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DPC SEMESTRAL Direito Administrativo Celso Spitzcovsky Data: 29/05/2013 Aula 17 DPC SEMESTRAL – 2013 Anotador(a): Tiago Ferreira Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1) Servidores Públicos...continuação; SERVIDORES PÚBLICOS 1) Ingresso na Administração: a) Quem / Legitimidade: b) Como (Art. 37, II da CF/88): A investidura em cargos e empregos públicos depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo ou emprego, na forma da lei. c) Exceções (Ingresso na administração sem concurso público): c.1) Cargos em comissão (Art. 37, II da CF/88): São cargos de livre nomeação e exoneração, sendo que a titularização de tais cargos independe de concurso público. Conforme Art. 37, V da CF/88, cargos em comissão (funções de confiança) que impliquem em atribuições de chefia, direção ou assessoramento deverão ser preenchidos, na forma da lei, preferencialmente por servidores em carreira. SV 13 (“Súmula antinepotismo”): Proíbe que o administrador nomeie, para cargos dessa natureza (cargos em comissão), parentes até o terceiro grau. “Nomeações Cruzadas” (também proibida pela SV 13): É o caso de administradores que nomeiam parentes de outros administradores, e estes os daqueles. Atenção: Por entendimento jurisprudencial, cargos políticos não são abarcados pela SV 13. c.2) Contratações Temporária (Art. 37, IX da CF/88): São aquelas realizadas sem concurso, mas por prazo determinado. Destinam-se apenas a fazer frente às situações arroladas no Art. 37, IX da CF/88, ou seja, situações emergenciais de excepcional interesse público (Situações imprevisíveis em que o poder público precisa contratar, mas não tem tempo hábil para abrir concurso). Tais contratações só devem perdurar até o término da situação excepcional que as originou. 2 de 4 c.3) Quinto Constitucional (Art. 94 da CF/88): Art. 94. Um quinto dos lugares dos Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios será composto de membros, do Ministério Público, com mais de dez anos de carreira, e de advogados de notório saber jurídico e de reputação ilibada, com mais de dez anos de efetiva atividade profissional, indicados em lista sêxtupla pelos órgãos de representação das respectivas classes. Parágrafo único. Recebidas as indicações, o tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo, que, nos vinte dias subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação. Notar que o advogado, sem concurso, ingressa na carreira pública na forma do Art. 94 da CF/88. c.4) Membros do SFT (Art. 101 da CF/88): Nomeação feita pela Presidência da República e confirmada pelo Senado Federal. Tal nomeação poderá incidir sobre quem seja brasileiro nato, tenha entre 35 e 65 anos, notável saber jurídico e reputação ilibada. Mais uma exceção em que, sem concurso, é possível ingressar na administração pública. 2) Estágio Probatório: Trata-se do período de experiência pelo qual passa o servidor para a apuração da sua eficiência em relação a itens que não puderam ser avaliados durante o concurso. São itens de natureza prática (Art. 20 da L 8.112/90) que obviamente não puderam ser avaliados no certame público. São os itens de natureza prática: -Assiduidade; -Produtividade; -Disciplina; -Respeito à hierarquia e subordinação. Em relação a esses itens, durante o estágio probatório o servidor poderá ser demitido ou exonerado. A Súm 21 do STF aponta que o servidor em estágio probatório, para ser demitido ou exonerado, depende da abertura de “Inquérito Administrativo” (Processo Administrativo) em que se assegure o contraditório e a ampla defesa (Art. 5º, LV da CF/88). Demissão X Exoneração: Em comum, implicam na vacância do cargo público (Art. 33 da L 8.112/90). Para que se verifiquem, o servidor tem direito que se instaure processo administrativo em que se assegure o contraditório e a ampla defesa. A demissão pressupõe o cometimento de ilícito pelo servidor, o que não é exigido para a exoneração. Durante o estágio probatório a administração pode exonerar o servidor, por exemplo, por não ter rendido o que dele se esperava (mediante processo administrativo). 3 de 4 Encerrado o período de estágio probatório, em regra o servidor adquirirá estabilidade. “Em regra” porque em algumas situações o servidor poderá adquirir vitaliciedade ao final do estágio probatório. Estabilidade: É a garantia atribuída ao servidor que lhe assegura a permanência no SERVIÇO. Vitaliciedade: É a garantia atribuída ao servidor que lhe assegura a permanência no CARGO. No caso da vitaliciedade, utiliza-se o critério expresso, ou seja, somente as carreiras que tiverem expressa previsão constitucional são imbuídas dessa garantia. Por exemplo, a magistratura (Art. 95 da CF/88), o Ministério Público (Art. 128, §5º da CF/88), Ministros / Conselheiros dos Tribunais de Contas (Art. 71 da CF/88). Às demais carreiras a que a Constituição não expressa a garantia da vitaliciedade, lhes será garantida a estabilidade. Carreira com ESTABILIDADE Carreira com VITALICIEDADE Prazo do Estágio Probatório 03 anos 02 anos Embasamento Legal Caput do Art. 41 da CF/88 Art. 95 da CF/88 3) Estabilidade: a) Aquisição (Art. 41 da CF/88) - São os requisitos para a aquisição da estabilidade: Aprovação em concurso público; Deve titularizar cargo público (regime estatutário). OBS: O TST, através da Súm 390, estendeu a estabilidade para quem titulariza emprego público na administração direta (órgãos), nas autarquias e nas fundações (ficou de fora o titular de emprego público de empresa pública e sociedade de economia mista). Cargo em caráter permanente ou em caráter efetivo. “Aprovação” em estágio probatório (03 anos). Aprovação em avaliação de desempenho (Art. 41, §4º da CF/88) - ausência de regulamentação legal até hoje. Perda do cargo pelo servidor estável (Art. 41, §1º da CF/88): I) Por sentença judicial com trânsito em julgado; II) Por processo administrativo, assegurados o contraditório e a ampla defesa; III) Por insuficiência de desempenho, nos termos previstos em lei complementar (Atenção: Essa lei complementar ainda não foi editada até hoje, ou seja, não é motivação idônea para levar à perda do cargo do servidor estável). IV) “Excesso de gastos / quadros” - Art. 169 da CF/88 - As quatro esferas de governo não poderão gastar com a sua folha de pessoal, incluindo-se ativos e inativos, além dos limites fixados em lei complementar (LC 101/2000 - Lei de Responsabilidade Fiscal). 4 de 4 A LC 101/2000, no seu Art. 19, estabeleceu os seguintes limites: -União: não poderá gastar com a folha de pessoal mais de 50% daquilo que arrecada com impostos. -Demais esferas de Governo: não poderá gastar com a folha de pessoal mais de 60% daquilo que arrecada com impostos. Art. 169, §3º da CF/88 - Aquela esfera de governo que estiver gastando com pagamento de folha acima dos limites acima dispostos deverá: a) Exonerar pelo menos 20% daqueles que titularizam cargo em comissão (“exoneração” porque não houve ilícito praticado); b) Exonerar os “não estáveis”; c) Se as duas medidas acima não forem suficientes para atingir os patamares estabelecidos no Art. 19 da LC 101/00, deverá exonerar os estáveis (§4º do Art. 169 da CF/88) - denomina-se “exoneração por excesso de quadros” ou “exoneração por excesso de gastos” (critérios para escolher o servidor estável: maior remuneração, menor idade (mais facilidade para retornar ao mercado de trabalho), ou seja, em qualquer das hipóteses,o servidor não concorreu para a sua exoneração - observa-se discricionariedade) - De qualquer modo demanda motivação da administração pública. Cargo do servidor estável é extinto ou declarado desnecessário: Lembrar primeiramente que o servidor estável está assegurado no serviço (estabilidade). Nesse caso de extinção ou declaração de desnecessidade do cargo do servidor estável, ele será colocado em disponibilidade remunerada, com vencimentos proporcionais ao tempo de serviço, isso até o seu posterior reaproveitamento pelo administrador público. Até 1998 a disponibilidade remunerada ocorria com vencimentos integrais. 4) Direito de Greve dos Servidores Públicos (Art. 37, VII da CF/88): Pela primeira vez é assegurada a possibilidade de servidores públicos deflagrarem movimento grevista, o qual será exercido nos termos e limites fixados em lei específica (Ainda não editada). Tribunais superiores estipularam dois itens relevantes: I) É vedada a paralisação total do serviço público. Cerca de 30% deve permanecer em atividade - principalmente se tal serviço tiver caráter essencial. Greve total é sinônimo de inconstitucionalidade, respondendo os responsáveis por tais atos (princípio da continuidade do serviço público). II) Necessidade de aviso prévio de 72 horas para que a população possa se preparar para a paralisação do serviço. Atentar que é vedada a deflagração de movimento grevista por servidor militar (Art. 142, §3º, IV da CF/88).
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