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FORMAÇÃO DE PROFESSSORES DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO

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Anais do IV Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP 
Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão 
Tubarão, de 7 a 11 de maio de 2012 
 
 1 
 
FORMAÇÃO DE PROFESSSORES DAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO 
FUNDAMENTAL NO CURSO DE PEDAGOGIA: 
A PERSPECTIVA DA ALFABETIZAÇÃO COM LETRAMENTO 
 
Maria Terêsa Cabral Greco1 
 
 
RESUMO: O trabalho é resultado de uma pesquisa em andamento, financiada pelo Observatório da 
Educação/CAPES, que tem como objetivo compreender qual perspectiva teórico-metodológica de alfabetização 
perpassa a formação de professores dos anos iniciais do Ensino Fundamental no curso de Pedagogia da Unisul 
e sua relação com a trajetória da alfabetização e da formação do pedagogo no Brasil, no período de 1986-2010. 
É um estudo de natureza bibliográfica e documental, numa perspectiva teórico-metodológica materialista 
dialética. As inferências iniciais dos dados de pesquisa refletem, através da análise histórica do curso de 
Pedagogia, a necessidade de se pensar na formação do pedagogo, enquanto um professor que deve ter como 
foco nas séries iniciais do ensino fundamental, a questão da alfabetização. Resgatando, assim, a relevância 
histórica desse curso e do seu compromisso com a formação de alfabetizadores para a escola pública brasileira. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Curso de Pedagogia; Formação de Professores; Professor alfabetizador; Alfabetização 
com Letramento. 
 
 
1. Introdução 
 
O presente texto é resultado de uma pesquisa em andamento, financiada pelo 
Observatório da Educação/CAPES, cujo projeto é intitulado - Alfabetização com letramento: 
a formação inicial e continuada e trabalho docente nas escolas da rede pública da região sul de 
Santa Catarina, que está organizada em três subprojetos com os seguintes eixos temáticos: 
formação de professores alfabetizadores, práticas de alfabetização e proposta pedagógica da 
escola em relação à alfabetização. 
A coleta de dados da pesquisa acontece na região sul de Santa Catarina, 
microrregião da Associação dos Municípios da Região de Laguna - AMUREL. Estão 
envolvidas na pesquisa, seis escolas da rede pública municipal e estadual dos municípios de 
Tubarão, Laguna, Jaguaruna, Capivari de Baixo e São Martinho. 
O tema do subprojeto, tratado nesse trabalho, é formação inicial de professores 
alfabetizadores e tal pesquisa tem como objetivo geral compreender qual perspectiva teórico-
metodológica de alfabetização perpassa a formação de professores dos anos iniciais do Ensino 
Fundamental no curso de Pedagogia da Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul e sua 
relação com a trajetória da alfabetização e da formação do pedagogo no Brasil, no período de 
1986-2010. Esse recorte temporal justifica-se pelo fato de que os professores que atuam nas 
seis escolas campo de pesquisa, predominantemente, realizaram sua formação no Curso de 
Pedagogia da Unisul, nesse período. 
Quanto aos objetivos específicos, a investigação pretende: identificar o perfil 
profissional do professor alfabetizador e de sua formação inicial; analisar a perspectiva 
teórico-metodológica de alfabetização que norteia a formação inicial do professor 
alfabetizador; analisar a trajetória teórico-metodológica da alfabetização e da formação do 
pedagogo no Brasil, no período de 1986 a 2010; analisar se a concepção de alfabetização 
proposta pelo curso de Pedagogia da Unisul favorece a alfabetização com letramento; 
conhecer as ações da universidade - curso de Pedagogia da Unisul - na formação dos 
 
1
 Aluna do Curso de Mestrado em Educação, do Programa de Pós-Graduação em Educação – PPGE, da Universidade do Sul 
de Santa Catarina – UNISUL. 
 
Anais do IV Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP 
Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão 
Tubarão, de 7 a 11 de maio de 2012 
 
 2 
professores para a alfabetização com letramento, em relação às seguintes questões 
curriculares: estágios, conteúdos, espaço/tempo e fundamentos teórico-metodológicos. 
É um estudo referenciado numa perspectiva materialista dialética, de natureza 
bibliográfica e documental. A pesquisa bibliográfica intenciona aprofundar a história da 
concepção teórico-metodológica da alfabetização e da formação do professor alfabetizador no 
Curso de Pedagogia no Brasil, e a pesquisa documental tem como objetivo compreender esse 
processo de formação no Curso de Pedagogia na Unisul, tendo como principais fontes 
documentais seus Projetos Pedagógicos, Planos de Ensino e Relatórios Anuais. 
Os atuais debates educacionais destacam a política de formação de professores da 
educação básica como questão estratégica para uma educação de qualidade, tendo, entre 
outras metas a ampliação dos índices de letramento das crianças e jovens. 
A concepção teórico-metodológica de alfabetização dos professores não tem 
origem apenas na formação inicial, mas, é imprescindível compreender os pressupostos na 
realidade dessa formação, para que seja possível descobrir as determinações presentes nas 
suas decisões enquanto docentes no processo de alfabetização com letramento. Dessa forma 
torna-se imprescindível conhecer a história da formação do pedagogo e a trajetória da 
alfabetização numa perspectiva teórico-metodológica no Brasil e no Curso de Pedagogia da 
Unisul, no que implica uma imersão na materialidade do processo para melhor compreendê-
lo. 
Em relação às análises iniciais dos documentos pesquisados que serão 
apresentadas no decorrer do texto, é importante destacar que, da década de 1980, ainda não 
foi possível localizar toda a documentação pertinente. 
 
2. Breve história da formação do pedagogo no Brasil e na UNISUL: período 1986/ 2010 
 
A pesquisa pretende desvelar em que momento da trajetória do Curso de 
Pedagogia no Brasil, evidencia-se a formação do professor alfabetizador. Ou seja, quando 
ocorreu a necessidade de se pensar na formação do pedagogo, enquanto um professor que 
deve ter como foco nas séries iniciais do ensino fundamental, a questão da alfabetização. 
No Brasil, somente com a aprovação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional, de 20 de dezembro de 1996, no art. 62, define-se que: 
 
A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, 
em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos 
superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do 
magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, 
a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. (BRASIL, 1996a). 
 
É importante salientar que a própria LDB 9.394/96, mesmo abrindo a 
possibilidade da formação em nível superior, permite ainda que o magistério das séries 
iniciais do ensino fundamental seja exercido por professores com formação em nível médio, 
na modalidade Normal. 
Entretanto, o art. 87 das Disposições Transitórias, da mesma legislação, institui “a 
Década da Educação, a iniciar-se um ano a partir da publicação desta Lei.” O item IV, § 4º 
afirma que “até o fim da Década da Educação somente serão admitidos professores 
habilitados em nível superior ou formados por treinamento em serviço.” (BRASIL, 1996a). 
Um dado significativo da pesquisa aponta que esta determinação legal 
possivelmente tem repercutido na ampliação do nível de formação dos professores da 
realidade campo de investigação onde temos que, dos trinta professores das seis escolas da 
rede pública municipal e estadual dos municípios da AMUREL, dezessete concluíram a 
 
Anais do IV Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP 
Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão 
Tubarão, de 7 a 11 de maio de 2012 
 
 3 
formação superior entre 2001 e 2006.
 
Todavia, anteriores a esta legislação, em determinados momentos do século XX, 
já havia uma preocupaçãosobre a necessidade e a possibilidade de formação superior para o 
professor primário. 
O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, referindo-se à formação de 
professores, mesmo antes da criação do curso de Pedagogia, criação esta que ocorreu através 
do Decreto-Lei nº 1.190, de 4 de abril de 1939, declara que: 
 
O magistério primário, preparado em escolas especiais (escolas normais), de caráter 
mais propedêutico, e, às vezes misto, com seus cursos gerais e de especialização 
profissional, não recebe, em geral, nesses estabelecimentos, de nível secundário, 
nem uma sólida preparação pedagógica, nem a educação geral em que ela deve 
basear-se. A preparação dos professores, como se vê, é tratada entre nós, de maneira 
diferente, quando não é inteiramente descuidada, como se a função educacional, de 
todas as funções públicas a mais importante, fosse a única para cujo exercício não 
houvesse necessidade de qualquer preparação profissional. [...] A formação 
universitária dos professores não é somente uma necessidade da função educativa, 
mas o único meio de, elevando-lhes em verticalidade a cultura, e abrindo-lhes a vida 
sobre todos os horizontes, estabelecer, entre todos, para a realização da obra 
educacional, uma compreensão recíproca, uma vida sentimental comum e um 
vigoroso espírito comum nas aspirações e nos ideais. (AZEVEDO, 2010, p. 59). 
 
É preciso evidenciar a preocupação dos educadores da época com a formação 
universitária dos professores primários, bem como com as condições de trabalho dos mesmos 
conforme segue no mesmo documento, [...] “a incorporação dos estudos do magistério à 
universidade, a equiparação de mestres e professores em remuneração e trabalho” [...]. 
(AZEVEDO, 2010, p. 46). 
O curso de Pedagogia é regulamentado, após sua criação em 1939, apenas em 
1962, quando o Conselho Federal de Educação, aprova o Parecer nº 251 de autoria do 
conselheiro do CFE Valnir Chagas, incorporado à resolução CFE/1962, que fixa o currículo 
mínimo para o curso de pedagogia. 
Apesar das alterações no currículo, os problemas e fragilidades do curso de 
Pedagogia continuaram. A introdução do Parecer CFE/251/1962 traz considerações a respeito 
da dualidade do curso, sobre sua indefinição, abrindo espaço para a discussão sobre a 
controvérsia quanto a sua manutenção ou extinção, mas, deixa claro que, para aquele 
momento, provisoriamente, era necessária sua continuidade. 
Silva (2006, p. 17) salienta que o Parecer nº 251/62 não menciona questões 
relacionadas à indefinição do campo de trabalho para esse profissional. Afirma que “fixaram 
um currículo mínimo visando à formação de um profissional ao qual se referem vagamente e 
sem considerar a existência ou não de um campo de trabalho que o demandasse.” A questão 
da formação do professor primário também não é destaque nesse Parecer. 
Com a Lei da Reforma Universitária, Lei nº 5.540, aprovada em 28 de novembro 
de 1968, surge a oportunidade de uma nova regulamentação para o curso de Pedagogia. 
O Parecer do Conselho Federal de Educação nº 252, de 9 de maio de 1969, 
também de autoria do Professor Valnir Chagas, que fixa o currículo mínimo e duração do 
Curso de Pedagogia, nas habilitações de formação de professores para o ensino normal e 
formação de especialistas para as atividades de Orientação, Administração, Supervisão e 
Inspeção no âmbito das escolas e sistemas escolares, traz à tona novamente a questão da 
formação universitária para o professor primário, abrindo a possibilidade de preparação para o 
exercício no Magistério das Séries Iniciais do Ensino de 1º Grau (1ª à 4ª séries), desde que 
contemplado no currículo a presença de disciplinas específicas para atuar neste nível de 
ensino, quais sejam: Estrutura e Funcionamento do Ensino de 1º Grau, Metodologia do 
 
Anais do IV Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP 
Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão 
Tubarão, de 7 a 11 de maio de 2012 
 
 4 
Ensino de 1º Grau e Prática de Ensino na Escola de 1º Grau (Estágio Supervisionado). 
Silva (2006, p. 31) afirma que: 
 
O parecer procurou clarificar uma questão que na época de sua aprovação, já se 
apresentava como um impasse: a do direito ao magistério primário, pelos 
diplomados em pedagogia. Do ponto de vista legal, considera que não há nenhuma 
dúvida, porque “ ‘quem pode o mais pode o menos’: quem prepara o professor 
primário tem condições de ser professor primário” (BRASIL, CFE, Documenta, n. 
100, p.110). Entretanto, do ponto de vista técnico, reconhece a pertinência da 
questão, pois nem todos dos que se diplomam em pedagogia recebem a formação 
indispensável ao exercício do magistério primário. 
 
Justifica-se, assim, a exigência das disciplinas específicas. 
Já na década de 1970, o conselheiro Valnir Chagas encaminha ao CFE uma série 
de Indicações com o objetivo de reestruturar o curso superior de formação do magistério, em 
virtude das necessidades originadas pela Lei 5.692, de 11 de agosto de 1971. Segundo Silva 
(2006, p. 58) houve uma “[...] indicação prevista, mas não encaminhada, que deveria 
regulamentar a formação, em nível superior, do professor dos anos iniciais da escolarização 
[...]”. 
Esses diferentes e relevantes momentos de reflexão abriram portas para a 
discussão sobre a formação do professor primário em nível superior e serviram de base para 
os debates posteriores. 
Com o clima de incertezas e instabilidades que se instalou com a tramitação das 
Indicações no Conselho Federal de Educação, os professores e estudantes que consideravam 
as mudanças como ameaças ao curso, iniciam um processo de mobilização. Na década de 
1980, com o processo de redemocratização que se iniciou no País e em face da necessidade de 
fomentar debates e pesquisas em âmbito nacional com o objetivo de formular propostas de 
alteração no curso de Pedagogia e demais cursos de formação de professores, o movimento 
toma forma e vários encontros foram organizados em regiões diferentes do país. 
(BRZEZINSKI, 1996). 
Em 1980, com o fortalecimento dos movimentos de resistência às propostas do 
CFE, surgem as Conferências Brasileiras de Educação – CBEs, promovidas pela Ande – 
Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior, juntamente com a ANPED – 
Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação e com o Cedes – Centro de 
Estudos Educação e Sociedade. Mas, já em 1978, é realizado o I Seminário de Educação 
Brasileira na Universidade de Campinas que segundo Brzezinski (1996, p. 99) “é um marco 
histórico no movimento dos educadores que aspiravam a subverter a tradicional ordem “de 
cima para baixo” nas decisões sobre as questões educacionais.” 
No início da década de 1980, instala-se o Comitê Pró-Formação do Educador. Em 
1983, o Comitê é transformado em Comissão Nacional de Reformulação dos Cursos de 
Formação do Educador – Conarcfe. O movimento evoluiu e, em 1990, durante a Assembleia 
Geral do seu V Encontro Nacional, em Belo Horizonte, a Conarcfe transformou-se em 
Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educação – ANFOPE. 
(BRZEZINSKI, 1996). 
Esse período, do início de 1980 até a criação da ANFOPE (1990), caracterizou-se 
por uma trajetória de organização, lutas, estudos, pesquisas de educadores e pesquisadores da 
área que tinham como um dos objetivos, interferir na formulação das políticas governamentais 
e no acompanhamento dos trabalhos do Ministério da Educação e do Desporto sobre a 
reformulação dos cursos de formação de professores, tal movimento contribuiu 
significativamente para a formulação de proposições em torno do debate para a elaboração da 
nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. 
 
Anais do IV Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP 
Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão 
Tubarão, de 7 a 11 de maio de 2012 
 
 5 
É importante destacar que,mesmo num contexto de grandes mudanças políticas, 
sociais e econômicas, com toda a inquietação presente e com a formação do Comitê, 
movimentando os educadores e estudantes em todo o território nacional, durante quase trinta 
anos a legislação que regulamentava o Curso de Pedagogia permaneceu em vigor, inabalada. 
Apesar da aprovação da LDB 9.394 em 1996, somente em 2001, o Conselho 
Nacional de Educação, através do Parecer CNE/CP nº 009, de 8 de maio de 2001, apresenta 
uma Proposta de Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da 
Educação Básica. Então, em 18 de fevereiro de 2002, é aprovada a Resolução CNE/CP nº 1, 
que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação 
Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. 
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia foram propostas 
através do Parecer CNE/CP nº 5, aprovado em 13 de dezembro de 2005, e houve um reexame 
do mesmo pelo Parecer CNE/CP nº 3, de 21 de fevereiro de 2006a. Com a Resolução 
CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006b, o Conselho institui Diretrizes Curriculares Nacionais 
para o Curso de Graduação em Pedagogia, licenciatura: 
 
Art. 2º As Diretrizes Curriculares para o curso de Pedagogia aplicam-se à formação 
inicial para o exercício da docência na Educação Infantil e nos anos iniciais do 
Ensino Fundamental, nos cursos de Ensino Médio, na modalidade Normal, e em 
cursos de Educação Profissional na área de serviços e apoio escolar, bem como em 
outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos. (BRASIL, 
2006b). 
 
Ou seja, com as Diretrizes, fica determinado que a formação para os professores 
das séries iniciais do Ensino Fundamental, deve acontecer em nível superior. 
No Curso de Pedagogia da Unisul, as análises iniciais apontam que desde meados 
de 1980, há uma preocupação com o perfil do profissional que está sendo formado, na direção 
de pensar uma formação voltada para Ensino Fundamental. 
Porém, apenas na década de 2000, mais precisamente no Projeto Pedagógico do 
Curso de Pedagogia, Habilitação: Magistério das Séries Iniciais do Ensino Fundamental, de 
abril de 2004, aparece no perfil específico do pedagogo formado para atuar como docente nas 
séries iniciais do Ensino Fundamental: “O Curso de Pedagogia da Unisul pretende que o 
docente das séries iniciais do Ensino Fundamental seja um profissional: [...] Capacitado para 
alfabetizar crianças, jovens e adultos [...].” (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA 
CATARINA, 2004, grifo nosso). 
Em relação aos seus objetivos específicos, o curso, pretende “preparar um 
pedagogo docente: [...] Capaz de desenvolver as capacidades previstas para as crianças, 
jovens e adultos que necessitam do Ensino Fundamental, principalmente na sua etapa de 
alfabetização, partindo das experiências de vida dos alunos e das exigências históricas da 
sociedade [...]” (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2004, grifo nosso). 
Acompanhando e participando do movimento que vinha acontecendo em nível 
nacional, num contexto de discussões e preocupações com a crise da educação brasileira e 
com as condições do trabalho do educador, no ano de 1988, o Curso de Pedagogia da Unisul 
propõe mudanças curriculares nas suas diferentes habilitações. 
Através do Parecer da Câmara de Ensino da Unisul nº 004, de 18 de dezembro de 
1991 e da Resolução do Conselho Universitário da Unisul nº 012, de 20 de dezembro de1991, 
cria a Habilitação Magistério das Séries Iniciais do Ensino de 1º Grau, incorporada a já 
existente, Magistério das Matérias Pedagógicas do Ensino de 2º Grau. A Habilitação das 
Séries Iniciais foi reconhecida pelo Parecer do Conselho Estadual de Educação/SC nº 222 de 
16 de julho de 1996 e homologada pela Portaria nº 908 de 05 de setembro de 1996b do 
Ministério da Educação e do Desporto. (AGUIAR, 2000). 
 
Anais do IV Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP 
Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão 
Tubarão, de 7 a 11 de maio de 2012 
 
 6 
De acordo com o Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia da Unisul, de março 
de 1996, no período entre a criação e o reconhecimento da Habilitação Magistério das Séries 
Iniciais do Ensino de 1º Grau iniciou-se um processo de reformulação do Projeto Político-
Pedagógico, que foi organizado em três etapas: em 1994, elaboração do documento “Reflexão 
preliminar sobre a identidade do curso”; em 1995/1996, o documento “Relatório – Projeto 
Pedagógico – Fase - Diagnóstico do Curso”; em 1996, a “Proposta de Projeto Pedagógico do 
Curso de Pedagogia da UNISUL”. 
Na década de 2000, o curso passou por reconhecimento de habilitações e 
reformulação do Projeto Pedagógico em virtude da Resolução CNE/CP nº 1, de 18 de 
fevereiro de 2002, instituindo Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de 
Professores da Educação Básica e da Resolução CNE/CP nº 1, de 15 de maio de 2006b, que 
institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia. 
Em maio de 2002 houve o Reconhecimento do Curso de Pedagogia – Habilitação 
em Séries Iniciais do Ensino Fundamental – Educação Especial; em abril de 2004, 
reformulação do Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia Habilitação: Magistério das 
Séries Iniciais do Ensino Fundamental; em julho de 2005, Reconhecimento do Curso de 
Pedagogia – Habilitação em Educação Infantil e em dezembro de 2006, nova reformulação do 
Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia para adequação às novas diretrizes para o curso. 
Salienta-se que, quando foi aprovada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação 
Nacional em de 20 de dezembro de 1996, a Unisul já possuía a Habilitação das Séries Iniciais, 
desde 1991, demonstrando que o seu curso de Pedagogia, em consonância com o que era 
defendido pelo movimento nacional dos educadores, articulado através da Anfope, 
comprometia-se com a formação do professor das séries iniciais. 
 
3. Trajetória da perspectiva teórico-metodológica de alfabetização no Brasil e no curso 
de pedagogia da UNISUL 
 
No Brasil, os métodos sempre surgiram a partir da necessidade de remediar os 
problemas de evasão e reprovação na primeira série do Ensino Fundamental e de melhorar os 
índices de alfabetização, uma vez que o acesso das crianças à escola não garante a 
apropriação da leitura e da escrita. 
Mortatti (2006), em relação à questão dos métodos de ensino inicial da leitura e 
escrita, desde as décadas finais do século XIX, divide o período em quatro momentos cruciais 
que demonstram as disputas pela hegemonia de determinados métodos de alfabetização: a 
metodização do ensino da leitura; a institucionalização do método analítico; a alfabetização 
sob medida; alfabetização: construtivismo e desmetodização. 
Em relação ao último período citado, a autora destaca que: 
 
[...] nesse momento, tornam-se hegemônicos o discurso institucional sobre o 
construtivismo e as propostas de concretização decorrentes de certas apropriações da 
teoria construtivista. E tem-se, hoje, a institucionalização, em nível nacional, do 
construtivismo em alfabetização, verificável, por exemplo, nos Parâmetros 
Curriculares Nacionais (PCNs) [...] (MORTATTI, 2006, p. 11). 
 
Pesquisas de autoras como Magda Soares e Leda V. Tfouni, entre outros, desde 
meados da década de 1980, apontam para a perspectiva da alfabetização com letramento. 
Tfouni (2010, p. 22) explica que, “enquanto a alfabetização se ocupa da aquisição 
da escrita por um indivíduo, ou grupo de indivíduos, o letramento focaliza os aspectos sócio-
históricos da aquisição de um sistema escrito por uma sociedade”. 
Segundo Vygotsky (1984 apud TFOUNI, 2010, p.22), 
 
 
Anais do IV Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP 
Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão 
Tubarão, de 7 a 11 de maio de 2012 
 
 7 
O letramento representao coroamento de um processo histórico de transformação e 
diferenciação no uso de instrumentos mediadores. Representa também a causa da 
elaboração de formas mais sofisticadas do comportamento humano que são os 
chamados “processos mentais superiores”, tais como: raciocínio abstrato, memória 
ativa, resolução de problemas etc. 
 
Cabe, portanto, à escola trabalhar de forma sistemática com a alfabetização e o 
letramento, de forma indissociável, na perspectiva de que as crianças se apropriem do sistema 
de escrita alfabético e consigam fazer uso social desse aprendizado, participando de práticas 
de leitura e de escrita. E, aos sistemas de ensino, cabe o compromisso de criar oportunidades 
de formação continuada aos professores alfabetizadores da rede, para que possam se apropriar 
das concepções teórico-metodológicas de alfabetização e fazer suas escolhas na busca de uma 
educação de qualidade. 
Políticas públicas recentes, da década de 2000, também orientam para essa 
concepção. Ou seja, apesar dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), lançados em 
1997, estarem em vigor, o próprio MEC já traz novas determinações, voltadas à alfabetização 
com letramento. 
A Lei nº 11.274, aprovada em 06 de fevereiro de 2006c, que dispõe sobre a 
duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos 6 
(seis) anos de idade. Essa antecipação da entrada da criança no Ensino Fundamental já 
possibilita um tempo maior para a alfabetização. 
O Parecer CNE/CEB nº 4, aprovado em 20 de fevereiro de 2008, orienta sobre os 
três anos iniciais do Ensino Fundamental de nove anos e esclarece dúvidas sobre a questão 
pedagógica nesse período. Estabelece o “ciclo da infância” com três anos de duração, 
afirmando que este é um período voltado à alfabetização e ao letramento, bem como ao 
desenvolvimento das diversas expressões e ao aprendizado das áreas de conhecimento. (Grifo 
meu) 
Através da aprovação da Resolução CNE/CBE nº 7/2010, aprovada em 14 de 
dezembro de 2010, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental 
de nove anos, são reafirmadas as orientações do Parecer. Com ênfase no ciclo de 
alfabetização, a Resolução CNE/CBE nº 7 (BRASIL, 2010) determina: 
 
Art. 30 Os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem assegurar: 
I – a alfabetização e o letramento; (Grifo meu) 
II – o desenvolvimento das diversas formas de expressão, incluindo o aprendizado 
da Língua Portuguesa, a Literatura, a Música e demais artes, a Educação Física, 
assim como o aprendizado da Matemática, da Ciência, da História e da Geografia; 
III – a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do 
processo de alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar no Ensino 
Fundamental como um todo e, particularmente, na passagem do primeiro para 
o segundo ano de escolaridade e deste para o terceiro. (Grifo meu) 
 
 Através do documento “Ensino Fundamental de nove anos: passo a passo do 
processo de implantação” (BRASIL, 2009, p. 05) o MEC define os objetivos da ampliação do 
ensino fundamental para nove anos de duração: 
 
a) melhorar as condições de equidade e de qualidade da Educação Básica; 
b) estruturar um novo ensino fundamental para que as crianças prossigam nos 
estudos, alcançando maior nível de escolaridade; 
c) assegurar que, ingressando mais cedo no sistema de ensino, as crianças 
tenham um tempo mais longo para as aprendizagens da alfabetização e do 
letramento. (BRASIL, 2009, grifo meu). 
 
 
Anais do IV Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP 
Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão 
Tubarão, de 7 a 11 de maio de 2012 
 
 8 
O Programa Pró-Letramento - Programa de formação continuada de professores 
para a melhoria da qualidade de aprendizagem da leitura/escrita nos anos iniciais do Ensino 
Fundamental é mais uma orientação do Ministério da Educação, Secretaria de Educação 
Básica, em relação à perspectiva de alfabetização com letramento. O curso é oferecido na 
modalidade semipresencial com 120 horas de duração. O programa é realizado através da 
parceria entre Ministério da Educação, Universidades da Rede Nacional de Formação 
Continuada e Sistemas de Ensino Estadual e Municipal. O mesmo teve início em 2005, mas 
encontra-se disponível para adesão pelos sistemas de ensino interessados em aprofundar as 
discussões sobre alfabetização e letramento com seus educadores, por meio de formação 
continuada. 
No Curso de Pedagogia da UNISUL, as análises iniciais apontam que o tema da 
alfabetização está presente nas propostas curriculares, acompanhando a tendência nacional. 
Até o ano de 2004, a discussão específica sobre alfabetização estava restrita a uma 
disciplina, Metodologia do Ensino de 1º Grau I, cuja ementa determinava o trabalho com: 
 
Processo de aquisição da linguagem, da leitura e da escrita. Variedades linguísticas. 
Conceitos de “certo” e de “errado” em linguagem. Língua padrão ou norma culta. 
Elementos de fonética e fonologia. Histórico e conceitos da alfabetização. Aquisição 
da linguagem oral e escrita na criança. Perspectivas históricas das metodologias de 
alfabetização. Paradigmas, métodos e processos de alfabetização. 
(UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 1996, p. 79). 
 
A partir do Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia de 2004, identifica-se a 
presença de um maior número de disciplinas específicas para a alfabetização: Alfabetização I, 
Alfabetização II, Estágio Supervisionado nas Séries Iniciais III e Estágio Supervisionado nas 
Séries Iniciais V. A partir deste ano a questão do letramento aparece vinculada à 
discussão da alfabetização. (Grifo meu) 
A disciplina Alfabetização I apresentava a seguinte ementa: 
 
Concepções de linguagem e sua relação com a alfabetização. Alfabetização segundo 
as diferentes teorias. A aquisição da linguagem escrita e o processo de representação 
simbólica. Signo lingüístico. Psicolinguística e alfabetização. Processos de ensinar e 
aprender leitura e escrita. Análise da escrita inicial em sujeitos em processo de 
alfabetização. Fonética e fonologia. Organização ortográfica da língua portuguesa. 
Projeto de prática de ensino para inserção do aluno na realidade das séries iniciais do 
Ensino Fundamental. (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2004, 
p. 76). 
 
E a disciplina Alfabetização II: 
 
A função da leitura e da escrita: a linguagem como forma de interação verbal. 
Oralidade e escrita. Alfabetização e letramento. Sociolinguística e alfabetização: 
variedades lingüísticas e a relação com língua padrão ou norma culta. Gêneros 
textuais. O discurso pedagógico e a alfabetização. As diversas formas de linguagem. 
Educação de jovens e adultos sob a perspectiva do letramento. Projeto de prática 
de ensino para inserção do aluno na realidade das séries iniciais do Ensino 
Fundamental. (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2004, p. 82, 
grifo meu). 
 
O Estágio Supervisionado nas Séries Iniciais III e o Estágio Supervisionado nas 
Séries Iniciais V são realizados em turmas de alfabetização. 
No Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia de 2006, reformulado em virtude 
das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Pedagogia, de 
2006, também, quatro disciplinas estão focadas na questão da alfabetização e do letramento: 
 
Anais do IV Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP 
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Tubarão, de 7 a 11 de maio de 2012 
 
 9 
Linguagem e Infância I, Linguagem e Infância III, Linguagem e Infância IV e Estágio 
Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental I. 
A disciplina Linguagem e Infância I apresenta a seguinte ementa: 
 
Semiótica: teoria dos signos e linguagens. As múltiplas linguagens humanas: 
constituição e desenvolvimento das linguagens no ser humano. A relaçãoentre as 
múltiplas linguagens, identidade e cultura. As diversas linguagens das crianças e a 
formação do professor de educação da infância. Ampliação de repertórios culturais, 
a apreciação e criação em diferentes linguagens artístico-culturais. Projeto de 
formação estética e de inserção do aluno na realidade artístico-cultural. 
(UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2006, p. 61). 
 
A ementa da Linguagem e Infância III: 
 
A História da Escrita. O processo de simbolização e as formas de representação 
antecessoras à escrita. A apropriação da linguagem escrita pela criança: expressões 
iniciais. Psicolingüística e Alfabetização. Letramento e alfabetização. 
Alfabetização como processo discursivo. Pressupostos teórico-metodológicos da 
alfabetização. Diretrizes e propostas sobre o processo de ensino e de aprendizagem 
da linguagem escrita. Projeto de prática para inserção do aluno na realidade 
educacional. (UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA, 2006, p. 74, 
grifo meu). 
 
E Linguagem e Infância IV, tem a seguinte ementa: 
 
Oralidade, leitura e escrita. Sociolinguística e alfabetização: variedades lingüísticas e 
a relação com a língua padrão. Elementos de fonética e fonologia presentes no 
processo de aquisição da linguagem. Concepções de leitura: decodificação e 
produção de sentido. O texto na alfabetização: diferentes gêneros textuais. 
Diretrizes Curriculares para o processo de alfabetização: conceitos e conteúdos que 
permeiam o trabalho pedagógico no primeiro e no segundo inicial. Projeto de prática 
de ensino para inserção do aluno na realidade educacional. (UNIVERSIDADE DO 
SUL DE SANTA CATARINA, 2006, p. 80, grifo meu). 
 
O Estágio Supervisionado nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental I é realizado 
em turmas do ciclo de alfabetização. 
Constata-se que os Projetos Pedagógicos de 2004 e 2006 apresentam um número 
maior de disciplinas relacionadas à alfabetização e ao letramento. E que houve, na trajetória 
do curso de Pedagogia, mudanças na concepção teórico-metodológica de alfabetização. 
 
4. Considerações sobre as análises iniciais dos dados da pesquisa 
 
As inferências iniciais dos dados de pesquisa refletem, através da análise histórica 
do curso de Pedagogia, a necessidade de se pensar na formação do pedagogo, enquanto um 
professor que deve ter como foco nas séries iniciais do ensino fundamental, a questão da 
alfabetização e do letramento. 
A formação inicial de professores alfabetizadores tem uma história recente, mas 
que precisa ser cada vez mais fortalecida na medida em que, a implantação do ciclo 
alfabetizador, de um tempo mais prolongado para que se consolide a alfabetização e o 
letramento nas crianças, exige um conhecimento teórico e metodológico sólido, bem como o 
compromisso de um trabalho compartilhado entre os professores envolvidos nas turmas dos 
três anos iniciais do Ensino Fundamental, visando à continuidade do processo. 
Resgata-se, assim, a relevância histórica do curso de Pedagogia e do seu 
compromisso com a formação de alfabetizadores para a escola pública brasileira. 
 
Anais do IV Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP 
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 10 
Destaca-se que essa pesquisa está em andamento, onde a coleta de dados continua 
a ser efetuada, sendo que neste momento apenas é possível realizar poucas e superficiais 
inferências sobre o nosso objeto de estudo, numa perspectiva de compreendê-lo na sua 
historicidade e complexidade (totalidade). 
 
Referências 
 
AGUIAR, L. C. Histórico do curso de pedagogia na Unisul. Tubarão, 2000. (mimeo) 
AZEVEDO, F. de. Manifesto dos pioneiros da Educação Nova (1932) e dos educadores 
(1959). Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massangana, 2010. (Coleção 
Educadores). 
BRASIL. Conselho Federal de Educação. Parecer nº 251, de 1962. Currículo mínimo e 
duração do curso de Pedagogia. 
________. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Parecer nº 3, de 21 de 
fevereiro de 2006a. Reexame do parecer CNE/CP nº 5/2005, que trata das Diretrizes 
Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. 
________. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Parecer nº 5, de 13 de 
dezembro de 2005. Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia. 
________. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Parecer nº 009, de 8 de maio 
de 2001. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação 
Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. 
________. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Resolução nº 1, de 15 de maio 
de 2006b. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em 
Pedagogia, licenciatura. 
________. Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno. Resolução nº 1, de 18 de 
fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores 
da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, de graduação plena. 
_______. Decreto-Lei nº 1.190, de 4 de abril de 1939. Dá organização à Faculdade Nacional 
de Filosofia. 
_______. Lei nº 5.540, de 28 de novembro de 1968. Fixa normas de organização e 
funcionamento do ensino superior e sua articulação com a escola média, e dá outras 
providências. 
_______. Lei n. 9.394, 20 de dezembro de 1996a. Estabelece as diretrizes e bases para a 
educação nacional. Disponível em: <http://www.mec.gov.br>. Acesso em: 10 maio 2012. 
_______. Lei n. 11.274, 6 de fevereiro de 2006c. Altera a redação dos arts. 29, 30, 32 e 87 da 
Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases para a educação 
nacional, dispondo sobre a duração de 9 (nove) anos para o ensino fundamental, com 
matrícula obrigatória a partir dos 6 (seis) anos de idade. Disponível em: 
<http://www.mec.gov.br/cne>. Acesso em: 15 maio 2012. 
_______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Parecer CNE/CEB n. 
4/2008. Orientação sobre os três anos iniciais do Ensino Fundamental de nove anos. 
Disponível em: <http://www.mec.gov.br/cne>. Acesso em: 05 maio 2012. 
_______. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB n. 
7/2010. Fixa Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos. 
Disponível em: <http://www.mec.gov.br/cne>. Acesso em: 29 abr. 2012. 
________. Ministério da Educação e do Desporto. Portaria nº 908, de 05 de setembro de 
1996b. Reconhecimento da Habilitação Magistério das Séries Iniciais do Ensino de 1º Grau, 
do Curso de Pedagogia da Unisul. 
 
 
Anais do IV Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP 
Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão 
Tubarão, de 7 a 11 de maio de 2012 
 
 11 
_______. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Ensino Fundamental de 
nove anos: passo a passo do processo de implantação. Brasília: MEC, 2009. Disponível em: 
<http://www.mec.gov.br/seb>. Acesso em: 10 maio 2012. 
________. Parecer nº 252, de 11 de abril de 1969. Currículo mínimo e duração do curso de 
Pedagogia. 
_______. Pró-Letramento: programa de formação continuada de professores dos anos/séries 
iniciais do Ensino Fundamental – Alfabetização e Linguagem. Brasília: MEC/SEB, 2007. 
Disponível em: <http://www.mec.gov.br/seb>. Acesso em: 15 maio 2012. 
_______. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: 
introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. 
BRZEZINSKI, I. Pedagogia, pedagogos e formação de professores: busca e movimento. 
Campinas, SP: Papirus, 1996. 
MORTATTI, M. do R. L. História dos métodos de alfabetização no Brasil. Brasília, 2006. 
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/alf_mortattihisttex 
talfbbr.pdf>. Acesso em: 15 maio 2012. 
SANTA CATARINA. Parecer do Conselho Estadual de Educação nº 222 de 16 de julhode 1996. Reconhecimento da Habilitação Magistério das Séries Iniciais do Ensino de 1º Grau, 
do Curso de Pedagogia da Unisul. 
SILVA, C. S. B. da. Curso de pedagogia no Brasil: história e identidade. 3. ed. Campinas, 
SP: Autores associados, 2006. 
TFOUNI, L. V. Letramento e alfabetização. São Paulo: Cortez, 2010. 
UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA. Parecer da Câmara de Ensino nº 
004, de 18 de dezembro de 1991. Propõe a criação da Habilitação Magistério das Séries 
Iniciais do Ensino de 1º Grau. 
_______. Resolução do Conselho Universitário nº 012, de 20 de dezembro de1991. Cria a 
Habilitação Magistério das Séries Iniciais do Ensino de 1º Grau. 
_______. Curso de Pedagogia. Projeto Pedagógico Habilitações: Educação Infantil, 
Educação Especial, Magistério das Matérias Pedagógicas do Ensino de 2º Grau, Séries 
Iniciais do Ensino Fundamental. Tubarão, 1996. 
_______. Curso de Pedagogia. Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia Habilitação: 
Magistério das Séries Iniciais do Ensino Fundamental. Tubarão, 2004. 
_______. Curso de Pedagogia. Projeto Pedagógico do Curso de Pedagogia. Tubarão, 2006.

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