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Focus Concursos NOÇÕES DE DIREITO ELEITORAL Aula 05 Atos Preparatórios e Votação Parte I(1)

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CONDUTAS VEDADAS 
TIPO PERÍODO EXEMPLO OBSERVAÇÃO 
LEGISLAÇÃO 
Ceder ou usar bens móveis ou imóveis 
pertencentes à administração pública 
No ano eleitoral. Uso de veículos oficiais, computadores, 
mobiliário, prédios públicos e etc. 
Não se aplica a bem público de uso comum (ex.: 
praias, parques e ruas), nem à cessão de prédios 
públicos para realização de convenção partidária. 
Art. 73, I, LE 
Usar materiais ou serviços públicos que 
ultrapassem as previsões dos órgãos 
No ano eleitoral. Uso de material e serviço para envio de 
cartas aos eleitores e etc. 
Essas prerrogativas são dadas pelos regimentos e 
pelas normas internas. 
Art. 73, II, LE 
Ceder ou usar serviço de servidor ou de 
empregado público para comitê de 
campanha 
No ano eleitoral. Servidores/empregados trabalhando em 
campanha durante o horário do 
expediente. 
Permitido durante férias e licenças do servidor. Art. 73, III, LE 
Fazer uso promocional da distribuição 
gratuita de bens e serviços de caráter 
social, custeados pelo Poder Público 
No ano eleitoral. Distribuição de cestas básicas ou 
qualquer outro bem ou serviço. 
Utilização de veículos da prefeitura para 
ostentar propaganda eleitoral. 
É vedado o uso promocional em favor de candidato. Art. 73, IV, LE 
Nomear, contratar ou admitir, demitir 
sem justa causa, suprimir vantagens, 
dificultar/impedir o exercício funcional, 
remover, transferir ou exonerar 
servidor público 
Desde os três meses que 
antecedem as eleições até a 
posse dos eleitos. 
 Exceções: 
a) cargos em comissão e funções comissionadas; 
b) Poder Judiciário, Ministério Público, Tribunais 
ou Conselho de Contas, Órgãos da Presidência da 
República; 
c) nomeação de aprovados em concurso público 
homologado até 3 meses antes da eleição; 
d) serviços públicos essenciais (com autorização do 
chefe do Poder Executivo - REspe nº 27.563/06); 
e) transferência ou remoção ex officio de militares, 
policiais civis e de agentes penitenciários. 
Art. 73, V, LE 
Realizar transferência de recursos Desde os três meses que 
antecedem as eleições até a 
posse dos eleitos. 
Entrega de recursos correntes ou de 
capital a outro ente da Federação, a 
título de cooperação, auxílio ou 
assistência financeira, que não decorra 
de determinação constitucional, legal ou 
destinação ao SUS (art. 25, LRF). 
Exceções: 
a) obra ou serviço já em andamento; 
b) calamidade pública; 
c) emergência. 
Art. 73, VI, “a”, 
LE 
Autorizar ou veicular publicidade 
institucional 
Desde os três meses que 
antecedem as eleições até a 
posse dos eleitos. 
Divulgação dos feitos do governo, 
como, por exemplo, investimentos, 
obras, construção de escolas e de 
hospitais, e etc. 
Exceções: 
a) grave e urgente necessidade pública (reconhecida 
pela Justiça Eleitoral); 
b) produtos ou serviços que tenham concorrência 
no mercado (ex.: correios e bancos públicos). 
Art. 73, VI, “b”, 
LE 
Fazer pronunciamento, em rádio ou 
TV, fora do horário eleitoral gratuito 
Desde os três meses que 
antecedem as eleições até a 
posse dos eleitos. 
Qualquer pronunciamento fora do 
horário eleitoral gratuito. 
Exceção: 
Matéria urgente, relevante e característica das 
funções de governo, a critério da Justiça Eleitoral. 
Art. 73, VI, “c”, 
LE 
Realizar despesas com publicidade Desde o início do ano Divulgação dos feitos do governo, Art. 73, VII, LE 
institucional que excedam: 
I – a média dos gastos nos 03 últimos 
anos que antecedem o pleito; ou 
II – do ano anterior à eleição. 
eleitoral até 03 meses antes 
das eleições. 
como, por exemplo, obras, construção 
de escolas e de hospitais, investimentos 
e etc. 
Fazer, na circunscrição das eleições, 
revisão geral da remuneração de 
servidores públicos 
Desde os 180 dias que 
antecedem as eleições até a 
posse dos eleitos. 
Reajustes acima da inflação do período 
reajustado. 
Proibição apenas para revisões que excedam a 
recomposição da perda do poder aquisitivo. 
Art. 73, VIII, LE 
Distribuir gratuitamente bens, valores 
ou benefícios por parte da 
administração pública 
No ano eleitoral. Distribuição de cestas básicas ou 
qualquer outro bem ou serviço. 
Exceções: 
a) programas sociais já em execução; 
b) calamidade pública; 
c) emergência. 
Art. 73, §§ 10º e 
11, LE 
Fazer propaganda institucional na qual 
conste nome, símbolo ou imagem que 
caracterize promoção pessoal 
A qualquer tempo. Qualquer forma de comunicação que 
permita a identificação do 
governante/candidato. 
Caracterização de abuso de autoridade. Art. 74, LE 
Art. 37, § 1º, CF 
 
Contratar shows artísticos para animar 
inaugurações 
Nos três meses que 
antecedem as eleições. 
Gasto de recursos públicos para 
contratação de shows. 
É vedada a utilização de recursos públicos para essa 
finalidade. 
Art. 75, LE 
Comparecer a inaugurações de obras 
públicas 
Nos três meses que 
antecedem as eleições 
 A simples presença física do candidato, sem 
nenhuma manifestação de caráter eleitoral, é o 
bastante para caracterizar a conduta vedada. 
Art. 77, LE 
 
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Do Sistema Eletrônico de Votação e da Totalização dos Votos 
 
 Art. 59. A votação e a totalização dos votos serão feitas por sistema eletrônico, podendo o Tribunal Superior 
Eleitoral autorizar, em caráter excepcional, a aplicação das regras fixadas nos arts. 83 a 89. 
 
 § 1º A votação eletrônica será feita no número do candidato ou da legenda partidária, devendo o nome e 
fotografia do candidato e o nome do partido ou a legenda partidária aparecer no painel da urna eletrônica, com a 
expressão designadora do cargo disputado no masculino ou feminino, conforme o caso. 
 
 § 2º Na votação para as eleições proporcionais, serão computados para a legenda partidária os votos em que não 
seja possível a identificação do candidato, desde que o número identificador do partido seja digitado de forma 
correta. 
 
 § 3º A urna eletrônica exibirá para o eleitor os painéis na seguinte ordem: (Redação dada pela Lei nº 12.976, de 
2014) 
I - para as eleições de que trata o inciso I do parágrafo único do art. 1º, Deputado Federal, Deputado Estadual 
ou Distrital, Senador, Governador e Vice-Governador de Estado ou do Distrito Federal, Presidente e Vice-Presidente 
da República; (Incluído pela Lei nº 12.976, de 2014) 
II - para as eleições de que trata o inciso II do parágrafo único do art. 1º, Vereador, Prefeito e Vice-
Prefeito. (Incluído pela Lei nº 12.976, de 2014) 
 
 § 4o A urna eletrônica disporá de recursos que, mediante assinatura digital, permitam o registro digital de cada 
voto e a identificação da urna em que foi registrado, resguardado o anonimato do eleitor. (Redação dada pela 
Lei nº 10.740, de 1º.10.2003) 
 
 § 5o Caberá à Justiça Eleitoral definir a chave de segurança e a identificação da urna eletrônica de que trata o § 
4o. (Redação dada pela Lei nº 10.740, de 1º.10.2003) 
 
 § 6o Ao final da eleição, a urna eletrônica procederá à assinatura digital do arquivo de votos, com aplicação do 
registro de horário e do arquivo do boletim de urna, de maneira a impedir a substituição de votos e a alteração dos 
registros dos termos de início e término da votação. (Redação dada pela Lei nº 10.740, de 1º.10.2003) 
 
 § 7o O Tribunal Superior Eleitoral colocará à disposição dos eleitores urnas eletrônicas destinadas a 
treinamento. (Redação dada pela Lei nº 10.740, de 1º.10.2003) 
 
 §8o O TribunalSuperior Eleitoral colocará à disposição dos eleitores urnas eletrônicas destinadas a 
treinamento. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.408, de 10.1.2002) 
 
Art. 59-A. No processo de votação eletrônica, a urna imprimirá o registro de cada voto, que será depositado, de 
forma automática e sem contato manual do eleitor, em local previamente lacrado. (Promulgação) 
 
Parágrafo único. O processo de votação não será concluído até que o eleitor confirme a correspondência entre 
o teor de seu voto e o registro impresso e exibido pela urna eletrônica. (Promulgação) 
 
 Art. 60. No sistema eletrônico de votação considerar-se-á voto de legenda quando o eleitor assinalar o número do 
partido no momento de votar para determinado cargo e somente para este será computado. 
 
 Art 61. A urna eletrônica contabilizará cada voto, assegurando-lhe o sigilo e inviolabilidade, garantida aos partidos 
políticos, coligações e candidatos ampla fiscalização. 
 
 Art. 61A. (Revogada pela Lei nº 10.740, de 1º.10.2003) 
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Art. 62. Nas Seções em que for adotada a urna eletrônica, somente poderão votar eleitores cujos nomes estiverem 
nas respectivas folhas de votação, não se aplicando a ressalva a que se refere o art. 148, § 1º, da Lei nº 4.737, de 15 
de julho de 1965 - Código Eleitoral. 
 
 Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral disciplinará a hipótese de falha na urna eletrônica que prejudique o 
regular processo de votação. 
Das Mesas Receptoras 
 
Art. 63. Qualquer partido pode reclamar ao Juiz Eleitoral, no prazo de cinco dias, da nomeação da Mesa Receptora, 
devendo a decisão ser proferida em 48 horas. 
 
§ 1º Da decisão do Juiz Eleitoral caberá recurso para o Tribunal Regional, interposto dentro de três dias, devendo ser 
resolvido em igual prazo. 
 
 § 2º Não podem ser nomeados presidentes e mesários os menores de dezoito anos. 
 
 Art. 64. É vedada a participação de parentes em qualquer grau ou de servidores da mesma repartição pública ou 
empresa privada na mesma Mesa, Turma ou Junta Eleitoral. 
 
Da Fiscalização das Eleições 
 
 Art. 65. A escolha de fiscais e delegados, pelos partidos ou coligações, não poderá recair em menor de dezoito anos 
ou em quem, por nomeação do Juiz Eleitoral, já faça parte de Mesa Receptora. 
 
§ 1º O fiscal poderá ser nomeado para fiscalizar mais de uma Seção Eleitoral, no mesmo local de votação. 
 
§ 2º As credenciais de fiscais e delegados serão expedidas, exclusivamente, pelos partidos ou coligações. 
 
§ 3º Para efeito do disposto no parágrafo anterior, o presidente do partido ou o representante da coligação deverá 
registrar na Justiça Eleitoral o nome das pessoas autorizadas a expedir as credenciais dos fiscais e delegados. 
 
§ 4o Para o acompanhamento dos trabalhos de votação, só será permitido o credenciamento de, no máximo, 2 
(dois) fiscais de cada partido ou coligação por seção eleitoral. (Incluído pela Lei nº 12.891, de 2013) 
 
Art. 66. Os partidos e coligações poderão fiscalizar todas as fases do processo de votação e apuração das eleições e o 
processamento eletrônico da totalização dos resultados. (Redação dada pela Lei nº 10.408, de 10.1.2002) 
 
§ 1o Todos os programas de computador de propriedade do Tribunal Superior Eleitoral, desenvolvidos por ele ou sob 
sua encomenda, utilizados nas urnas eletrônicas para os processos de votação, apuração e totalização, poderão ter 
suas fases de especificação e de desenvolvimento acompanhadas por técnicos indicados pelos partidos políticos, 
Ordem dos Advogados do Brasil e Ministério Público, até seis meses antes das eleições. (Redação dada pela Lei nº 
10.740, de 1º.10.2003) 
 
§ 2o Uma vez concluídos os programas a que se refere o § 1o, serão eles apresentados, para análise, aos 
representantes credenciados dos partidos políticos e coligações, até vinte dias antes das eleições, nas dependências 
do Tribunal Superior Eleitoral, na forma de programas-fonte e de programas executáveis, inclusive os sistemas 
aplicativo e de segurança e as bibliotecas especiais, sendo que as chaves eletrônicas privadas e senhas eletrônicas de 
acesso manter-se-ão no sigilo da Justiça Eleitoral. Após a apresentação e conferência, serão lacradas cópias dos 
programas-fonte e dos programas compilados. (Redação dada pela Lei nº 10.740, de 1º.10.2003) 
 
§ 3o No prazo de cinco dias a contar da data da apresentação referida no § 2o, o partido político e a coligação 
poderão apresentar impugnação fundamentada à Justiça Eleitoral. (Redação dada pela Lei nº 10.740, de 
1º.10.2003) 
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§4o Havendo a necessidade de qualquer alteração nos programas, após a apresentação de que trata o § 3o, dar-se-á 
conhecimento do fato aos representantes dos partidos políticos e das coligações, para que sejam novamente 
analisados e lacrados. (Redação dada pela Lei nº 10.740, de 1º.10.2003) 
 
§5o A carga ou preparação das urnas eletrônicas será feita em sessão pública, com prévia convocação dos fiscais dos 
partidos e coligações para a assistirem e procederem aos atos de fiscalização, inclusive para verificarem se os 
programas carregados nas urnas são idênticos aos que foram lacrados na sessão referida no § 2o deste artigo, após o 
que as urnas serão lacradas. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.408, de 10.1.2002) 
 
 §6o No dia da eleição, será realizada, por amostragem, auditoria de verificação do funcionamento das urnas 
eletrônicas, através de votação paralela, na presença dos fiscais dos partidos e coligações, nos moldes fixados em 
resolução do Tribunal Superior Eleitoral. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.408, de 10.1.2002) 
 
 §7o Os partidos concorrentes ao pleito poderão constituir sistema próprio de fiscalização, apuração e totalização 
dos resultados contratando, inclusive, empresas de auditoria de sistemas, que, credenciadas junto à Justiça Eleitoral, 
receberão, previamente, os programas de computador e os mesmos dados alimentadores do sistema oficial de 
apuração e totalização. (Parágrafo incluído pela Lei nº 10.408, de 10.1.2002) 
 
 Art. 67. Os órgãos encarregados do processamento eletrônico de dados são obrigados a fornecer aos partidos ou 
coligações, no momento da entrega ao Juiz Encarregado, cópias dos dados do processamento parcial de cada dia, 
contidos em meio magnético. 
 
 Art. 68. O boletim de urna, segundo modelo aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral, conterá os nomes e os 
números dos candidatos nela votados. 
 
§ 1º O Presidente da Mesa Receptora é obrigado a entregar cópia do boletim de urna aos partidos e coligações 
concorrentes ao pleito cujos representantes o requeiram até uma hora após a expedição. 
 
 § 2º O descumprimento do disposto no parágrafo anterior constitui crime, punível com detenção, de um a três 
meses, com a alternativa de prestação de serviço à comunidade pelo mesmo período, e multa no valor de um mil a 
cinco mil UFIR. 
 
Art. 69. A impugnação não recebida pela Junta Eleitoral pode ser apresentada diretamente ao Tribunal Regional 
Eleitoral, em quarenta e oito horas, acompanhada de declaração de duas testemunhas. 
 
 Parágrafo único. O Tribunal decidirá sobre o recebimento em quarenta e oito horas, publicando o acórdão na 
própria sessão de julgamento e transmitindo imediatamente à Junta, via telex, fax ou qualquer outro meio 
eletrônico, o inteiro teor da decisão e da impugnação. 
 
Art. 70. O Presidente de Junta Eleitoral que deixar de receber ou de mencionar em ata os protestos recebidos, ou 
ainda,impedir o exercício de fiscalização, pelos partidos ou coligações, deverá ser imediatamente afastado, além de 
responder pelos crimes previstos na Lei nº 4.737, de 15 de julho de 1965 - Código Eleitoral. 
 
Art. 71. Cumpre aos partidos e coligações, por seus fiscais e delegados devidamente credenciados, e aos candidatos, 
proceder à instrução dos recursos interpostos contra a apuração, juntando, para tanto, cópia do boletim relativo à 
urna impugnada. 
 
Parágrafo único. Na hipótese de surgirem obstáculos à obtenção do boletim, caberá ao recorrente requerer, 
mediante a indicação dos dados necessários, que o órgão da Justiça Eleitoral perante o qual foi interposto o recurso 
o instrua, anexando o respectivo boletim de urna. 
 
Art. 72. Constituem crimes, puníveis com reclusão, de cinco a dez anos: 
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 I - obter acesso a sistema de tratamento automático de dados usado pelo serviço eleitoral, a fim de alterar a 
apuração ou a contagem de votos; 
 II - desenvolver ou introduzir comando, instrução, ou programa de computador capaz de destruir, apagar, 
eliminar, alterar, gravar ou transmitir dado, instrução ou programa ou provocar qualquer outro resultado diverso do 
esperado em sistema de tratamento automático de dados usados pelo serviço eleitoral; 
 III - causar, propositadamente, dano físico ao equipamento usado na votação ou na totalização de votos ou a 
suas partes. 
Das Condutas Vedadas aos Agentes Públicos em Campanhas Eleitorais 
 
Art. 73. São proibidas aos agentes públicos, servidores ou não, as seguintes condutas tendentes a afetar a igualdade 
de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais: 
 I - ceder ou usar, em benefício de candidato, partido político ou coligação, bens móveis ou imóveis pertencentes 
à administração direta ou indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e dos Municípios, 
ressalvada a realização de convenção partidária; 
 II - usar materiais ou serviços, custeados pelos Governos ou Casas Legislativas, que excedam as prerrogativas 
consignadas nos regimentos e normas dos órgãos que integram; 
 III - ceder servidor público ou empregado da administração direta ou indireta federal, estadual ou municipal do 
Poder Executivo, ou usar de seus serviços, para comitês de campanha eleitoral de candidato, partido político ou 
coligação, durante o horário de expediente normal, salvo se o servidor ou empregado estiver licenciado; 
 IV - fazer ou permitir uso promocional em favor de candidato, partido político ou coligação, de distribuição 
gratuita de bens e serviços de caráter social custeados ou subvencionados pelo Poder Público; 
 V - nomear, contratar ou de qualquer forma admitir, demitir sem justa causa, suprimir ou readaptar vantagens 
ou por outros meios dificultar ou impedir o exercício funcional e, ainda, ex officio, remover, transferir ou exonerar 
servidor público, na circunscrição do pleito, nos três meses que o antecedem e até a posse dos eleitos, sob pena de 
nulidade de pleno direito, ressalvados: 
 a) a nomeação ou exoneração de cargos em comissão e designação ou dispensa de funções de confiança; 
 b) a nomeação para cargos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos Tribunais ou Conselhos de Contas e 
dos órgãos da Presidência da República; 
 c) a nomeação dos aprovados em concursos públicos homologados até o início daquele prazo; 
 d) a nomeação ou contratação necessária à instalação ou ao funcionamento inadiável de serviços públicos 
essenciais, com prévia e expressa autorização do Chefe do Poder Executivo; 
 e) a transferência ou remoção ex officio de militares, policiais civis e de agentes penitenciários; 
 VI - nos três meses que antecedem o pleito: 
 a) realizar transferência voluntária de recursos da União aos Estados e Municípios, e dos Estados aos Municípios, 
sob pena de nulidade de pleno direito, ressalvados os recursos destinados a cumprir obrigação formal preexistente 
para execução de obra ou serviço em andamento e com cronograma prefixado, e os destinados a atender situações 
de emergência e de calamidade pública; 
 b) com exceção da propaganda de produtos e serviços que tenham concorrência no mercado, autorizar 
publicidade institucional dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos federais, estaduais 
ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, salvo em caso de grave e urgente 
necessidade pública, assim reconhecida pela Justiça Eleitoral; 
 c) fazer pronunciamento em cadeia de rádio e televisão, fora do horário eleitoral gratuito, salvo quando, a 
critério da Justiça Eleitoral, tratar-se de matéria urgente, relevante e característica das funções de governo; 
 VII - realizar, no primeiro semestre do ano de eleição, despesas com publicidade dos órgãos públicos federais, 
estaduais ou municipais, ou das respectivas entidades da administração indireta, que excedam a média dos gastos 
no primeiro semestre dos três últimos anos que antecedem o pleito; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015) 
 VIII - fazer, na circunscrição do pleito, revisão geral da remuneração dos servidores públicos que exceda a 
recomposição da perda de seu poder aquisitivo ao longo do ano da eleição, a partir do início do prazo estabelecido 
no art. 7º desta Lei e até a posse dos eleitos. 
 
§ 1º Reputa-se agente público, para os efeitos deste artigo, quem exerce, ainda que transitoriamente ou sem 
remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, 
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mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração pública direta, indireta, ou 
fundacional. 
 
§ 2º A vedação do inciso I do caput não se aplica ao uso, em campanha, de transporte oficial pelo Presidente da 
República, obedecido o disposto no art. 76, nem ao uso, em campanha, pelos candidatos a reeleição de Presidente e 
Vice-Presidente da República, Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, Prefeito e Vice-
Prefeito, de suas residências oficiais para realização de contatos, encontros e reuniões pertinentes à própria 
campanha, desde que não tenham caráter de ato público. 
 
§ 3º As vedações do inciso VI do caput, alíneas b e c, aplicam-se apenas aos agentes públicos das esferas 
administrativas cujos cargos estejam em disputa na eleição. 
 
§ 4º O descumprimento do disposto neste artigo acarretará a suspensão imediata da conduta vedada, quando for o 
caso, e sujeitará os responsáveis a multa no valor de cinco a cem mil UFIR. 
 
§ 5o Nos casos de descumprimento do disposto nos incisos do caput e no § 10, sem prejuízo do disposto no § 4o, o 
candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do diploma.(Redação dada 
pela Lei nº 12.034, de 2009) 
 
§ 6º As multas de que trata este artigo serão duplicadas a cada reincidência. 
 
§ 7º As condutas enumeradas no caput caracterizam, ainda, atos de improbidade administrativa, a que se refere 
o art. 11, inciso I, da Lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992, e sujeitam-se às disposições daquele diploma legal, em 
especial às cominações do art. 12, inciso III. 
 
§ 8º Aplicam-se as sanções do § 4º aos agentes públicos responsáveis pelas condutas vedadas e aos partidos, 
coligações e candidatos que delas se beneficiarem. 
 
§ 9º Na distribuição dos recursos do Fundo Partidário (Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995) oriundos da 
aplicação do disposto no § 4º, deverão ser excluídos ospartidos beneficiados pelos atos que originaram as multas. 
 
§ 10. No ano em que se realizar eleição, fica proibida a distribuição gratuita de bens, valores ou benefícios por parte 
da Administração Pública, exceto nos casos de calamidade pública, de estado de emergência ou de programas 
sociais autorizados em lei e já em execução orçamentária no exercício anterior, casos em que o Ministério Público 
poderá promover o acompanhamento de sua execução financeira e administrativa. (Incluído pela Lei nº 11.300, 
de 2006) 
 
§ 11. Nos anos eleitorais, os programas sociais de que trata o § 10 não poderão ser executados por entidade 
nominalmente vinculada a candidato ou por esse mantida. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) 
 
§ 12. A representação contra a não observância do disposto neste artigo observará o rito do art. 22 da Lei 
Complementar no 64, de 18 de maio de 1990, e poderá ser ajuizada até a data da diplomação. (Incluído pela Lei nº 
12.034, de 2009) 
 
§ 13. O prazo de recurso contra decisões proferidas com base neste artigo será de 3 (três) dias, a contar da data da 
publicação do julgamento no Diário Oficial. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) 
 
 Art. 74. Configura abuso de autoridade, para os fins do disposto no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 18 de 
maio de 1990, a infringência do disposto no § 1º do art. 37 da Constituição Federal, ficando o responsável, se 
candidato, sujeito ao cancelamento do registro ou do diploma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009) 
 
Art. 75. Nos três meses que antecederem as eleições, na realização de inaugurações é vedada a contratação de 
shows artísticos pagos com recursos públicos. 
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Parágrafo único. Nos casos de descumprimento do disposto neste artigo, sem prejuízo da suspensão imediata da 
conduta, o candidato beneficiado, agente público ou não, ficará sujeito à cassação do registro ou do 
diploma. (Incluído pela Lei nº 12.034, de 2009) 
 
Art. 76. O ressarcimento das despesas com o uso de transporte oficial pelo Presidente da República e sua comitiva 
em campanha eleitoral será de responsabilidade do partido político ou coligação a que esteja vinculado. 
 
§ 1º O ressarcimento de que trata este artigo terá por base o tipo de transporte usado e a respectiva tarifa de 
mercado cobrada no trecho correspondente, ressalvado o uso do avião presidencial, cujo ressarcimento 
corresponderá ao aluguel de uma aeronave de propulsão a jato do tipo táxi aéreo. 
 
§ 2º No prazo de dez dias úteis da realização do pleito, em primeiro turno, ou segundo, se houver, o órgão 
competente de controle interno procederá ex officio à cobrança dos valores devidos nos termos dos parágrafos 
anteriores. 
 
§ 3º A falta do ressarcimento, no prazo estipulado, implicará a comunicação do fato ao Ministério Público Eleitoral, 
pelo órgão de controle interno. 
 
§ 4º Recebida a denúncia do Ministério Público, a Justiça Eleitoral apreciará o feito no prazo de trinta dias, aplicando 
aos infratores pena de multa correspondente ao dobro das despesas, duplicada a cada reiteração de conduta. 
 
Art. 77. É proibido a qualquer candidato comparecer, nos 3 (três) meses que precedem o pleito, a inaugurações de 
obras públicas. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009) 
 
Parágrafo único. A inobservância do disposto neste artigo sujeita o infrator à cassação do registro ou do 
diploma. (Redação dada pela Lei nº 12.034, de 2009) 
 
Art. 78. A aplicação das sanções cominadas no art. 73, §§ 4º e 5º, dar-se-á sem prejuízo de outras de caráter 
constitucional, administrativo ou disciplinar fixadas pelas demais leis vigentes. 
 
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Condutas Vedadas
aos Agentes Públicos 
Federais em Eleições
2016
Advocacia-Geral da União
Subchefi a para Assuntos Jurídicos Casa Civil da Presidência da República
Centro de Éti ca Pública da Presidência da República
Comissão de Éti ca Pública da Presidêcia da República
Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão
Eleições 2016
Eleições 2016
Orientações aos Agentes Públicos
5ª edição, revista, ampliada e atualizada.
Brasília
2016
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 B823c Brasil. Advocacia-Geral da União.
Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições: 
Eleições 2016, orientação aos Agentes Públicos / Advocacia-Geral da União e Subchefia para
Assuntos Jurídicos da Casa Civil da Presidência da República.
5. ed. revista, ampliada e atualizada. - Brasília: AGU; Presidência da República/Casa Civil, 2016.
60p.
1. Eleição - Brasil. 2. Servidor Público - Nomeação. 3. Publicidade Governamental - 
Brasil. 4. Campanha Eleitoral - Normas - Brasil.
I. Título. II. Brasil. Presidência da República. Subchefia para Assuntos Jurídicos da Casa Civil.
CDD - 341.28492
CDU - 328 (81)(042)
Sumário
Sumário
1. ApreSentAção ....................................................................................................................... 7
2. definição de AGente público pArA finS eleitorAiS ........................................8
3. condiçÕeS de eleGibilidAde e cAUSAS de ineleGibilidAde .........................9
3.1 CONDIÇÃO GERAL DE ELEGIBILIDADE ................................................................................ 9
3.2 OUTRAS CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE ......................................................................... 10
3.3 ELEGIBILIDADE DO MILITAR .................................................................................................... 11
3.4 CASOS DE INELEGIBILIDADE (Art. 1º, da LC 64/90) ............................................................ 11
4. prAZoS de deSincompAtibiliZAção pArA concorrer A cArGoS eletivoS ......18
4.1 PRAZOS DE DESINCOMPATIBILlZAÇÃO DOS CHEFES DO PODER EXECUTIVO 
(§ 6° do art. 14 da CF e § 1° do art. 1° da Lei Complementar n° 64, de 1990) ................................... 18
4.2 OUTROS PRAZOS DE DESINCOMPATIBILlZAÇÃO (art. 1°, incisos IV e VII, da Lei 
Complementar n° 64, de 1990) ..................................................................................................................... 18
5. perdA oU SUSpenSão de direitoS políticoS ........................................................ 20
6.princípio bÁSico de vedAção de condUtAS ......................................................... 20
7. condUtAS vedAdAS e USo indevido, deSvio oU AbUSo do poder de 
AUtoridAde ....................................................................................................................... 21
8. condUtAS vedAdAS e AtoS de improbidAde AdminiStrAtivA ...................... 22
9. condUtAS vedAdAS AoS AGenteS públicoS em cAmpAnhAS eleitorAiS .. 23
9.1 PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA .............................................................................23
9.1.1 PUBLICIDADE E O PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE .................................................26
9.1.2 PUBLICIDADE INSTITUCIONAL ..............................................................................................28
9.1.3 AUMENTO DE GASTOS COM PUBLICIDADE DE ÓRGÃOS OU ENTIDADES 
PÚBLICAS ......................................................................................................................................................30
9.1.4 PARTICIPAÇÃO DE CANDIDATOS EM INAUGURAÇÕES DE OBRAS PÚBLICAS 31
9.1.5 CONTRATAÇÃO DE SHOWS ARTÍSTICOS ............................................................................ 32
9.1.6 PRONUNCIAMENTO EM CADEIA DE RÁDIO E TELEVISÃO .................................... 33
9.1.7 PROPAGANDA ELEITORAL EM SÍTIOS OFICIAIS OU HOSPEDADOS POR 
ÓRGÃOS OU ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA OU INDIRETA ..34
9.1.8 VEDAÇÃO DE UTILIZAÇÃO DE NOMES E SIGLAS DE ÓRGÃOS PÚBLICOS DA 
UNIÃO, SUAS AUTARQUIAS E FUNDAÇÕES PÚBLICAS .......................................................... 35
9.2 BENS, MATERIAIS OU SERVIÇOS PÚBLICOS ........................................................................ 36
9.2.1 CESSÃO E UTILIZAÇÃO DE BENS PÚBLICOS .................................................................... 36
9.2.2 USO ABUSIVO DE MATERIAIS E SERVIÇOS PÚBLICOS ................................................ 38
9.2.3 USO DE BENS E SERVIÇOS DE CARÁTER SOCIAL ......................................................... 39
9.3 RECURSOS HUMANOS ..................................................................................................................... 39
9.3.1 CESSÃO DE SERVIDORES OU EMPREGADOS OU USO DE SEUS SERVIÇOS ...... 39
9.3.2 NOMEAÇÃO, CONTRATAÇÃO, ADMISSÃO, DEMISSÃO SEM JUSTA CAUSA, 
SUPRESSÃO OU READAPTAÇÃO DE VANTAGENS, REMOÇÃO OU TRANSFERêNCIA 
DE OFÍCIO E EXONERAÇÃO DE SERVIDOR PÚBLICO. ..........................................................40
9.3.3 REVISÃO GERAL DA REMUNERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS ................. 42
9.4 RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS E FINANCEIROS ................................................................ 43
9.4.1 TRANSFERêNCIA VOLUNTÁRIA DE RECURSOS PÚBLICOS ..................................... 43
9.4.2 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DE BENS, VALORES OU BENEFÍCIOS ......................... 46
10. vedAção previStA nA lei de reSpoSAbilidAde fiScAl .................................... 48
10.1 VEDAÇÃO DE AUMENTO DA DESPESA COM PESSOAL ................................................. 48
10.2 VEDAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO POR ANTECIPAÇÃO DE RECEITA ...... 49
10.3 VEDAÇÃO DE SE CONTRAIR OBRIGAÇÃO DE DESPESA ..............................................50
11. cAlendÁrio SimplificAdo dAS eleiçÕeS 2016 ....................................................... 51
12. orientAçÕeS dA comiSSão de ÉticA públicA ...................................................... 55
12.1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 55
12.2 RESOLUÇÃO N° 7, DE 14 DE FEVEREIRO DE 2002 ...........................................................56
13. dúvidAS oU eSclArecimentoS AcercA dA cArtilhA ....................................... 59
7
A presente cartilha reúne informações básicas acerca dos direitos políticos e 
das normas éticas e legais que devem nortear a atuação dos agentes públicos federais 
no ano das eleições municipais de 2016. O principal objetivo é evitar a prática de atos 
por agentes públicos, candidatos ou não, que possam ser questionados como indevidos 
nesse período, ou em relação aos quais se possa alegar transbordamento da ordem 
legalmente estabelecida para o pleito eleitoral e potencial influência na sua lisura. 
Cabe observar que a disciplina legal contida nos arts. 36-B e 73 a 78 da Lei nº 
9.504, de 30 de setembro de 1997 (Lei das Eleições), e na Lei Complementar nº 64, de 
18 de maio de 1990 (Lei de Inelegibilidades), mormente em seu art. 22, visa a impedir 
o uso do aparelho burocrático da administração pública de qualquer esfera de poder 
(federal, estadual, distrital ou municipal) em favor de candidatura, assegurando assim a 
igualdade de condições na disputa eleitoral. 
Assim, os agentes públicos da administração federal devem ter cautela para que 
seus atos não venham a provocar qualquer desequilíbrio na isonomia necessária entre 
os candidatos nem violem a moralidade e a legitimidade das eleições. 
Visando facilitar a consulta à cartilha, ela está dividida por temas essenciais à 
compreensão da matéria, iniciando-se a abordagem pela definição de agente público 
para fins de aplicação da legislação eleitoral, passando-se, em seguida, para breve 
explanação a respeito das condições de elegibilidade e causas de inelegibilidade, dos 
prazos de desincompatibilização e da suspensão ou perda de direitos políticos. 
Após apreciação destes aspectos gerais, segue-se com orientação específica a 
respeito das condutas vedadas aos agentes públicos, previstas na Lei das Eleições, 
e, por fim, orientação acerca da melhor conduta ética. Para melhor compreensão, as 
condutas vedadas pela legislação eleitoral foram aglutinadas por pertinência temática. 
A descrição de cada uma delas vem acompanhada do período no qual a vedação deve 
ser observada, das penalidades aplicáveis em caso de descumprimento da legislação 
eleitoral e, quando necessário, de exemplos e observações que ajudem a distinguir as 
condutas vedadas daquelas permitidas. 
Cumpre alertar, contudo, que, no art. 237 do Código Eleitoral (Lei nº 4.737, de 15 
de julho de 1965), bem como no art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 1990, há vedação 
1. APRESENTAÇÃO
8 Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições/2016
de caráter amplo e genérico para a administração pública e seus gestores. Trata-se da 
responsabilização da autoridade e do candidato na hipótese de “uso indevido, desvio 
ou abuso do poder de autoridade”, em benefício de candidato ou partido político. 
Isso implica que, além das hipóteses expressamente previstas na Lei das Eleições, 
a Justiça Eleitoral também tem competência para aplicar penalidades em casos que 
julgue tenha havido abuso do poder de autoridade. Dessa forma, atos de governo, 
ainda que formalmente legais, podem ser entendidos como abusivos se, de algum 
modo, puderem ser associados com a concessão de benefício a certo candidato, partido 
político ou coligação, ou se forem praticados em desfavor da liberdade do voto. 
Exemplificando, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), “a concessão de 
benefícios a servidores públicos estaduais nas proximidades das eleições municipais podem caracterizar 
abuso do poder político, desde que evidenciada... a possibilidade de haver reflexos na circunscrição do 
pleito municipal, diante da coincidência de eleitores” (REspe nº 26.054, Acórdão de 08/08/2006, 
relator Ministro Francisco Cesar Asfor Rocha).
Nada obstante, a participação em campanhas eleitorais é direito de todos os cidadãos. 
Portanto, não é vedado aos agentes públicos participar, fora do horário de trabalho, de 
eventos de campanha eleitoral, devendo observar, no entanto, os limites impostos pela 
legislação, bem como os princípios éticos que regem a Administração Pública.2. DEFINIÇÃO DE AGENTE PÚBLICO PARA FINS ELEITORAIS
De acordo com § 1º do art. 73 da Lei nº 9.504, de 1997: 
“Reputa-se agente público, para os efeitos deste artigo, quem exerce, ainda que transitoriamente 
ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de 
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos ou entidades da administração 
pública direta, indireta ou fundacional.”
Verifica-se que a definição dada pela Lei é a mais ampla possível, de forma que 
estão compreendidos: 
• os agentes políticos (Presidente da República, Governadores, Prefeitos e 
respectivos Vices, Ministros de Estado, Secretários, Senadores, Deputados 
federais e estaduais, Vereadores etc.); 
9
• os servidores titulares de cargos públicos, efetivos ou em comissão, em 
órgão ou entidade pública (autarquias e fundações);
• os empregados, sujeitos ao regime estatutário ou celetista, permanentes 
ou temporários, contratados por prazo determinado ou indeterminado, de 
órgão ou entidade pública (autarquias e fundações), empresa pública ou 
sociedade de economia mista; 
• as pessoas requisitadas para prestação de atividade pública (p. ex.: membro 
de Mesa receptora ou apuradora de votos, recrutados para o serviço militar 
obrigatório etc.); 
• os gestores de negócios públicos; 
• os estagiários; 
• os que se vinculam contratualmente com o Poder Público (prestadores 
terceirizados de serviço, concessionários ou permissionários de serviços 
públicos e delegados de função ou ofício público). 
3. CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE E CAUSAS DE INELEGIBILIDADE
3.1 CONDIÇÃO GERAL DE ELEGIBILIDADE 
São elegíveis os brasileiros: 
I - Natos (art. 12, inciso I, da Constituição Federal - CF): 
• os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, 
desde que estes não estejam a serviço de seu país; 
• os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que 
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do Brasil; 
• os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que 
sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir 
na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de 
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
II - Naturalizados (art. 12, inciso II, da CF): 
• os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos 
originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano 
ininterrupto e idoneidade moral; 
• os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na República 
Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação 
penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. 
10 Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições/2016
obServAção: aos portugueses com residência permanente no país, se houver 
reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao 
brasileiro, salvo os casos previstos na constituição (§ 1°, art. 12 da cf). 
obServAção: a lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos 
e naturalizados, salvo nos casos previstos na constituição (§ 2°, art. 12 da cf). 
obServAção: São privativos de brasileiro nato os cargos (§ 3°, art. 12 da cf): 
• de Presidente e Vice-Presidente da República; 
• de Presidente da Câmara dos Deputados; 
• de Presidente do Senado Federal; 
• de Ministro do Supremo Tribunal Federal; 
• da carreira diplomática; 
• de oficial das Forças Armadas; 
• de Ministro de Estado da Defesa (acrescentado pela Emenda Constitucional 
nº 23, de 1999). 
obServAção: Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que 
(§ 4°, art. 12 da cf): 
• tiver cancelada sua naturalização por sentença judicial, em virtude de 
atividade nociva ao interesse nacional; 
• adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: 
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; 
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro 
residente em Estado estrangeiro, como condição para permanência em seu 
território ou para exercício de direitos civis. 
3.2 OUTRAS CONDIÇÕES DE ELEGIBILIDADE 
São também condições de elegibilidade (§ 3º, art. 14 da CF): 
• o pleno exercício dos direitos políticos; 
• o alistamento eleitoral; 
• o domicílio eleitoral na circunscrição; 
• a filiação partidária; 
11
• a idade mínima de: 
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e 
Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito 
Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, 
Prefeito e Vice-Prefeito;
d) dezoito anos para Vereador.
obServAção: o presidente da república, os Governadores de estado e do 
distrito federal, os prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no 
curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente 
(§ 5°, art. 14 da cf). 
3.3 ELEGIBILIDADE DO MILITAR 
O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições (§ 8°, art. 14 da CF): 
• se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; 
• se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade 
superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para 
a inatividade. 
3.4 CASOS DE INELEGIBILIDADE (Art. 1º, da LC 64/90)
São inelegíveis para qualquer cargo (Art. 1º, inciso I): 
• os inalistáveis e os analfabetos (§ 4° do art. 14 da CF e art. 1°, inciso I, 
alínea “a”, da Lei Complementar nº 64, de 1990); 
• no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes, 
consanguíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do 
Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do 
Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 
seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo 
e candidato à reeleição (§ 7° do art. 14 da CF e § 3° do art. 1° da Lei 
Complementar nº 64, de 1990); 
12 Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições/2016
obServAção: São elegíveis, nos termos do art. 14, § 7º, da constituição 
federal, cônjuge e parentes, para cargo diverso, no território de jurisdição do 
titular da chefia do Executivo, desde que este se desincompatibilize nos seis 
meses anteriores ao pleito (tSe, resolução nº 21.508, de 25/09/2003, relator 
ministro carlos mário da Silva velloso).
obServAção: “parente de prefeito está apto a sucedê-lo, para um único 
período subseqüente, desde que o titular esteja no exercício do primeiro 
mandato e que a renúncia tenha ocorrido até seis meses antes do pleito. (cta nº 
1.187, rel. min. humberto Gomes de barros, dJ de 16.12.2005; cta n° 877, rel. 
min. francisco peçanha martins, dJ de 10.6.2003; cta nº 928, rel. min. luiz 
carlos lopes madeira, dJ de 29.9.2003; cta nº 882, rel. min. carlos velloso, 
dJ de 26.8.2003; respe nº 20.239, rel. min. Sepúlveda pertence, Sessão 
de 1º.10.2002; cta nº 709, rel. min. Garcia vieira, dJ de 8.3.2002)”. (tSe, 
resolução nº 22.599, de 11/10/2007, relator ministro José Augusto delgado).
• os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, da 
Câmara Legislativa e das Câmaras Municipais que hajam perdido os 
respectivos mandatos por infringência do disposto nos incisos I e II do 
art. 55 da Constituição Federal, dos dispositivos equivalentes sobre perda 
de mandato das Constituições Estaduais e Leis Orgânicas dos Municípios 
e do Distrito Federal, para as eleições que se realizarem durante o período 
remanescente do mandato para o qual foram eleitos e nos 8 (oito) anos 
subsequentes ao término da legislatura (art. 1°, inciso I, alínea “b”, da Lei 
Complementar nº 64, de 1990, com redação dada pela Lei Complementar 
nº 81, de 13 de abril de 1994);• o Governador e o Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal e 
o Prefeito e o Vice-Prefeito que perderem seus cargos eletivos por 
infringência a dispositivo da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do 
Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se 
realizarem durante o período remanescente e nos 8 (oito) anos subsequentes 
ao término do mandato para o qual tenham sido eleitos (art. 1°, inciso I, 
alínea “c”, da Lei Complementar nº 64, de 1990, com redação dada pela 
Lei Complementar nº 135, de 4 de junho de 2010, denominada da “Lei da 
Ficha Limpa”); 
• os que tenham contra sua pessoa representação julgada procedente pela 
Justiça Eleitoral, em decisão transitada em julgado ou proferida por órgão 
colegiado, em processo de apuração de abuso do poder econômico ou 
13
político, para a eleição na qual concorrem ou tenham sido diplomados, 
bem como para as que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes (art. 1°, 
inciso I, alínea “d”, da Lei Complementar nº 64, de 1990, com redação dada 
pela Lei Complementar nº 135, de 2010); 
• os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida 
por órgão judicial colegiado, desde a condenação até o transcurso de 8 
(oito) anos após o cumprimento da pena, pelos crimes: contra a economia 
popular, a fé pública, a administração pública e o patrimônio público; 
contra o patrimônio privado, o sistema financeiro, o mercado de capitais e 
os previstos na lei que regula a falência; contra o meio ambiente e a saúde 
pública; eleitorais, para os quais a lei comine pena privativa de liberdade; 
de abuso de autoridade, nos casos em que houver condenação à perda do 
cargo ou à inabilitação para o exercício de função pública; de lavagem ou 
ocultação de bens, direitos e valores; de tráfico de entorpecentes e drogas 
afins, racismo, tortura, terrorismo e hediondos; de redução à condição 
análoga à de escravo; contra a vida e a dignidade sexual; e praticados 
por organização criminosa, quadrilha ou bando (art. 1°, inciso I, alínea 
“e”, da Lei Complementar nº 64, de 1990, com redação dada pela Lei 
Complementar nº 135, de 2010); 
obServAção: A conversão da pena privativa de liberdade em pena restritiva 
de direitos não afasta a incidência da causa de inelegibilidade prevista na 
alínea “e” do inciso i do art. 1º da lei complementar nº 64, de 1990, com 
redação dada pela lei complementar nº 135, de 2010 (tSe, Agr-respe nº 
36.440, Acórdão de 14/02/2013, relator ministro henrique neves da Silva). 
obServAção: os crimes contra a administração e o patrimônio públicos 
abrangem os previstos na lei de licitações (tSe, respe nº 12.922, Acórdão 
de 04/10/2012, relatora ministra fátima nancy Andrighi).
obServAção: A inelegibilidade prevista na alínea “e” do inciso i do art. 
1º da lei complementar nº 64, de 1990, não se aplica aos crimes culposos e 
àqueles definidos em lei como de menor potencial ofensivo, nem aos crimes 
de ação penal privada (art. 1º, § 4º, da lei complementar nº 64, de 1990, com 
redação dada pela lei complementar nº 135, de 2010).
obServAção: A lei nº 12.850, de 2 de agosto de 2013, a qual entrou em 
vigor em 19 de setembro de 2013, alterou o art. 288 do código penal, o qual 
14 Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições/2016
tipificava o delito de quadrilha ou bando. O crime do art. 288 do Código 
penal passou a ser denominado “associação criminosa” e a sua consumação 
ocorre com a associação de três ou mais pessoas para o fim específico de 
cometer crimes, diferentemente do que ocorria com o delito de quadrilha ou 
bando que exigia mais de três pessoas.
OBSERVAÇÃO: O reconhecimento da prescrição da pretensão executória pela 
Justiça comum não afasta a inelegibilidade prevista no art. 1º, i, e, da lc nº 
64/90, porquanto não extingue os efeitos secundários da condenação, na 
linha da orientação jurisprudencial desta corte. (tSe, ed-ro nº 968-62, 
Acórdão de 22/10/2014, relatora a ministra luciana lóssio).
• os que forem declarados indignos do oficialato, ou com ele incompatíveis, 
pelo prazo de 8 (oito) anos (art. 1°, inciso I, alínea “f”, da Lei Complementar 
nº 64, de 1990, com redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010); 
OBSERVAÇÃO: O oficial para ser declarado indigno do oficialato ou com ele 
incompatível necessita de decisão de tribunal militar de caráter permanente, em 
tempo de paz, ou de tribunal especial, em tempo de guerra (art. 142, § 3º, vi, da cf). 
• os que tiverem suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções 
públicas rejeitadas por irregularidade insanável que configure ato doloso 
de improbidade administrativa, e por decisão irrecorrível do órgão 
competente, salvo se esta houver sido suspensa ou anulada pelo Poder 
Judiciário, para as eleições que se realizarem nos 8 (oito) anos seguintes, 
contados a partir da data da decisão, aplicando-se o disposto no inciso II 
do art. 71 da Constituição Federal, a todos os ordenadores de despesa, sem 
exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição (art. 1°, inciso 
I, alínea “g”, da Lei Complementar nº 64, de 1990, com redação dada pela 
Lei Complementar nº 135, de 2010); 
obServAção: nem toda desaprovação de contas enseja a causa 
de inelegibilidade do art. 1º, inciso i, alínea g, da lc nº 64/1990, somente 
as que preenchem os requisitos cumulativos constantes dessa norma, assim 
enumerados: i) decisão do órgão competente; ii) decisão irrecorrível no 
âmbito administrativo; iii) desaprovação devido à irregularidade insanável; 
iv) irregularidade que configure ato doloso de improbidade administrativa; 
v) prazo de oito anos contados da decisão não exaurido; vi) decisão não 
15
suspensa ou anulada pelo poder Judiciário. (tSe, Agr-ro nº 1085-96, 
Acórdão de 15/12/2015, relator o ministro Gilmar ferreira mendes).
obServAção: o art. 71, inciso ii, da cf, prevê que o “controle externo, a cargo 
do Congresso Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual 
compete:” “I - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e 
valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas 
e mantidas pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou 
outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público”.
OBSERVAÇÃO: “6. A cláusula final da alínea g (“[...] aplicando-se o disposto 
no inciso ii do art. 71 da constituição federal, a todos os ordenadores de 
despesa, sem exclusão de mandatários que houverem agido nessa condição”) é 
inequívoca em asseverar que as cortes de contas são a autoridade competente 
para julgar as contas dos prefeitos, nas hipóteses em que eles atuarem na 
qualidade de ordenadores de despesa (i.e., contas de gestão).
7. A Suprema Corte é a única instância judicial autorizada a realizar o 
rejulgamento da matéria, adstrita às hipóteses, “[de] mudanças no 
ordenamento constitucional, na situação de fato subjacente à norma 
ou até mesmo na própria percepção do direito que deve prevalecer em 
relação a determinada matéria” (BARROSO, Luís Roberto. O controle de 
constitucionalidade no direito brasileiro: exposição sistemática da doutrina 
e análise crítica da jurisprudência. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, p. 264).
8. A causa de inelegibilidade veiculada na alínea g do inciso I do art. 1º da LC 
nº 64/90, na novel redação dada pela LC nº 135/2010, recebeu a chancela 
de sua constitucionalidade no julgamento das ADCs nº 29 e nº 30, ambas 
de minha relatoria.
9. O pronunciamento da Suprema Corte, nas ADCs nº 29 e nº 30, deve ser 
compulsoriamente observado por juízes e Tribunais, posto ser revestido 
de eficácia erga omnes e efeitos vinculantes, não se revelando possível 
proceder-se a reduções teleológicas no âmbito de incidência das disposições 
declaradas constitucionais”. (AgR-RO nº 95558,Acórdão de 2/12/2014, 
relator o Ministro Luiz Fux).
• os detentores de cargo na administração pública direta, indireta ou 
fundacional que beneficiarem a si ou a terceiros, pelo abuso do poder 
econômico ou político, que forem condenados em decisão transitada 
em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, para a eleição que 
16 Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições/2016
concorrem ou tenham sido diplomados, bem como as que se realizarem nos 
8 (oito) anos seguintes (art. 1°, inciso I, alínea “h”, da Lei Complementar nº 
64, de 1990, com redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010); 
• os que, em estabelecimentos de crédito, financiamento ou seguro, que 
tenham sido ou estejam sendo objeto de processo de liquidação judicial ou 
extrajudicial, hajam exercido, nos 12 (doze) meses anteriores à respectiva 
decretação, cargo ou função de direção, administração ou representação, 
enquanto não forem exonerados de qualquer responsabilidade (art. 1°, 
inciso I, alínea “i”, da Lei Complementar nº 64, de 1990); 
• os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou 
proferida por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, por corrupção 
eleitoral, por captação ilícita de sufrágio, por doação, captação ou 
gastos ilícitos de recursos de campanha ou por conduta vedada aos 
agentes públicos em campanhas eleitorais que impliquem cassação 
do registro ou do diploma, pelo prazo de 8 (oito) anos a contar da 
eleição (art. 1°, inciso I, alínea “j”, da Lei Complementar nº 64, de 
1990, com redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010);
obServAção: A causa de inelegibilidade referida no art. 1º, inciso i, alínea j, da 
LC nº 64/1990 decorrente da prática de conduta vedada a agente público exige seja 
o representado condenado à cassação do registro ou do diploma, não se operando 
ante a sanção isolada em multa. (Agr-ro nº 2921-12, Acórdão de 27/11/2014, relator 
o ministro Gilmar mendes).
obServAção: inelegibilidade. condenação por captação ilícita de sufrágio. 
transitada em julgado condenação por captação ilícita de sufrágio, é de se 
reconhecer a inelegibilidade da alínea j do inciso 1 do art. 1º da lei complementar 
nº 64/90, acrescentada pela lei complementar nº 135/2010, ainda que a condenação 
somente tenha imposto a respectiva multa, em virtude de a candidata não haver 
sido eleita. recurso ordinário provido. (recurso ordinário nº 171530, Acórdão de 
02/09/2010, relator(a) min. ArnAldo verSiAni leite SoAreS, publicação: 
pSeSS - publicado em Sessão, data 02/09/2010 )
obServAção: A mera presença do candidato na inauguração de obra pública, 
como qualquer pessoa do povo, sem destaque e sem fazer uso da palavra ou dela ser 
destinatário, não configura o ilícito previsto no art. 77 da Lei nº 9.504/97. (AgR-AI 
nº 1781-90, Acórdão de 5/11/2013, relator o ministro henrique neves).
17
• o Presidente da República, o Governador de Estado e do Distrito Federal, o 
Prefeito, os membros do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas, 
da Câmara Legislativa, das Câmaras Municipais, que renunciarem a 
seus mandatos desde o oferecimento de representação ou petição capaz 
de autorizar a abertura de processo por infringência a dispositivo da 
Constituição Federal, da Constituição Estadual, da Lei Orgânica do 
Distrito Federal ou da Lei Orgânica do Município, para as eleições que se 
realizarem durante o período remanescente do mandato para o qual foram 
eleitos e nos 8 (oito) anos subsequentes ao término da legislatura (art. 1°, 
inciso I, alínea “k”, da Lei Complementar nº 64, de 1990, com redação dada 
pela Lei Complementar nº 135, de 2010);
obServAção: A renúncia para atender à desincompatibilização com 
vistas a candidatura a cargo eletivo ou para assunção de mandato não gerará 
a inelegibilidade prevista na alínea “k”, a menos que a Justiça eleitoral 
reconheça fraude ao disposto na lei complementar nº 64, de 1990 (art. 
1º, § 5º, da lei complementar nº 64, de 1990, com redação dada pela lei 
complementar nº 135, de 2010).
• os que forem condenados à suspensão dos direitos políticos, em decisão 
transitada em julgado ou proferida por órgão judicial colegiado, por ato 
doloso de improbidade administrativa que importe lesão ao patrimônio 
público e enriquecimento ilícito, desde a condenação ou o trânsito em 
julgado até o transcurso do prazo de 8 (oito) anos após o cumprimento da 
pena (art. 1°, inciso I, alínea “l”, da Lei Complementar nº 64, de 1990, com 
redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010);
• os que forem excluídos do exercício da profissão, por decisão sancionatória 
do órgão profissional competente, em decorrência de infração ético-
profissional, pelo prazo de 8 (oito) anos, salvo se o ato houver sido anulado 
ou suspenso pelo Poder Judiciário (art. 1°, inciso I, alínea “m”, da Lei 
Complementar nº 64, de 1990, com redação dada pela Lei Complementar 
nº 135, de 2010);
• os que forem condenados, em decisão transitada em julgado ou proferida 
por órgão judicial colegiado, em razão de terem desfeito ou simulado 
desfazer vínculo conjugal ou de união estável para evitar caracterização de 
inelegibilidade, pelo prazo de 8 (oito) anos após a decisão que reconhecer 
a fraude (art. 1°, inciso I, alínea “n”, da Lei Complementar nº 64, de 1990, 
com redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010);
18 Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições/2016
• os que forem demitidos do serviço público em decorrência de processo 
administrativo ou judicial, pelo prazo de 8 (oito) anos, contado da decisão, 
salvo se o ato houver sido suspenso ou anulado pelo Poder Judiciário (art. 
1°, inciso I, alínea “o”, da Lei Complementar nº 64, de 1990, com redação 
dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010);
• a pessoa física e os dirigentes de pessoas jurídicas responsáveis por doações 
eleitorais tidas por ilegais por decisão transitada em julgado ou proferida 
por órgão colegiado da Justiça Eleitoral, pelo prazo de 8 (oito) anos após a 
decisão, observando-se o procedimento previsto no art. 22 (art. 1°, inciso 
I, alínea “p”, da Lei Complementar nº 64, de 1990, com redação dada pela 
Lei Complementar nº 135, de 2010);
• os magistrados e os membros do Ministério Público que forem aposentados 
compulsoriamente por decisão sancionatória, que tenham perdido o 
cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração ou aposentadoria 
voluntária na pendência de processo administrativo disciplinar, pelo prazo 
de 8 (oito) anos (art. 1°, inciso I, alínea “q”, da Lei Complementar nº 64, de 
1990, com redação dada pela Lei Complementar nº 135, de 2010).
4. PRAZOS DE DESINCOMPATIBILIZAÇÃO PARA CONCORRER A CARGOS ELETIVOS
 
 “A desincompatibilização, stricto sensu, é denominação que se deve reservar 
ao afastamento definitivo, por renúncia, a exoneração, dispensa ou aposentadoria, do 
mandato eletivo, cargo ou emprego público gerador de inelegibilidade [...].”. (TSE, 
Resolução n° 18.019, de 2.4.92, relator o Ministro Sepúlveda Pertence.)
4.1 PRAZOS DE DESINCOMPATIBILlZAÇÃO DOS CHEFES DO PODER EXECUTIVO (§ 
6° do art. 14 da CF e § 1° do art. 1° da Lei Complementar n° 64, de 1990) 
O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e 
os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito 
(até o dia 2 de abril de 2016) para concorrerem a outros cargos. 
4.2 OUTROS PRAZOS DE DESINCOMPATIBILlZAÇÃO (art. 1°, incisos IV e VII, da Lei 
Complementar n° 64, de 1990) 
IV – não podem concorrer para Prefeito e Vice-Prefeito:
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para 
os cargos de Presidente e Vice-Presidente da República, Governador e 
19
Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal, observado o prazo de 4 
(quatro) meses para a desincompatibilização;
b) os membros do Ministério Público e DefensoriaPública em exercício 
na Comarca, nos 4 (quatro) meses anteriores ao pleito, sem prejuízo dos 
vencimentos integrais;
c) as autoridades policiais, civis ou militares, com exercício no Município, nos 
4 (quatro) meses anteriores ao pleito;
VII – não podem concorrer para a Câmara Municipal:
a) no que lhes for aplicável, por identidade de situações, os inelegíveis para o 
Senado Federal e para a Câmara dos Deputados, observado o prazo de 6 
(seis) meses para a desincompatibilização;
b) em cada Município, os inelegíveis para os cargos de Prefeito e Vice-Prefeito, 
observado o prazo de 6 (seis) meses para a desincompatibilização.
obServAção: o vice-presidente, o vice-Governador e o vice-prefeito 
poderão candidatar-se a outros cargos, preservando os seus mandatos 
respectivos, desde que, nos últimos seis meses anteriores ao pleito (de 2 de 
abril de 2016 até as eleições), não tenham sucedido ou substituído o titular (§ 
2º do art. 1º da lei complementar nº 64, de 1990).
obServAção: São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o 
cônjuge e os parentes, consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por 
adoção, do presidente da república, de Governador de estado ou território, 
do distrito federal, de prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos 
6 (seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e 
candidato à reeleição. (§ 3º do art. 1º da lei complementar nº 64, de 1990).
obServAção: “parente de prefeito está apto a sucedê-lo, para um único 
período subseqüente, desde que o titular esteja no exercício do primeiro 
mandato e que a renúncia tenha ocorrido até seis meses antes do pleito. (cta nº 
1.187, rel. min. humberto Gomes de barros, dJ de 16.12.2005; cta n° 877, rel. 
min. francisco peçanha martins, dJ de 10.6.2003; cta nº 928, rel. min. luiz 
carlos lopes madeira, dJ de 29.9.2003; cta nº 882, rel. min. carlos velloso, 
dJ de 26.8.2003; respe nº 20.239, rel. min. Sepúlveda pertence, Sessão 
de 1º.10.2002; cta nº 709, rel. min. Garcia vieira, dJ de 8.3.2002)”. (tSe, 
resolução nº 22.599, de 11/10/2007, relator ministro José Augusto delgado).
20 Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições/2016
5. PERDA OU SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS
É vedada a cassação de direitos políticos, cuja perda ou suspensão só se dará nos 
casos de (art. 15 da CF): 
• cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; 
• incapacidade civil absoluta; 
• condenação criminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; 
• recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos 
termos do art. 5°, inciso VIII, da CF; ou 
• improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4°, da CF. 
OBSERVAÇÃO: Os direitos políticos classificam-se em: ativos, que é o 
direito de votar, ou passivos, que é o direito de ser votado (elegibilidade). 
obServAção: A lei nº 8.429, de 2 de junho de 1992 (lei de improbidade 
Administrativa), estabelece, em seu art. 12, entre outras sanções, a suspensão 
dos direitos políticos por:
a) 8 a 10 anos no caso de condenação pela prática de atos de improbidade 
administrativa que importam em enriquecimento ilícito, previstos no art. 
9º da Lei nº 8.429, de 1992;
b) 5 a 8 anos no caso de condenação pela prática de atos de improbidade que 
causam prejuízo ao erário, previstos no art. 10 da Lei nº 8.429, de 1992; e
c) 3 a 5 anos no caso de condenação pela prática de atos de improbidade que 
atentam contra os princípios da Administração Pública, previstos no art. 
11 da Lei nº 8.429, de 1992. 
6. PRINCÍPIO BÁSICO DE VEDAÇÃO DE CONDUTAS
O princípio básico que deve nortear as condutas dos agentes públicos no período 
de eleição está disposto no caput do art. 73 da Lei nº 9.504, de 1997, ou seja, são vedadas 
“... condutas tendentes a afetar a igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais”. 
Cabe alertar que o Tribunal Superior Eleitoral entende que a “configuração das 
condutas vedadas prescritas no art. 73 da Lei nº 9.504/97 se dá com a mera prática de atos, desde que 
esses se subsumam às hipóteses ali elencadas, porque tais condutas, por presunção legal, são tendentes a 
afetar a igualdade de oportunidades entre os candidatos no pleito eleitoral, sendo desnecessário comprovar-
lhes a potencialidade lesiva.” (REspe nº 45.060, Acórdão de 26/09/2013, relatora Ministra 
21
Laurita Hilário Vaz; vide, ainda, REspe nº 21.151, Acórdão de 27/03/2003, relator 
Ministro Fernando Neves da Silva; e AgR-Respe n.º 59.297, Acórdão de 23/12/2015, 
relatora Ministra Luciana Lóssio).
Contudo, para se configurar algumas condutas vedadas previstas no art. 73 da Lei 
nº 9.504, de 1997, quais sejam, aquelas dispostas nos incisos I e IV, é necessário, em face 
de sua descrição legal, que a conduta tenha sido praticada com caráter eleitoreiro ou de 
forma a beneficiar candidato, partido político ou coligação. Ausente o benefício, não se 
configura a quebra de igualdade ou a conduta vedada. (TSE, Rp nº 326.725, Acórdão de 
29/03/2012, relator Ministro Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira; e AgR-REspe nº 
5.427.532, Acórdão de 18/09/2012, relator Ministro Arnaldo Versiani Leite Soares).
7. CONDUTAS VEDADAS E USO INDEVIDO, DESVIO OU ABUSO DO PODER 
DE AUTORIDADE
Conforme o Tribunal Superior Eleitoral, “As condutas vedadas (Lei das Eleições, art. 
73) constituem-se em espécie do gênero abuso de autoridade. Afastado este, considerados os mesmos 
fatos, resultam afastadas aquelas. O fato considerado como conduta vedada (Lei das Eleições, art. 
73) pode ser apreciado como abuso do poder de autoridade para gerar a inelegibilidade do art. 22 da 
Lei Complementar no 64/90. O abuso do poder de autoridade é condenável por afetar a legitimidade e 
normalidade dos pleitos e, também, por violar o princípio da isonomia entre os concorrentes, amplamente 
assegurado na Constituição da República.” (ARO nº 718, Acórdão de 24/05/2005, relator 
Ministro Luiz Carlos Madeira).
Assim, prática de condutas vedadas pela Lei nº 9.504, de 1997, pode vir a ser 
apurada em investigação judicial e ensejar a aplicação do disposto no art. 22 da Lei 
Complementar nº 64, de 1990, que trata do uso indevido, desvio ou abuso do poder 
econômico ou do poder de autoridade, da utilização indevida de veículos ou meios de 
comunicação social, em benefício de candidato ou partido político. (TSE, AG nº 4.511, 
Acórdão de 23/03/2004, relator Ministro Fernando Neves da Silva).
Além disso, também pode ocorrer que o abuso do poder de autoridade não se 
enquadre entres a condutas vedadas previstas no art. 73 da Lei nº 9.504, de 1998, mas 
mesmo assim configurar o ilícito eleitoral previsto no art. 22 da Lei Complementar 
nº 64, de 1990. Um exemplo, já acima citado, objeto de precedente jurisprudencial 
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), é “a concessão de benefícios a servidores públicos 
estaduais nas proximidades das eleições municipais podem caracterizar abuso do poder político, desde 
22 Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições/2016
que evidenciada... a possibilidade de haver reflexos na circunscrição do pleito municipal, diante da 
coincidência de eleitores” (REspe nº 26.054, Acórdão de 08/08/2006, relator Ministro 
Francisco Cesar Asfor Rocha). Tal conduta não se enquadra entre aquelas previstas no 
art. 73 da Lei nº 9.504, de 1997, mas pode se configurar em abuso do poder político.
Agora, cabe relembrar que a exigência da potencialidade lesiva da conduta para a 
configuração do abuso do poder de autoridade, previsto no art. 22 da Lei Complementar 
nº 64, de 1990, objeto de reiteradas decisões do Tribunal Superior Eleitoral, não mais 
prevalece em virtude da inclusão do inciso XVI ao art. 22 da Lei das Inelegibilidades 
(LC n.º 64/90), pela Lei Complementar nº 135, de 2010, dispondo que “para a configuração 
do ato abusivo, não será consideradaa potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas 
apenas a gravidade das circunstâncias que o caracterizam”.
Não é por outra razão que o TSE decidiu recentemente que a “partir da nova 
redação do art. 22 da Lei Complementar nº 64, de 1990, com a inclusão do inciso XVI, não cabe 
mais considerar a potencialidade de o fato alterar o resultado da eleição, mas apenas a gravidade 
das circunstâncias que o caracterizam.” (REspe nº 13.068, Acórdão de 13/08/2013, relator 
Ministro Henriques Neves da Silva; e, ainda, REspe n.º 82.911/MS, Acórdão de 
17/11/2015, Relator Ministro Admar Gonzaga Neto).
8. CONDUTAS VEDADAS E ATOS DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
Destaca-se que, conforme o disposto no § 7º do art. 73 da Lei nº 9.504, de 1997, 
as condutas enumeradas no referido art. 73 caracterizam também atos de improbidade 
administrativa referidos no art. 11, inciso I, da Lei nº 8.429, de 1992, e sujeitam-se 
às disposições deste diploma legal, em especial às cominações do art. 12, inciso III. 
Nesse caso, a competência para processar e julgar o ato de improbidade não será da 
Justiça Eleitoral, mas da Justiça comum (Justiça federal no caso de autoridade da 
administração federal) (TSE, RO nº 1.717.231, Acórdão de 24/04/2012, relator Ministro 
Marcelo Henriques Ribeiro de Oliveira; REspe nº 15.840, Acórdão de 17/06/99, relator 
Ministro Edson Carvalho Vidigal; e RRP nº 56, Acórdão de 12/08/98, relator Ministro 
Fernando Neves da Silva). As penalidades também não são de ordem eleitoral, mas de 
ordem cível-administrativa àquele que venha a ser condenado. 
A circunstância de os fatos narrados em investigação judicial na Justiça Eleitoral 
configurarem, em tese, improbidade administrativa não obsta a competência dessa 
Justiça especializada para apuração dos eventuais ilícitos eleitorais (condutas vedadas 
23
e uso indevido, desvio ou abuso do poder econômico ou do poder de autoridade), 
nem para imposição das penalidades previstas na legislação eleitoral (TSE, AgR-RO nº 
2.365, Acórdão de 01/12/2009, relator Ministro Arnaldo Versiani Leite Soares; e AG nº 
3.510, Acórdão de 27/03/2003, relator Ministro Luiz Carlos Lopes Madeira). 
E ainda, “Mesmo se tratando de condutas, em tese, passíveis de caracterizar improbidade 
administrativa, essa Justiça Especializada tem competência para julgar os feitos que visem à apuração de 
delitos eleitorais.” (Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 31284, Acórdão de 
08/04/2014, Relator(a) Min. LAURITA HILÁRIO VAZ, Publicação: DJE de 20/05/2014).
9. CONDUTAS VEDADAS AOS AGENTES PÚBLICOS EM CAMPANHAS ELEITORAIS 
9.1 PROPAGANDA ELEITORAL ANTECIPADA
Definição de propaganda eleitoral: para o TSE, até a inserção da nova redação 
ao art. 36-A pela Lei 13.165/2015 entendia-se “como ato de propaganda eleitoral aquele que 
levava ao conhecimento geral, ainda que de forma dissimulada, a candidatura, mesmo que 
apenas postulada, a ação política que se pretendia desenvolver ou razões que induzissem a 
concluir que o beneficiário era o mais apto ao exercício de função pública.” (REspe nº 15.732, 
Acórdão de 15/04/1999, relator Ministro José Eduardo Rangel de Alckmin; vide, também, 
entre outros: AgR-AI nº 3.572, Acórdão nº 01/10/2013, relator Ministro José Antônio Dias 
Toffoli; AgR-REspe nº 390.462, Acórdão de 16/10/2012, relator Arnaldo Versiani Lei te 
Soares; Rp nº 203.142, Acórdão de 20/03/2012, relator Ministro Marcelo Henriques Ribeiro 
de Oliveira; AgR - AI n.º 21.114, Acórdão de 18/02/2016, relatora Ministra Maria Thereza 
Rocha de Assis Moura) (aplicação da nova redação do art. 36-A da Lei n.º 9.504/97, com a 
redação dada pela Lei n.º 13.165/2015). Entretanto, com a nova redação do art. 36-A, a Lei das 
Eleições, Lei 9.504/97, passou a prever que não configuram propaganda eleitoral, desde que 
não envolvam pedido explícito de voto: 1) a menção à pretensa candidatura, 2) a exaltação das 
qualidades pessoais dos pré-candidatos, além dos atos previstos nos incisos I a VI.
Ainda não há jurisprudência firmada pelo TSE para as eleições de 2016 que 
reflitam o novo dispositivo, o que gera grande insegurança jurídica. Muito embora 
esteja afastada do conceito a menção à candidatura, ainda que postulada, há uma grande 
probabilidade de que o TSE mantenha o entendimento de configuração da propaganda 
antecipada quando levada ao conhecimento, ainda que de forma dissimulada: 1) a 
ação política que se pretenda desenvolver e 2) razões que induzam a concluir que o 
beneficiário é o mais apto ao exercício de função pública.
24 Condutas Vedadas aos Agentes Públicos Federais em Eleições/2016
Não poderá o TSE, entretanto, configurar a propaganda antecipada pela mera 
exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos, se não houver pedido expresso 
de votos ou de indução ao raciocínio de que ele é o mais apto ao exercício da função 
pretendida.
período: a propaganda eleitoral somente é permitida após o dia 15 de agosto 
do ano da eleição (cf. art. 36, caput, da Lei 9.504/1997, com a redação dada pela Lei 
13.165/2015).
penalidades: sujeição do responsável pela divulgação da propaganda e, quando 
comprovado o seu prévio conhecimento, do beneficiário à multa no valor de R$ 
5.000,00 (cinco mil reais) a R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais), ou ao equivalente ao 
custo da propaganda, se este for maior (cf. art. 36, § 3º, da Lei nº 9.504, de 1997).
eXceçÕeS: Conforme o disposto no art. 36-A da Lei 9.504, de 1997 
(com a redação dada pela Lei 13.165, de 2015), não configuram propaganda 
eleitoral antecipada, desde que não envolvam pedido explícito de voto, a menção 
à pretensa candidatura, a exaltação das qualidades pessoais dos pré-candidatos 
e os seguintes atos, que poderão ter cobertura dos meios de comunicação 
social, inclusive via internet: I - a participação de filiados a partidos políticos 
ou de pré-candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no 
rádio, na televisão e na internet, inclusive com a exposição de plataformas e 
projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de televisão o dever 
de conferir tratamento isonômico; (Redação dada pela Lei nº 12.891, de 2013); 
II - a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado 
e a expensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos 
eleitorais, discussão de políticas públicas, planos de governo ou alianças 
partidárias visando às eleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos 
instrumentos de comunicação intrapartidária; (Redação dada pela Lei nº 12.891, 
de 2013); III - a realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de 
material informativo, a divulgação dos nomes dos filiados que participarão da 
disputa e a realização de debates entre os pré-candidatos; (Redação dada pela 
Lei nº 13.165, de 2015); IV - a divulgação de atos de parlamentares e debates 
legislativos, desde que não se faça pedido de votos; (Redação dada pela Lei nº 
12.891, de 2013); V - a divulgação de posicionamento pessoal sobre questões 
políticas, inclusive nas redes sociais; (Redação dada pela Lei nº 13.165, de 2015); 
VI - a realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da 
sociedade civil, de veículo ou meio de comunicação ou do próprio partido, 
25
em qualquer localidade, para divulgar ideias, objetivos e propostas partidárias. 
(Incluído pela Lei nº 13.165, de 2015).
OBSERVAÇÃO – não configuração: ELEIÇÕES 2014. PROPAGANDA 
eleitorAl eXtemporÂneA. entreviStA. proGrAmA de tv. 
não confiGUrAção. incidênciA. Art. 36-A, inciSo i, dA lei dAS 
eleiçÕeS. 1. Segundo disposto no art. 36-A, inciso i, da lei nº 9.504/1997, 
considerada a redação aplicável às eleições de 2014, não configura propaganda 
eleitoral antecipada “a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-
candidatos em entrevistas, programas, encontros ou debates no rádio, na 
televisão e na internet, inclusive

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