Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
23/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 1/4 Interações com anticoagulantes NESTA AULA SERÃO APRESENTADOS OS PROVÁVEIS MECANISMOS DE INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA COM OS FÁRMACOS ANTICOAGULANTES, BEM COMO AS INTERAÇÕES DOCUMENTADAS E EFEITOS. ALÉM DISSO, HÁ UMA BREVE ABORDAGEM SOBRE INTERAÇÕES COM ALIMENTOS E FITOTERÁPICOS. O RISCO DE HEMORRAGIAS TAMBÉM SERÁ APRESENTADO, DIANTE DA INTERAÇÃO DE ANTICOAGULANTES COM A VITAMINA K. Considerações Gerais Os fármacos antivitamina K (AVK), cumarínicos ou anticoagulantes orais, como por exemplo a mais comumente usada varfarina (composto 4-hidroxicumarina), são administrados, por mais de sessenta anos, como profiláticas e para tratamento de fenômenos tromboembólicos, inibindo a enzima hepática vitamina K epóxi-redutase, os fatores II, VII, IX e X e proteínas C e S (Klack e Carvalho, 2006). Entre os fármacos anticoagulantes, a varfarina vem demonstrando várias interações medicamentosas. A varfarina tem eficácia comprovada para o uso profilático em embolias pulmonares e sistêmicas em portadores de válvulas cardíacas artificiais, tromboses venosas, enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral e fibrilação atrial. É um fármaco que possui grande variabilidade de dose – resposta, devido às inúmeras interações alimentares (alimentos ricos em vitamina K), medicamentosas (antibióticos, hormônios, anti-inflamatórios não-esteroidais), produtos naturais (chás, como erva de São João) e interações sem mecanismos identificados. Prováveis mecanismos de interação medicamentosa e interações documentadas Os fármacos que interagem com a ação da varfarina podem tanto potencializar, como inibir a atividade coagulante. A tabela a seguir, relaciona interações medicamentosas documentadas com os fármacos anticoagulantes, ou seja, fármacos que diminuem e aumentam a eficácia anticoagulante. 01 / 03 23/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 2/4 Redução do efeito anticoagulante Aumento do efeito anticoagulante Hidróxido de alumínio, azatioprina, corticosteróides, rifampicina, barbitúricos, dicloxacilina, fenitoína, sucrafalto, ciclosfosfamida mecaptopurina, vitamina K, fármacos antitireoidenos, colestiramina, etanol (uso crônico), quinidina. Hormônios tireoidianos, AAS antifúngicos, cimetidina, isoniazida, sulfametoxazol, trimetropim, alopurinol, cloibrato, metronidazol, ticlopidina, amiodarona cloporpamina, omeprazol, tamoxifeno, andrógenos, etanol (agudo), paracetamol, vitamina E, mitilprednisolona, antidepressivos tricíclicos, eritromicina, fluconazol, quinolonas, inibidores seletivos da recaptura de serotonina (ISRS) Adaptado de: Klack & Carvalho, 2006. Redução do efeito anticoagulante Aumento do efeito anticoagulante Hidróxido de alumínio, azatioprina, corticosteróides, rifampicina, barbitúricos, dicloxacilina, fenitoína, sucrafalto, ciclosfosfamida mecaptopurina, vitamina K, fármacos antitireoidenos, colestiramina, etanol (uso crônico), quinidina. Hormônios tireoidianos, AAS antifúngicos, cimetidina, isoniazida, sulfametoxazol, trimetropim, alopurinol, cloibrato, metronidazol, ticlopidina, amiodarona cloporpamina, omeprazol, tamoxifeno, andrógenos, etanol (agudo), paracetamol, vitamina E, mitilprednisolona, antidepressivos tricíclicos, eritromicina, fluconazol, quinolonas, inibidores seletivos da recaptura de serotonina (ISRS) Adaptado de: Klack & Carvalho, 2006. Interações de anticoagulantes com alimentos A tabela a seguir mostra interações de fármacos anticoagulantes com alguns alimentos, ocasionando diminuição do efeito anticoagulante. Fármacos Alimentos Principais mecanismos Efeitos Dicumarol, Fenadiona, Warfarina Brócolis, couve, ervilha verde, nabo, rabanete, repolho Antagonismo bioquímico na síntese dos fatores da coagulação Diminuição da eficácia anticoagulante Fármacos Alimentos Principais mecanismos Efeitos Dicumarol, Fenadiona, Warfarina Brócolis, couve, ervilha verde, nabo, rabanete, repolho Antagonismo bioquímico na síntese dos fatores da coagulação Diminuição da eficácia anticoagulante Fitoterápicos e efeitos na coagulação Fitoterápicos com efeito anticoagulante em potencial: Alfafa, angélica, semente de anis, arnica, aipo, boldo, camomila, castanha-da-Índia, dente-de-leão, gengibre, gingko biloba, salsa, tamarindo, salgueiro, rábano, urtiga, álamo e sálvia. 02 / 03 23/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 3/4 A dosagem do anticoagulante deve ser individualizada de acordo com a sensibilidade do indivíduo ao fármaco conforme indicado pelo IRN (Bulário eletrônico da ANVISA, 2004). O objetivo dessa intervenção medicamentosa é estabelecer a faixa terapêutica do IRN que compreende entre 2 e 3, na grande maioria dos estudos clínicos, minimizando o risco de hemorragias, sem elevar os riscos trombóticos (Triplett, 2006; Lourenço et al., 1998; Blann et al., 2002; Erkan et al., 2005 citados por Klack e Carvalho, 2006). Portadores de disfunção hepática são mais susceptíveis aos cumarínicos por terem produção deficiente de fatores de coagulação, assim como estados hipermetabólicos que ampliam a ação da varfarina, doenças consuptivas, insuficiência renal e aumento da ingestão de álcool (Dutra de Oliveira e Marchini, 1998; Triplett, 1998; Tondato, 2004; Levine et al., 2004 citados por Klack e Carvalho, 2006). Em idosos há um aumento da disponibilidade do fármaco pela redução da concentração de albumina sérica e redução do metabolismo hepático (Tondato, 2004; Levine et al., 2004 citados por Klack e Carvalho, 2006), facilitando sua ação. A idade acima de 75 anos apresenta riscos aumentados de hemorragia intracraniana (Levine et al., 2004 citado por Klack e Carvalho, 2006). Na gestação, a exposição à varfarina deve ser evitada no primeiro trimestre (entre a 6ª e 12ª semanas) por atravessar a placenta e poder causar a embriopatia varfarínica (caracterizada pela hipoplasia nasal e/ou a não consolidação das epífises) (Silveira, 2002 citado por Klack e Carvalho, 2006), além de anomalias do sistema nervoso central (SNC). Uma avaliação individualizada, portanto, é necessária para garantir que o índice terapêutico seja cumprido, ou seja, garantir eficácia terapêutica sem expor o paciente a hemorragias ou comprometimentos na coagulação. REFERÊNCIA KLACK, K; CARVALHO, J. F. Vitamina K: Metabolismo, fontes e interação com o anticoagulante varfarina. Rev Bras Reumatol, v. 46, n.6, p. 398-406, nov/dez, 2006. 03 / 03 23/04/2018 AVA UNINOVE https://ava.uninove.br/seu/AVA/topico/container_impressao.php 4/4
Compartilhar