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13/03/2018 1 CURSO DE DIREITO Direito Financeiro Unidade 2: Princípios de direito financeiro e de orçamento público. • São diretrizes de direito financeiro que devem ser aplicadas direta e imediatamente à confecção do orçamento pelo Estado. • São normas especificamente voltadas à elaboração do orçamento público. PRINCÍPIOS DO ORÇAMENTO PÚBLICO PRINCÍPIOS DO ORÇAMENTO PÚBLICO • Unidade • Universalidade • Anualidade / Periodicidade (Art. 165, III e §5º, CF) • Legalidade (Art. 165, CF/88 ) • Exclusividade (Art. 167, §8º - CF) • Especificação, discriminação ou especialização • Publicidade (Art. 37 – CF) • Equilíbrio • Orçamento-Bruto • Não-afetação ou não-vinculação (Art. 167, VI – CF) • Economicidade (CF/88, art. 70) • Principio da programação (CF/88, art. 165). • Princípio da transparência (CF/88, art. 74, § 2º e LRF, artigos 48 e 49). • Princípio da responsabilidade fiscal (LRF artigo 1º, § 1º). 3 UNIDADE Deve existir apenas um orçamento para o exercício financeiro dentro de cada ente Federativo. Só existe um Orçamento para cada ente federativo (um Orçamento para a União, um para cada Estado e para o Distrito Federal e um para cada Município). A unidade requer que todas as receitas e despesas estejam contempladas em um mesmo documento. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS UNIDADE No caso da União, o orçamento se compõe dos gastos dos órgãos da administração direta, do orçamento e investimento das empresas estatais e do orçamento da seguridade social. Em regra, temos três elementos distintos. A unidade se encontra no fato de que todos eles, apesar de distintos, estão expressos no mesmo documento: a lei orçamentaria anual (LOA). PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS UNIDADE Reforçando a necessidade de unidade, o artigo 56 da Lei 4.320/1964 estabelece o dever de o recolhimento de todas as receitas ser feito “em estrita observância ao princípio de unidade de tesouraria”. Proíbe-se, portanto, as fragmentações, para a criação de caixas especiais. Tal princípio é reforçado pelo artigo 164, § 3º, da Constituição, que prescreve o dever de as disponibilidades financeiras da União serem depositadas no Banco Central, e as dos estados, Distrito Federal e municípios em instituições financeiras especiais. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 13/03/2018 2 UNIVERSALIDADE O referido princípio prevê a necessidade de que todas as receitas e todas as despesas estejam contidas na Lei Orçamentária Anual (LOA). O orçamento deve conter todas as receitas e despesas referente aos três poderes da União, seus fundos, orgãos e entidades da administração direta e indireta (Art. 165 CF ). PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS UNIVERSALIDADE Deve-se destacar que esse princípio não impossibilita a criação e exigência de tributos após a aprovação da lei orçamentária, sem que tenha havido a inclusão da receita a ser gerada pela arrecadação futura da exação nas previsões respectivas. Isso decorre do fato de que não há, na Constituição de 1988, exigência de cumprimento do princípio da anualidade para a exigência de tributos, o que significaria a necessidade de a exigência tributária estar contemplada no orçamento para que pudesse ser cobrada no exercício seguinte. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ANUALIDADE Anualidade / Periodicidade - Art. 165, III e §5º, CF - O Orçamento cobre um período limitado de tempo. No Brasil, este período corresponde ao ano ou exercício financeiro, de 01/01 a 31/12 (artigo 34, da Lei 4.320/1964). O orçamento deve se realizar no exercício que corresponde ao próprio ano fiscal. Previsão da Receita e a Fixação da Despesa sempre faz referência a um período definido; ou seja: dentro de um exercício financeiro. (Artigo 34, da Lei 4.320/1964). PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS LEGALIDADE Art. 5º, II, da CF/88; art. 37, “caput” da CF/88 e 167, incisos I, II, III, V, VI e VIII, da CF/88. O Orçamento é objeto de uma lei específica (lei ordinária), e como tal, deve cumprir o rito legislativo próprio. Decorre de uma manifestação de um processo democrático onde a sociedade, elegendo seus representantes, confere-lhes legitimidade para elaboração do orçamento (previsão das receitas e indicação da forma de realização da receita através das despesas públicas). PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS LEGALIDADE Art. 5º, II, da CF/88; art. 37, “caput” da CF/88 e 167, incisos I, II, III, V, VI e VIII, da CF/88. É decorrência do princípio que, tanto na elaboração do orçamento, como na realização da despesa pública, deve haver autorização por lei para tais atividades. Há exceção ao princípio da legalidade: CF/88, art. 167, § 3º previsão da possibilidade de Medida Provisória, para abertura de créditos adicionais extraordinários (não previstos até então no orçamento), em caso de guerra, comoção interna ou calamidade pública. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS LEGALIDADE Há exceção ao princípio da legalidade: CF/88, art. 167, § 3º O STF, no julgamento da ADI 4048 entendeu que o manejo da Medida Provisória, para abertura de créditos adicionais, requer a existência dos pressupostos materiais de forma inequívoca (guerra, comoção interna ou calamidade pública). Isto porque no manejo da MP, a avaliação do critério de urgência e relevância é mais fluido e mais amplo do que as hipóteses de abertura de créditos extraordinários no orçamento. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 13/03/2018 3 LEGALIDADE “III. Limites constitucionais à atividade legislatva excepcional do Poder Executivo na edição de medidas provisórias para abertura de crédito extraordinário. Interpretação do artigo 167, § 3º, c/c o artigo 62, § 1º, inciso I, alínea ‘d’, da Constituição. Além dos requisitos de relevância e urgência (artigo 62), a Constituição exige que a abertura do crédito extraordinário seja feita apenas para atender a despesas imprevisíveis e urgentes. Ao contrário do que ocorre em relação aos requisitos de relevância e urgência (artigo 62), que se submetem a uma ampla margem de discricionariedade por parte do Presidente da República, os requisitos de imprevisibilidade e urgência (artigo 167, § 3º) recebem densificação normativa da Constituição. Os conteúdos semânticos das expressões STF – ADI 4048 LEGALIDADE ‘guerra’, ‘comoção interna’ e ‘calamidade pública’ constituem vetores para a interpretação/aplicação do artigo 167, § 3º, c/c o artigo 62, § 1º, inciso I, alínea ‘d’, da Constituição. ‘Guerra’, ‘comoção interna’ e ‘calamidade pública’ são conceitos que representam realidades ou situações fáticas de extrema gravidade e de consequências imprevisíveis para a ordem pública e a paz social, e que dessa forma requerem, com a devida urgência, a adoção de medidas singulares e extraordinárias. A leitura atenta e a análise interpretativa do texto e da exposição de motivos da MP 405/2007 demonstram que os créditos abertos são destinados a prover despesas correntes, que não estão qualificadas pela imprevisibilidade ou pela urgência. A edição da MP 405/2007 configurou STF – ADI 4048 LEGALIDADE um patente desvirtuamento dos parâmetros constitucionais que permitem a edição de medidas provisórias para a abertura de créditos extraordinários. IV. Medida cautelar deferida. Suspensão da vigência da Lei 11.658/2008, desde a sua publicação, ocorrida em 22 de abril de 2008”. STF – ADI 4048 LEGALIDADE A exigência de lei para a aprovação do orçamento decorre de uma pluralidade de dispositivos constitucionais, dos quais se devem destacar o artigo 48, inciso II (que prescreve a competência do Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, para dispor sobre o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e o orçamento anual) e o artigo 165, caput (que estabelece a iniciativa do Poder Executivo em propor tais normas). PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS LEGALIDADE Além dos dispositivos anteriormente citados, pode-se apurar a constatação do princípio, pelos seguintes dispositivos da norma constitucional: art. 5º, II, da CF/88; art. 37, “caput” da CF/88 e 167, incisos I, II, III, V, VI e VIII, da CF/88. O princípio básico é que se o orçamento é criado por lei, eventuais alterações devem seguir o mesmo veículo legislativo. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS LEGALIDADE Os incisos do artigo 167, anteriormente citados, disciplinam: Inciso I: veda que a realização de despesa, na forma de programas ou projetos tenha início antes de haver previsão na lei orçamentária anual; Inciso II: determina a proibição de realização de despesas ou assunção de obrigações que extrapolem os créditos orçamentários ou adicionais. Inciso III: veda operações de crédito que sejam superiores às despesas de capital, salvo expressa autorização do Poder Legislativo, por maioria absoluta, mediante créditos suplementares ou especiais, com finalidade precisa. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 13/03/2018 4 LEGALIDADE Os incisos do artigo 167, anteriormente citados, disciplinam: Inciso V: estabelece a necessidade de prévia autorização legislativa e indicação da fonte de financiamento para a abertura de crédito suplementar. Inciso VI: proíbe a transposição, remanejamento ou transferência de recursos de uma categoria de programação para outra, ou de um órgão para outro, sem prévia autorização legislativa; Inciso VIII: vincula a utilização de recursos do orçamento para suprir necessidades ou cobrir déficits de empresas, fundações e fundos à existência de autorização legislativa específica. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS LEGALIDADE Deve-se esclarecer que não é raro que, ao longo do exercício financeiro, durante a execução do orçamento, que outras despesas, não previstas ou não suficientemente dotadas, sejam necessárias. Nesse caso, deve haver um ato específico de autorização de despesa, denominado crédito adicional. A abertura de tal crédito, representa aumento de despesa pública e, por isso, deve ser feita por lei (artigo 41, da Lei 4.320/1964 os créditos adicionais podem ser: a) créditos suplementares, quando visarem a um reforço orçamentário; b) créditos especiais na hipótese de despesa não computada no orçamento; ou c) créditos extraordinários, em caso de despesa urgente e imprevisível. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS LEGALIDADE Nenhum investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro poderá ser iniciado sem prévia inclusão no plano plurianual, ou sem lei que autorize a inclusão, sob pena de crime de responsabilidade. (CF: art. 167, § 1º) PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS EXCLUSIVIDADE A lei orçamentária deverá conter apenas matéria financeira, excluindo-se dela qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e à fixação da despesa para o próximo exercício. Portanto: art. 167, §8º - CF – O Orçamento só versa sobre matéria orçamentária, podendo conter autorização para abertura de créditos suplementares e operações de crédito, ainda que por antecipação da receita. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS EXCLUSIVIDADE Em síntese: Na lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranhos a previsão da receita e a fixação da despesa. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS EXCLUSIVIDADE “A lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição a autorização para abertura de créditos suplementares e contratação de operações de crédito, ainda que por antecipação de receita, nos termos da lei.” (CF: art. 165, § 8º). PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 13/03/2018 5 ESPECIFICAÇÃO, DISCRIMINAÇÃO OU ESPECIALIZAÇÃO As despesas e as receitas devem ser classificadas de forma detalhada, para facilitar a sua análise ou compreensão. São vedadas autorizações globais no Orçamento. As despesas devem ser especificadas no Orçamento, no mínimo, por modalidade de aplicação. O objetivo é facilitar o entendimento da aplicação dos gastos da receita. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PUBLICIDADE O orçamento deve ser divulgado pelos veículos oficiais de comunicação, para conhecimento público e para eficiência de sua validade. O Orçamento deve ser sempre divulgado quando aprovado e transformado em lei (Art. 37 – CF). PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS EQUILÍBRIO O orçamento deverá manter o equilibrio, do ponto de vista financeiro, entre os valores de receitas e das despesas. Como decorrência disto, há um limite máximo à despesa: o valor total previsto para as entradas (receitas). Ou seja: Despesa ≤ Receita PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ORÇAMENTO BRUTO A receita e despesa constante no Orçamento, exceto os descontos constitucionais (ex. transferências constitucionais), devem aparecer no Orçamento pelo valor total ou valor bruto, sem deduções de nenhuma espécie. A intenção é a garantia de entendimento e da transparencia. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PRINCÍPIO DA NÃO-AFETAÇÃO DA RECEITA • BASE LEGAL – ART. 167- CF • SÃO VEDADOS→ A VINCULAÇÃO DE RECEITA DE IMPOS- TO A ÓRGÃO, FUNDO OU DESPESA, RESSALVADAS AS QUE SE REFERE AOS ART. 158 E 159 – CF SÃO PERMITIDOS →AS RECEITAS PRÓPRIAS GE- RADAS PELOS IMPOSTOS CONF. ART.155 E 156-CF E TAMBEM PELOS ART. 157 – 158 E 159 – I5nciso I – A e B e Inciso II PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PRINCÍPIO DA ECONOMICIDADE Enunciado no caput do artigo 70, da CF/88, este princípio informa os critérios de fiscalização das contas da União e órgãos da administração direta e indireta. Ele remete à exigência relativa à eficiência, do ponto de vista econômico, do gasto público. Vale dizer: com o mínimo de recursos possíveis, deve-se atingir o máximo de satisfação das necessidades públicas. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS . 13/03/2018 6 ECONOMICIDADE Busca-se sempre uma eficiência e eficácia no gasto público de forma que se busque empregar o uso mínimo de recursos públicos, mas obtendo-se o máximo de resultados. O princípio se manifesta em dois momentos: a) ao legislador, na elaboração do orçamento; b) Ao administrador, na efetiva realização do gasto. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ECONOMICIDADE Tathiane Piscitelli (Direito Financeiro Esquematizado, p. 21), cita dos exemplos do princípio relacionados com atitudes do prefeito de São Paulo: “Para tanto, ineficiências devem ser identificadas e sanadas em prol deste princípio da economicidade. Apenas a título ilustrativo, tome-se o exemplo do atual prefeito da cidade de São Paulo, João Dória: em 02/03/2017, determinou que as edições impressas do Diário Oficial da Cidade sairiam de circulação – restariam, apenas as edições eletrônicas. O fim das publicações teve por objetivo gerar uma economia estimada para a administração municipal em R$ 1,5 milhões.” PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS ECONOMICIDADE Tathiane Piscitelli (Direito Financeiro Esquematizado, p. 21), cita dos exemplos do princípio relacionados com atitudes do prefeito de São Paulo: “Com a mesma finalidade, em 15.02.2017, foi publicado o Decreto nº 57.605, determinando que os serviços de transporte de pessoal da prefeitura fossem feitos por aplicativos e não mais por veículos oficiais – tais automóveis seriam leiloados ou devolvidos às locadoras para promover uma economia orçamentária estimada em cerca de 120 milhões de reais anuais.” PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PRINCÍPIO DA PROGRAMAÇÃO O orçamento não corresponde a uma mera indicação das receitas e despesas previstas anualmente. Além disso, o orçamento também contempla a previsão de objetivos e metas relacionados à realização das necessidades públicas. Para melhor entendimento da situação, cabe a indicação dos artigo 165, da CF/88, §§ 4º e 7º, conforme a seguir: PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PRINCÍPIO DA PROGRAMAÇÃO Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: [...] § 4º Os planos e programas nacionais, regionais e setoriais previstos nesta Constituição serão elaborados em consonância com o plano plurianual e apreciados pelo Congresso Nacional. [...] § 7º Os orçamentos previstos no § 5º, I e II, deste artigo, compatibilizados com o plano plurianual, terão entre suas funções a de reduzir desigualdades inter- regionais, segundo critério populacional. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PRINCÍPIO DA PROGRAMAÇÃO As emendas ao projeto de lei do orçamento anual ou aos projetos que o modifiquem somente podem ser aprovadas caso: I - sejam compatíveis com o plano plurianual e com a lei de diretrizes orçamentárias; (CF: art. 166, § 3º) PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 13/03/2018 7 PRINCÍPIO DA PROGRAMAÇÃO As emendas ao projeto de lei de diretrizes orçamentárias não poderão ser aprovadas quando incompatíveis com o plano plurianual. (CF: art. 166, § 4º) PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PRINCÍPIO DA PROGRAMAÇÃO O que todos estes dispositivos relevam é a mesma preocupação na elaboração do orçamento na iniciativa privada: decisões tomadas neste momento, não podem ser dissociadas daquelas já tomadas no passado ou daquelas que serão objeto de decisão no futuro. Em instituições privadas, justifica-se esta medida porque as decisões de um momento devem ser alinhar ao planejamento estratégico da corporação (normalmente previsto para um período superior a cinco anos). PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PRINCÍPIO DA PROGRAMAÇÃO No setor público, além do alinhamento do orçamento ao plano plurianual, as decisões orçamentárias não podem se dissociar das normas programáticas existentes na Constituição, bem como dos princípios e fundamentos da República, previsto nos artigos 1º e 3º, da Carta de Outubro de 1988. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA A Lei de Responsabilidade Fiscal, em seus artigos 48 e 49, estabelece instrumentos pelos quais os cidadãos poderão exercer o controle das contas públicas, e tal é possibilitado pelas vias da transparência. O artigo 48 da LRF assegura a transparência de dois modos diversos: • pela disponibilização, ao público, em meios eletrônicos, das versões completa e simplificada das leis orçamentárias; • pelas prestações de contas e relatórios de execução orçamentária e gestão fiscal. Trata-se de dar acesso aos cidadãos aos documentos que embasam a realização de despesas públicas e, assim, possibilidade de controle dos gastos. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA A transparência relativa à execução do orçamento é, ao lado da legalidade, requerimento do Estado Democrático de Direito, na medida em que viabiliza o controle dos gastos públicos pelos cidadãos – os maiores responsáveis pela existência de recursos no orçamento, em vista do pagamento de tributos. A Constituição de 1988, ao dispor sobre as formas de controle das contas públicas, previu, no artigo 74, § 2º, a legitimidade de qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato para realizar denúncias relativas a irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA A LRF, além de prescrever a acessibilidade de dados orçamentários aos cidadãos, o artigo 48, em seu parágrafo único (introduzido à LRF pela Lei Complementar 131/2009), ainda garante a transparência pública por outros meios, como: • incentivo à participação popular e realização de audiências públicas durante a elaboração dos orçamentos; • possibilidade de acompanhamento da execução orçamentária e financeira, por meios eletrônicos de acesso público; e • adoção de um sistema integrado de administração financeira e controle, que, nos termos do artigo 48-A, deverá viabilizar o acompanhamento da atividade financeira realizada pelo ente. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS 13/03/2018 8 PRINCÍPIO DA TRANSPARÊNCIA O artigo 49 da LRF determina a disponibilização das contas do Chefe do Poder Executivo por todo o exercício financeiro. Essas contas ficarão à disposição dos cidadãos e instituições da sociedade, para consulta, no Poder Legislativo respectivo e no órgão técnico responsável pela sua elaboração. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE FISCAL O gasto público deve ser realizado dentro de certos limites e de acordo com regras estritas que, se não cumpridas, acarretam sanções aos entes públicos. Independente das previsões gerais da LRF, que conduzem à responsabilidade fiscal, o artigo 1º, § 1º, da LRF estabelece ser condição de tal responsabilidade a “ação planejada e transparente, em que se previnem riscos e corrigem desvios capazes de afetar o equilíbrio das contas públicas”. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE FISCAL Isso implica na necessidade de cumprimento de metas de resultado e obediência a limites e condições relativas a receita, despesa e endividamento. Em linhas gerais, o objetivo do princípio é de que, no ato de decisão de aplicação dos recursos públicos exista um cuidado na destinação das verbas públicas. PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
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