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Resenha Crítica do filme Divertida Mente em relação à Psicologia Jurídica

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Divertida Mente (Inside Out). Produção: Jonas Rivera. Direção: Peter Docter, Distribuído: Walt Disney Pictures. País de Origem: Estados Unidos da América, 2015. Duração: 94 minutos. 
FIORELLI, José Osmir, MANGINI, Rosana Cathya Ragazzoni. Psicologia Jurídica. 6ª ed. São Paulo: Atlas, 2015. 
Juliana Dionisio Dias
Vivian Emanoela dos Santos Silva
Este trabalho é uma resenha crítica da obra cinematográfica Divertida Mente (título original Inside Out), produzida pelos estúdios Pixar Animations Studio, lançado pela Walt Disney em 2015, dirigido por Pete Docter. Correlacionado com a obra literária Psicologia Jurídica, dos autores José Osmir Fiorelli e Rosana Cathya Ragazzoni. O filme conta a história de Riley, uma garota de 11 anos que é afligida por alterações emocionais, devido às grandes mudanças que ocorrem repentinamente em sua vida, principalmente após se mudar com a família para a cidade de São Francisco. O enredo se passa dentro da cabeça da personagem, relatando suas emoções superiores, quais sejam: alegria, tristeza, raiva, medo e nojo. Devido às novas experiências, as emoções entram em conflito, gerando uma desconstrução na personalidade da personagem.
Trata-se de uma animação que atinge tanto o público infantil quanto o adulto, pois ultrapassa os limites do entretenimento, e traz consigo informações relevantes na área de psicologia, fazendo com que os telespectadores tenham uma nova percepção do que geralmente ocorre dentro da mente, e como isso interfere em nossas tomadas de decisões. Relata de forma divertida o funcionamento da mente, e mostra a importância de cada emoção, principalmente na construção da personalidade.
Nas primeiras cenas do filme vemos o nascimento da Riley e consequentemente do seu subconsciente, observamos flashes da infância da personagem e sempre que necessitava de alguma coisa, como por exemplo, alimento, a personagem começava a chorar buscando a gratificação instantânea, uma representação explícita do id, que já nasce com o indivíduo, segundo Fiorelli o id é regido pelo princípio do prazer, não tolera acúmulo de energia psíquica. 
Em outro dado momento, ao chegar à nova casa, a personagem não está satisfeita com o local, e ao ir conversar com os pais, percebe que os mesmos estão discutindo, ao invés de seguir os estímulos do id de demonstrar imediatamente seu descontentamento, se comporta de acordo com o ego, o qual por ser flexível, concilia os desejos com a realidade seguindo o princípio do dever, este que advém do superego, o qual é o componente moral e social da personalidade.
O filme também apresenta as emoções básicas da personagem desde o seu nascimento, sendo estas narradas pela personagem Alegria. Segundo Fiorelli as emoções básicas se dividem em: felicidade, surpresa, raiva, tristeza, medo e repugnância, os quais, com exceção da surpresa, são representados no filme em questão. 
Na animação, a Alegria explica a função de cada emoção na vida da Riley, sendo o medo responsável pela segurança, a raiva impede que ocorram injustiças, o nojo protege o corpo de qualquer coisa que venha prejudicá-lo física ou socialmente, a alegria proporciona os momentos de prazer da personagem e o único sentimento não compreendido inicialmente é a tristeza, pois é interpretada como uma emoção negativa e desnecessária, sendo suprimida pela alegria. 
A emoção represada acarretou danos à psique da Riley, que por intervenção da alegria acumulava seus momentos de tristeza, optando, inconscientemente, por não demonstrá-los, sendo esta uma estratégia-padrão para lidar com a explosão emocional, não reagindo a ela, como bem explica Fiorelli. Porém com o decorrer da história, o filme deixa clara a função da tristeza, onde em um dos seus diálogos com a alegria explica de forma sucinta sua finalidade discorrendo que “chorar faz se acalmar e suportar o peso dos problemas”, ficando demonstrada no momento em que a personagem, após uma tentativa de fuga, retorna para casa e dominada pelo sentimento da tristeza, chora copiosamente, restabelecendo então o domínio das suas emoções.
As emoções também são responsáveis pelas fixações de memórias, as marcantes na vida da personagem se tornam “memórias base”, as quais formam a personalidade da mesma, representadas no filme como ilhas. A individualidade moral da personagem foi sendo desenvolvida a partir de suas relações interpessoais, com amigos, família e até mesmo o time de hóquei. Devido às drásticas mudanças ocorridas em sua vida, sua personalidade foi desconstituída para que houvesse espaço para novas experiências, fazendo-se necessária a sua adaptação de acordo com a nova realidade.
O filme nos traz de forma descontraída e simples uma análise do sistema psicossocial do ser humano, sistema este de total complexidade, nos remetendo aos ensinos do renomado doutrinador José Osmir Fiorelli, abordada na obra Psicologia Jurídica, que trata das funções mentais superiores e a estrutura do aparelho psíquico, em seus capítulos iniciais. A obra cinematográfica alcança seu objetivo quando nos faz compreender que a adaptação às mudanças ao longo da vida são necessárias para o desenvolvimento da nossa psique.

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