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Resenha Coronelismo enxada e voto

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RESENHA: CORONELISMO, ENXADA E VOTO. O MUNICÍPIO E O REGIME REPRESENTATIVO NO BRASIL
 Coronelismo, Enxada e Voto é um livro de Victor Nunes Leal publicado em 1948 provindo de sua tese de concurso público para professor. É um estudo da vida política brasileira baseada no que o autor considera um sistema político, o coronelismo.
 Victor Nunes Leal foi um jurista brasileiro, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e professor da atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Bacharelou-se em ciências jurídicas e sociais, colaborou com Pedro Baptista Martins na elaboração do Código de Processo Civil de 1939. O auge de sua carreira foi o cargo de ministro do STF (1960-1969), eleito vice-presidente em 1968, Nunes Leal faleceu em 17 de maio de 1985, com 70 anos de idade.
 O coronelismo foi um dos principais pilares da republica velha. Em coronelismo enxada e voto, no capítulo primeiro o autor define o fenômeno do coronelismo considerando-o inicialmente como resultado da superposição de formas desenvolvidas do regime representativa a uma estrutura econômica e social inadequada. É uma forma peculiar de manifestação do poder privado, isto é, como os resquícios do passado ainda estão presentes no nosso regime político de extensa base representativa. A obra mostra então, a realidade brasileira contemporânea.
 Nunes Leal apresenta aos seus leitores uma breve introdução ao apresentar o que é a política do coronelismo, revelando a inadequada troca de favores entre o poder público e o poder privado. A característica fundamental que garante a existência do fenômeno explanado são as grandes propriedades de terra, que determinam qual é a grande liderança local. Segundo o autor, a figura do coronel apresentar características importantes, pois nem sempre os chefes políticos locais são coronéis. Os coronéis eram de posse de diversos votos de cabrestos, já que na república velha a manipulação de resultados eleitorais era de extrema facilidade, os grandes senhores compravam votos para seus candidatos, ou trocavam votos por bens materiais (roupas, calçados, alimentos) e favores (uma consulta medica, uma visita ao dentista), e como o local de votação era aberto, os coronéis mandavam seus capangas até os locais para vigiar e intimidar os eleitores, ficando assim, muito mais fácil conseguir votos, as regiões controladas politicamente por coronéis, eram na época, conhecidas como “currais eleitorais”.
 Segundo ele, o domínio da grande propriedade rural ainda é evidente, o que deixa à mostra situação dos pequenos proprietários rurais a qual é muito difícil. A sociedade rural era basicamente composta pelos empregadores, os empregados, alguns autônomos, e membros de famílias de posição ignorada, sendo que a grande maioria da população viva em situação dependência em relação ao poder local que era, como já citado, controlado pela figura do coronel. O poder local exercia uma ampla autonomia, na qual imperava a corrupção. O coronelismo levou a extravagantes fraudes eleitorais por anos a fio, só perdendo forças quando começou o processo do êxodo rural. O que se percebe de fato, é que Nunes Leal aborda de forma simples e detalhada os problemas políticos brasileiros da republica velha, no final do século XIX.
 A obra em um todo é de uma metodologia incrível, porém, o título deixa transparecer que o foco central seria a estrutura do coronelismo em si, mas o que se observa é que o autor apresenta um retrato abrangente e detalhado das circunstancias do período, a exposição é imprescindível para que se entenda esse cenário político, entretanto, o fenômeno em si vai sendo deixado de lado no decorrer do texto, porém, essa obra é uma exumação do passado, a qual nos permite conhecer um pouco mais do Brasil do século XIX.
 A obra destina-se a pessoas mais maduras, com uma índole voltada a área jurídica, entretanto, deve ser apresentada ao máximo de pessoas possíveis para despertar a curiosidade e fazer entender-se que o que vivemos hoje é basicamente um reflexo do passado. O que fará entender-se que, o pais está na decadência desde os anos mais antigos, a forma de Coronelismo apenas vem sendo aperfeiçoada ao passar dos anos. 
Autoras (es): Regiane Postal, Tainara Rodrigues e Teobaldo Vogel.
Acadêmicos do 1º período A do curso de Direito.

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