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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.

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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Assim como citamos na introdução do artigo, o princípio da legalidade é um dos direitos fundamentais mais importantes dentro de um Estado Democrático de Direito e no Brasil encontra expressa previsão legal na Constituição Federal vigente em seu art. 5°, inciso XXXIX e Demonstrando sua importância, houve também previsão expressa dentro no Código Penal em seu Art. 1° - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia cominação legal.
Esse princípio tem origem do latim Nullum crimen sine praevia lege, estabelecendo que nenhuma conduta, seja ela uma ação ou omissão, poderá ser considerada como criminosa, sem que antes de sua feitura houver lei nesse sentido. 
Exemplo: Lucas ingere bebida alcoólica, este fato por si só não poderá ser considerada como infração penal, tendo em vista que as leis brasileiras não estabelecem tal conduta como criminosa. Ocorre que se no dia seguinte o Poder legislativo edita uma lei criminalizando tal conduta, ainda sim Lucas não terá cometido nenhuma infração penal, pois para caracterização do crime/contravenção a lei deve ser anterior à conduta para que haja sua aplicabilidade.
A princípio legalidade dentro do direito penal se desdobra em outros dois princípios, são eles o da Reserva Legal e o da Anterioridade da lei penal que serão analisados a seguir:
Reserva Legal
O princípio da reserva legal é desdobramento do princípio da legalidade, onde se estabelece que somente a lei em sentido estrito, ou seja, elaborada diretamente pelo Poder Legislativo, sendo ela lei ordinária ou até mesmo uma lei complementar, poderá definir quais são as condutas consideradas criminosas e elencar qual será sua pena caso ela seja praticada.
Cezar Roberto Bitencourt define este princípio da seguinte forma (2007):
[...] a elaboração de normas incriminadoras é função exclusiva da lei, isto é, nenhum fato pode ser considerado como crime e nenhuma pena criminal pode ser aplicada sem que antes da ocorrência deste fato exista uma lei definindo-o como crime e cominando-lhe a sanção correspodente.
Esse princípio nos imune das arbitrariedades do Estado, pois ninguém será punido sem motivo previsto em lei, ou seja, toda atuação do Estado deverá previamente pautada em condutas descritas em matéria editada pelo Poder Legislativo.
Podemos concluir então que, Medida Provisória, Decretos, ou qualquer outra norma que não seja editada pelo Poder legislativo não poderá elencar a prática de atos como criminosos e nem ao menos cominar sanções penais.
Princípio da anterioridade da lei penal.
Pelo princípio da anterioridade da lei penal, não há de se falar em violação a lei, sem que antes ela seja editada pelo Poder Legislativo. 
De acordo com este princípio, a existência da lei penal deve ser anterior à prática da conduta, seja ela uma ação ou uma omissão, para que ela seja considerada como criminosa. Ou seja, após a edição de uma lei, ela apenas deve ser aplicada em fatos ocorridos posteriormente a sua vigência, não incidindo em condutas preteridas, exceto quando favorecer de alguma forma o infrator.
Como regra geral no direito penal brasileiro, vigora assim a irretroatividade da lei, não alcançando fatos anteriores a sua vigência. Porém, a exceção ocorre quando a lei penal puder de alguma forma beneficiar o infrator, nos termos do art. 5°, inciso XL da Constituição Federal:
XL – a lei penal não retroagira, salvo para beneficiar o réu.
Como exceção a irretroatividade da lei penal, Código Penal em seu parágrafo único do art. 2° determina:
Art. 2°, parágrafo único – a lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.
Princípio da Taxatividade
O princípio da taxatividade está implícito no princípio da reserva legal e, por consequência, no princípio da legalidade. A taxatividade exige que a lei penal seja, entre outras características, taxativa (certa). Isso significa que a lei penal deve trazer descrição pormenorizada de seus elementos essenciais e circunstanciais para que se permita a proibição inquestionável de determinada conduta. O princípio da taxatividade impede que a lei penal seja ambígua ou apresente descrição imprecisa ou vaga, situações que podem favorecer interpretações arbitrárias da lei penal. A taxatividade da lei penal garante a segurança jurídica, pois espanca qualquer dúvida em relação às condutas que podem ou não ser praticadas. São estas as premissas necessárias para iniciar o estudo completo dos princípios da legalidade, reserva legal, anterioridade e da taxatividade.

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