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Interações Farmacológicas - Resumo Ciências Farmacológicas

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Interaçõe�
Farmacológica�
Definição:
. É um evento clínico em que os efeitos de
um fármaco são alterados pela presença de
outro fármaco, alimento, bebida ou algum
agente químico ambiental
. Ocorre pela ação concorrente de outra
substância química no organismo
. As interações farmacológicas podem
aumentar o efeito de um fármaco a um nível
tóxico e/ou inibir o efeito de um fármaco e
privar o paciente do benefício terapêutico
. Ocorre quando se administra duas ou mais
substâncias em associação e altera-se o
efeito que normalmente se produz quando
administradas separadamente
. Possui uma incidência de:
➔ 3 a 5% dos pacientes com poucos
medicamentos
➔ 20% dos pacientes em estado crítico
(utilizando de 10 a 20 medicamentos)
➔ 1:200 internados sofrem algum evento
clínico grave
Sinergia x Antagonismo:
Sinergia:
. É o efeito maior do que o efeito obtido com
cada fármaco
. Principais vantagens das sinergias:
➔ reduz os efeitos tóxicos, em doses
menores
➔ pode obter efeitos mais prolongados
➔ melhora a eficiência terapêutica
➔ aumenta a eficácia quimioterápica
Antagonismo:
. é o resultado final menor do que o
correspondente a um dos fármacos
associados
. Principais vantagens dos antagonismos:
➔ antidotismo químico (no tratamento de
intoxicações)
➔ efeito corretivo (quando um fármaco
anula o efeito indesejável do outro -
antipsicóticos e efeitos
extrapiramidais)
Início de Efeito:
Início Rápido:
. Até 24 horas após a administração dos
fármacos
→ Exemplo: beta-bloqueadores X verapamil =
efeito aumentado de ambos
Início Tardio:
. Após 24 horas, podendo levar dias ou
semanas
→ Exemplo: carbamazepina X verapamil =
aumento da carbamazepina (podendo ocorrer
de 36 a 96 horas)
Gravidade das Interações:
Leve/Menores:
. Pode não afetar o paciente, podendo ser
inconvencionais e/ou toleradas
. Sem necessidade de mudar terapia ou de
intervenção
Moderadas:
. Exacerba ou altera as condições clínicas
. Podem necessitar de alterações terapêuticas
Graves/Maiores:
. Pode afetar a evolução clínica, podendo
levar a morte, internação, lesão e fracasso
terapêutico
. Causa danos permanentes se não
monitorizado
. Requerem intervenção
. São associadas a reações clinicamente
relevantes
Interação Farmacocinética x
Interação Farmacodinâmica:
Interação Farmacocinética:
. Nas interações farmacodinâmicas, um
fármaco modifica a sensibilidade ou a
resposta dos tecidos a outro fármaco, por ter o
mesmo efeito (agonista) ou efeito bloqueador
(antagonista). Habitualmente, esses efeitos
ocorrem no nível do receptor, mas podem
ocorrer no nível intracelular
. Altera a concentração de B que chega no
local de ação
. Ocorre quando há modificações na
absorção, distribuição, no metabolismo ou na
excreção de medicamentos causando a perda
ou o aumento da ação do fármaco
. As interações farmacocinéticas podem ser
medidas pelas mudanças nos parâmetros
cinéticos, sendo eles:
➔ concentração sérica máxima
➔ área sob a curva
➔ tempo de meia vida
➔ quantidade de fármaco excretado na
urina
. Principais modificações causadas pela
interação farmacocinética:
● Absorção: pode ser acelerada ou
retardada, ou ainda, variar a
quantidade de fármaco absorvido;
pode ocorrer pela alteração do ph do
meio, alteração na dissolução do
fármaco, alteração na secreção
gástrica ou da bile, alteração da
vascularização da superfície
absortiva, formação de complexos
insolúveis, alteração no trânsito
intestinal, alteração da atividade
metabólica exercida pela flora
intestinal e/ou alteração da espessura
da membrana absortiva
TIPO DE
MEDICAMENTO
INTERAÇÃO FARMACOCINÉTICA NA
ABSORÇÃO
. Cetoconazol
. Inibidores da bomba
de prótons
Alteram o pH do meio
. Vasoconstritores
. Anestésicos locais
Alteram a vascularização da
superfície absortiva
. Tetraciclinas
. Magnésio
Formação de complexos
insolúveis
. Anticolinérgicos Alteração no trânsito
intestinal
. Neomicina
. Metotrexate
Alteração da atividade
metabólica exercida pela
flora intestinal
. Queratolíticos
. Antimicóticos
Alteração da espessura da
membrana absortiva
● Distribuição: hemodiluição com
diminuição das proteínas
plasmáticas; competição por ligação
pela albumina plasmáticas, as sulfas
competem com os anticoagulantes
curmarínicos pelos sítios de ligação a
proteínas plasmáticas (hemorragia);
alteração de fluxo sanguíneo
(lidocaína e norepinefrina);
competição por transporte através da
membrana (glicoproteína P e
coenzima Q)
● Metabolismo: um fármaco pode induzir
ou inibir enzimas responsáveis pela
metabolização de outra substância
INDUÇÃO INIBIÇÃO
. Leva algumas
semanas para ocorrer
e para retornar ao
normal
. Ocorre rapidamente
e leva algumas
semanas para
retornar ao normal
. Induzem:
fenobarbital,
rifampicina,
carbamazepina, erva
de são joão e efavirenz
. Induzem:
ciclosporina,
tacrolimus,
cetoconazol e
eritromicina
. Biodisponibilidade
reduzida: ciclosporina,
tacrolimus, varfarina,
dexametasona, ACO e
veranil
FÁRMACOS QUE
INDUZEM
FÁRMACOS QUE SÃO
AFETADOS
. Fenobarbital
. Rifampicina
. Griseofulvina
. Fenitoína
. Etanol
. Carbamazepina
. Varfarina
. Contraceptivos orais
. Corticóides
. Ciclosporina
● Excreção: alterações no fluxo sanguíneo
glomerular, provocando o aumento ou
a diminuição da filtração glomerular e
a secreção tubular; alteração da
reabsorção tubular renal, como por
exemplo a probenecida ou a
penicilina (com o retardo da
excreção) por competição nos
mecanismos de ativos de secreção
tubular ativa nos túbulos renais
(glicoproteínas P, transportadores de
ânions orgânicos e transportadores de
cátions orgânicos); alteração do pH,
como por exemplo o bicarbonato de
sódio que alcaliniza a urina e acelera
a excreção de salicilatos (fármacos
ácidos)
Interação Farmacodinâmica:
. Por interferência em nível de receptor no
tecido suscetível duas ou mais substâncias
podem aumentar ou diminuir o efeito do
agonista
. Os principais efeitos são:
● Aditivo: benzodiazepínico e barbitúrico
● Sinérgico: sulfa e trimetoprima
● Antagonista: atropina e inibidores da
colinesterase
. Os inibidores da Monoaminoxidase
aumentam a quantidade de Norepinefrina e
interagem com alguns fármacos e alimentos
(ricos em Tiramina)
. As sulfonamidas impedem a síntese do
ácido fólicos pelas bactérias, a trimetropina
inibe sua redução a tetrahidrofolato. Quando
administrados juntos, possuem um efeito
sinérgico importante no tratamento de
Pneumocystis
. O uso combinado de dois ou mais fármacos,
cada um com efeitos tóxicos sobre o
mesmo órgão, aumenta muito a
probabilidade de uma lesão orgânica. Como
por exemplo, a administração concomitante de
dois fármacos nefrotóxicos pode produzir
uma lesão renal mesmo quando a dose
administrada de cada um seja insuficiente
para que haja um efeito tóxico
Interações de Sistemas de Controle
Fisiológico:
. Ocorre quando dois fármacos produzem
efeitos semelhantes ou opostos sobre uma
mesma função atuando sobre mecanismos
distintos
→ Exemplo: antiplaquetário (como a aspirina)
X anticoagulante (como a cumarina) = inibem
a coagulação (sinergia)
Interações Farmacêuticas:
. Também são conhecidas como
incompatibilidade medicamentosa, ocorrem
in vitro (antes da administração dos fármacos
no organismo)
. Nas interações farmacocinéticas, em geral,
um fármaco modifica a absorção, a
distribuição, a ligação às proteínas, a
biotransformação ou a excreção de outro
fármaco. Assim, ocorre a modificação da
quantidade e a persistência do fármaco
disponível nos locais dos receptores
. As interações farmacocinéticas alteram a
magnitude e a duração do efeito, porém não o
tipo do efeito. Esse tipo de interação é, com
frequência, previsível com base no
conhecimento dos fármacos individuais ou
detectado pelo monitoramento das
concentrações dos fármacos ou dos sinais
clínicos
. Ocorrem quando se misturam dois ou mais
fármacos em uma seringa, equipo, soro ou
outro recipiente
. Devem-se a reações fisiquímicas que
resultam em:
➔ alterações organolépticas (evidências
como mudanças de cor, consistência
e turvação)
➔ mudança de atividade de um ou mais
fármacos originais
➔ inativação de umou mais fármacos
➔ formação de um novo composto
➔ aumento da toxicidade
. Aminoglicosídeos são incompatíveis com
penicilinas e heparinas
. Hidrocortisona é incompatível com
heparina, tetraciclina e cloranfenicol
. Medicamentos não devem ser adicionados
ao sangue, soluções de aminoácidos ou
emulsões lipídicas
Interações Medicamento X Álcool:
. O álcool, por exemplo, reforça o efeito
sedativo de hipnóticos e anti histamínicos,
mas não atua no mesmo mecanismo de ação
. Principais efeitos do álcool no organismo:
➔ reflexos
➔ juízo crítico
➔ sonolência
. Pode provocar irritação gástrica (AINEs),
alterações hepáticas e renais podendo
ocasionar modificações farmacocinéticas e/ou
farmacodinâmicas (como a interação com o
paracetamol por exemplo)
. Causam efeitos depressores no sistema
nervoso central, como sedativos
. O alcoolismo crônico resulta em indução
enzimática
. A intoxicação alcoólica aguda tende a inibir o
metabolismo
. A disfunção hepática grave induzida por
álcool pode inibir a capacidade de
metabolização dos fármacos
Interações Medicamento x Alimento:
. Existem 5 principais tipos de interações
medicamento-alimento, sendo eles:
● Tipo I: é mais comum com a
administração EV; medicamentos não
devem ser adicionados a fórmulas de
uso enteral ou parenteral; soluções ou
suspensões são preferidas para
administração enteral
● Tipo II: afetam absorção, aumentando
ou diminuindo a biodisponibilidade;
podem afetar enzimas e mecanismos
de transporte, podem reduzir área de
absorção, provocar complexação e
desativação pelas características
físicoquímicas alimentos estimulam
secreção gástrica e intestinal,
facilitando dissolução e absorção;
refeições ricas em gordura estimulam
liberação de sais biliares, aumentando
captação de fármacos altamente
lipofílicos; dieta rica em fibras pode
diminuir a biodisponibilidade
MAIOR ABSORÇÃO
DURANTE A REFEIÇÃO
MENOR ABSORÇÃO
DURANTE A REFEIÇÃO
. Cefuroxima
. Etilsuccinato de
Eritromicina
. Lovastatina
. Lítio
. Ampicilina
. Ciprofloxacina
. Doxiciclina
. Tetraciclina
. Captopril
. Indinavir
● Tipo III: afetam disposição sistêmica ou
fisiológica, após absorção ter ocorrido;
alterações na distribuição e
biotransformação; grapefruit inibem o
CYP3A4, aumentando o risco de RAM
para mais de 85 medicamentos
● Tipo IV: referem-se a alterações na
excreção; podem envolver
antagonismo, excreção renal ou
circulação enterohepática
. Os principais fármacos que alteram o
consumo de alimentos são:
● Alteração do paladar e do olfato:
flurazepam, ciprofloxacina, loratadina,
atorvastatina
● Quimioterápicos: induzem náuseas e
vômitos, aumentando o risco de
desnutrição
ALIMENTO INTERAÇÃO
. Leite e derivados Reduz a biodisponibilidade
de alguns antibióticos
. Alho Anticoagulantes hemorragias
. Café Estimulante
. Suco de maçã
. Fexofenadina
. Atenolol
Menor biodisponibilidade
. Suco de laranja
. Atenolol
. Fluoroquinolonas
. Alendronato
. Montelukast
Menor biodisponibilidade
. Suco de laranja
. Alumínio
Maior biodisponibilidade
. Cranberry
. Tratamento para H.
Pylori
Maior taxa de sucesso
Principais Interações
Medicamentosas:
. Os medicamentos mais associados à
ocorrência de efeitos perigosos quando sua
ação é significativamente alterada são
aqueles com baixo índice terapêutico, sendo
eles:
MEDICAMENTOS EFEITOS TRATAMENTO
Carbonato de
lítio
Possui várias
ações no SNC
Transtorno
bipolar
Ciclosporina Imunossupressor Rejeição de
transplante
Digoxina Inibidor de bomba
Na/K ATPase
Cardiopatia
congestiva
Fenitoína Bloqueador de
canais de sódio
Anticonvulsivant
e
Carbamazepina Anticonvulsivante Convulsões
Metotrexato Imunossupressor Artrite
reumatoide
Teofilina Asma severa Asma
Varfarina Anticoagulante
oral
Anticoagulação
Antiácidos:
. Podem adsorver fármacos no trato
gastrointestinal
. Tendem a acelerar o esvaziamento gástrico o
que acelera a passagem do fármaco
. Hidróxido de alumínio pode alcalinizar a
urina e alterar a excreção de fármacos
(principalmente os salicilatos)
. Alteram o pH do trato gastrointestinal
alterando a absorção (como o cetoconazol e o
itraconazol por exemplo)
Anticoagulantes Orais:
. Possível indução do metabolismo
. Suscetível à inibição do metabolismo
mediado pela CYP2C9
. Alto grau de ligação a proteínas plasmáticas
→ Exemplos:
cimetidina - reduz o metabolismo da
varfarina
fluoxetina - reduz o metabolismo da
varfarina
Anti-inflamatórios não Esteroidais (AINEs):
. A inibição da prostaglandina pode resultar
em redução da excreção
renal de Sódio, menor resistência a estímulos
hipertensivos e redução da excreção renal de
lítio
. A maioria dos AINEs inibe a função
plaquetária, provocando aumento da
probabilidade de sangramento por outros
fármacos que prejudiquem a hemostasia
Estrogênio:
. Indução do metabolismo (como a erva de
são joão, a rifampicina, a fenitoína, a
primidona e a rifabutina por exemplo)
. A circulação entero-hepática pode ser
interrompida devido a destruição da flora, com
antibiótico como a ampicilina e amoxicilina por
exemplo
. Inibição do metabolismo, corticosteróides
aumentam os efeitos dos esteróides
Interpretação e Intervenção:
. É difícil detectar uma interação
medicamentosa, sobretudo pela variabilidade
entre os pacientes
. Uma solução é selecionar um fármaco que
não produza interação
(substituição de cometida por outro
antagonista H2)
. Se não houver alternativa, administrar os
medicamentos com os cuidados apropriados
. Se o efeito for bem monitorado pode ocorrer
somente um ajuste de dose
→ Exemplo: a isoniazida aumenta as
concentrações plasmáticas de fenitoína,
particularmente nos indivíduos acetiladores
lentos de isoniazida, se as concentrações
séricas de fenitoína são monitoradas e as
doses reduzidas adequadamente, as mesma
podem ser mantidas dentro do intervalo
terapêutico
. Os profissionais da saúde devem estar
atentos às informações sobre interações
medicamentosas e devem ser capazes de
descrever o resultado da potencial interação e
sugerir intervenções
. É quase impossível lembrar de todas as
interações conhecidas
. O médico deve ser informado sobre
combinações potencialmente perigosas e o
paciente deve ser alertado para observar
sinais e sintomas que denotam o efeito
adverso

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