Buscar

APOSTILA DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA ALFABETIZACAO E NO LETRAMENTO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NA 
ALFABETIZAÇÃO E NO LETRAMENTO 
2 
 
 
 
Faculdade de Minas 
Sumário 
INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4 
Alfabetização ................................................................................................. 14 
As dificuldades de aprendizagem .................................................................. 16 
As causas das dificuldades de aprendizagem ............................................... 19 
Os transtornos de aprendizagem................................................................... 20 
A atuação do psicopedagogo na escola ........................................................ 24 
Referências ................................................................................................... 26 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia-se com a ideia visionária e da realização do sonho de 
um grupo de empresários na busca de atender à crescente demanda de cursos de 
Graduação e Pós-Graduação. E assim foi criado o Instituto, como uma entidade capaz 
de oferecer serviços educacionais em nível superior. 
O Instituto tem como objetivo formar cidadão nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em diversos setores profissionais e para a 
participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e assim, colaborar na sua 
formação continuada. Também promover a divulgação de conhecimentos 
científicos, técnicos e culturais, que constituem patrimônio da humanidade, 
transmitindo e propagando os saberes através do ensino, utilizando-se de 
publicações e/ou outras normas de comunicação. 
Tem como missão oferecer qualidade de ensino, conhecimento e cultura, de 
forma confiável e eficiente, para que o aluno tenha oportunidade de construir uma 
base profissional e ética, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no 
atendimento e valor do serviço oferecido. E dessa forma, conquistar o espaço de 
uma das instituições modelo no país na oferta de cursos de qualidade. 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 
INTRODUÇÃO 
 
 
 
Sabemos que o processo de alfabetização inicial no Brasil é marcado por um 
enorme fracasso e consequentemente reproduz um grande número de desistência 
dos alunos principalmente quando nos referimos a crianças de escola pública e assim 
vem apresentando um resultado negativo e uma defasagem muito grande, e isso 
certamente tem prejudicado a aprendizagem dos educandos que saem das séries 
iniciais. O fato é que essa realidade existente nas escolas brasileiras e de modo geral, 
formam alunos que mal conseguem ler e escrever, que não sabem ao menos 
interpretar e produzir pequenos textos e sem dúvidas estes são reflexos das diversas 
Dificuldades de Aprendizagem, dificuldades estas que na maioria das vezes não são 
consideradas como questões ligadas ao desenvolvimento geral do processo escolar. 
Guiomar Namo de Mello em seu artigo diz que: 
 “as últimas estatísticas do MEC dão conta de que em 1982, 
como não há pelo menos quatro décadas, cerca de 50% dos alunos 
matriculados na primeira série do 1º grau não conseguiram concluí-la. 
Fracassaram logo no início da escolaridade, por abandono da escola 
ou repetência”. 
5 
 
 
 
Faculdade de Minas 
Por isso, no primeiro momento é fundamental considerar que o processo de 
ensino e aprendizagem não existe por si só e então se faz necessário considerar os 
diversos fatores que acompanham o mesmo. Pois a aprendizagem surge desde o 
convívio familiar interligando o processo escolar, processo este que tem como 
fundamento possibilitar uma melhor reflexão, avaliação e solução em relação às 
diversas Dificuldades de Aprendizagem existentes no ambiente escolar que 
obviamente envolve o educando interferindo em seu desenvolvimento e sem dúvida 
é importante considerar desde já os aspectos cognitivos, pois é através dos 
estímulos que a criança identifica não somente os símbolos, mas também as letras. 
 As chamadas dificuldades estão presentes a partir de diversos aspectos, 
dificuldades estas que podem parecer simples, mas certamente tem uma grande 
influência no desenvolvimento da criança e muitas vezes surgem a partir da interação 
com o meio em que vive e a relação com o ambiente escolar, envolvendo também a 
coordenação motora e os aspectos cognitivos. É possível considerar também que as 
diversas dificuldades de aprendizagem muitas vezes estão associadas a 
problemas de outra natureza, principalmente comportamentais e emocionais. 
 
Segundo GRIGORENKO, STERNEMBERG, 2003, p.29, 
“Dificuldade de aprendizagem significa um distúrbio em um ou 
mais dos processos psicológicos básicos envolvidos no entendimento 
ou no uso da linguagem, falada ou escrita, que pode se manifestar em 
uma aptidão imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar 
ou realizar cálculos matemáticos”. 
Com a permanência das diversas Dificuldades de Aprendizagem envolvendo 
alunos da escola pública no processo de Alfabetização e Letramento, diversas 
pesquisas relatam que são muitas as crianças encaminhadas para atendimentos 
especializados, pois cada vez mais aumenta o índice de reprovação, porém diante 
das pesquisas envolvendo este tema é fundamental considerar que o papel do 
professor neste processo é de grande importância para identificação e atuação junto 
a toda equipe interdisciplinar na escola. Diante desse assunto, é possível levar em 
6 
 
 
 
Faculdade de Minas 
consideração os últimos resultados envolvendo o número de crianças com 
Dificuldades de Aprendizagem no Brasil. 
Diante das diversas potencialidades existentes é fundamental que o professor 
com seu papel fundamental na busca por uma educação de qualidade ultrapasse a 
mera questão da alfabetização, sendo que cada criança apesar das dificuldades é 
capaz de superá-las sendo persistente nesse processo, mas para que isso aconteça 
é necessário um olhar significante na busca por uma melhoria, considerando que 
algumas crianças terão uma forma diferenciada de aprender. 
Sendo assim, a partir do momento em que a criança é inserida no ambiente 
escolar a mesma agrega conhecimentos e cria habilidades na aprendizagem, fator 
muito importante para seu desenvolvimento na sociedade acadêmica, mas para que 
isso aconteça de forma positiva é importante considerar a inserção da família como 
peças fundamentais que devem fazer parte durante todo este período. No entanto, a 
partir da colaboração de toda equipe escolar e familiar é possível observar se a 
criança apresenta dificuldades em sua aprendizagem em sala de aula com maior 
facilidade, e assim, certamente será mais fácil planejar e oferecer novos métodos para 
trabalhar com a criança e desenvolver conhecimentos em seu ambiente escolar, e 
assim o alfabetizar terá mais possibilidades e se tornará um processo qualitativo. 
Quando pensamos nas Dificuldades de Aprendizagem presentes no meio 
escolar, não devemos pensar simplesmente que este é um processo que interfere 
apenas no período de alfabetização, pois sem dúvidas ultrapassa a questão do 
ensinar a ler e escrever, pois a escola é o espaço que permite às crianças receberem, 
não apenas conhecimentos formais, mas também toda a bagagem histórica, cultural 
e social que a humanidade construiu durante os séculos. 
Sendo assim, este trabalho tem o intuito de apresentar as Dificuldades de 
Aprendizagem, ultrapassando uma formação ética com o intuito de preparar o 
educando para a sociedade, ou seja, é fundamental que toda equipe gestora em prol 
de uma educação qualificada busque uma junção 
eficiente entre pais, professores e comunidade para identificar os problemasexistentes no meio educacional e assim proporcionar diversas possibilidades de 
mudança pensando em um mundo melhor. 
7 
 
 
 
Faculdade de Minas 
Segundo Pérez (2002, p. 66) a alfabetização, 
“é um processo que, ainda que se inicie 
formalmente na escola, começa de fato, antes de a 
criança chegar à escola, através das diversas leituras 
que vai fazendo do mundo que a cerca, desde o 
momento em que nasce e, apesar de se consolidar 
nas quatro primeiras séries, continua pela vida afora. 
Este processo continua apesar da escola, fora da 
escola paralelamente à escola”. 
 Portanto, sabemos quão amplo é o processo de alfabetização, 
mas sabemos também que dentro desse processo existem diversas 
intermediações no qual de certa forma pode interferir seja positivamente ou 
negativamente e As Dificuldades de Aprendizagem quando identificadas certamente 
podem influenciar constantemente o processo de ensino e aprendizagem, mas para 
que isso seja visto de forma positiva e tratado com um olhar qualitativo é preciso que 
a Instituição de Ensino juntamente com toda equipe escolar trabalhem juntos com 
objetivos voltados para possibilidades de superação e não com a exclusão das 
mesmas e é claro sendo o professor um mediador e uma peça fundamental nesse 
processo. 
Quando pensamos no processo de alfabetização, logo nos vem à mente o 
grande avanço e sem dúvida é possível considerar a alfabetização como uma grande 
conquista, pois até o final da Segunda Guerra Mundial uma boa parte da população 
era analfabeta, e foi a partir daí que a escola passou a ser um lugar importante com 
uma fundamentação voltada para a urbanização e a industrialização. A partir dessa 
era em meados de 1950, além de existir grande imigração da população que residia 
na zona rural para a zona urbana, houve uma grande preocupação em preparar as 
novas gerações para a sociedade aumentando então o número de crianças 
matriculadas, mas o analfabetismo continua até os dias de hoje e com um marco 
muito grande na sociedade atual. 
Certamente a alfabetização, ou melhor, o ato de ensinar a ler e escrever é uma 
das maiores riquezas de nosso país, pois o mesmo possibilita uma construção ética, 
8 
 
 
 
Faculdade de Minas 
moral, social e cultural para o indivíduo e facilita sua relação na sociedade em que 
vive. 
Segundo Ávila: 
(…) alfabetização, em sentido comum, é o 
ensino das técnicas de leitura e escrita. Entretanto, 
como a leitura e escrita são apenas instrumentos para 
a formação humana, constituindo parte do processo 
educativo tomado como um todo, o termo 
alfabetização tem hoje um sentido mais amplo e 
funcional, abrangendo a soma de conhecimentos, 
habilidades, hábitos e atitudes que permitem ao 
indivíduo não só apossar- se dos elementos culturais 
entesourados pela humanidade através da linguagem 
escrita, mas, sobretudo, participar de maneira mais 
consciente e efetiva na vida comunitária. (apud 
ANDRADE, 1999, p.15) 
Mesmo sendo a alfabetização um processo fundamental para o 
desenvolvimento geral da sociedade, a escola ainda carrega características históricas 
muito fortes que partem desde o fracasso escolar atingindo também a estrutura física 
e a formação continuada de professores e isso é um dos resultados do ainda existente 
analfabetismo no Brasil e certamente todos estes aspectos colaboram para o 
surgimento das Dificuldades de Aprendizagem. 
O fato é que, quando paramos para refletir em relação à educação envolvendo 
a alfabetização, é possível relembrar também que vários são os reflexos trazidos 
desde a antiguidade até os dias de hoje, pois partindo das humildes escolas com 
salas de aulas adaptadas, com alunos de diversas séries, pouco material pedagógico, 
muito vale o esforço do professor e do aluno para superar esses obstáculos e é claro 
essa realidade ainda existe em escolas de pequenos povoados em alguns Estados e 
isso de certa forma colabora para o fracasso escolar, ou seja, a qualidade de ensino 
das escolas públicas em nosso país é tão corriqueira que tem a capacidade de formar 
alunos que mal sabem ler e escrever. 
9 
 
 
 
Faculdade de Minas 
Mas é necessário que haja muita garra para que o desânimo não deixe que as 
dificuldades consigam vencer as potencialidades, pois a partir da tomada de várias 
decisões pensando na necessidade dos alunos quanto ao compromisso de encontrar 
um método que se adéque a este processo. E é claro que diante das diversas 
dificuldades existentes é preciso buscar uma base teórica para a compreensão da 
maneira pela qual a criança aprende e é claro que na atualidade pensando-se na 
necessidade de novos métodos cabe ao professor familiarizar-se ao construtivismo 
de Emília Ferreiro e Jean Piaget para um melhor discernimento e assim buscar 
conhecimento sobre os princípios teóricos e também 
metodológicos da alfabetização e é claro que o alfabetizar não tem uma receita 
pronta, então cabe ao educador adaptar a sua metodologia as necessidades do 
educando na busca de identificar os principais caminhos e assim superar as possíveis 
dificuldades. 
É muito comum que alguns alunos ao ser alfabetizados, no início do 
aprendizado não compreendam a forma coerente da composição da palavra, pois em 
alguns casos constata-se que nesse início os mesmos não aprendem a soletrar, por 
isso é fundamental que o professor sendo um mediador e peça fundamental nesse 
processo procure uma metodologia no qual não apresente atos falhos quanto a esta 
questão, pois uma simples falha pode acarretar um fator atrativo para as chamadas 
Dificuldades de Aprendizagem. 
As várias transformações existentes no processo de ensino e aprendizagem 
partem desde os diversos métodos curriculares, metodologia de ensino, e também da 
formação continuada de professores, métodos estes que partem do tradicionalismo 
atingindo o construtivismo. 
Mas é claro que as transformações metodológicas relacionadas à 
alfabetização e letramento não são suficientes para que os resultados positivos 
aconteçam, por isso é imprescindível a constante observação em relação à criança 
como um ser que vem de uma determinada sociedade e apresentam diversas 
dificuldades, dificuldades estas que partem desde o meio social atingindo todo o seu 
desenvolvimento. 
10 
 
 
 
Faculdade de Minas 
E assim certamente compromete o interagir desse aluno, pois o mesmo está 
diretamente relacionado com seu meio no processo da aprendizagem de símbolos e 
seus significados na pré-alfabetização. No entanto, é fundamental que ao pensar em 
alfabetizar seja levado em consideração o aspecto social da criança, pois é preciso 
criar possibilidade para que essa criança seja estimulada e assim será possível 
demonstrar as diversas habilidades, potencialidades, sendo a criança um ser capaz 
apesar das diversas dificuldades existentes. 
De acordo com (Soares, 1998), é fundamental que a escola crie possibilidade 
para uma constante construção do conhecimento, possibilidades estas que partem 
desde os diversos caminhos oferecidos para a aprendizagem seja ela consciente ou 
não, possibilitando que os alunos atuem de forma crítica na sociedade em que vivem, 
pois certamente para que haja uma transformação é necessário que a escola esteja 
ciente que seu papel político é lutar contra as diversas desigualdades sociais 
capacitando o educando socialmente e culturalmente. E certamente é a partir 
das interações sociais e interpessoais que a criança constrói seu sistema interativo e 
isso se inicia no convívio familiar através do pensamento e também do raciocínio, pois 
estes são passos importantes para o aprendizado e consequentemente compreende 
a leitura e escrita, por isso é fundamental uma formação continuada do professor para 
o desenvolvimento desse processo. 
Quem se propõe a alfabetizar baseado ou não no construtivismo, deve ter um 
conhecimento básico sobre os princípios teórico-metodológico da alfabetização,para 
não ter que inventar a roda. Já não se espera que um método milagroso seja 
plenamente eficaz para todos. Tal receita não existe. (CARVALHO, 2008, p. 17). 
Para tanto, é importante também que o educador considere as primeiras 
produções escritas pelo educando, pois estas são de fundamental importância e sem 
dúvida estão representando algo que pode ser identificado a partir de codificação e 
decodificação. 
11 
 
 
 
Faculdade de Minas 
Outro aspecto importante que deve ser considerado é a leitura de mundo que 
de certa forma está envolvida com o educando antes mesmo da iniciação da 
alfabetização possibilitando ao mesmo um constante desenvolvimento. 
Para Freire (1996, p. 69) 
“à leitura do mundo precede a leitura da palavra, deste modo, 
o autor atenta para o respeito do saber de experiência do 
educando. O ato de ler e escrever deve começar a partir de 
uma compreensão muito abrangente do ato de ler o mundo, 
coisa que os seres humanos fazem antes de ler a palavra. Até 
mesmo historicamente, os seres humanos primeiro mudaram 
o mundo, depois revelaram o mundo e a seguir escreveram as 
palavras”. 
 Mas certamente o trabalho do professor não pode diminuir a partir daí, pois 
a criança precisa constantemente de caminhos com diversas possibilidades e é 
através delas que o mesmo progride, principalmente quando nos referimos às 
determinadas regras no processo sistêmico, sendo assim o professor deve entender 
que sua responsabilidade vai muito além do ensinar, pois o processo de 
aprendizagem é constante e boa parte é de sua responsabilidade, para tanto, cabe 
ao mesmo buscar uma ampliação em relação à interação professor e aluno, pois 
certamente a partir daí haverá ainda mais clareza para a identificação e superação 
das possíveis dificuldades que surgirão no decorrer do processo. 
Sendo assim, quando refletimos em relação ao processo de Alfabetização e 
Letramento, nos deparamos com as consequentes Dificuldades de Aprendizagem 
que em fundamentos biológicos podem ser consideradas como deficiência mental, 
privação cultural, entre outras. 
Federal Register 1997, p.65083, citado por Correia, 1991, nos faz refletir da 
seguinte forma: 
“Dificuldades de aprendizagem específica” significam uma perturbação num ou 
mais dos processos psicológicos básicos envolvidos na compreensão ou utilização 
12 
 
 
 
Faculdade de Minas 
da linguagem falada ou escrita, que pode manifestar-se por uma aptidão imperfeita 
de escutar, pensar, ler, escrever, soletrar, ou fazer cálculos matemáticos. O termo 
inclui condições com problemas perceptivos, lesão cerebral, disfunção cerebral 
mínima, dislexia e afasia de desenvolvimento. O termo não engloba as crianças que 
tem problemas de aprendizagem resultantes principalmente de deficiências visuais, 
auditivas ou motoras, de deficiência mental, de perturbação emocional ou de 
desvantagens ambientais, culturais ou econômicas. (Federal Register, 1997, p.65083, 
citado por Correia, 1991). 
Por isso, é importante que haja uma análise reflexiva em relação às 
Dificuldades de Aprendizagem apresentadas no meio escolar, pois 
a partir desse intuito e logo após a observação cabe à equipe escolar propiciar 
meios de intervenção verificando métodos capazes de tratá-las positivamente sem 
agredir o aluno ou assustá-lo causando assim uma evasão escolar. É fundamental 
que desde a iniciação do processo escolar seja disponibilizado possíveis recursos 
envolvendo a leitura e escrita para que a criança no primeiro momento consiga 
expressar suas dificuldades e potencialidades. 
Para tanto nesse processo é necessário levar em consideração que longo é o 
caminho do desenvolvimento da criança, caminho este que vai da dependência para 
a autonomia total, passando pela importante construção da identidade individual e 
social. Nesse processo, diversos fatores podem influenciar e fazer a diferença, entre 
estes a importância do brincar que certamente é um recurso fundamental quando 
o assunto é Dificuldades de Aprendizagem na Alfabetização e Letramento. 
Então, reconhecendo que a escola é um dos principais meios de socialização 
da criança no mundo, e que o brincar é uma atividade prática da criança no mundo, 
podemos dizer que certamente o brincar na escola possibilitará ampliação do 
conhecimento de mundo em todos os aspectos, tornando-o um ser crítico, ético, e 
autônomo, mas é claro que cabe a Instituição 
de Ensino buscar recursos fundamentais para o desenvolvimento de determinados 
aspectos e envolver constantemente o professor como mediador e responsável por 
grande parte da transformação existente, mas antes de tudo é preciso levar em 
13 
 
 
 
Faculdade de Minas 
consideração o quão importante é considerar que o aluno é um ser capaz e basta 
receber estímulos para se desenvolver constantemente. 
 
 
Assim, fica claro que o professor como mediador deve além da observação 
buscar métodos junto à equipe gestora com o intuito de solucionar as dificuldades de 
aprendizagem evitando assim o abandono escolar. Nesta medida, vários são os 
objetivos a serem atingidos a partir da superação das diversas dificuldades, a 
construção da identidade e do desenvolvimento do conhecimento do aluno, por isso 
é importante levar em consideração a autonomia da criança, interatividade e 
participação, tornando-os seres críticos, reflexivos e preparados para enfrentar 
desafios desde a mais tenra idade. 
14 
 
 
 
Faculdade de Minas 
Alfabetização 
 
 A alfabetização é o processo em que as crianças se apropriam do ensino e 
da aprendizagem, principalmente no que se refere à leitura e a escrita, no entanto, 
esse processo não acontece apenas na escola. 
 
 De acordo com Ferreiro, Teberosky (1999), “as crianças se apropriam da leitura 
e da escrita mesmo quando ainda não as fazem convencionalmente”. Nessa 
perspectiva, as crianças aprendem naturalmente no meio em que vivem, através de 
estímulos visuais, sonoros. 
 
 A leitura está presente na vida cotidiana sempre buscando compreensão e 
significados para o mundo. Para Paulo Freire (2000, p.5), “leitura boa é a leitura que 
nos empurra para a vida, que nos leva para dentro do mundo, que nos interessa a 
viver”. 
 
 Para que a criança desperte sua curiosidade pela leitura é preciso que o 
educador faça sempre leituras interessantes e atividades que favoreçam a 
participação das mesmas, possibilitando-as uma compreensão sobre o significado 
das palavras. Isso só ocorrerá realmente por intermédio das práticas de alfabetização 
que estimulam a leitura e a escrita, levando-os ao prazer de estarem sempre lendo e 
desta forma aprender a escrever com autonomia. 
 
15 
 
 
 
Faculdade de Minas 
Segundo o Referencial curricular nacional para educação infantil (1998, p. 151): 
 
 Diz-se que um ambiente é alfabetizador quando promove um conjunto de 
situações de usos reais de leitura e escrita nas quais as crianças tem a oportunidade 
de participar. Se os adultos com quem as crianças convivem utilizam a escrita no seu 
cotidiano e oferecem a elas a oportunidade de presenciar e participar de diversos atos 
de leitura e de escrita, elas podem, desde cedo, pensar sobre a língua e seus usos, 
construindo ideias sobre como se lê e como se escreve. 
 
Portanto, o processo de alfabetização só ocorrerá quando o aluno souber ler, 
escrever, interpretar e elaborar produções de textos simples ou complexos com 
eficiência e qualidade. Esse processo tem início na alfabetização e estende-se por 
toda vida. E para que esse processo realmente aconteça os alunos necessitam de 
mediadores que venham contribuir através de um trabalho interativo, contextualizado 
e bem planejado. Não basta apenas a criança apropriar-se do código escrito, mas 
fazer uso da leitura e da escrita no cotidiano, apropriando-se da função social dessas 
duas práticas. 
 
 Sabe-seque muitas vezes a criança não está conseguindo dominar as 
habilidades de leitura e escrita e culpa-se a família e/ou a falta de interesse dos 
mesmos, mas, é preciso que o professor quando perceber que determinados alunos 
não estão avançando na aprendizagem, buscar subsídios para que estes problemas 
sejam solucionados. Também, torna-se relevante o educador se autoavaliar, 
examinado sua prática pedagógica, pois muitas vezes o aluno é rotulado como 
alguém que não “aprende nunca”, causando sérios constrangimentos e traumas em 
sua vida. 
 
 As crianças que apresentam realmente dificuldades em aprender, precisam ser 
acompanhadas pelo profissional responsável nessa área que é o psicopedagogo, 
pois, através do diagnóstico que ele fará, dependendo do problema observado, ele 
saberá o melhor caminho a percorrer para que essas crianças possam avançar em 
16 
 
 
 
Faculdade de Minas 
suas aprendizagens. 
 
 
 
As dificuldades de aprendizagem 
 
O conceito de dificuldades de aprendizagem remete-se também as 
necessidades educacionais especiais, mas também aos maiores recursos 
educacionais necessários para atender essas necessidades e evitar maiores 
complicações. 
 Ao falar de dificuldade de aprendizagem e evitar a terminologia da deficiência 
ênfase situa-se na escola, na resposta educacional. 
 
 De acordo com Grigorenko; Ternemberg (2003 p.29): Dificuldade de 
aprendizagem significa um distúrbio em um ou mais processos psicológicos básicos 
envolvidos no entendimento ou no uso da linguagem, falada ou escrita, que pode se 
manifestar em uma aptidão imperfeita para ouvir, pensar, falar, ler, escrever, soletrar 
ou realizar cálculos matemáticos. 
 Frequentemente são identificadas crianças dentre as que frequentam a escola, 
aquelas que, por alguma razão, não conseguem cumprir de modo satisfatório as 
17 
 
 
 
Faculdade de Minas 
expectativas da escola e dos pais. Habitualmente, os familiares ou responsáveis por 
estas crianças são orientadas no sentido de procurar um profissional a fim de que 
este possa diagnosticar o “problema da criança” com o objetivo de corrigir ou sanar 
as dificuldades presentes, pois, se essas crianças não tiverem um acompanhamento 
adequado não terão rendimento escolar satisfatório. 
 
 Muitas vezes a criança apresenta alguma dificuldade na aprendizagem e a 
família não mostra nenhum interesse em ajudá-la, deixando que a escola se 
encarregue de encontrar a solução. 
 
 Sabemos que é de grande importância que a escola receba esses alunos, mas 
é também preciso que a família colabore no sentido de ajudá-los em relação a 
formação da criança, bem como é responsável por modelar e programar o 
comportamento e a identidade do indivíduo. 
 
 É preciso que a família acompanhe de perto a vida escolar dos filhos. Os pais 
não podem pensar que todos os problemas de aprendizagem dos filhos é obrigação 
somente da escola resolvê-los. É papel dos pais, estarem sempre acompanhando 
todo processo de formação de seus filhos, dedicando-se ao máximo, propiciando 
momentos de cumplicidade, amor e atenção. O vínculo afetivo da família desempenha 
um papel importante no desenvolvimento da criança. 
 
 Observamos que diversas vezes, os próprios pais cometem erros gravíssimos 
quando se referem aos filhos que apresentam alguma deficiência na aprendizagem, 
dizendo: “ele não tem jeito, não aprende nunca”. Isso muitas vezes é a causa das 
crianças não aprenderem mesmo, devido os traumas causados dentro da própria 
casa. 
 
 Não existe criança que não aprenda. Ela sempre aprenderá alguma coisa, 
umas de modo mais rápido, outras mais lentamente, mais a aprendizagem 
certamente se processará, independentemente da via neurológica usada, mas 
utilizando-se associações infalíveis, baseada em uma vertente básica: ambiente 
adequado + estímulo + motivação. Talvez seja a chave que procuramos para 
18 
 
 
 
Faculdade de Minas 
encaminhar os distúrbios de aprendizagem e as dificuldades de escolaridade. 
(CIASCA, 2004, p.8). 
 
 Nessa perspectiva, entende-se que toda criança tem a capacidade de 
aprender, mesmo que tenha problemas neurológicos, dependendo da maneira como 
ela receber as informações, algo com certeza vão ficar registrados em sua mente. Em 
relação a essa abordagem, torna-se de grande relevância o papel do professor que 
precisa estar se capacitando constantemente, tanto em prol de sua formação como 
em saber atuar frente aos desafios de sua profissão. 
Não há ensino sem pesquisa e pesquisa sem ensino. Esses fazeres se encontram 
um no corpo do outro. Enquanto ensino, continuo buscando, reprocurando. Ensino 
porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para constatar, 
constatando, intervindo, intervindo educo e me educo. Pesquiso para conhecer o que 
ainda não conheço e comunicar ou anunciar a novidade. (FREIRE, 2004, p.29). 
 
 O professor tem um papel importante no desenvolvimento do educando, 
cabendo a ele, perceber as dificuldades dos alunos, ajudando e incentivando para 
que eles não se sintam fracassados, achando que nunca vão conseguir aprender. 
 
 Algumas crianças por diversas razões, não chegam a desenvolver habilidades 
comunicativas por meio da fala, como, por exemplo, crianças com deficiência auditiva, 
algumas portadoras de paralisia cerebral, autistas etc. Nesses casos, a inclusão 
dessas crianças nas atividades regulares favorece o desenvolvimento de várias 
capacidades, como a sociabilidade, a comunicação, entre outras. Convém salientar 
que existem certos procedimentos que favorecem a aquisição de sistemas 
alternativos de linguagem, como a que é feita por meio de sinais, por exemplo, mas 
que requerem um conhecimento especializado. 
 
 Cabe ao professor uma ação no cotidiano, visando à integração de todas as 
crianças no grupo. As crianças com problemas auditivos criam recursos variados para 
se fazerem entender. O professor, deve também buscar diferentes possibilidades 
para entender e falar com elas, valorizando várias formas de expressão. Além da 
inclusão em classes regulares, as crianças portadoras de necessidades especiais 
19 
 
 
 
Faculdade de Minas 
deverão ter paralelamente um atendimento especializado. 
 
 Ensinar e aprender são processos lentos, individuais e estruturados. Quando 
esses processos não se completam, por alguma falha ou falta, interna ou externa, 
surgem os distúrbios e as dificuldades de aprendizagem que levam a criança não só 
à desmotivação, mas ao desgaste e à reprovação social. A criança se transforma num 
rótulo dentro da escola, perturba pais e professores que passam a buscar, a partir 
daí, todo e qualquer tipo de solução na tentativa de descobrir causas, classificá-las e, 
se possível, entender de forma objetiva um quadro que, apesar de não se mostrar 
claro, sugere uma perturbação, e implica em prejuízo contínuo em uma fase da vida 
extremamente importante, o início da escolarização. 
 
 
As causas das dificuldades de aprendizagem 
 
É notável que os fatores sociais sejam determinantes na manutenção dos 
problemas de aprendizagem, e entre eles o ambiente escolar e o contexto familiar 
https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https://www.passeidireto.com/arquivo/35765403/mapa-conceitual&psig=AOvVaw2NaCNAzypPqItBRGWkCuzn&ust=1574797667489000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCOjU1qSShuYCFQAAAAAdAAAAABAO
20 
 
 
 
Faculdade de Minas 
são os principais componentes desses fatores. Quanto ao ambiente escolar, é 
necessário verificar a motivação e a capacitação da equipe de educadores, a 
qualidade da relação professor-aluno-família, a proposta pedagógica, e o grau de 
exigência da escola, que, muitas vezes, está preocupada com a competitividade e 
põe de lado a criatividade de seus alunos. 
 
 A real etiologia dos transtornos de aprendizagem ainda não foi esclarecida 
pelos cientistas, embora existam algumas hipóteses sobre suas causas. Sabe-seque 
sua etiologia é multifatorial, porém, ainda são necessárias pesquisas para melhor 
identificar e elucidar essa questão. O CID-10 esclarece que a etiologia dos transtornos 
de aprendizagem não é conhecida, mas que há “uma suposição de primazia de 
fatores biológicos, os quais interagem com fatores não-biológicos”. 
 
 O desenvolvimento cerebral do feto é um fator importante que contribui para o 
processo de aquisição, conexão e atribuição de significado às informações, ou seja, 
da aprendizagem. Dessa forma, qualquer fator que possa alterar o desenvolvimento 
cerebral do feto, facilita o surgimento de um quadro de transtorno de aprendizagem, 
que possivelmente só será identificado quando acriança necessita expressar suas 
habilidades intelectuais na fase escolar. 
 
 Os transtornos de aprendizagem 
 
As pesquisas científicas sobre distúrbios de aprendizagem são relativamente 
recentes e ganharam relevância a partir dos anos 1980. Ainda existem testes 
padronizados mundialmente para diagnosticá-los embora haja referências 
importantes. Com isso, é difícil encontrar crianças com diagnóstico fechado de outros 
transtornos, além dos mais conhecidos como dislexia e transtorno do déficit de 
atenção com hiperatividade (TDAH). 
 
 
21 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 
 
 
Tanto o CID-10, como o DSM-IV apresentam basicamente três tipos de 
transtornos específicos: o transtorno da leitura, o transtorno da matemática, e o 
transtorno da expressão escrita. A caracterização geral destes transtornos não 
diferem muito entre os dois manuais. 
 
 Distúrbio de leitura e de escrita: é uma nomenclatura genérica, utilizada para 
definir as alterações que impedem ou dificultam a aquisição e continuidade do 
processo de leitura e escrita, variando segundo a etiologia e sintomatologia podem 
apresentar-se de muitas formas como: 
 
 “Distúrbio da escrita: são distúrbios neurológicos que afetam especificamente 
a produção da escrita e podem aparecer de maneira isolada ou combinados a outras 
patologias, como dislexia” (JARDIM, 2003, P. 28) 
 
 Essa dificuldade ocorre no processo de leitura, escrita, soletração e ortografia. 
Isso não significa que todos os problemas da fala, leitura e escrita possam ser 
associados à dislexia. A dislexia independe de causas intelectuais, emocionais e 
culturais. “Há uma discrepância inesperada entre seu potencial para aprender e seu 
https://www.google.com.br/url?sa=i&url=https://www.nucleodoconhecimento.com.br/psicologia/alfabetizacao-da-crianca-com-tdah&psig=AOvVaw2NaCNAzypPqItBRGWkCuzn&ust=1574797667489000&source=images&cd=vfe&ved=0CAIQjRxqFwoTCOjU1qSShuYCFQAAAAAdAAAAABA6
22 
 
 
 
Faculdade de Minas 
desempenho escolar”. (JARDIM, 2003, p. 36). Isso quer dizer que, apesar de 
condições adequadas para a aprendizagem, capacidade cognitiva apropriada e 
oportunidade sociocultural a criança disléxica falha no processo da linguagem. 
 
 A língua alfabética é fundamentada na relação grafema/fonema. Os disléxicos, 
ao exibirem representações fonológicas mal especificadas, adotam um modelo 
diferente de decodificar ou representar os atributos falados das palavras. “Portanto, 
essa falta de sensibilidade fonológica inibe a aprendizagem dos padrões de 
codificação alfabética subjacentes ao reconhecimento fluente de palavras”. 
(FRANÇA,2006, p. 169). Isso quer dizer que a criança reconhece a letra, mas não 
consegue associar ao som. Desta forma, a leitura fica prejudicada e, paulatinamente, 
ocorrem outros problemas na realização de tarefas que exigem memória fonológica. 
 
 A dislexia normalmente é hereditária. Estudos mostram que desleixos 
possuem pelo menos um familiar próximo com dificuldade na aprendizagem da leitura 
e escrita. Esse transtorno envolve percepção, memória e análise visual. 
 
 O desleixo geralmente demonstra insegurança e baixa autoestima, sentindo-
se triste e culpado. Muitos se recusam a realizar atividades com medo de mostrar os 
erros e repetir o fracasso. Com isso criam um vínculo negativo com a aprendizagem, 
podendo apresentar atitude agressiva com professores e colegas. 
 
 Distúrbio da matemática: O distúrbio da matemática é conhecido como 
discalculia. Esse distúrbio não afeta as habilidades básicas da matemática como 
contagem, e sim, as atividades que exigem raciocínio. Esse distúrbio vem sempre em 
junção com outros, como o da leitura e da escrita. 
 
 O distúrbio na matemática caracteriza-se da seguinte forma (Sanchez, 2004, 
p.177): 
 
 A capacidade matemática para a realização de operações aritméticas, cálculo 
e raciocínio matemático, capacidade intelectual e nível de escolaridade do indivíduo 
não atinja a média esperada para sua idade cronológica. 
23 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 
 As dificuldades da capacidade matemática apresentada pelo indivíduo trazem 
prejuízos significativos em tarefas da vida diária que exigem tal habilidade. 
 
 Em caso de presença de algum déficit sensorial, as dificuldades matemáticas 
ultrapassem aquelas que geralmente estão associadas. 
 
 Diversas habilidades podem estar prejudicadas nesse transtorno, como as 
habilidades linguísticas (compreensão e nomeação de termos, operações ou 
conceitos matemáticos e transposição de problemas escritos ou aritméticos, ou 
agrupamentos de objetos em conjuntos), de atenção (copiar números ou cifras, 
observar sinais de operação) e matemáticas (dar sequência a etapas matemáticas, 
contar objetos e aprender tabuadas de multiplicação). 
 
 Observa-se, pelo exposto, que as dificuldades de aprendizagem em 
matemática podem ser diversas e que não existe uma forma única de solucioná-las 
em função de suas peculiaridades. Todavia, conhecer essas dificuldades possibilitará 
aos profissionais da educação, condições de melhor analisar o desempenho de seus 
alunos a fim de propor alternativas para conduzir o trabalho pedagógico com eles. 
 
 Transtorno da expressão escrita: Não se trata apenas de uma dificuldade na 
caligrafia ou ortografia, ao contrário trata-se de um transtorno que engloba desde a 
competência de elaborar um texto até a ausência de uma boa escrita e de tudo que 
está ligado a mesma. 
 
 O transtorno da expressão escrita é algo que ainda não há um tratamento 
específico, pois, sabe-se pouco sobre o tratamento. No entanto, há alguns critérios 
que podem evidenciar o transtorno e que podem auxiliar no diagnóstico. Uma criança 
com esse transtorno possui habilidades na escrita inferior às outras crianças de sua 
série ou faixa etária, tal dificuldade influencia em atividades no seu cotidiano. 
 
24 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 
A atuação do psicopedagogo na escola 
 
Dentro da escola, a participação do psicopedagogo com suas experiências de 
intervenção junto ao professor, num processo de parceria, possibilita uma 
aprendizagem muito importante e enriquecedora, principalmente se os professores 
forem especialistas na área. Não só a sua intervenção junto ao professor é positiva, 
também com a participação efetiva dos pais nas reuniões, esclarecendo o 
desenvolvimento de seus filhos na escola, bem como acompanhando e sugerindo 
atividades, buscando estratégias e apoio necessário para cada criança com 
dificuldade. 
 
 Segundo Bossa (1994, p.23), (...) “cabe ao psicopedagogo perceber eventuais 
perturbações no processo aprendizagem, participar da dinâmica da comunidade 
educativa, favorecendo a integração, promovendo orientações metodológicas de 
acordo com as características e particularidades dos indivíduos do grupo, realizando 
processos de orientação”. 
 
25 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 A intervenção psicopedagógica possibilita o acompanhamento do trabalho 
junto aos professores, visando à solução de problemas de aprendizagem. É preciso 
que ele faça um diagnóstico, ou seja, um processo que se realiza numa atitude 
investigadora, até a intervenção. É importante que essa investigação prossiga durante 
todo o trabalhocom o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do 
sujeito. No diagnóstico psicopedagógico “as perturbações na leitura e escrita 
expressam uma mensagem” (FERNANDES, 1991 p.43). Para a autora as dificuldades 
na leitura e escrita requerem uma atenção rebuscada pelo fato do não aprender 
desencadear omissões, negações, desinteresse e até mesmo aversão pela escola. 
Segundo Weiss (2001, p.97): 
 
 preciso resgatar, desde o diagnóstico, o hábito de ler com satisfação e 
compreensão daquilo que se propõe a ler abrangendo capacidades desenvolvidas no 
processo de alfabetização que habilita o aluno a participação ativa nas práticas 
sociais e na contribuição da sua aprendizagem. 
 
 Quando diagnosticada, a criança passa primeiramente por um longo caminho 
de busca, que começa em postos de saúde e chega à rede terciária de atendimento 
ou a consultórios particulares, sempre procurando um substrato que justifique o fato 
de não aprender. Nesses serviços, as crianças são submetidas a uma série de 
exames clínicos, psicológicos, oftalmológicos, neurológicos e pediátricos, entre 
outros, cuja conclusão em sua grande maioria, é pela a não constatação de 
anormalidades que justifiquem o problema escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 
Referências 
 
BOSSA, N. A. A. Psicopedagogia no Brasil: contribuições a partir da prática. 
Porto Alegre, Artes Médicas, 2000. 
 
 CIASCA, S. M. (org) Distúrbios de aprendizagem: proposta de avaliação 
interdisciplinar. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003, 220p. 
 
 FERNANDEZ, A. A inteligência aprisionada: Uma abordagem psicopedagógica 
clínica da criança e sua família. Porto Alegre: Artes Médicas, 1991. 261p. p. 23, 43. 
 
 FONSECA, V. Introdução às dificuldades de aprendizagem. 2ª ed, Porto 
Alegre: Artes Médicas, 1995. 
 
 FRANÇA, C. apud NUTTI, J. Z. Distúrbios, Transtornos, Dificuldades e 
Problemas de Aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002. 
 
 GRIGORENKO, Elena L. TERNEMBERG, Robert J. Crianças Rotuladas – O 
que é necessário saber sobre as Dificuldades de Aprendizagem. Porto Alegre, 
Artmed, 2003. 
 
 JARDINI. R. S. R. Método das boquinhas: Alfabetização e reabilitação dos 
distúrbios da leitura e escrita. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. 
 
 JOHSON E MYKLEBUST. Enciclopédia livre: Discalculia. Disponível em 
<HTTP://pt. Wikipedia.org/Wiki/ Discalculia>. Acesso em: 15/09/2013. 
 
SANCHEZ, Jesus Nicasio Garcia. Dificuldades de aprendizagem e intervenção 
psicopedagógica. Porto Alegre: Artmed, 2004. 
 SCOZ, Beatriz. Psicopedagogia: O caráter interdisciplinar na formação e 
atuação profissional. Porto Alegre. Artes Médicas, 1986. 
27 
 
 
 
Faculdade de Minas 
 
 STRICK. C e SMITH, L. Dificuldade de Aprendizagem de A a Z. Um guia 
completo para pais e educadores, Porto Alegre: Artmed, 2001. 
 
 TIBA, Içami, Quem ama Educa. 165 edição. São Paulo: Gente, 2002. 
 
 WEISS, M. L. L. Psicopedagogia Clínica: Uma visão diagnóstica dos problemas 
de aprendizagem escolar. Rio de Janeiro: Ed. DP&A. 8ª edição, 2001. P. 95, 97.

Outros materiais