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1 Higiene e Segurança do Trabalho Profª Renata dos Santos Fernandes Curso: Engenharia de Produção Generalidades Saúde - Estado de completo de bem estar físico, mental e social. Segurança do Trabalho - Estudo através de metodologias e técnicas próprias das possíveis causas de acidentes do trabalho, objetivando a prevenção das suas conseqüências. Medicina do Trabalho - Ciência que através de metodologia e técnicas próprias, estuda a causa das doenças ocupacionais, objetivando a prevenção das mesmas. Saúde Ocupacional - Estudos sistemáticos em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho, visando promover a saúde e proteger a integridade física do trabalhador no local de trabalho. Higiene do Trabalho - Ciência e arte devotada ao reconhecimento, antecipação e controle dos fatores ambientais e stress oriundos do ou no local de trabalho, que podem causar doença, comprometimento da saúde e bem estar, ou significante desconforto e ineficiência entre os trabalhadores ou membros de uma comunidade. 2 • Engenheiro de Segurança do Trabalho • Técnico de Segurança do Trabalho • Médico do Trabalho • Enfermeiro do Trabalho • Auxiliares de Enfermagem do Trabalho Serviço Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho: Engenheiro de Segurança do Trabalho É todo engenheiro ou arquiteto, que possui curso de especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho. O engenheiro de segurança atua na gestão de segurança e saúde ocupacional, em médias e grandes empresas dos mais diversos segmentos, visando reduzir as perdas e danos (lesões humanas, danos materiais a máquinas, equipamentos, instalações e ao meio ambiente). No Brasil, a profissão é regulamentada pela lei 7.410, de 27 de novembro de 1985 que dispôs sobre a especialização, em nível de pós-graduação, de engenheiros e arquitetos em engenharia de segurança do trabalho. 3 Técnico de Segurança do Trabalho Este profissional elabora, e/ou participa da elaboração e implementação de política de saúde e segurança do trabalho (SST); realiza auditoria, acompanhamento e avaliação na área; identifica variáveis de controle de doenças, acidentes, qualidade de vida e meio ambiente. Desenvolve ações educativas na área de saúde e segurança do trabalho; participa de perícias e fiscalizações e integra processos de negociação. Participa da adoção de tecnologias e processos de trabalho; gerencia documentação de sst; investiga, analisa acidentes e recomenda medidas de prevenção e controle, entre outras funções. Médico do Trabalho É o médico portador de certificado de conclusão de curso de especialização em medicina do trabalho, em nível de pós-graduação, ou portador de certificado de residência médica em área de concentração em saúde do trabalhador reconhecido pela Comissão Nacional de Residência Médica do Ministério da Educação, ambos ministrados por universidade ou faculdade que mantenha curso de graduação em medicina. Atua na área da saúde ocupacional, realizando exames admissionais, de retorno ao trabalho, de mudança de função, complementares e demissionais, e elabora o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. 4 Enfermeiro do Trabalho É membro e líder da equipe de enfermagem do trabalho e presta apoio ao paciente, em ambulatórios, em setores de trabalho e em domicílio a execução de atividades relacionadas aos serviços de higiene, medicina e segurança do trabalho, integrando equipes de estudos. Esse profissional realiza procedimentos de enfermagem de maior complexidade e prescreve ações, adotando medidas de precaução universal de biossegurança. Executa e avalia programas de prevenções de acidentes de trabalho e de doenças profissionais ou não-profissionais, fazendo análise da fadiga, dos fatores de insalubridade, dos riscos e das condições de trabalho do menor e da mulher, para propiciar a preservação de integridade física e mental do trabalhador. Auxiliares de Enfermagem do Trabalho Presta apoio as atividades preventivas de acidentes nas mais diversas áreas de sua atuação, juntamente com o técnico em segurança do trabalho e sempre com a supervisão de um enfermeiro do trabalho. E ainda nas funções que são de sua competência inicial, como administração de vacinas, palestras, orientações aos trabalhadores, verificação de sinais vitais. É o principal responsável para executar medidas emergenciais em casos de acidentes para prevenção de agravos à saúde do trabalhador, quando não houver outro profissional de maior habilidade, como o técnico, enfermeiro ou médico do trabalho. 5 TEORIAS DE CAUSALIDADE DE ACIDENTES - TEORIA DA CAUSALIDADE MÚLTIPLA E DA CONCEPÇÃO MULTICAUSAL: Considera que os acidentes quase nunca têm como causa apenas a ação do trabalhador, mas sim são ocasionados pela combinação de vários fatores comportamentais (relativo a atitudes, conhecimentos, condições física e mental) e ambientais (equipamentos, medidas de proteção). Ou seja, a ocorrência dos acidentes são de origem multicausais, que todos os parâmetros devem ser analisados e que efeitos de sinergismo, em razão da presença de diferentes níveis de risco nos locais de trabalho, devem ser levados em consideração. - TEORIA DOS MODELOS SISTÊMICOS: Considera que as empresas constituem sistemas abertos constituído por 2 subsistemas: o técnico (ambiente, máquinas, tecnologias, produtos, etc) e o social (trabalhadores com diferentes qualificações que estabelecem entre si relações pessoais e hierárquicas). “Esses dois subsistemas interagem entre si, resultando em interações positivas (que contribuem para a maximização da produção com qualidade) e interações negativas (cujos resultados não planejados, podem perturbar a produção, interferir na qualidade e desencadear acidentes de trabalho)”. Na Escola Comportamentalista os acidentes de trabalho têm a sua abordagem nas ações humanas, analisando os comportamentos sobre a ótica dos erros humanos, centrando a prevenção na supressão dos mesmos. Segundo a teoria as ações humanas podem ser divididas em três tipos: Habilidades: onde se usa a memória não consciente e não a condição de raciocínio; Cumprimento de Regras: o trabalhador recorre às regras para definir uma ação; Conhecimentos: o trabalhador necessita raciocinar e interagir com os conhecimentos, nas ações a serem realizadas. 6 - TEORIA CENTRADA NA PESSOA: O cerne é a concepção probabilística comportamentalista e do estresse, que seriam os causadores dos acidentes. - TEORIA CENTRADA NA SITUAÇÃO: Envolvem o estudo do ambiente físico e das máquinas, análise de tarefas, estudo de quebra e da degradação das situações ou de processos ou interações entre diferentes processos; - TEORIA EPIDEMIOLÓGICA: Tem enfoque mais descritivo que analítico, procura abranger as interações entre agente, hospedeiro e ambiente no processo causal de acidentes. EPIDEMIOLOGIA - ramo da medicina que estuda os diferentes fatores que intervêm na difusão e propagação de doenças, sua freqüência, seu modo de distribuição, sua evolução e a colocação dos meios necessários a sua prevenção. - TEORIA DO DOMINÓ: Considera o acidente de trabalho como último evento de uma seqüência linear constituindo uma tentativa de sistematização que se contrapunha á noção de fatalidade. A queda de um, desencadeia a queda dos subseqüentes, assim as ações do trabalhador ou de seus colegas exercem um papel de destaque e devem ser contempladas na prevenção. A seqüência de eventos que leva ao acidente é composta por cinco estágios consecutivos: 1. Causas e características de ordem individual; 2. Falha individual; 3. Ato inseguro e condição insegura; 4. Acidente; 5. Lesão ou morte. 7 São as circunstâncias postas à disposição dos trabalhadores para a realização de suas atividades laborais, representadas pelo meio ambiente existente, máquinas e equipamentos,processos produtivos desenvolvidos, bem como treinamentos específicos recebidos. Normalmente são classificados em: Condições de segurança: quando as situações em que os trabalhos são realizados estão livres da probabilidade da ocorrência de acidentes; Condições de insegurança ou condições inseguras: quando as circunstâncias externas de que dependem as pessoas para realizar seu trabalho são incompatíveis com ou contrárias às Normas de Segurança e Prevenção de Acidentes. Ex.: piso escorregadio, instalações elétricas precárias, iluminação inadequada, falta de ordem e limpeza, etc. CONDIÇÕES DE TRABALHO Os riscos ambientais ou ocupacionais são aqueles relacionados com o ambiente de trabalho. Consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes no ambiente de trabalho, capazes de causar danos à saúde do trabalhador em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição. Consideram-se também como riscos ambientais os agentes mecânicos e outras condições de insegurança existentes nos locais de trabalho, capazes de propiciar e contribuir para a ocorrência de acidentes do trabalho provocando lesões à integridade física do trabalhador. Risco, em epidemiologia é a probabilidade de ocorrência de um resultado desfavorável, de um dano ou de um fenômeno indesejado. 8 Riscos Físicos Ruídos Vibrações Radiações Frio Calor Pressões anormais Umidade Riscos Químicos Poeiras Fumos Névoas Neblinas Gases Vapores Produtos químicos Biológicos Vírus Bactérias Protozoários Fungos Ergonômicos Esforço físico intenso Posturas inadequadas Imposição de ritmos excessivos Jornadas de trabalho prolongadas Monotonia e repetitividade Os riscos no ambiente laboral podem ser classificados em 5 tipos, de acordo com a Portaria n° 3.214, do Ministério do Tr abalho do Brasil, de 1978. Esta Portaria contem uma série de normas regulamentadoras que consolidam a legislação trabalhista, relativas à segurança e medicina do trabalho. Encontramos a classificação dos riscos na NR-5: Riscos Ocupacionais: Físicos, Químicos, Biológicos, Ergonômicos, de acidentes. de Acidentes Condições físicas (ambiente de trabalho) Tecnológicas impróprias 1. Riscos de acidentes Qualquer fator que coloque o trabalhador em situação vulnerável e possa afetar sua integridade, e seu bem estar físico e psíquico. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc. 2. Riscos ergonômicos Qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc. 3. Riscos físicos Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibração, etc. 9 4. Riscos químicos Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos gases, neblinas, névoas ou vapores, ou que seja, pela natureza da atividade, de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. 5. Riscos biológicos Consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitos, entre outros. - Eliminação do risco – tornar o risco definitivamente inexistente. Ex.: adicionar material emborrachado e antiderrapante em escada com piso escorregadio. - Neutralização do risco – controle de risco existente. Essa alternativa é utilizada na impossibilidade temporária ou definitiva da eliminação de um risco. Ex.: as partes móveis de uma máquina (polias,engrenagens, correias, etc) devem ser neutralizadas com anteparos protetores. - Sinalização do risco - medida que deve ser tomada quando não for possível eliminar ou isolar o risco. Ex.: locais onde é proibido fumar devem ser devidamente sinalizados. Os acidentes são evitados com a aplicação de medidas específicas de segurança, selecionadas de forma a estabelecer maior eficácia na prática. As prioridades são: 10 Mapa de Risco É uma representação gráfica de um conjunto de fatores presentes nos locais de trabalho (sobre a planta baixa da empresa, podendo ser completo ou setorial), capazes de acarretar prejuízos à saúde dos trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho. Tais fatores têm origem nos diversos elementos do processo de trabalho (materiais, equipamentos, instalações, suprimentos e espaços de trabalho) e a forma de organização do trabalho (arranjo físico, ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de trabalho, turnos de trabalho, treinamento, etc). Utilização: • Serve para a conscientização e informação dos trabalhadores através da fácil visualização dos riscos existentes na empresa. • Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho na empresa. • Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de prevenção. 11 Como elaborar os mapas de riscos: • Conhecer o processo de trabalho no local analisado: os trabalhadores (n°, sexo, idade, treinamentos de segurança e saúde, jornada), os instrumentos e materiais de trabalho, as atividades exercidas; o ambiente. • Identificar os riscos existentes no local analisado, conforme a classificação específica dos riscos ambientais. • Identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia. Ex.: medidas de proteção coletiva; medidas de organização do trabalho; medidas de proteção individual; medidas de higiene e conforto (banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouro, refeitório, área de lazer). • Identificar os indicadores de saúde, queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalhadores expostos aos mesmos riscos, acidentes de trabalho ocorridos, doenças profissionais diagnosticadas, causas mais freqüentes de ausência ao trabalho. • Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local. 12 Iluminação InadequadaControle Rígido de Produtividade FungosNeblinasRadiações Não Ionizantes Ferramentas Inadequadas e Defeituosas Exigência de Postura Inadequada ProtozoáriosNévoasRadiações Ionizantes Máquinas e Equipamentos sem Proteção Levantamento e Transporte Manual de Peso BactériasFumosVibrações Arranjo Físico Inadequado Esforço Físico IntensoVírusPoeirasRuídos Riscos de AcidentesRiscos ErgonômicosRiscos Biológicos Riscos Químicos Riscos Físicos GRUPO 5: AZUL GRUPO 4: AMARELO GRUPO 3: MARROM GRUPO 2: VERMELHO GRUPO 1: VERDE CLASSIFICAÇÃO DOS PRINCIPAIS RISCOS OCUPACIONAIS EM GRUPOS, DE ACORDO COM A SUA NATUREZA E A PADRONIZAÇÃO DAS CORES CORRESPONDENTES. Outras situações de riscos que poderão contribuir para a ocorrência de acidentes Outras situações causadoras de stress físico e/ou psíquico Animais PeçonhentosMonotonia e Repetitividade Umidade Armazenamento Inadequado Jornadas de Trabalho Prolongadas Substâncias, Compostos ou Produtos Químicos em geral Pressões Anormais Probabilidade de Incêndio ou Explosão Trabalho em Turno e Noturno BacilosVaporesCalor EletricidadeImposição de Ritmos Excessivos ParasitasGasesFrio Riscos de AcidentesRiscos ErgonômicosRiscos Biológicos Riscos Químicos Riscos Físicos GRUPO 5: AZUL GRUPO 4: AMARELO GRUPO 3: MARROM GRUPO2: VERMELHO GRUPO 1: VERDE Cont.
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