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FASCICULO CORRESPONDÊNCIA

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1 
2 
 
MATEMÁTICA NA INFÂNCIA 
FASCÍCULO CORRESPONDÊNCIA UM A UM 
GRUPO DE ESTUDOS DO ENSINO DE MATEMÁTICA NA INFÂNCIA - GEEAMI 
 
REALIZAÇÃO: 
PREFEITURA DE PIRASSUNUNGA 
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 
 
ORGANIZAÇÃO E PRODUÇÃO TEXTUAL: 
Cecília Shirley Cuel Assis 
Cláudia Baptista Serra 
Elaine Sampaio Araújo 
Fábia Eliane Landgraf Gonzalez 
Luciana Teofilo Santana 
 
DIAGRAMAÇÃO: 
Rodrigo Augusto de Oliveira Medeiros 
 
COORDENAÇÃO: 
Profa Dra Elaine Sampaio Araújo (Universidade de São Paulo – USP Ribeirão Preto) 
 
EQUIPE TÉCNICA PEDAGÓGICA DA SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 
Cláudia Baptista Serra 
Luciana Teofilo Santana 
 
 Secretaria Municipal de Educação de Pirassununga. 
 Matemática na infância. Fascículo Correspondência um a um -
Araújo, Elaine Sampaio – Pirassununga, 2010. 
 
 
 
3 
 
Visando a melhoria do ensino público municipal de Pirassununga, a Secretaria Municipal 
de Educação, no de 2007, instituiu um projeto de ação formativa, com o objetivo de promover a 
(re) organização curricular do ensino de Matemática na Infância. 
 Dessa iniciativa, originou-se o Grupo de Estudos sobre Ensino e Aprendizagem de 
Matemática na Infância (GEEAMI), formado por professores, gestores e equipe técnico 
pedagógica da Rede Municipal, sob coordenação da Profª Drª Elaine Sampaio Araujo, da 
FFCLRP/USP. A proposta do grupo está orientada pela perspectiva da Teoria Histórico-Cultural e 
pelo movimento conceitual. As ações envolvem o estudo de conceitos matemáticos; a elaboração, 
aplicação e avaliação de Atividades Orientadoras de Ensino e a produção de material teórico-
metodológico para subsidiar as ações dos profissionais da educação infantil na Rede Municipal de 
ensino. A dinâmica adotada pelo grupo privilegia o compartilhamento de conhecimentos e a 
produção coletiva das atividades de ensino. Isto significa que, elaborar coletivamente as 
atividades, implica em uma divisão das ações. As diferentes pessoas do grupo realizam ações 
específicas, mas todas orientadas para alcançar o mesmo objetivo. Nesse sentido, este material, 
configura-se como uma sistematização de parte desse processo e é resultado de trabalho 
coletivo. Portanto, muitos são os colaboradores e esperamos que cada um deles aqui se 
reconheça. 
Apresentamos, neste fascículo, atividades que foram aplicadas em sala de aula por 
professoras participantes do GEEAMI. Atividades essas, correlatas ao conceito de 
Correspondência um a um, desenvolvidas por meio de história virtual e jogos. 
A história virtual, conforme define Moura (1996), apresenta-se como uma proposta 
metodológica na qual a criança, de forma lúdica, é colocada diante de uma situação-problema 
semelhante àquela vivida historicamente pelo homem, envolvendo o processo de elaboração do 
conhecimento matemático. Desse modo, permite que uma situação-problema vivida pela 
humanidade possa ser (re)vista e (re)visitada. A ludicidade da história virtual está no jogo do faz 
de conta e na necessidade de ajudar o personagem a resolver um determinado problema 
envolvendo uma solução matemática. Isso possibilita que as crianças participem ativamente da 
história e, ao assumirem um papel, se apropriem da experiência social da humanidade na 
produção de determinado conhecimento matemático. 
O jogo, assim como a história virtual, tem um caráter lúdico. Porém, Moura (1992) defende 
a necessidade de que ao ser utilizado como recurso metodológico tenha sua intencionalidade 
pedagógica garantida. Desse modo, o jogo como recurso pedagógico preserva o caráter do 
problema e proporciona à criança, além da construção do seu próprio conhecimento matemático, 
a compreensão do papel coletivo na produção desse conhecimento. Ainda de acordo com Moura, 
cabe destacar, que o conteúdo matemático não está no jogo, mas no ato de jogar. 
Durante a aplicação das atividades, vale utilizar-se de outros recursos ou estratégias que 
garantam o domínio do conteúdo, foi com esse propósito que, ao lado das atividades 
apresentadas deixamos um espaço para que você, professor, possa acrescentar suas anotações, 
idéias, reflexões e elaborar novas atividades. As atividades propostas também apresentam 
algumas dicas que, esperamos enriquecer ainda mais o trabalho pedagógico. 
Ao final do fascículo, na seção acervo, apresentamos outras possibilidades de atividades 
com Correspondência um a um, cujos materiais foram confeccionados pelos próprios professores 
da Rede Municipal. 
Professor(a), esperamos contribuir de forma positiva com sua prática docente. 
Desejamos um trabalho prazeroso, como foi o nosso. 
4 
5 
 
Com a atividade da história virtual do Curupira, baseada na conhecida lenda do 
folclore brasileiro, pretende-se apresentar às crianças uma situação lúdica na qual elas, a 
fim de ajudar o Curupira a proteger os animais dos caçadores, devem buscar um recurso 
matemático para que ele consiga controlar corretamente a quantidade de animais sob sua 
proteção. 
O conteúdo principal dessa atividade é o da correspondência um a um e, nesse 
sentido, a intencionalidade pedagógica é colocar as crianças no movimento de elaboração 
e apropriação de estratégias para solucionar problemas de contagem e de cálculo que 
envolvam a comparação um a um de duas coleções de seres ou objetos, ou seja, neste 
caso, conjunto que conta e conjunto contado. 
 
 
História virtual – Curupira: o protetor da mata 1 
 
 Inicialmente apresentar às crianças a Lenda do Curupira (bastante difundida em 
diversas obras literárias), em seguida, contar a história virtual do Curupira e apresentar 
uma situação-problema vivida por ele como desencadeadora do pensamento da criança 
de forma a envolvê-la na construção da solução do problema, que faz parte do 
contexto da história. Para isto, pode se utilizar uma maquete2 com animais de plástico, 
por exemplo. 
A seguir, trazemos uma versão dessa lenda, adaptada para as crianças, que 
poderá ser utilizada pelo professor para contextualizar a história virtual que será, então, 
desenvolvida. 
 
 
A Lenda do Curupira 3 
 Diz a lenda que nas florestas do Brasil vive um menino baixinho, muito rápido e 
corajoso. Ele tem o corpo coberto de pelos na cor verde, dentes também verdes, os 
cabelos cor de fogo e os pés virados para trás, para deixar pegadas ao contrário e 
enganar os caçadores. É o Curupira! 
 O Curupira gosta de ficar embaixo das árvores, para aproveitar as suas sombras e 
os seus frutos, porém se esconde rapidamente, já que não gosta de ser visto por 
humanos. 
 
1 História retirada da obra “Controle de variação de quantidades”, de Moura (Org.) 1996. 
2
 Foto em anexo. 
3
 Versão elaborada por Jéssica Chrysóstomo da Silva e Natasha Monique de Oliveira. 
6 
 
 
Como protetor das florestas castiga severamente aqueles que caçam apenas por 
prazer, que matam as fêmeas grávidas e os filhotes indefesos. Mas não machuca os 
caçadores e pescadores que têm na caça ou na pesca suas únicas formas de se 
alimentarem. 
 Ele protege as plantas e os animais pregando peças nos caçadores com gritos e 
fazendo ruídos, ilusões e sons de animais e até imitando a voz humana para assustá-los 
e fazer com que eles se percam. O único modo dos caçadores fugirem dele é distraindo-
o, afinal ele não recusa um desafio e é extremamente curioso. 
 
 
História Virtual: Curupira 4 
Certo dia, enquanto fazia inspeção pelamata, Curupira ouviu um barulho que mais 
parecia um trovão. Era um ribombo que vinha do meio da clareira. Saiu correndo e 
começou a bater nas árvores para que elas acordassem. Afinal, o Curupira sempre faz 
isso quando pressente chuva. Ele avisa as árvores para que elas resistam melhor ao mau 
tempo. 
Nessa manhã, o Curupira estava mais enamorado do que nunca pela beleza das 
flores, das frutas e não percebeu que aquele estrondo não vinha do céu. Foi uma árvore 
que o alertou do perigo que corriam: 
- Acorda Curupira! Hoje você está no mundo da lua! Isso não é aviso de chuva. 
Isso é malvadeza do homem contra os animais. 
Ao ouvir estas palavras, o Curupira não se conteve e saiu em disparada. Afinal, se 
tem alguém que ele não perdoa é quem maltrata os inofensivos habitantes da floresta. 
Tratou logo de juntar todos os bichos que estavam por perto para levá-los longe do 
caçador que queria pegar os animais para tirar o couro. 
Deu forte assovio e no mesmo instante estava reunida ali uma grande quantidade 
de animais. 
Mas Curupira tinha um sério problema. Ele não sabia contar. Como ele iria saber 
se todos os animais que sairiam chegariam à outra clareira onde estariam a salvo? 
Vamos ajudá-lo a resolver o problema? 
 
 
 
4 Texto retirado da obra “Controle de variação de quantidades”. Org. por Manoel Oriosvaldo de Moura.USP, 1996. p. 
27. 
7 
 
Em sala de aula 
 
 A partir de uma maquete, apresentar o personagem, o local em que ele 
mora (floresta) e os animais que ele protege. Desenvolver a história e enfatizar que o 
Curupira precisava levar os animais dali, pois os caçadores viriam 
para caçá-los. Deixar bem claro que o Curupira tinha um sério problema. Ele não sabia 
contar como nós. Como ele iria saber se todos os animais que sairiam, 
chegariam a outra clareira onde estariam a salvo? Essa á a questão chave, porque ela irá 
gerar na criança a necessidade de ajudar o Curupira a encontrar a solução para o 
controle da variação das quantidades de animais. Ao buscar uma solução para este 
problema, as crianças irão vivenciar uma situação semelhante a qual a humanidade 
enfrentou na criação do conceito de correspondência um a um. 
 
 Ao aplicar essa atividade com crianças de quatro e cinco anos, é provável que as 
soluções para o problema do Curupira se aproximem de respostas como: amarrar os 
animais; levá-los um de cada vez; jogar pedrinhas no caminho (idéia da história João e 
Maria). Tais soluções precisam ser refutadas pelo professor, justificando o porquê de não 
serem adequadas, pois não solucionam o problema, apenas o evitam. É possível, 
igualmente, que as crianças indiquem a contagem com os numerais indo-arábicos, caso 
isso aconteça a professora deve relembrá-los que o Curupira não sabe contar com os 
nossos números. 
Depois de várias hipóteses apresentadas e “verificadas” pelas crianças, 
geralmente, surge a idéia da utilização de corresponder uma pedrinha (ou folhinha, 
pauzinho, algo do gênero) para cada animal. Encontrada a solução, é importante fazer o 
desfecho da história com o Curupira verificando se todos os animais haviam voltado. Ao 
utilizar a correspondência pedra-animal (conjunto que conta-conjunto contado), a turma 
poderá verificar se falta algum animal e avisar o Curupira para que ele saia à procura e o 
traga a salvo para junto dos outros, isso faz com que o conteúdo de correspondência um 
a um seja compreendido em sua dimensão social. 
É desejável que a atividade seja retomada a fim de utilizar a solução encontrada, 
propondo, então, um novo desafio. Um exemplo disso seria a apresentação do seguinte 
problema: ao retornar para a floresta, um dos animais se perde (sem que as crianças 
percebam, o professor retira ou acrescenta um animal). Desse modo, as crianças ao 
corresponder o conjunto que conta (pauzinho, pedrinha, folha etc), com o contado (no 
caso animais), podem verificar a ausência de elementos. 
A seguir, demonstramos como foi o desenvolvimento desta atividade com as 
crianças, desde seu momento de elaboração, até a avaliação. 
 
 
 
8 
 
 
Começando a atividade5 
 Material 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 Atividade desenvolvida na EMEIJA Pe. SALVADOR ANDREETTA pela profª Cecília Shirley Cuel Assis, com uma turma de Pré I. 
 
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9 
 
 
Fig.1 Montagem da maquete 
 
 
A história vai começar 
 
 Envolvendo as crianças 
 
 
 
 
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10 
 
 
Fig. 2 Contando a história 
 
 
História Virtual 
 
A história em ação 
 
 
 
 
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Testando as hipóteses 
 
Fig.3 Testando as hipóteses 
 
 
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12 
Continuando a atividade: a solução em prática 
 
 
 
 
 
 
Fig. 4 A solução em prática 
 
 
 
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13 
 
 
Quem conta um conto, aumenta um ponto 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
O que conta a história... 
Poema: “Como o homem começou a 
contar”6 
Vamos contar para vocês 
uma história de arrasar, 
De como o homem contava 
antes de saber contar. 
 
Num tempo distante 
antes do 1, 2, 3 
Os homens contavam do jeito 
que vamos falar pra vocês. 
 
Para o povo da aldeia 
poder se alimentar, 
Muitos animais 
era preciso criar. 
 
Como era bicho 
que não acabava mais, 
Cada pastor arrumou um jeito 
de contar seus animais. 
Para saber se as ovelhas que saiam 
iriam voltar, 
Vejam só que interessante 
a idéia de Mustafá. 
 
6
 História criada pelos componentes do Grupo de 
Estudos sobre Ensino e Aprendizagem de Matemática 
Tica na Infância- GEEAMI/Pira. 
 
Para cada ovelha no pasto 
arrumou a solução, 
Pegava uma pedrinha 
e guardava na palma da mão. 
 
Já o pastor Kalid 
resolveu de outro jeito, 
Para cada ovelha que saía 
Um nó na corda era feito. 
 
Jamal inventou um jeito 
também muito original, 
Fazia para cada ovelha pastando 
uma marquinha num pedaço de pau. 
 
Nunca imaginamos 
isso acontecer 
Que o homem já sabia contar 
antes do número conhecer. 
 
Talvez seja mais difícil 
e muito menos legal 
A gente aprender a contar 
começando do final 
 
 
 
15 
 
Dialogando com, sobre e para a prática 
O professor como mediador deve sempre justificar a não utilização das hipóteses 
apresentadas pelas crianças quando não contemplam o conteúdo trabalhado. Por 
exemplo: quando as crianças sugerem que o Curupira deve amarrar os animais, uma boa 
justificativa deve ser apresentada. Nesse caso, pode-se argumentar que os animais não 
gostam de ser presos, ou que o Curupira não dispunha de corda, dentre outras 
possibilidades. O que precisa estar claro para o professor é que as crianças tendem a 
evitar o problema, o que é compreensível, daí a necessidade de que a situação problema 
esteja devidamente entendida pelas crianças. Portanto, é preciso que elas percebam que 
não se trata de impedir a perda dos animais (porque isso nem sempre pode ser evitado), 
mas sim, de verificar se houve tal perda e em qual quantidade. 
 
Dicas 
Quando as crianças não chegam à solução do problema, utilizando-se da 
correspondência um a um, o professor, como mediador, pode parar a atividade neste dia 
e sugerir que pensem numa solução para ajudar o Curupira, e para isso podem até pedir 
ajuda aos irmãos e pais. Se mesmo assim não for encontrada a solução é necessário que 
o professor as direcione para tal, indicando os objetos que se encontram ao redor ou 
mesmo sugerindo que faça uso de um que esteja presente no cenário. Ou seja, ele 
propõe um conjunto que conta. 
É possível continuar esta mesma história apresentando outros personagens. Uma 
idéia pode ser o índio Peri, amigo do Curupira. Pode-se desenvolver uma história na qual 
o indiozinho gostava muito de pescar e devolver os peixinhos para o rio. E, assim, nunca 
conseguia mostrar para seu amigo Curupira quantos peixes havia pescado, pois não 
sabia contar. Assim, surge mais uma questão: o que pode ser feito para ajudá-lo? Essa 
situação configura-se como uma pergunta desencadeadora de novas situações que 
podem ser sistematizadas com registros gráficos, nos quais as crianças operam com a 
solução encontrada pelo grupo, tornando-se uma atividade na qual as crianças têm 
oportunidade de comparar as quantidades e registrá-las por meio da correspondência um 
a um. Outro encaminhamento possível é apresentar às crianças o movimento histórico de 
criação da contagem um a um. Podemos utilizar para isso, por exemplo, o poema 
anteriormente apresentado, “Como o homem começou a contar”, ou produzir outras 
histórias, que versam sobre a produção histórica do conceito, e que tanto agradam às 
crianças. 
Na continuidade do trabalho sugerimos atividades com jogos. Trazemos como 
proposta o jogo da argola que pode ser desencadeador de tantos outros. 
 
16 
17 
 
A origem do jogo de argolas remonta a Grécia antiga. É sabido que esse jogo 
deriva dos jogos de alvo que se expandiram por toda a Europa a partir do século XIV. 
Nesse tipo de jogo o objetivo principal é lançar e encaixar argolas em alvos 
normalmente fixos. Os acertos deverão converter pontos aos jogadores e o vencedor 
costuma ser aquele que acumular maior número de pontos. 
Através do jogo de argolas, pretende-se apresentar às crianças uma situação 
lúdica na qual, motivadas pelo espírito competitivo do jogo, envolvam-se com a atividade 
que tem como conteúdo matemático a correspondência um a um. Nesse sentido, a 
intencionalidade pedagógica é colocar as crianças no movimento de elaboração e 
apropriação de estratégias para solucionar problemas de contagem, de cálculo e de 
registro dos pontos resultantes da partida. A questão central consiste, então, em criar no 
jogo uma situação na qual a criança se veja frente à necessidade de marcar os pontos 
obtidos pelos acertos. No caso, cada argola embocada no pino equivale a um ponto. A 
correspondência um a um, nesse contexto, dá-se na relação entre conjunto contado 
(acertos - argola no pino) e conjunto que conta (registro). 
 
O Jogo de Argolas 
Desenvolvimento do jogo 
Regras: 
 Dividir os alunos em equipes 
 Em cada rodada jogará uma criança de cada equipe. 
 Jogar as argolas tentando acertá-las nas garrafas/pinos; 
 A cada argola acertada, vale um ponto; 
 A criança deverá registrar, a seu modo, os seus pontos; 
 Ganhará o jogo a equipe que somar mais pontos. 
 
Em sala de aula 
Apresentar os materiais que serão utilizados durante o jogo. Arrumar as garrafas, 
deixando-as em pé e limitar o espaço com uma corda, ou algo semelhante. Permitir que 
as crianças joguem livremente tentando acertar as garrafas/pinos. 
Somente depois que as crianças já tiveram a oportunidade de explorar o jogo, 
explicar as regras e certificar-se de que foram compreendidas. Colocar, então, a 
necessidade de se fazer o registro dos pontos ganhos, para que no final possam saber 
18 
qual equipe foi a vencedora. Estimular as crianças para que registrem os pontos da forma 
como quiserem, para isso disponibilizar diferentes materiais, como: palitos, botões, 
tampinhas, caneta e papel, etc. Depois da primeira rodada, discutir qual a melhor forma 
de registro a partir de critérios como: eficiência, facilidade e viabilidade, entre outros. 
Eleger, então, a melhor forma para ser utilizada pelo grupo. 
Durante a aplicação dessa atividade com crianças de quatro e cinco anos, algumas 
foram dando sugestões para o uso do registro: contar no dedo; marcar nas garrafas - 
sugestões que as professoras refutaram, justificando o porquê de não ser possível. A 
sugestão de marcar no papel, dada por uma criança, foi encaminhada com a solicitação 
da professora indagando a forma como isso se daria. A criança respondeu que deveria 
ser desenhado com a caneta. Foi deixado que ela exemplificasse e ela desenhou um 
círculo (talvez relacionado à argola). Decidiu-se, então, com a turma, que todos fariam a 
anotação dos pontos numa folha de cartolina, com uma caneta. A folha de cartolina foi 
presa na lousa para que pudessem anotar os pontos e visualizar com facilidade os 
resultados. 
A seguir, apresentamos como foi o desenvolvimento dessa atividade com as 
crianças, desde seu momento de elaboração, atéa avaliação. 
 
Começando a atividade7 
 Material 
 
 
 
 
7
 Atividade desenvolvida na EMEIJA Prof. BELMIRO WALMOR URBAN pelas professoras Cecília Shirley Cuel Assis e Fábia Eliane L. 
Gonzalez com um Pré I. 
 
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19 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 5 Explorando o material 
 
 
O jogo vai começar 
 
Apresentando as regras do jogo 
 
 
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20 
 
 
Fig. 6 e Fig. 7 Formando as equipes 
 
 
O jogo em ação 
 
 
 
 
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21 
 
Fig. 8 A vez da equipe vermelha 
 
 
 
 
Decidindo a forma de registro 
 
 
 
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22 
Registrando os pontos 
 
Fig. 9 Registro escolhido pelas crianças 
Continuando o jogo: a solução em prática 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig.10 Descobrindo o vencedor 
 
23 
Um jogo puxa outro 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dialogando com, sobre e para a prática 
O professor, como mediador, deve sempre ponderar as hipóteses indicadas pelas 
crianças. Assim como na história virtual, quando as hipóteses não apresentam uma 
solução adequada, é interessante que o professor encaminhe as discussões mostrando a 
inconsistência do proposto, porém utilizando argumentos compreensíveis às crianças. Por 
exemplo: quando elas sugerem que os pontos sejam marcados na garrafa, uma boa 
justificativa deve ser apresentada para que tentem imaginar outras soluções que 
contemplem o conteúdo pretendido. Nesse caso, poder-se-ia explicar que várias crianças 
farão pontos, e que se todas forem registrar nas garrafas, ficaria confuso na hora de 
conferir quem ganhou o jogo. 
Dicas 
No decorrer da atividade com jogos é importante, para a criança, que ela própria 
registre os pontos ganhos. Essa questão é relevante, porque caso haja na turma alguma 
criança que ainda não tenha compreendido as regras do jogo, ao ter de registrar seus 
pontos, esse fato será evidenciado. 
Outra questão fundamental relaciona-se com o fato de o professor considerar que 
esse jogo, dependendo da faixa etária, pode apresentar dificuldades para a criança no 
momento de acertar a argola no pino. Assim, uma possibilidade é aumentar o tamanho da 
argola, que poderá ser feita a partir de pratinhos, de mangueira, de conduite, etc. 
Também, nesse sentido, pode-se fazer o jogo valendo-se de objetos maiores, como 
garrafas de refrigerante, bancos colocados de pernas para o ar, estacas na terra, variar a 
distancia do arremesso. O importante é que o professor crie condições materiais para que 
todos possam participar com chances efetivas de acerto. 
 
Agora é a vez da pescaria 
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24 
O jogo continua em casa 
A idéia da proposta “O jogo continua em casa” é de criar possibilidades para que a 
criança realize novamente a atividade, agora em outro contexto, o familiar. 
Ao ter que comunicar as regras e a dinâmica do jogo a criança opera com os 
saberes matemáticos e pedagógicos nele presentes e os reelabora para si. 
 
 
 PROJETO “JOGOS” 
 
Srs. Pais ou responsáveis, 
 Estou enviando um kit de JOGO DE BOLICHE para que sua família possa 
compartilhar momentos de descontração, divertimento e aprendizado. 
 Faz parte deste kit: seis garrafas coloridas 
 uma bola de meia 
 Caderno para anotações dos pontos e relatos 
 uma bolsa para transporte 
 A criança irá levar o jogo em um dia e deverá devolvê-lo completo no outro, sem 
falta! Assim todos os demais alunos poderão usufruir deste material. 
Orientações: 
 1-Demarque o espaço (garrafas de um lado e jogador de outro); 
 2-Combine as regras; 
 2-Cada jogador irá escrever seu nome no caderno e marcar seus pontos, em cada 
rodada, da maneira que quiser; 
 3- Faça quantas rodadas o grupo concordar; 
 4- Ao término, apure quem ganhou e converse sobre a importância de participar e 
nem sempre poder ser o vencedor; 
 5-Escreva um comentário sobre como foi realizar esta atividade. 
 ATENÇÃO: Você e sua família poderão utilizar a folha (frente e verso) que estiver 
com o nome da criança, se achar necessário utilize a próxima, mas não pule folhas e nem escreva nas 
demais. 
 Bom divertimento a todos! 
 
 
 
 
25 
26 
 
Os recursos metodológicos apresentados a seguir foram elaborados nos momentos de formação 
(PEC e HTPC) pelos professores da Rede Municipal e compõem um acervo de histórias virtuais e 
jogos elaborados na perspectiva apresentada nesse fascículo, e que estão disponíveis junto a 
Secretaria municipal de Educação para empréstimo às Unidades Escolares. 
Historias virtuais 
 
A lenda do Saci Pererê As doze princesas 
 
Boneco de Cera Cesta de balas 
 
Chapeuzinho Vermelho Curupira e a floresta 
 
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Curupira e os animais Negrinho do pastoreio 
 
 
Saci Pererê Sitio do Pica-pau Amarelo 
 
 
O rei que era dono do mundo 
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Jogos de correspondência um a um 
 
Bola ao cesto Pratos flutuantes 
 
 
ArgolaI Argola II 
 
 
 
 
 
 
 
Barriga gulosa Lu-lu 
29 
 
Boliche Trilha / dado 
 
 
Pescaria I Pescaria II 
 
 
Tiro ao alvo 
 
 
 
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MOURA, M. O. (coord.) Controle da variação de quantidades. Atividades de ensino. Textos 
para o Ensino de Ciências nº 7. Oficina Pedagógica de Matemática. Universidade de São 
Paulo, 1996(b). 
_______ O Jogo na Educação Matemática. In: Idéias: O cotidiano da pré-escola. n.7. São 
Paulo: FDE, 1990. 
_______O jogo e a construção do conhecimento matemático. In: Idéias O jogo e a 
construção do conhecimento na pré-escola. N.10. São Paulo: FDE, 1991. 
 
 
 
Site consultado 
www.wikpedia.org/wiki/Curupira (acesso em setembro de 2009) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
COLABORAÇÃO: 
Ana Maria Gasparini 
Eliana Aparecida Tonetti 
Gisela Maria Pinto Cantelli 
Milena Marafon 
Natália Martins Pimenta 
Odair Alves 
Jéssica Chrysóstomo da Silva 
Natasha Monique de Oliveira 
Daniele Franzé Bogarin 
Professores participantes das ações formativas ( HTPCs e PECs 2007-2008) 
 
ESCOLAS PARTICIPANTES: 
 
Creche Municipal “Tenente Olympio Guiguer” 
Creche Municipal “Nedy de Oliveira” 
Creche Municipal "Maria Eugênia Pereira da Silva" 
Creche Municipal "Adélia Fernandes Bruno" 
Creche Municipal “Profª Lourdes C. Guelli Victorelli” 
Creche Municipal “Dr. Paulo Marsilgio” 
Creche Municipal “Dr. Nelson Ribeiro” 
Creche Municipal “Cantinho Feliz” Emma Berreta 
 
EMEI Parque Ecológico “Décio Pires Barbosa” 
EMEIJA "Abbibe Appes" 
EMEIJA CAIC “Dr. Eitel Arantes Dix” 
EMEIJA "Julia Colombo de Almeida" 
EMEIJA “Prof. Belmiro Walmor Urban” 
EMEIEF ”Catharina Sinotti” 
EMEIEF "Prof Arcidio Giacomelli Stell" 
EMEIEF "Prof Sérgio Collus" 
EMEIEF “Profª Alice Lébeis” 
EMEIEF "Profª Julia Colombo de Almeida" 
EMEIEF “Profª Lenira Papa” 
EMEIEF "Profª Zuleika Vélide Franceschi Velloso" 
EMEIEF “Rotary Club” 
EMEIEF(R) "Profª Anna Mahnic Daniel" 
EMEIEF(R) "Profª Antonina Alves de Araújo" 
EMEIEF(R) “Profª Maria Ap. Reck Cabral Guimarães” 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REALIZAÇÃO: 
 
SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO 
 
PREFEITURA DE PIRASSUNUNGA

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