 
de giro, sua relação com o ciclo operacional e os custos associados à ma-
nutenção ou à falta de recursos nas suas contas.
Por que está unidade é importante? 
O estudo desta unidade lhe permitirá conhecer e compreender os 
elementos que compõem o capital de giro. Ela também lhe possibilitará 
conhecer o conceito de folga financeira e o seu principal indicador: o capi-
tal circulante líquido (CCL).
2.1 Capital de giro e ciclo operacional
O capital de giro das empresas é composto pelas contas do ativo cir-
culante relacionadas à atividade operacional de cada empresa: disponível 
(caixa e aplicações financeiras), valores a receber e estoques. São, dessa 
forma, contas que abrangem todo o ciclo operacional, o qual se inicia com 
a compra de matéria-prima, passa pelo período de fabricação e de venda 
e termina com o recebimento das vendas. O ciclo operacional é, portanto, 
um processo repetitivo e dinâmico, podendo ser representado da seguinte 
forma:
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Identificação dos componentes do capital de giro - Unidade 2
Ciclo operacional
 
PME mp
Início da
fabricação
Compra de
matéria-prima
Fim da
fabricação
Recebimento
das vendas Vendas
PMF
PMC
Reinicio do ciclo
operacional PMV
 
Em que:
PME mp = prazo médio de estocagem de matéria-prima
PMF = prazo médio de fabricação
PMV = prazo médio de vendas
PMC = prazo médio de cobrança
A representação do ciclo operacional mostra que há cinco etapas no 
processo operacional da empresa. Inicialmente, tem-se a compra da maté-
ria-prima que será utilizada pela 
produção e que poderá permane-
cer em estoque durante um deter-
minado período, o qual denomina-
se prazo médio de estocagem da 
matéria-prima (PME mp). 
Em seguida, há as etapas de 
fabricação do produto da empre-
sa, que se iniciam com o início 
da  fabricação  e  são  finalizadas 
com o produto final, havendo um 
intervalo de tempo entre o come-
ço  e  o  final  do  processo  de  fa-
bricação necessário para obter o 
produto acabado, chamado prazo 
médio de fabricação (PMF). 
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Identificação dos componentes do capital de giro - Unidade 2
30
Finanças corporativas
Terminado o produto, há um período para a venda das unidades pro-
duzidas, que recebe o nome de prazo médio de vendas (PMV). Uma vez 
realizadas as vendas, a empresa pode receber seus pagamentos à vista ou a 
prazo, sendo que no último caso é necessário existir o prazo médio de co-
brança. O ciclo operacional termina quando a empresa começa a receber 
os recursos pelas vendas do período e se reinicia logo em seguida.
É importante observar que os prazos de estocagem, de fabricação e de 
recebimento podem não existir em algumas empresas e são variáveis entre 
as etapas do ciclo operacional e entre diferentes empresas. Por exemplo, se 
uma empresa opera somente fabricando produtos por encomenda, ou seja, 
não possui estoques de matéria-prima, seu PME mp será nulo; o mesmo 
ocorre com empresas que vendem somente à vista, não possuindo PMC. 
Em relação à duração dos prazos, empresas que fabricam bens muito es-
Jo
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Identificação dos componentes do capital de giro - Unidade 2
pecializados têm, em geral, mais prazo de fabricação do que empresas que 
produzem bens mais comuns; por exemplo, empresas que produzem barcos 
possuem um PMF mais longo do que empresas que fabricam televisores. 
Além disso, as empresa fabricantes de barcos podem ter um PMF maior do 
que seu PMC, ou qualquer outro tipo de diferença entre seus prazos.
Outra observação importante é que, como o ciclo operacional termi-
na com o início da entrada de recursos, se houver desconto de duplicatas 
antes de terminar o PMC, o ciclo operacional, então, finaliza-se a partir do 
momento em que as duplicatas começam a ser descontadas, e não somen-
te com o término do PMC.
Dessa forma, quanto menor for o ciclo operacional da empresa, maior 
será  sua  rentabilidade,  uma  vez  que manter  recursos  financiando  prazos 
médios muito  longos entre as  etapas do ciclo operacional  significa que a 
empresa fica um intervalo de tempo demasiadamente longo sem entrada de 
recursos, necessitando de mais investimentos em suas atividades de giro.
  Como são os elementos do capital de giro que financiam as etapas 
do ciclo operacional, as contas do disponível, os estoques e os valores a 
receber também assumem diversas formas ao longo do ciclo. Por exem-
plo: os recursos aplicados no ativo circulantevão para o caixa que, por sua 
vez, pode ser direcionado para a conta de estoques, por meio da aquisição 
de matéria-prima; os estoques são, em parte, consumidos no processo de 
fabricação, gerando estoques de produtos acabados, que são vendidos 
à vista, retornando os recursos para o caixa, ou a prazo, convertendo os 
recursos para os valores a receber, que futuramente voltarão para a con-
ta caixa. Nota-se, portanto, que o capital de giro possui um processo de 
conversão de seus componentes muito rápido, sendo uma parte bastante 
dinâmica do ativo circulante.
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li
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Dr
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e.
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Finanças corporativas
Pela relação entre ciclo 
operacional e capital de giro, 
é possível observar duas 
características importan-
tes dos componentes do 
capital de giro e bastante 
relacionadas entre si:
 Curta duração das contas1. 
 Rápida conversão em 2. 
outros elementos do ati-
vo circulante
Assim sendo, a administração do capital de giro deve direcionar 
seus esforços para a maior rotação possível de seus componentes, o que é 
conseguido com a diminuição dos prazos entre as fases do ciclo operacio-
nal, pois essa é uma forma de reduzir a imobilização de recursos em con-
tas que não oferecem retorno financeiro às empresas, já que são recursos 
direcionados para as necessidades operacionais dela.
 O montante de capital de giro aplicado em cada fase do ciclo ope-
racional é crescente com a evolução do ciclo, dado que as necessidades 
financeiras aumentam com os gastos envolvidos em cada etapa. A figura 
a seguir toma como base Assaf Neto e Silva (2006) e mostra a aplicação 
crescente do capital de giro nas diversas fases do ciclo operacional:
Conforme 
explicam Groppelli 
e Nikbakht (2006), os ativos 
correntes em geral variam a cada mês. 
Durante os meses de vendas relativamente 
altas, as empresas elevam, de forma geral, os 
níveis de estoques, de contas a receber e o caixa. 
Em outros meses, o nível de estoques cai no caso de 
haver menos atividades de vendas. Ressalta-se que 
a manutenção de altos ou baixos níveis de estoques 
depende da natureza do produto.
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Identificação dos componentes do capital de giro - Unidade 2
As 
atividades 
operacionais de curto prazo, 
comuns das empresas, são compos-
tas basicamente por compra de matéria-
prima, pagamento de compras, fabricação 
do produto, venda do produto e recebimento 
do dinheiro. Tais atividades geram padrões não 
sincronizados e incertos de entrada e saída de 
caixa. Eles são incertos em função das vendas 
e os custos futuros não serem conhecidos 
com certeza.
Pagamento a
fornecedores
Necessidade acumulada
de recursos ($)
Financiamento do capital de giro
PME mp PMF
PMPF
PMV PMC
Ciclo operacional
Recebimento
da venda
Fim da
fabricação
Início da
fabricação
Compra de
matéria-prima
Venda
aDaptaDo De assaF neto e silva (2006).
A compra de matéria-prima inicia o ciclo operacional, mas se a em-
presa conseguir de seus fornecedores 
prazos para pagar suas compras, 
então ela terá em seu ciclo 
operacional o Prazo Médio 
de Pagamento a Fornece-
dores (PMPF), destacado 
em vermelho na figura. A 
necessidade  de  financia-
mento de seu capital de 
giro começa, dessa forma, 
com o início dos desembol-
sos da empresa, o qual tem 
início assim que terminar seu 
PMPF e quando ela paga a matéria-
prima adquirida. Durante o restante de seu ciclo operacional, a empresa 
não recebe recursos, mas a necessidade deles é crescente em cada fase em 
que o ciclo operacional avança.
Para a estocagem de seus estoques de matéria-prima, a empresa irá 
necessitar de certa aplicação de recursos, os quais se somam aos gastos 
incorridos durante o período de fabricação, isto é, enquanto durar o PMF. 
Terminada a fabricação, os esforços de vendas e de cobrança, durante o 
PMV e PMC, respectivamente, exigem gastos adicionais também prove-
34
Finanças corporativas
nientes do capital de giro. Dessa forma, com o passar das etapas do ciclo 
operacional, os gastos vão se somando e, com isso, os recursos necessá-
rios para financiar o capital de giro também.
Fica claro, portanto, que quanto mais longos os prazos entre as 
etapas do ciclo operacional, mais tempo a empresa ficará sem entrada de 
recursos, tendo como contrapartida mais gastos de capital de giro. Assim 
sendo, como já comentado, a boa administração do capital de giro deve 
concentrar esforços para encurtar o ciclo operacional.
2.2 Capital circulante líquido (CCL) ou capital de 
giro líquido (CGL)
O capital circulante líquido (CCL), ou capital de giro líquido (CGL), 
é a diferença entre os recursos fornecidos pelo passivo circulante (PC) e 
os recursos aplicados no ativo circulante (AC). Ou seja:
CCL = AC – PC
Uma forma equivalente de calcular o CCL é olhar pelos recursos de 
longo prazo do balanço patrimonial, e não os de curto prazo, como mos-
trado apresentada. Dessa maneira, o CCL também pode ser obtido pela 
fonte de recursos de longo prazo da empresa, composta pelas contas do 
passivo não circulante (PNC) e pelo patrimônio líquido (PL) em relação 
às aplicações de longo prazo, identificadas pelos itens do ativo não circu-
lante (ANC). Dessa forma, o CCL pode ser obtido por:
CCL = (PNC + PL) – (ANC)
A segunda forma de cálculo do CCL mostra a diferença entre os 
recursos de longo prazo obtidos pela empresa e suas aplicações de longo 
prazo, facilitando o entendimento do conceito do CCL. Se a soma entre 
PL e PNC for maior do que as aplicações encontradas no ANC, nesse 
caso, o CCL será maior do que zero, o que indica que a empresa possui 
mais fontes de recursos de longo prazo do que aplicações. Sendo assim, 
o excesso de recursos de longo prazo é aplicado no AC, isto é, a empresa 
financia parte de  suas  aplicações de curto prazo com  recursos de  longo 
prazo.
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Identificação dos componentes do capital de giro - Unidade 2
Com CCL positivo, a empresa está em uma boa situação financeira, 
pois terá retorno mais rápido do que o vencimento de suas exigibilidades, 
já que investe recursos de longo prazo em contas com retorno de curto 
prazo. Isso mostra que o CCL representa a folga financeira da empresa, ou 
seja, o prazo de pagamento que a empresa tem perante seus investimentos. 
Logo, CCL positivo indica que a empresa possui folga financeira para fi-
nanciar seu capital de giro, o que significa dizer que a empresa possui uma 
boa situação de liquidez para o pagamento de suas obrigações.
Um exemplo de estrutura patrimonial com CCL positivo pode ser 
visto a seguir:
Ativo Passivo
CCL = R$ 20,00  AC = R$ 50,00 PC = R$ 30,00
ANC = R$ 80,00
PNC = R$ 40,00
PL = R$ 60,00
Pelo balanço acima, o CCL é de:
CCL = AC – PC
CCL = R$ 50,00 – R$ 30,00 = R$ 20,00
Ou 
CCL = (PNC + PL) – ANC
CCL = (R$ 40,00 + R$ 60,00) – R$ 80,00 = R$ 20,00
Os resultados mostram que a empresa possui CCL = R$ 20,00, isto 
é, há mais fontes de recursos de longo prazo do que investimentos de mes-
ma maturidade, sendo que o excesso é direcionado para o AC, denotando 
que a empresa opera com folga financeira. 
É importante notar que como o CCL é proveniente do PNC e do PL, 
não é possível saber qual dos dois grupos do passivo está de fato forne-
cendo recursos para o financiamento da folga financeira da empresa ou se 
são provenientes de ambos. Pode-se identificar apenas que a empresa está 
em uma boa situação de liquidez para pagamento de suas obrigações.
Por outro lado, CCL negativo mostra que a empresa usa os recursos 
de curto prazo do PC para financiar todas as suas contas de curto prazo do 
AC e parte de seus investimentos de longo prazo do AP. 
36
Finanças corporativas
Como exemplo, observe a seguinte estrutura patrimonial:
 
Ativo Passivo
AC = R$ 50,00 PC = R$ 70,00  CCL= – R$ 20,00
ANC = R$ 80,00
PNC = R$ 10,00
PL = R$ 50,00
 Da mesma forma, o CCL pode ser calculado como:
 CCL = AC – PC
 CCL = R$ 50,00 – R$ 70,00 = – R$ 20,00
 Ou 
 CCL = (PNC + PL) –ANC
 CCL = (R$ 10,00 + R$ 50,00) – R$ 80,00 = – R$ 20,00
Com um CCL = – R$ 20,00 a empresa tem de utilizar parte de seus 
recursos do PC para cobrir seus investimentos no ANC, ou seja, ela faz 
investimentos com retorno de longo prazo utilizando recursos com matu-
ridade de curto prazo. Isso mostra que não há folga financeira entre seus 
recebimentos e pagamentos, podendo haver problemas de liquidez no 
pagamento das contas.
Entretanto,  a  simples  constatação  de  CCL  negativo  não  significa 
que a empresa irá à falência. Há muitas empresas que operam com baixo 
CCL, às vezes, até mesmo CCL negativo, como no exemplo visto acima. 
Certamente, as empresas que assim administram suas 
finanças  de  curto  prazo  trabalham  sem  folga  fi-
nanceira, mas isso pode ser um meio de não 
utilizar muito capital de longo prazo em seu 
passivo e/ou de financiar seu capital de giro 
somente com fontes de curto prazo, evitan-
do deixar recursos de longo prazo parados 
durante a duração do ciclo operacional.
 
Conexão: 
Para verificar o 
nível de capital circulante 
líquido (CCL) expresso pelas 
empresas, consulte as demons-
trações das empresas listadas na 
BM&FBovespa e calcule esse 
indicador. Acesse: www.
bovespa.com.br.
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Identificação dos componentes do capital de giro - Unidade 2
2.3 Custos associados à manutenção ou à falta de 
recursos no capital de giro
Como discutido anteriormente, a empresa compromete parte de suas 
fontes de  recursos no financiamento de  seu capital de giro  ao  longo do 
ciclo operacional. Foi visto também que manter muitos recursos aplicados 
no capital de giro não é uma boa escolha na administração financeira de 
curto prazo, visto que durante as etapas do ciclo operacional os recursos 
utilizados para financiar o capital de giro não fornecem nenhum tipo de 
remuneração, pois entre os pagamentos da matéria-prima e o recebimento 
das vendas não há entrada de recursos provenientes das operações.
Ao mesmo tempo, manter poucos recursos no financiamento do ca-
pital de giro pode comprometer as atividades da empresa, pois pode haver 
paralisação do ciclo operacional devido à interrupção de alguma etapa do 
ciclo, como, por exemplo, a falta de estoques de matéria-prima ou o esto-
que de produtos acabados, entre outros.
 Dessa maneira, quanto maior o investimento no capital de giro, maior 
será o CCL de uma empresa, logo mais recursos ela terá para financiar as fases 
de seu ciclo operacional, reduzindo o risco de interrupções em suas atividades 
por falta dos recursos necessários a cada etapa e aumentando sua capacidade 
de pagamento das obrigações operacionais. Em contrapartida, a empresa terá 
mais recursos ociosos e sem retorno durante a duração do ciclo operacional. 
Em outras palavras, quanto maior o CCL, maior será a folga financeira e, por-
tanto, menor o risco do capital de giro, mas também com menor rentabilidade 
dos recursos da empresa, que poderiam ser aplicados em ativos mais rentáveis 
em vez de ficar parados no ciclo operacional. Esquematicamente, tem-se:
↓ CCL ⇒ ↑ risco do capital de giro, mas ↑ retorno dos recursos.
Caso a empresa tenha um baixo investimento em capital de giro, ou 
seja, CCL pequeno, menor será sua folga financeira, o que significa que 
ela terá menos recursos disponíveis para financiar as fases do ciclo opera-
cional, aumentando o risco de faltar os componentes essenciais para o an-
damento de suas atividades e de pagamento de suas obrigações. Por outro 
lado, a empresa terá mais recursos disponíveis para aplicar em ativos com 
maior rentabilidade do que teria caso aplicasse os recursos no capital de 
giro. Esquematicamente, tem-se:
↓ CCL ⇒ ↑ risco do capital de giro, mas ↑ retorno dos recursos.
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Finanças corporativas
 Como exemplo de diferentes investimentos em capital de giro, 
considere uma empresa com a seguinte estrutura patrimonial:
Ativo R$ Passivo R$
Ativo circulante 40.000,00 Passivo circulante 25.000,00
Ativo não circulante 100.000,00 Passivo não circulante 30.000,00
Patrimônio líquido 85.000,00
Ativo total 140.000,00 Passivo total 140.000,00
O CCL da empresa é de:
CCL = AC – PC = 40.000 – 25.000 = 15.000
 
Ou
CCL = (PNC + PL) – ANC = (30.000 + 85.000) – 100.000 = 15.000
A empresa, nesse caso, possui CCL positivo, o que demonstra boa 
folga financeira, ou seja, menor risco no financiamento do capital de giro, 
mas também menor quantidade de recursos para serem aplicados em ati-
vos mais rentáveis, gerando, assim, menor rentabilidade.
Suponha agora que a mesma empresa escolha alterar sua estrutura 
de financiamento do capital de giro. Se a empresa optar por reduzir seu 
investimento em capital de giro, mas mantiver aproximadamente a mesma 
proporção de participação dos grupos do passivo em relação ao total e o 
mesmo ativo permanente, sua estrutura patrimonial será igual a:
Ativo R$ Passivo R$
Ativo circulante 20.000,00 Passivo circulante 21.500,00
Ativo não circulante 100.000,00 Passivo não circulante 35.700,00
Patrimônio líquido 62.800,00
Ativo total 120.000,00 Passivo total 120.000,00
Nesse caso, o CCL da empresa será de:
CCL = AC – PC = 20.000,00 – 21.500,00 = – 1.500,00
 Ou
CCL = (PNC + PL) – ANC = (35.700,00 + 62.800,00) – 100.000,00 = – 1.500,00
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Identificação dos componentes do capital de giro - Unidade 2
Caso altere sua estrutura patrimonial, a empresa deixará de ter folga 
financeira e, consequentemente, os riscos de financiamento de seu capital 
de giro aumentarão. Por outro lado, na segunda 
opção, a empresa poderá utilizar suas fontes de 
recursos de curto prazo excedentes para apli-
cá-las em ativos com maior rentabilidade, o 
que aumentará consequentemente o retorno 
de seus investimentos.
A  decisão  da  administração  financei-
ra de curto prazo está entre optar por maior 
liquidez das contas do capital de giro ou por 
maior rentabilidade, devendo estabelecer um nível 
de CCL que lhe dê segurança no pagamento de suas obrigações, mas tam-
bém que lhe dê boa rentabilidade de seus investimentos.
Ross, Westerfield e Jaffe (2002) colocam que existem duas políticas 
possíveis para financiar o capital de giro. A primeira delas é chamada de 
política flexível, e a segunda é chamada de política restritiva. Os autores 
ainda dizem que a escolha do tipo de política adotada depende de custos 
associados ao montante empregado no capital de giro, os quais também 
podem ser classificados em dois tipos: custos de carregamento e custos de 
falta.
Segundo os autores supracitados, a política flexível de curto prazo 
inclui manter saldos elevados em caixa, grandes investimentos em esto-
ques e alto nível de contas a receber como formas para aumentar o crédito 
a clientes. Esses três pontos são conseguidos quando a empresa emprega 
grande quantidade de recursos em capital de giro, garantindo com isso 
elevado CCL e, consequentemente, alta liquidez, baixo risco e baixo re-
torno dos recursos. Se por um lado a política flexível é mais cara para a 
empresa, já que exige maior disponibilidade de recursos em caixa, esto-
ques e valores a receber, por outro, estimula a entrada de recursos, uma 
vez que as vendas serão estimuladas por elevado crédito aos consumido-
res, grande disponibilidade de estoques de produtos acabados (permitindo 
pronta entrega) e as chances de interrupção do ciclo operacional serão 
extremamente reduzidas.
O outro tipo de política de administração financeira de curto prazo, 
denominada política restritiva, envolve baixa manutenção de recursos nas 
contas do ativo circulante, o que significa baixa disponibilidade de recur-
sos em caixa, estoques reduzidos e baixo nível de recursos mantidos nos 
 
Conexão: 
Veja diferentes estrutu-
ras de composição de capital 
de giro de empresas. Consulte 
empresas de segmentos diferen-
tes. Sugere-se o Grupo Pão de 
Açúcar (www.grupopaodeacucar.
com.br) e a Petrobras (www.
petrobras.com.br).
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Finanças corporativas
valores a receber, ou seja, vender principalmente à vista. Com

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