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Aula 02 — Introdução 
Curso Redação 
ENEM 2020 
 
Professor Fernando Andrade 
 
 
 
 
 
 
Professor Fernando Andrade 
Aula 02: Enem 
Aula 02 —Introdução 
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Sumário 
Apresentação .................................................................................................................. 3 
1. Entendendo a Introdução ............................................................................................ 3 
1.2 O quê não fazer ......................................................................................................................... 4 
1.3 Regra geral do que é uma introdução ....................................................................................... 5 
1.3 Evitar ....................................................................................................................................... 10 
1.4 Introdução no Enem ................................................................................................................ 11 
2. Introdução e Projeto de Texto .................................................................................... 12 
2.1 Exercícios ................................................................................................................................. 12 
3. Introduzir e seduzir .................................................................................................... 14 
3.1 Provocar Adesão ...................................................................................................................... 15 
3.2 Informar ................................................................................................................................... 17 
3.3 Provocar a curiosidade ............................................................................................................ 19 
3.4 Encantar .................................................................................................................................. 22 
4. Introdução e Conclusão .............................................................................................. 25 
4.1. A relação entre introdução e conclusão no Enem .................................................................. 26 
5. Introdução e Máscara ................................................................................................ 26 
5.1 Estatísticas ............................................................................................................................... 28 
6. Treino ........................................................................................................................ 30 
6.1 Citação ..................................................................................................................................... 32 
6.2 Analogia .................................................................................................................................. 34 
6.3 Percurso histórico .................................................................................................................... 35 
6.4 Descrição ou Paráfrase ............................................................................................................ 36 
7. Organização ............................................................................................................... 37 
8. Propostas de redação................................................................................................. 38 
8.1 Propostas Comentadas ........................................................................................................... 46 
9. Considerações Finais ................................................................................................... 67 
10. Referências .............................................................................................................. 69 
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1. Entendendo a Introdução 
 
 
 
 
 
Querido aluno, 
Agora sim, vamos pegar embalo, começamos com este PDF a considerar a estrutura 
dissertativa. 
Nas outras aulas, discutimos os tipos de temas, a apreensão do tema. Todas essas atividades 
têm a ver com a preparação da escrita. São momentos fundamentais para uma boa escrita. A má 
compreensão do tema um é fator limitante, e escrever um texto sem qualquer esquematização 
prévia é um risco. 
Esta aula começa pela parte mais fácil da dissertação, a introdução. Na verdade, ela está 
bem dividida, você vai observar que nos primeiros tópicos, eu considero os recursos gerais para se 
fazer uma introdução, aqueles que podem ser utilizados nos modelos tradicionais de dissertação. 
Depois disso, passo a considerar o Enem em particular, a partir das redações nota mil publicadas 
por várias mídias. 
Como a redação no Enem é mais engessada, digamos assim, é possível perceber que alguns 
tipos de introdução são mais eficazes para dar conta do recado do que é solicitado pela banca. 
Mas não deixe de considerar outras possibilidades, seja porque você só tem a ganhar 
mesclando estilos, seja porque um vestibulando, as vezes, presta outros vestibulares. 
Não deixe de fazer os exercícios e, principalmente, as redações. Estou ansioso pela sua 
produção. 
Boa aula, boa escrita e boa diversão. 
 
 
 
Você gostaria de ler isto? 
“No começo, ele andava tropeçando nas coisas. Uma mão o ajudava caminhar 
tropegamente entre os brinquedos jogados no chão. A mesma mão o empurrou na primeira 
bicicleta e deu todo apoio para outros caminhares. Mas agora, essa mesma mão não tem mais 
o mesmo significado. Ele se tornou adolescente. Essa é a história repetida em várias famílias, 
a adolescência representa um momento de crise dolorida que afeta a todos que estão próximos, 
configurando uma travessia necessária”. 
Espero que sim, tentei caprichar nessa introdução que deveria ser sobre adolescência. Se 
você ficou com vontade de ler o restante, esse é um bom parágrafo de início de texto. A finalidade 
da introdução é seduzir o leitor. Trazer o leitor para dentro do seu texto. Contudo, essa é a função 
mais avançada. Na verdade, se o seu texto chegar ao que é importante para o bom 
desenvolvimento do tema, já é o bastante. 
Apresentação 
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apresentar o tema 
(contextualização) 
 
 
pôr o leitor em 
contato com a 
proposta de 
redação; 
 
apresentar o 
posicionamento 
(tese) do escritor 
em relação à 
proposta. 
1.2 O quê não fazer 
O leitor deve ser informado sobre o tema e sobre a tese para que ele possa avaliar se os 
argumentos que se seguirão terão o poder de convencimento necessário. Nesse sentido, o início 
determina o encaminhamento do desenvolvimento ou serve como mapa da mina do leitor. A 
palavra “introdução”, do latim intro, significa “dentro” e ductor significa “conduzir”. Essa é a função 
desse parágrafo inicial. Com ou sem sedução, ele deve servir de guia para a leitura do que vai se 
seguir. 
Podemos resumir a finalidade da introdução da seguinte forma: 
 
 
 
 
 
Antes de mais nada, a primeira orientação é algo 
que você JAMAIS deve fazer num parágrafo introdutório. 
Uma proposta de redação supõe uma coisa bizarra: deve 
manter a ilusão de que seu texto foi escrito porque você 
teve vontade de se manifestar em relação a alguma 
questão social, e não porque você foi obrigado a fazê-lo, 
tendo de se servir de uma coletânea e de uma proposta 
direcionadas para sua produção do texto. 
Imagine alguém que escreve um parágrafo introdutório como o abaixo: 
 
Para começar a discutir a questão proposta nas instruções, é preciso dizer que a ideia 
do texto 1 de que o trabalho vai desaparecer é algo inimaginável.... 
Sacou o problema, corujinha ligeira? Nessas duas linhas acima,o tema está configurado, 
pois o autor fala de trabalho e há uma tese – o trabalho não vai desaparecer -, enfim, é possível ler 
o que se seguirá, pois as coordenadas estão dadas. Mas esse parágrafo introdutório supõe que o 
leitor pôde ter acesso à proposta e entender esse diálogo inicial entre a proposta e o texto 
produzido. Não dialogue explicitamente com a proposta e com a coletânea. 
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ENEM 2018 
TEXTOS MOTIVADORES 
TEXTO I 
Às segundas-feiras pela manhã, os usuários de um serviço de música 
digital recebem uma lista personalizada de músicas que lhe permite 
descobrir novidades. Assim como os sistemas de outros aplicativos e 
redes sociais, este cérebro artificial consegue traçar um retrato 
automatizado do gosto de seus assinantes e constrói uma máquina 
de sugestões que não costuma falhar. O sistema se baseia em um 
algoritmo cuja evolução e usos aplicados ao consumo cultural são 
infinitos. De fato, plataformas de transmissão de vídeos on-line 
começam a desenhar suas séries de sucesso rastreando o banco de 
dados gerado por todos os movimentos dos usuários para analisar o 
que os satisfaz. O algoritmo constrói assim um universo cultural 
adequado e complacente com o gosto do consumidor, que pode 
avançar até chegar sempre a lugares reconhecíveis. Dessa forma, a 
filtragem de informações feita pelas redes sociais ou pelos sistemas 
de busca pode moldar nossa maneira de pensar. E esse é o problema 
principal: a ilusão de liberdade de escolha que muitas vezes é gerada 
pelos algoritmos. 
VERDÚ, Daniel. O gosto na era do algoritmo. Disponível em: 
https://brasil.elpais.com. Acesso em: 11 jun. 2018 (adaptado). 
 
 
 
 
Uma boa estratégia consiste em resumir e colocar as informações mais importantes, aquelas 
que serão fundamentais para sua argumentação logo na introdução. Para exemplificar o que vamos 
discutir sobre a introdução, considerando o Enem 2018, algo que não deve ser muito complicado 
porque já consideramos a proposta no primeiro pdf. 
 
 
TEXTO II 
Nos sistemas dos gigantes da internet, a filtragem de dados é transferida para um exército de 
moderadores em empresas localizadas do Oriente Médio ao Sul da Ásia, que têm um papel 
importante no controle daquilo que deve ser eliminado da rede social, a partir de sinalizações dos 
usuários. Mas a informação é então processada por um algoritmo, que tem a decisão final. Os 
algoritmos são literais. Em poucas palavras, são uma opinião embrulhada em código. E estamos 
caminhando para um estágio em que é a máquina que decide qual notícia deve ou não ser lida. 
PEPE ESCOBAR. A silenciosa ditadura do algoritmo. Disponível em: http://outraspalavras.net. Acesso em: 5 jun. 
2017 (adaptado) 
1.3 Regra geral do que é uma introdução 
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TEXTO III 
 
TEXTO IV 
Mudanças sutis nas informações às quais 
somos expostos podem transformar nosso 
comportamento. As redes têm 
selecionado as notícias sob títulos 
chamativos como “trending topics” ou 
critérios como “relevância”. Mas nós 
praticamente não sabemos como isso 
tudo é filtrado. Quanto mais informações 
relevantes tivermos nas pontas dos dedos, 
melhor equipados estamos para tomar 
decisões. No entanto, surgem algumas 
tensões fundamentais: entre a 
conveniência e a deliberação; entre o que 
o usuário deseja e o que é melhor para ele; 
entre a transparência e o lado comercial. 
Quanto mais os sistemas souberem sobre 
você em comparação ao que você sabe 
sobre eles, há mais riscos de suas escolhas 
se tornarem apenas uma série de reações a “cutucadas” invisíveis. O que está em jogo não é tanto 
a questão “homem versus máquina”, mas sim a disputa “decisão informada versus obediência 
influenciada”. 
CHATFIELD, Tom. Como a internet influencia secretamente nossas escolhas. Disponível em: www.bbc.com. Acesso 
em: 3 jun. 2017 (adaptado). 
 
 
O tema era “Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na 
internet”. Considerando que você deveria apresentar o tema com sua problemática, a escolha de 
informações dos textos de apoio poderia ser uma boa estratégia de começo do texto. 
 
 
 Paráfrase 
A técnica consiste em grifar os trechos que você acha mais relevantes e colocar nas suas 
próprias palavras. No caso do Enem, até o mundo mineral sabe que a tese é dada. Você deve 
apresentar o problema e depois mostrar como ele pode ser resolvido. Sendo assim, a introdução 
baseada na paráfrase tema vantagem de permitir que você mostre para o corretor que você 
entendeu a problemática. 
Observe o exemplo. 
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artificial consegue traçar um retrato 
automatizado do gosto de seus assinantes e 
constrói uma máquina de sugestões que não 
costuma falhar... 
(...) 
O algoritmo constrói assim um universo 
cultural adequado e complacente com o 
gosto do consumidor, que pode avançar até 
chegar sempre a lugares reconhecíveis. 
Dessa forma, a filtragem de informações 
feita pelas redes sociais ou pelos sistemas de 
busca pode moldar nossa maneira de pensar. 
Texto2 
TEXTO II 
Nos sistemas dos gigantes da internet, a 
Exemplo de paráfrase que aproveita as 
informações das instruções. 
 
 
Veja que algumas palavras se repetem e 
usei muitas ideias que constavam do texto 
original, mas a configuração se adequou ao que 
pretendo desenvolver no texto: mostrar o 
perigo da situação-tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 Estrutura Tradicional 
 
A forma mais tradicional de se fazer uma introdução técnica é apresentar o tema, um 
comentário e a tese. Cada parte deve ser expressa em um período. Considere como modelo o 
texto abaixo, de uma das melhores redações da FUVEST de 2006. O tema era sobre o “Trabalho 
no mundo contemporâneo”. 
Texto 1 
Assim como os sistemas de outros 
aplicativos e redes sociais, este cérebro 
 No Brasil, mais da metade das pessoas se 
valem da internet para os mais variados 
fins. Há, contudo, um perigo que espreita 
cada usuário. Os aplicativos e sites 
valem-se de algoritmos capazes de 
perceber regularidades no 
comportamento do usuário. A partir 
disso, as respostas que o usuário tem nas 
redes sociais e mesmo nos sites de busca, 
criam um mundo à sua imagem e 
semelhança, buscando influenciar a 
maneira de pensar de cada um. O risco de 
o usuário ser manipulado em suas 
escolhas é real. 
filtragem de dados é transferida para um 
exército de moderadores em empresas 
localizadas do Oriente Médio ao Sul da Ásia, 
que têm um papel 
Texto 3 
Quanto mais os sistemas souberem sobre 
você em comparação ao que você sabe sobre 
eles, há mais riscos de suas escolhas se 
tornarem apenas uma série de reações a 
 “cutucadas” invisíveis... 
 
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Apresentar de forma simples o tema 
• Escreva de 2 a 3 períodos (período é o espaço entre a letra maiúscula e 
ponto final). 
• Em um dos período, apresente a palavra chave do tema. 
• Em um período intermediário, acrescente algum detalhe. 
• No último período, apresente a tese. 
 
 
 
Note que o autor menciona a palavra “trabalho” logo na primeira linha. Ele faz uma 
afirmação genérica para chamar a atenção do leitor. No segundo período, ele acrescenta uma outra 
informação, o trabalho se modificou ao longo dos séculos. No último período, ele faz uma 
afirmação que merece ser provada: é através do trabalho que o homem constitui a sua história, 
essa é a tese. 
 
 
Para cumprir o papel de apresentar oessencial para a leitura, seu texto deve observar dois 
pontos: 
 
 
 
 
 Introdução com tese e 2 argumentos 
Dentro dessa tipologia de introdução tradicional, há um modelo preferido por aqueles que 
gostam de redação mais técnica. Consiste em apresentar, ao final da introdução, aquela tese já 
1º Período 
2º Período 
3º Período 
Tese 
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Atualmente, no Brasil, discute-se a possível manipulação do usuário de internet pelos sites de 
busca e das redes sociais. Essa situação torna-se mais dramática, quando observamos que mais 
de 60 % dos brasileiros são usuários assíduos da internet. Pode-se afirmar, sem sombra de 
dúvidas, que isso representa um perigo real (tese), pois aprisiona o indivíduo em suas opiniões 
(argumento 1) o que o distância de uma perspectiva mais objetiva da realidade, algo 
fundamental para o exercício da cidadania.(argumento 2). 
1º Período: 
Comentário geral 
(o tema deve 
aparecer) 
2º Período: 
Comentário 
estendido 
 
3º Período: 
TESE 
elaborada no planejamento e que deve contemplar também os argumentos. Esse tipo de 
introdução e o desenvolvimento para o qual ela aponta sugerem uma escolha mais linear do tema. 
Exemplo: 
Esquema desse tipo de introdução: 
 
 
 
 Introdução clichê 
 
Tudo bem, corujinha 
apavorada. Arranje um jeito de 
colocar as palavras-chave do 
tema logo nas primeiras linhas. 
Observe que, na introdução por 
paráfrase, eu consegui colocar os 
termos “manipulação” e 
“internet” logo nas duas primeiras linhas. Mas há outra forma um pouco clichê de começar sua 
redação: apresente o aspecto temporal, associando o texto ao momento presente. Falei bonito 
para sugerir que você use o odiado: “Nos dias de hoje ” 
 
Na verdade, corujinha, o uso 
de clichês não soa muito bem para o 
corretor. Contudo, não é isso que vai 
 determinar sua nota. Você pode 
 fazer uma redação menos 
encantadora e mais técnica e tirar 
uma nota muito boa. Para convencê- 
lo de que essa forma de começar o 
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1.3 Evitar 
Desde passados remotos, a busca e divulgação foi uma constante para o homem. Nos 
primeiros agrupamentos humanos, o saber tradicional era passado de boca em boca. Demorou 
algum tempo para que o homem inventasse a escrita, mas mesmo essa técnica esbarrava no 
suporte do nova técnica. A passagem das tabuinhas de barro para o papel foi um processo 
lento. 
Atualmente, demos um novo salto. Passamos do papel para as telinhas de computador. 
A informação se tornou onipresente e estamos tão acostumados a simplesmente a tirar 
qualquer dúvida acessando o gooogle que não nos perguntamos por onde passam essas 
informações. 
texto não depõe contra o seu texto, observe o próximo fragmento também tirado de uma das 
melhores redações da FUVEST sobre o tema da política. 
Ele afirma no primeiro período: “É muito comum ouvir de jovens hoje em dia que são 
apolíticos ou que a política não os diz respeito”. 
Veja aí o clichê, na expressão “hoje em dia”. Seguramente, isso não teve qualquer impacto 
negativo na avaliação. 
 
 
O que realmente prejudica sua redação? Parágrafo introdutório que apresente (1) ideias 
desorganizadas que não funcionem como guia de leitura ou (2) que tenha informações em excesso. 
 
Normalmente, o primeiro caso acontece quando o candidato pensa em contextualizar o 
tema e vai se enrolando ao descrever situações outras que não têm a ver diretamente com o tema. 
O grande problema desse tipo de introdução é que ela desvia a atenção do leitor da tese e, ao 
mesmo tempo, faz o escritor perder linhas preciosas para a argumentação. Enquanto o tema não 
for colocado com toda clareza, o jogo não começa, ou seja, o leitor terá a impressão de que ainda 
não há argumento. Tome como exemplo esse texto abaixo da uma corujinha enrolada... 
 
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No Brasil, o número de usuários da internet aumenta dia a dia, isso porque essa mídia 
se tornou uma ferramenta necessária na atualidade. Mas essa prática não está isenta de riscos, 
já que tem havido manipulação de informações por parte dos plataformas digitais, já que elas 
se valem de algoritmos que são uma espécie de inteligência artificial que capta as regularidades 
do comportamento da pessoa e monta um perfil para empresas que desejam essas informações. 
Isso porque a concorrência entre as empresas está cada vez mais acirrada o que as leva a 
utilizar de qualquer tipo de marketing, inclusive desrespeitando a liberdade do consumidor, já 
que isso faz com que ele viva numa bolha de informações que sempre lhe agradem. 
Consequentemente ele fica alienado da realidade, pois tem sempre a confirmação de um mundo 
que é sempre o mesmo e que está a serviço de negócios. 
1.4 Introdução no Enem 
Com essa introdução você não vai a lugar nenhum. 
Você já está no segundo parágrafo e ainda não entrou 
no tema: falar sobre a manipulação por algoritmos. 
 
 
O outro tipo de erro consiste querer apresentar 
toda a informação na qual você pensou no primeiro parágrafo. 
 
 
 
Nessa introdução, o candidato apresentou a tese, 
os argumentos e começou a estabelecer relações de 
causa e consequência. A quantidade de informação 
empilhada torna o parágrafo confuso. Além disso, 
como há muitas informações nesse trecho que 
mereceriam ser desenvolvidas, quando o escritor der continuidade ao texto, provavelmente ele 
retomará várias das ideias que já explicitou no primeiro parágrafo. O leitor ficará com a impressão 
de que o texto é repetitivo. 
É preciso equilíbrio, nem apresentar uma tese muito curta, nem muito comprida. Se você 
satisfizer toda a curiosidade do seu leitor logo no primeiro parágrafo, ele não vai ler o que se segue. 
 
 
 
Nunca é demais ressaltar. A tese no Enem já é dada pela banca e, na verdade, pressupõe 
toda a trajetória de escrita. Você deve falar do problema, mostrar que ele é grave e deve ser 
enfrentado e, no final, deve apresentar proposta de intervenção. 
Sendo assim, a introdução não precisa manifestar claramente o que será defendido. Ela deve 
apresentar a situação problema e os motivos pelos quais nós devemos nos sensibilizar diante da 
problemática. Devido a isso, muitas vezes não há muito espaço, no Enem, para uma introdução 
cuja a finalidade seja atrair o leitor. Em várias redações nota 1000, a introdução parece já um 
argumento. 
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2.1 Exercícios 
 
 
 
Este tópico é para lembrá-lo de que a introdução está profundamente vinculada a sua 
preparação anterior e deve refletir aquilo que discutimos na aula passada: a reflexão sobre o tema 
e sobre a tese. A tese, a gente já sabe, é mais ou menos a seguinte: o problema “x” desrespeita os 
direitos mínimos dos cidadão, portanto é preciso que tomem medidas para minimizar a questão. 
Nesse sentido, o projeto deve contemplar as partes dessa tese: 
✓ Apresentar a questão-problema; 
✓ Mostrar em que medida a questão viola os direitos das pessoas envolvidas; 
✓ Apresentar propostas de intervenção. 
Apesar de ser uma estrutura bastante fechada, a questão passa a ser como você vai 
preencher essas partes, já que um dos critérios de correção é o uso de repertório. Nesse caso, 
alguém poderia comparar o controle por algoritmos com o controle do livro 1984, de George 
Orwell; outra pessoa poderia considerar a ideia de controle a partir das ideias de Foucault; outra 
poderia fazer um percurso histórico da internet para mostrar como essa plataforma passou de um 
mecanismo de divulgação científica,quando foi criada, para um meio de obtenção de dados das 
pessoas. 
Os caminhos devem variar bastante. 
Sobre isso, já conversamos no pdf anterior. Você provoca o Brainstorm, coloca as ideias que 
tiver no pré-rascunho e depois vai organizando num esboço. É a partir desse esboço, ou seja, a 
partir da definição do caminho que você vai trilhar, é que você escolhe a sua introdução. 
 
 
 
Chegou a hora de exercitar o que consideramos até agora. A ideia é que você fixe uma forma 
de fazer a introdução, a forma mais simples, que deve servir para momentos em que você deve 
fazer uma redação rapidamente e não tem muito tempo para fazer um texto inicial muito 
sofisticado. Você vai encontrar 3 propostas curtas de redação e deve produzir dois parágrafos de 
introdução de acordo com os modelos apresentados: 
✓ Introdução clichê; 
✓ Introdução tradicional; 
✓ Paráfrase; 
✓ Introdução com tese desenvolvida. 
 
Faça dois parágrafos de introdução com técnicas diferentes sobre o seguinte tema: A 
participação política do jovem no Brasil. Considere o texto de apoio abaixo (ele pode ser 
utilizado para a introdução por meio da paráfrase). 
 
2. Introdução e Projeto de Texto 
Q.1 
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Uma pesquisa do Instituto Data Popular mostra bem o perfil do jovem brasileiro e seu 
interesse pela política. 
 
 
 
O levantamento traz recados importantes à classe política, pois os jovens, a par da crença 
(92%) na própria capacidade de mudar o mundo, botam fé (70%) no voto como 
instrumento de transformação da nação e ainda reconhecem (80%) o papel determinante 
da política no cotidiano brasileiro. Porém, fatia expressiva dos jovens do Brasil (quase 60%) 
acredita que o país estaria melhor se não houvesse partido político. 
 
Um petardo na democracia. Para eles, as agremiações partidárias e os governantes não 
falam sua linguagem. Interessante a observação do estudo: os políticos são analógicos, mas 
a juventude é digital. Mais de 50% se encontram entre os eleitores indecisos ou que 
pretendem anular o voto no pleito deste ano. E o discurso carrega um viés oposicionista. 
Como a maioria da população brasileira, o desejo de mudança se faz presente em 63% 
deles, que acreditam que o Brasil está no rumo errado. Apesar disso, 72% consideram ter 
melhorado de vida. Querem mais: serviços públicos de qualidade, maior conectividade, 
acessos livres à banda larga e à tecnologia de ponta, não abrindo mão da manutenção do 
poder de compra, nas palavras do autor do estudo, Renato Meirelles, do Instituto de 
Pesquisa Locomotiva. 
 
(Estado de São Paulo, 06/06/2018) 
 
 
 
Q.2 Faça dois parágrafos de introdução com técnicas diferentes sobre o seguinte tema: Como 
lidar com o desemprego juvenil. Considere o texto de apoio abaixo (ele pode ser utilizado 
para a introdução por meio da paráfrase). 
Uma pesquisa do Instituto Data Popular mostra bem o perfil do jovem brasileiro e seu 
interesse pela política. 
 
 
BRASÍLIA - Um em cada dois jovens brasileiros com idade entre 19 e 25 anos corre sério 
risco de ficar fora do circuito dos bons empregos no País e, com isso, está mais vulnerável 
à pobreza. É o que aponta o relatório “Competências e Empregos: Uma Agenda para a 
Juventude”, divulgado pelo Banco Mundial. 
 
O documento diz que 52% da população jovem brasileira, quase 25 milhões de pessoas, 
estão desengajados da produtividade. Nessa conta, estão os 11 milhões dos chamados 
“nem-nem”, aqueles que nem trabalham, nem estudam. A eles, foram somados aqueles 
que estão estudando, mas com atraso em sua formação. E os que trabalham, mas estão na 
informalidade. 
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3. Introduzir e seduzir 
 
 
 
 
 
 
Q.3 Faça dois parágrafos de introdução com técnicas diferentes sobre o seguinte tema: Como 
evitar que tecnologia seja prejudicial ao aprendizado. Considere o texto de apoio abaixo 
(ele pode ser utilizado para a introdução por meio da paráfrase). 
 
 
Assim como os livros expandiram nossa capacidade cerebral, as tecnologias atuais podem 
gerar o efeito contrário. 
 
A vida no século XXI pode não ser maravilhosa como sugerem as propagandas de telefones 
celulares, graças aos consideráveis impactos sociais provocados pela onipresença das 
novas tecnologias de comunicação e informação. Dois filmes recentes tratam do tema: 
Disconnect (de 2012, dirigido por Henry Alex Rubin) e Men, Women & Children (de 2014, 
dirigido por Jason Reitman). As duas obras adoçam seu olhar crítico com uma visão 
humanista. O grande tema é a vida contemporânea, marcada pelo consumo de bens e 
estilos, e povoada pelas doenças da sociedade moderna: bullying, identidades roubadas, 
comunicações mediadas e relações fragilizadas. No centro dos dramas estão a internet e 
as mídias sociais. 
 
Maior o acesso a informações, menor nossa capacidade de atenção, e menor nossa 
capacidade de análise. E nossa paciência sofre com o processo. 
 
(Disponível em http://www.cartacapital.com.br/revista/840/a-era-da-impaciencia- 
5039.html, acessado em 31.08.2019) 
 
 
 
 
Tendo se exercitado no básico, agora vamos ao “tchan”, aquilo que vai fazer da sua 
introdução uma espécie de cartão de visitas; aquelas primeiras frases que irão conquistar ou afastar 
seu leitor. Apesar disso, lembre-se: 
(...) 
 
“É uma população que vai ser vulnerável, vai ter mais dificuldade de achar emprego, corre 
maior risco de cair na pobreza”, disse o diretor da instituição para o Brasil, Martin Raiser. 
 
(Disponível em https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,metade-dos-jovens-brasileiros- 
tem-futuro-ameacado-alerta-banco-mundial,70002217121, acessado em 31.08.2019) 
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http://www.cartacapital.com.br/revista/840/a-era-da-impaciencia-5039.html
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https://economia.estadao.com.br/noticias/geral%2Cmetade-dos-jovens-brasileiros-tem-futuro-ameacado-alerta-banco-mundial%2C70002217121
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3.1 Provocar Adesão 
Um em cada dois jovens brasileiros com idade entre 19 e 25 anos corre sério risco de ficar 
fora do circuito dos bons empregos no País e, com isso, está mais vulnerável à pobreza. É o que 
aponta o relatório “Competências e Empregos: Uma Agenda para a Juventude”, divulgado 
pelo Banco Mundial. 
✓ O corretor é obrigado a ler sua redação, você não precisa ficar tão 
preocupado com essa sedução; se sua introdução cumprir a função 
primordial, está bom demais; 
✓ Uma redação maravilhosa e uma argumentação ruim ampliam a 
sensação de “texto ruim”; é como ir a uma festa com um terno todo 
remendado. 
✓ Uma introdução bem elaborada requer tempo. Você pode fazer 
rapidamente a redação inteira, valendo-se de uma introdução 
básica e, se sobrar tempo, reelaborar o primeiro parágrafo. 
Considerando os vários tipos de introduções, podemos separá-las em 4 grandes grupos, 
conforme o efeito que podem produzir: provocar adesão ao tema; informar; provocar curiosidade 
e encantar. 
 
 
Por que o leitor vai ler seu texto (fora o fato de que ele é corretor)? Porque ele é seu amigo, 
ou porque leu o título e ficou interessado. Mas vamos supor que não seja um tema que o interesse. 
Nesse caso, você precisa mostrar para ele que o tema deveria interessá-lo, pois a situação é grave. 
Esse é o tipo de introdução e até de desenvolvimento mais apropriado para uma dissertação no 
ENEM. 
Quais são os métodos mais comuns para fazer isso? Apresentando dados científicos, 
estatísticos oumostrando a causa de você estar escrevendo (que não seja a causa verdadeira: você 
está escrevendo para passar no vestibular!). 
 
 Dados 
Dada nossa formação científica, acreditamos que aquilo que for mostrado por números, por 
cientistas renomados ou por universidades será verdadeiro. Lógico que isso é mais apropriado para 
um argumento, já que no desenvolvimento você deverá convencer seu leitor de que o que você diz 
“é verdade”. 
O efeito de apresentar dados logo no começo do texto não é dizer que é verdade, mas 
mostrar dados que impressionam o leitor, dados que apresentem uma dimensão assustadora do 
assunto para que o leitor se interesse pelo texto que você vai desenvolver. Nesse caso, o texto da 
coletânea acima é exemplar e vale a pena repeti-lo: 
 
Esses dados impactantes despertam o leitor para o tema, fazem-no perceber que discutir 
isso é importante. 
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Causa factual: como os fenômenos que contribuíram para o fato 
discutido. Exemplo, a causa do desemprego é a crise de 2016. 
 
 
 
* 
Pois é, esse o grande problema, 
afinal ninguém é um Google 
ambulante e, como você sabe, não 
poderá consultá-lo quando for 
produzir seu texto. O jeito é se contentar com algum tipo de estatística ou dado fornecido pela 
coletânea. Antes que você pergunte se você pode copiar os dados, eu já lhe respondo o óbvio 
“não”. Porém, você pode fazer uma paráfrase, acrescentando uma certa dramaticidade para 
despertar o leitor. Observe uma possível paráfrase. 
Recentemente, foi publicada uma matéria no Jornal O Estado de São Paulo com dados 
preocupantes sobre os jovens brasileiros. Quase 50% dos jovens em idade de começo de carreira 
terão que se contentar com empregos nada promissores. Serão adultos em estado de 
vulnerabilidade. 
Em relação a pesquisas científicas, nesse caso, da sociologia, isso é um pouco mais simples, 
se você se lembrar do que disseram os sociólogos ou outros especialistas, é claro. Você poderia 
dizer algo assim... 
Segundo a sociologia, o processo de industrialização inaugurou uma era em que a 
tecnologia aplicada a processos de produção ou excluem mão de obra, ou absorvem pessoas 
especializadas. O jovem entre 19 e 25 anos tende a ser excluído por falta de experiência ou por 
não ser especializado. Ficará vulnerável. 
 
 Causa 
“Causa” na dissertação pode significa duas coisas: 
 
 
 
 
Causa factual 
Esse tipo de recurso será melhor explorado, no item a seguir, pois apresentar uma causa 
factual se confunde com o próprio ato de informar o leitor de algo. 
Causa Explicativa 
No caso da introdução, “causa” significa dizer por que você resolveu escrever o texto (que 
não seja a causa verdadeira, tirar uma boa nota do Enem). Vamos supor que você tenha que fazer 
Causa explicativa: como o motivo pelo qual você considera o assunto. 
Esse tema é importante para que possamos planejar o futuro 
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3.2 Informar 
uma redação sobre a falta de emprego para os jovens. Você pode fingir que está escrevendo 
porque percebe a dificuldade de um primo de conseguir sua primeira colocação no mercado de 
trabalho. Começar com essa experiência seria bastante sedutor. Imagine: 
Esses dias, meu primo estiveram em casa para que eu o ajudasse a fazer um currículo. 
Será o seu primeiro emprego. Deus, que tarefa difícil! Cada site de sugestão dizia uma coisa. 
Coloque suas qualificações. Quais? Se é o primeiro emprego, obviamente ele ainda não 
descobriu suas qualificações. Isso me levou a refletir sobre o assunto e resolvi escrever um 
texto. 
Mas a dissertação deve ser impessoal. 
Você terá que adaptar as experiências pessoais ao tipo de linguagem que generaliza. Nesse 
caso, sua introdução será muito parecida com aquela que apresenta dados ou informações 
científicas. 
O jovem que procura sua primeira colocação no mercado de trabalho se depara com situações 
paradoxais deve convencer que tem habilidades para um trabalho que ele nunca efetuou. Esse é um 
dos vários desafios humilhantes que cada vez mais brasileiros em início de carreira enfrentam. 
 
 
 
A argumentação não é só técnica, ela inclui traços performativos, ou seja, não basta que a 
ideia apresentada no texto seja convincente por si, você deve produzir um efeito de que aquilo que 
você disse tem peso. Esse efeito qualquer orador consegue quando prova para seu interlocutor 
que conhece o assunto sobre o qual vai falar. 
Apresentar informações como introdução tem essa finalidade. Prepara o leitor para que ele 
leve o seu texto a sério. Ou seja, detalhe a informação para o leitor mostre que você tem 
conhecimento do assunto. 
 
 História 
Utilizar o percurso histórico para começar uma redação é um recurso informacional e 
também ilustrativo, ou seja, tem o potencial de encantar o leitor. Cuidado para não se alongar. 
Além disso, você deve ter a capacidade de vincular a história ao tema... não se perca. Às vezes a 
ligação é fácil, às vezes não. Por exemplo, vamos supor que você tenha informação sobre a história 
da internet. Esse é um repertório e tanto para quem vai escrever sobre manipulação de dados 
hoje. Mas se você contar a história por contar, o texto ficará sem sentido. É preciso que você 
encontre um ponto que permita puxar a história para o tema sobre o qual você vai discorrer. 
O mundo estava no auge de Guerra Fria. A possibilidade de que centros de controle fossem 
destruídos por uma possível terceira Guerra Mundial, levou o Departamento de defesa americano a 
desenvolver um sistema que interligava centros de pesquisa. Desse uso de difusão de informações 
precisas e importantes, passamos para os dias de hoje em que a internet se torou meio não só de 
divulgar informação, mas também de capturar informações dos usuários. 
 
 
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Primeira observação importante: note como o parágrafo ficou longo. Lembre-se, você terá 
apenas 30 linhas no total. Segunda observação: tive que adaptar a história internet ao tema: 
manipulação de dados na internet, o que consegui fazer somente na última linha. 
 
 Definição 
“Definir” e “conceituar” são ligeiramente diferentes, entretanto, para o nosso propósito, você 
pode usar tanto um quanto o outro. Definir vem do latim, que significa “limitar” ou “marcar o fim”. 
Isso significa que se deve, através de palavras, mostrar qual a singularidade do objeto. Utilizar com 
precisão esse recurso faz com que seu leitor confie na sua competência, mas não apenas isso. Toda 
definição/conceitualização pode servir como uma premissa para um raciocínio. Premissa é uma 
afirmação que serve como fundamento do que será dito nos parágrafos de desenvolvimento. 
Você pode encarar a legislação como um livro de definições que servem de premissas para 
julgar ações podendo puni-las. Por exemplo, é interessante como o texto legal do marco civil da 
internet define o que pode ser considerado crime ou não. Observe: 
“Art. 7o O acesso à internet é essencial ao exercício da cidadania, e ao usuário 
são assegurados os seguintes direitos: 
(...) 
II - inviolabilidade e sigilo do fluxo de suas comunicações pela internet, 
salvo por ordem judicial, na forma da lei;” 
A partir dessa definição fica fácil dizer que um provedor comete crime ao manipular os 
dados do usuário...Se não fosse outra definição. 
“§ 1o A discriminação ou degradação do tráfego (...) somente poderá decorrer de: 
(...) 
III - informar previamente de modo transparente, claro e suficientemente 
descritivo aos seus usuários sobre as práticas de gerenciamento e mitigação detráfego adotadas, inclusive as relacionadas à segurança da rede;” 
(disponível em https://www.cgi.br/lei-do-marco-civil-da-internet-no-brasil/, acessado em 
08.04.2020). 
Ou seja, é você que dá autorização para que o provedor utilize seus dados, embora a própria 
lei reconheça que a manipulação de dados é ilegal. Mas essa definição em si já é um ótimo 
argumento para dizer que, no mínimo, o que os provedores fazem é antiético. Oferecem um 
serviço sedutor e necessário em troca dos seus dados que podem ser usados para atividades 
comerciais. 
Como ficaria uma introdução a partir dessas “definições”? 
O marco Civil da internet definiu muito bem o que seria considerado crime virtual. Seria 
crime violar, ou seja, tornar público o fluxo de informações pelos servidores. Isso mostra como a 
manipulação de informações pelas plataformas de acesso a partir de algoritmos não deve ser 
encarado como algo banal. Mas como os servidores mantém essa prática sem qualquer punição? 
Quando o usuário aceita os termos do serviço, ele autoriza a captação desse fluxo. 
 
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3.3 Provocar a curiosidade 
1º Período: 
Comentário geral 
(o tema deve 
aparecer) 
2º Período : 
Comentário 
estendido 
 
3º Parte : 
Perguntas 
 
 
 
 
 
 
Calma, corujinha estressada. Esse foi um exemplo. Lógica que as leis, como você percebeu, 
são ótimas definições e, portanto, premissas. Você poderá se valer de leis, quando elas estiverem 
na sua coletânea, e isso não é tão raro assim. 
Mas há outros tipos de definição que são muito úteis em redação, aquelas que circulam em 
sociologia e filosofia como definições de “liberdade”, democracia”, “república”, “Estado” etc. 
Falarei mais desse recurso em outro momento, pois associado à citação é uma das técnicas mais 
utilizadas por alunos que tiraram 1000 na redação do Enem. 
 
Um dos gatilhos mentais de mais bem-sucedidos para chamar a atenção de alguém é o da 
curiosidade. Por incrível que pareça, encontrar a solução de um problema ativa uma parte do nosso 
cérebro responsável pelo prazer. Isso significa que, ao 
apresentarmos algum problema para nosso leitor, ele irá entrar no 
jogo e vai ler o texto ou para saber a resposta ou para conferir se a 
resposta que ele deu mentalmente é a correta. Esse ímpeto 
humano pode ser observado mesmo em crianças de 3, 4 anos que 
manifestam uma certa mania pelos porquês. 
Há basicamente 3 expedientes para despertarmos a 
curiosidade em alguém em redação: perguntas, enumeração e 
afirmações contundentes. 
 
 Perguntas 
Por que começar um texto com uma pergunta? 
Porque obrigará o leitor a continuar lendo. Assim como você fez quando se deparou com a 
pergunta acima. Mas note, ela não pode aparecer do nada. Você deve contextualizá-la. Ela se 
assemelha à introdução tradicional sem a apresentação da tese. 
 
 
Exemplo. 
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Todo usuário de internet já deve ter reparado naquelas janelas que se abrem com propagandas 
sobre algum produto que estranhamente era do seu interesse. Não se trata de um milagre. Os 
provedores são capazes de registrar os fluxos de informação do usuário e usá-los para fins comerciais. 
Qual o problema dessa prática? Até que ponto podemos ser manipulados? Que se pode fazer em 
relação a isso? 
 
Note que esse é um bom expediente de escrita, evita que você apresente a tese toda no 
começo da redação e obriga você, escritor, a seguir um script já previsto por você. Ou seja, seu 
texto será mais direcionado. 
 
 
 
E quem falou isso tem toda 
razão em relação a perguntas 
retóricas. Perguntas que não 
precisam ser respondidas, pois 
ou a resposta é óbvia demais, ou você já a respondeu no argumento. 
Além disso, uma pergunta no último parágrafo, com raras exceções, abre espaço para um 
novo argumento e deve ser evitada, afinal você está na conclusão, lugar de reafirmação das ideias 
apresentadas e não o lugar da abertura para novos argumentos. 
 
 
Estou certo de que essa é 
a intenção ao fazer a pergunta 
no último parágrafo, corujinha 
instigante. Contudo, uma 
dissertação é um texto 
autoritário, você deve levar seu 
leitor pela mão através das suas 
ideias sem deixá-lo sozinho para pensar por conta própria. Isso vai acontecer depois que ele tiver 
lido seu texto, não precisa motivá-lo. 
 
 
 
 Enumeração 
O que é, o que é? Lembra-se dessa brincadeira? Pois é, 
diante dessas palavras quase mágicas, você parava para tentar 
descobrir o que era. Trata-se de um jogo que foi se tornando mais 
sofisticado até chegar a estruturar um filme policial, pois, afinal, 
o que nos prende à poltrona diante de um filme como esse é 
saber quem foi o assassino. F
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Essa é a lógica de apresentar pelo menos três palavras soltas na primeira frase de uma 
introdução. O leitor fica imaginando o que significam aquelas palavras e espera o desvendar desse 
mistério. Para tornar mais claro do que estou falando, observe a seguinte introdução: 
Partido político, congresso nacional, STF, financiamento partidário. Essas são algumas 
expressões do vocabulário político que parecem desconhecidas para os jovens. Uma observação 
desse tipo leva a acreditar que os jovens de hoje são alienados em relação à política. 
 
Percebeu qual é o tema? Jovem e política. Há um método para construir uma enumeração 
desse tipo. Primeiro considere que, para ser uma enumeração, é preciso ter, pelo menos, 3 termos. 
Segundo, essa fórmula admite uma frase nominal, com os termos interligados por vírgula, sem 
verbos, seguida de uma outra frase que deve retomar e explicar a anterior. 
Uma última dica: os termos da enumeração devem ser coerentes em relação a uma ideia 
unificadora. Nem sempre é fácil de achar o elemento comum a essas palavras. Tente mudar o foco. 
Por exemplo, na enumeração acima, eu utilizei termos políticos, mas poderia ter selecionado outro 
elemento: o que dizem do engajamento dos jovens. 
Alienados, despreocupados, desinformados. Essas são algumas palavras usadas para 
designar os jovens no que diz respeito ao engajamento político... 
 
 
 
 Frases contundentes 
Outra forma de despertar a curiosidade do leitor é fazer uma afirmação forte sobre o 
assunto ou apresentar alguma fonte que tenha dito algo que contraria a sua tese. Nos dois casos, 
o fato de haver uma ideia a ser contestada, seja pela agressividade, seja pela polêmica, faz com 
que o leitor fique curioso em saber como o litígio será resolvido. Considere a seguinte afirmação: 
A forma como as plataformas digitais se valem dos dados do usuário é, no mínimo, 
antiética e autoritária, o que evidência o vale-tudo que se transformou a internet nos dias 
atuais. 
Não há dúvida de que tal frase desperta a atenção. Tanto alguém que compartilha a ideia, 
quanto um opositor vão interagir com o texto. Não há como ficar indiferente e, aliás, esse é o 
problema. O corretor, com certeza, será mais exigente com uma redação desse tipo, pois para se 
chegar a essa conclusão, o escritor deve ter argumentos muito bons. Trata-se de uma introdução 
possível, mas arriscada. 
 
 
 
 Citação 
Já deve ter acontecido com você estar em uma discussão de vida ou morte como alguém, 
sentindo que sua tese começa a ser ridicularizada, quando você se lembra de um especialista que 
disse o mesmo que você. Ah, que satisfação! Você e seus amigos que estão discutindo não são 
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3.4 Encantar 
exatamente ninguémna fila do pão, mas o especialista de Harvard, o filósofo do século XIX ou o 
cientista que ganhou o prêmio Nobel são pessoas de tão alto gabarito que basta citar a frase da 
sumidade para ganhar a parada. 
Acho que você já entendeu o efeito desse recurso. Em si, ele representa uma espécie de 
carteirada, afinal, você pode citar uma frase fora do contexto, ou mesmo, o especialista pode estar 
errado, por que não? 
Mas nas dissertações, esse recurso tem grande efeito, sobretudo porque permitem que o 
candidato demonstre repertório. Afinal, durante os três anos do ensino médio, você entrou em 
contato com figurões da história, da sociologia e da filosofia e discutiu algumas das frases mais 
famosas produzidas pela humanidade. Agora é hora de usá-las. 
Normalmente, eu discuto esse tópico na argumentação. Contudo, tem sido recorrente o uso 
de citações na introdução nas melhores redações. Primeiramente, você deve ter um repertório de 
frases significativas. Depois deve tentar encontrar uma relação entre a frase e o tema. A técnica 
de começar pela frase, provoca impacto. Segue um exemplo. 
“O homem é o lobo do homem”, dizia Hobbes no século XtfII. Segundo ele essa era a condição 
do homem no estado da natureza. Ao se submeterem a uma autoridade maior, um poder absoluto, 
as pessoas puderam viver com uma certa harmonia. Contudo, algo extremamente tecnológico, a 
internet, parece nos ter devolvido ao estado de natureza. Nesse espaço de ninguém, as pessoas 
parecem ter se tornado lobos, o ódio parece ser usual nessa mídia. 
 
 
 
Agora, entramos na parte mais sedutora das técnicas de 
introdução: contar uma história ou fazer uma analogia. Uma 
boa história faz uma conexão emocional com o leitor. As 
pessoas conseguem se colocar no lugar de quem viveu o que 
é narrado. No caso da analogia, o escritor surpreende o leitor 
com uma conexão inesperada. 
 
 
 
 
 
 
 
 Narrativa 
 
No caso da dissertação, contar uma história é problemático, mas não impossível. O texto 
dissertativo deve ser impessoal. Isso significa que as histórias contadas não podem ser tão restritas, 
não devem ter personagens tão particulares que dificultem a passagem da história particular para 
a discussão generalizante própria da dissertação. 
Nesse caso, a solução é imaginar uma trajetória que pode ser particularizada, mas que tem 
a ver com a história de muitas pessoas. Por exemplo, se você estiver considerando o tema do 
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“jovem que hoje chega ao vestibular”, você poderia imaginar a trajetória de um jovem que se 
esforça para prestar o vestibular, as ações envolvidas nessa trajetória e atribuir isso a um “ele” 
enigmático que será identificado como qualquer jovem. 
A partir dos 15 anos, ele começou a trilhar o caminho incerto de quem vai decidir sua 
vida. Pesquisou universidades, cursos e carreiras. Fez não um, mas dois testes de vocação. 
Aos 16, tinha uma ideia vaga do que queria. No ano que fez 17, estudou como um louco. Na 
primeira bateria de vestibulares, veio a frustração, percebeu que não estava preparado. Essa 
poderia ser a história de boa parte dos jovens que desejam fazer um curso universitário. 
Impossível não questionar o vestibular como sistema de avaliação. 
É possível fazer uso desse expediente para uma série de propostas. 
Há outras que permitem a utilização de histórias que foram veiculadas nos jornais. Se você 
souber em detalhes o que aconteceu é uma boa forma de começar seu texto. 
Há mais de 4 anos, um fato horrorizou o Brasil. Um jovem foi amarrado pelo pescoço, 
nu, a um poste no bairro do Flamengo. Tinha uma orelha cortada com faca. Teria sido acusado 
de praticar furtos. Essa cena bárbara acusa um problema crônico no Brasil, o envolvimento 
de jovens com o crime e o ódio que eles despertam em uma parte da sociedade. 
 
 
 Analogia ou comparação 
Analogia ou comparação, embora sejam palavras que manifestam diferenças sutis de 
procedimento técnico, serão aqui tratadas como uma coisa só. São as técnicas mais difíceis, até 
porque muitas vezes podem servir para estruturar uma redação inteira. 
Observe como é expressiva a comparação que o músico Cartola fez: 
 
“Preste atenção, o mundo é um moinho 
Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos 
Vai reduzir as ilusões à pó” 
Ele fala a alguém amado, alertando sobre o mundo. Poderia dizer simplesmente que o 
mundo destrói ilusões, mas, ao comparar essa ideia abstrata à ação inexorável de um moinho 
reduzindo tudo a pó, a mensagem ganha outras dimensões. 
Na verdade, há vários tipos de comparação e todas podem ser usadas de algum modo na 
sua redação, contudo, para a introdução, seria interessante o uso de uma analogia, uma espécie 
de comparação mais longa na qual se estabelece uma ponte entre a história contada e os 
significados atribuídos ao tema desenvolvido. 
As comparações possíveis são as seguintes: 
✓ Comparação imagética ou metáfora, cujo elemento comparado não é revelado: Os 
penhascos pareciam cortados por faca; 
✓ Comparação explicativa, cujo elemento comparado é revelado: Os penhascos tão retos que 
pareciam cortados com faca; 
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✓ Comparação entre dois elementos semelhantes: as feições dos índios são tão boas quanto 
às dos nossos compatriotas; 
✓ Analogia entre histórias: conta-se uma história que deve servir como modelo para o 
momento atual. 
 
A analogia narrativa requer conhecimento de mitologia, histórias bíblicas, lendas de 
personagens de filmes consagrados ou de romances conhecidos. Por exemplo, ao falar sobre o 
tema do jovem na política, pode-se lembrar de Antígona, da mitologia grega. 
Os irmãos de Antígona lutam pelo trono de Tebas, ambos morrem lutando em lados 
opostos. O tio, que herda o trono, resolve enterrar um deles com pompas de herói e deixar o outro 
apodrecer fora dos muros da cidade. Antígona, irmã deles, fica entre obedecer ao rei e obedecer à 
tradição, que manda os parentes enterrarem seus mortos. Ela resolve enfrentar o tio e, por isso, é 
condenada à morte. Como essa história ficaria numa introdução? 
Para entender o dilema do jovem em relação à política, podemos retomar a tragédia 
grega de Antígona. Os irmãos tinham se enfrentado em uma batalha e ambos morreram. O tio, 
que herdou o trono, determinou que um deles não fosse enterrado. Antígona, desafiando o tio, 
põe sua vida em risco. Essa é uma trágica metáfora da diferença entre o núcleo familiar e a 
política. Antígona, como os jovens, vê a política como aquilo que ameaça sua experiência 
enraizada na família. 
 
Calma, corujinha exigente. Claro que não. 
Essa é uma possibilidade entre outras e, diga- 
se de passagem, a mais complexa. Mas os 
alunos que gostam de escrever e que gostam 
de textos mais criativos podem se dar bem 
com esses modelos. 
O mais importante é que você entenda a 
técnica e que, mesmo que não consiga fazer 
algo assim, descubra quais são suas preferências e com quais introduções você se identifica. 
Qual é, realmente, a técnica desse tipo de introdução? Em primeiro lugar, você deve pensar 
com qual elemento ou história o objeto de seu tema se assemelha. Mesmo que você vá destacar 
as diferenças, você deve primeiro começar pelas semelhanças. 
Depois de ajustar as analogias no seu esboço, você deve gastar algumas linhas para 
descrever a cena ou para contar a história. O leitor deve ser sensibilizado para a narrativa. Um 
texto curto não fará isso. Além disso, ao contar a história, você vai selecionando elementos que 
depois permitirão a comparação. 
Isso significa que uma introdução desse tipo vai ficar longa, não tem jeito. Seria interessante 
que o argumento que você fosse utilizar pudesse aproveitar essa analogia. Se isso ocorrer, teremos 
uma redação inteira estruturadapela analogia. 
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Nesse tópico, gostaria apenas de destacar a grande diferença entre a conclusão tradicional 
e a conclusão do ENEM. 
Em 2011, a banca da FUVEST solicitou que o candidato escreve um texto sobre o altruísmo, 
a capacidade que o ser humano tem de se preocupar com os outros. Posteriormente, a banca 
selecionou e publicou as melhores redações. Selecionei uma delas para mostrar o que significa 
concluir de forma tradicional em uma dissertação escolar. 
 
Introdução 
 
 
Conclusão 
 
 
Na introdução, o autor do texto inverteu um pouco a ordem das coisas. Ele começou com o 
resumo da argumentação, “a efemeridade do mundo moderno acarreta uma devastadora inversão 
de valores”. Acrescenta elementos no segundo período, “o outro como inimigo potencial”. Por fim, 
no último período, ele apresenta a tese e o tema: “o altruísmo vai se desfalecendo e se tornando 
raridade no mundo contemporâneo”. 
4. Introdução e Conclusão 
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4.1. A relação entre introdução e conclusão no Enem 
No parágrafo final, ele utiliza palavras sinônimas do mesmo campo semântico e reafirma a 
tese. Ou seja, ele resume e repete as informações mais importantes do que foi discutido. 
 
 
 
No Enem, a coisa muda de figura. Por causa da exigência de proposta de intervenção, a 
conclusão basicamente retoma somente o tema que deve ter sido inserido na introdução, pois é 
para isso que ela serve. 
Algumas redações nota 1000, de 2018, foram publicadas em vários sites. Escolhi uma delas, 
selecionei a introdução e a conclusão para analisar a relação entre essas partes do texto. 
Texto de André Bahia (18 anos), Janaúba – MG 
Introdução 
Segundo Steve Jobs, um dos fundadores da empresa “Apple”, a tecnologia 
move o mundo. Contudo, os avanços tecnológicos não trouxeram apenas 
avanços à sociedade, uma vez que bilhões de pessoas sofrem a 
manipulação oriunda do acesso aos seus dados no uso da internet. Nesse 
sentido, esse processo é executado por empresas que buscam 
potencializar a notoriedade dos seus produtos e conteúdos no meio 
virtual. Sob tal ótica, esse cenário desrespeita princípios importantes da 
vida social, a saber, a liberdade e a privacidade. 
 
Conclusão 
Em suma, são necessárias medidas que atenuem a manipulação do 
comportamento do usuário pelo controle de dados na internet. Logo, a 
fim de dar liberdade de escolha ao indivíduo, cabe às empresas de 
tecnologia solicitar a autorização para o uso dessas informações, por 
meio de advertências com linguagem clara, tendo em vista a linguagem 
técnica utilizada, atualmente, por avisos do tipo. Ademais, compete ao 
cidadão ficar atento a essa questão, de modo a cobrar e pressionar essas 
empresas.Enfim, a partir dessas ações, as tecnologias, como disse Steve 
Jobs, moverão o mundo para frente. 
 
 
 
 5. Introdução e Máscara 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 02 —Introdução 
26 
 
 
 
Frase que introduz o 
tema, associada à tese, a 
internet trouxe também 
manipulação 
 
Retomada da ideia 
principal anunciada na 
introdução 
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27 
Segundo (nome do pensador e o que ele disse, deve ser um ideia otimista em relação à 
internet). ........................................... Contudo, 
problemática). ......................................... Nesse 
ocorre).....................................Sob tal ótica 
procedimento)................ 
(agora você apresenta o tema, destacando a 
sentido, (desenvolva como o problema 
(agora destaque qual é o problema desse 
 
 
 
 
 
Aula 02 —Introdução 
A redação do Enem tem uma estrutura bastante 
“engessada”, repeti isso várias vezes ao longo dos pdfs. Há 
nisso algo de bom para o candidato. No quesito estrutura, a 
Banca não vai surpreender você, mudando as regras do jogo. 
Além disso, ao longo desses anos, tanto a Banca foi 
adotando critérios padronizados para a correção, quanto os 
alunos foram desenvolvendo uma estrutura dissertativa que 
parece ser bastante exitosa nos exames. Isso gerou a procura 
pela estrutura nota 1000, que frequentemente é chamada de 
“máscara”. 
Trata-se de um esquema vazado, ou seja, um esquema composto com conectivos e algumas 
citações que podem ser decorados e exigem que você simplesmente preencha os espaços vazios. 
Vamos supor que eu transforme o primeiro parágrafo do texto acima, do candidato de Janaúba, 
numa máscara de introdução, como ficaria? 
Vamos supor que agora o tema seja outro, a participação dos jovens na política. Como eu 
poderia fazer essa introdução? 
Segundo Aristóteles, o homem é um ser social, isso significa também que a política é inerente 
a própria relação do homem com outros homens na construção de uma sociedade harmoniosa. 
Contudo, os jovens de hoje parecem reticentes em relação à política considerando uma área que não 
é de seu interesse. Nesse sentido, a ideia de que política é sinônimo de corrupção parece contribuir 
muito para essa perspectiva. Sob tal ótica, tais jovens se afastam justamente da área da ação humana 
cujas decisões poderão tornar o mundo futuro melhor ou pior para essas novas gerações. 
Essa ideia de fórmula mágica, como uma espécie de cálice sagrado que, por mágica, tornaria 
qualquer redação um texto nota 1000 se espalhou pela internet. É comum uma busca quase insana 
pela “MÁSCARA 
 
‘Afinal, você deve ter reparado que o esquema sem o domínio de repertório (você deve 
saber falar sobre Aristóteles, por exemplo) e sem um bom vocabulário não resolve muito. Só a 
título de exemplo, imaginei alguém que se valesse do mesmo esquema, mas sem tanto preparo. 
Segundo um pensador grego, a política é a coisa mais importante para o homem naquilo que 
é da convivência. Contudo, os jovens não querem nem saber de político, não estão nem aí para o que 
acontece no país, por causa da falta de conhecimento. Nesse sentido, acham que político é tudo 
corrupto e não gostam de se informarem, só passam o dia inteiro na internet. Sob tal ótica, tais jovens 
agem de forma irresponsável , pois não ligam para os políticos e eles fazem o que querem. 
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5.1 Estatísticas 
 
 
 
Isso aí, corujinha arguta. É como se eu dissesse, faça uma operação matemática, eu te dou 
o esquema: 
Aí, você pega o esquema e preenche da seguinte forma 2+2=5. Não dá, né? 
Na verdade, a máscara pode até ajudá-lo, mas ela não substitui a preparação, o exercício 
com a linguagem, o desenvolvimento da sua capacidade intelectual de fazer ligações entre ideias, 
a capacidade de perceber quando uma ideia é coerente ou não etc. No final do curso, quando já 
tivermos considerado todas as partes do texto e tudo o que é necessário para escrever bem, 
discutirei alguns desses esquemas e quais podem funcionar. Por ora, essa ideia de máscara vai nos 
ajudar a elaborar introduções. 
 
O que interessa nesse momento, é perceber qual foi o esquema que a maioria dos alunos 
utilizaram para fazer as introduções das redações mais valorizadas pela banca. Nesse caso, 
debrucei-me sobre as 31 redações publicadas na internet sobre o tema da manipulação de dados 
e, a partir deles, vamos considerar juntos as introduções mais comuns no Enem. 
 
 
 
Bom, vamos começar pelas estratégias. As duas mais utilizadas foram a citação e a analogia. 
No caso da analogia os candidatos utilizaram filmes (“Matrix” e “Jogo da Imitação”), série (“Black 
Mirror”) e romances (“1984” e “Admirável Mudo Novo”). Esse número alto de analogia explica-se 
pelo tema ligado à internet, mote para muitos filmes atuais. 
Nocaso da citação, obviamente estiveram presentes filósofos (a maioria) e sociólogos. 
No caso, do percurso histórico, o mais comum foi mostrar como a internet se desenvolveu, 
ou aproximar o fenômeno de manipulação a algo que aconteceu no passado, por exemplo na era 
Vargas. 
Chamou-me a atenção uma redação em especial que apresentava uma frase típica de 
máscara. A primeira frase era “A Revolução Técnico-Científico-Informacional, iniciada na segunda 
metade do século XX, inaugurou inúmeros avanços no setor de informática e telecomunicações.” 
Ela faz referência a um processo histórico, mas é bastante vaga de tal forma que o escritor depois 
disso pode falar de muitos assuntos, financeirização da econômica através da revolução 
tecnológica, relações humanas depois do mundo virtual, o engajamento político virtual etc. 
E por último, vale a pena considerar o que chamei de descrição. Foram introduções mais 
simples e mais curtas também que descreviam a internet e a manipulação dos dados numa espécie 
de paráfrase bem feita e curta. 
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Além dessas estratégias gerais, eu observei a recorrência de uma estrutura de oposição logo 
na introdução. O autor citava um filósofo que defendia a autonomia (Kant por exemplo), para 
depois introdução através de um conectivo adversativo a ideia contrária, ou seja, que a 
manipulação de dados vai contra esse ideal. Acredito que isso tenha a ver com aquilo que já 
discutimos antes. A lógica da prova do Enem é opor um mundo idealizado que serve como 
referência para as políticas públicas e o mundo real. Em outros casos, deu para perceber que se 
tratava de um esquema decorado que o candidato tentava a todo custo preencher. Vou dar um 
exemplo, leia a introdução abaixo e observe o uso do conectivo de oposição. 
 
 
A obra musical "Admirável Chip Novo", da cantora Pitty, retrata a 
manipulação das ações humanas em razão do uso das tecnologias, que 
findam por influenciar o comportamento dos indivíduos. Não obstante, 
tal questão transcende a arte e mostra-se presente na realidade brasileira 
76 através da filtragem de dados na internet e sua utilização como 
ferramenta de determinação de atitudes... 
Esse 
“não obstante” não faz 
sentido, poderia ser 
suprimido, pois o que 
acontece é similar 
ao que é dito na 
música. 
 
Considerando cada um dos temas e a ocorrência entre a mescla dos dois recursos, o 
escolhido pelo candidato e a oposição, teríamos o seguinte gráfico. 
Citação 
ESTRATÉGIAS 
Analogia Percurso Histórico Descrição 
4% 
25% 36% 
35% 
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Bem agora, chegou a hora de você treinar a introdução. Vou considerar cada uma das 4 
estratégias e propor que você faça uma ou duas introduções sobre o tema escolhido, a proposta 
do Enem 2016, segunda aplicação. 
ENEM 2016 – Segunda aplicação 
INSTRUÇÕES PARA A REDAÇÃO 
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 
• O texto definitivo deve ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de 
Questões terá o número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. 
Receberá nota zero, em qualquer das situações expressas a seguir, a redação que: 
• tiver até 7 (sete) linhas escritas, sendo considerada “texto insuficiente”. 
• fugir ao tema ou que não atender ao tipo dissertativo-argumentativo. 
• apresentar proposta de intervenção que desrespeite os direitos humanos. 
• apresentar parte do texto deliberadamente desconectada do tema proposto. 
Título do Gráfico 
10 
9 
8 
7 
6 
5 
4 
3 
2 
1 
0 
Citação Analogia Percurso Histórico Descrição 
Estratégia Estratégia + contradição 
6. Treino 
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TEXTOS MOTIVADORES 
TEXTO I 
Ascendendo à condição de trabalhador livre, antes ou depois da abolição, o negro se via 
jungido a novas formas de exploração que, embora melhores que a escravidão, só lhe permitiam 
integrar-se na sociedade e no mundo cultural, que se tornaram seus, na condição de um 
subproletariado compelido ao exercício de seu antigo papel, que continuava sendo principalmente 
o de animal de serviço. [...] As taxas de analfabetismo, de criminalidade e de mortalidade dos 
negros são, por isso, as mais elevadas, refletindo o fracasso da sociedade brasileira em cumprir, na 
prática, seu ideal professado de uma democracia racial que integrasse o negro na condição de 
cidadão indiferenciado dos demais. 
RIBEIRO, D. O povo brasileiro: a formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 
1995 (fragmento). 
 
Texto II 
 
LEI Nº 7.716, DE 5 DE JANEIRO DE 1989 
Define os crimes de resultantes de preconceito de raça ou de cor 
Art 1º – Serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminalização ou 
preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. 
(Disponível em: www.planalto.gov.br - Acesso em: 25 maio 2016. Fragmento) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Texto IV 
O que são ações afirmativas 
Ações afirmativas são políticas públicas feitas pelo governo ou pela iniciativa privada com o 
objetivo de corrigir desigualdades raciais presentes na sociedade, acumuladas ao longo de anos. 
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6.1 Citação 
 
Pensador , a 
legislação 
 
 
 
Vou sugerir para cada exercício o uso de uma máscara. Ela não é obrigatória e você pode se 
valer de sinônimos. Lembre-se: esse é um treino de imitação. Tendo observado os modelos, 
proponho que você faça algo parecido. Mas lembre-se de que em redação outros caminhos são 
possíveis, eu diria, muitos outros caminhos. 
Ah, vou dar sugestões, mas pesquise também. Isso vai aumentar seu repertório. 
 
 
 
A técnica nesse caso é simples. 
 
 
 
 
Há alguns formatos próprios para isso. 
✓ Segundo o filósofo “x”, a seguir você coloca a frase dele. 
✓ Começar pela frase do pensador e depois acrescentar, isso foi dito por “x”. 
✓ O pensador “x” viveu no século “y”, numa época em que se discutia de forma geral 
esse tema. É dele a frase.... 
Primeira frase 
Uma ação afirmativa busca oferecer igualdade de oportunidades a todos. As ações 
afirmativas podem ser de três tipos: com o objetivo de reverter a representação negativa; para 
promover igualdade de oportunidades; e para combater o preconceito e o racismo. 
Em 2012, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por unanimidade que as ações 
afirmativas são constitucionais e políticas essenciais para a redução de desigualdades e 
discriminações existentes no país. 
No Brasil, as ações afirmativas integram uma agenda de combate à herança histórica de 
escravidão, segregação racial e racismo contra a população negra. 
(Disponível em: www.seppir.gov.br – Acesso em: 25 maio 2016. Fragmento). 
 
Proposta de redação 
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de 
sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua 
portuguesa sobre o tema "Caminhos para combater o racismo no Brasil", apresentando proposta 
de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma 
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. 
 
O que se disse 
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Aula 02: Enem 
www.estrategiavestibulares.com.brQ.1 
Segundo (nome da pessoa e o que ele disse, deve ser alguém que reconhece o racismo 
no Brasil)............................................. Esse autor manifesta uma constante na sociedade 
brasileira, (agora você apresenta o tema, destacando a 
problemática)..........................................Nesse sentido, (desenvolva como o problema 
ocorre).....................................Sob tal ótica (agora destaque qual é o problema desse 
ação)................ 
Citação e oposição 
Faça uma introdução com uma citação em que um filósofo, um sociólogo que 
expresse algo geral, defendendo a igualdade entre os homens, a seguir mostre 
que não é isso que acontece no Brasil. 
Q.2 
Segundo (nome do pensador e o que ele disse, deve ser uma ideia otimista em relação à 
internet).............................................Contudo, (agora você apresenta o tema, 
destacando a problemática). ........................................ Nesse sentido, (desenvolva como 
o problema ocorre).....................................Sob tal ótica (agora destaque qual é o 
problema desse procedimento)................ 
Lembre-se de que para nós, a legislação também é uma autoridade e pode ser citada, e a 
parte que interessa da lei encontra-se na coletânea. 
 
 
 
Citação e conformidade 
Faça uma introdução com uma citação em que um filósofo, um sociólogo, um 
depoimento de algum negro de projeção (um artista, por exemplo), mas vale 
também o senso comum, já que tal frase por si só já manifesta racismo o que 
permite discutir o tema. A seguir introduza o tema segundo a máscara abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sugestões ilustrativas e motivadoras 
-Senso comum: você é um negro de alma branca. 
-Personagem histórica: “A discriminação dos negros está presente em cada momento das suas 
vidas para lembrá-los que a inferioridade é uma mentira que só aceita como verdadeira a sociedade 
que os domina”. (Martin Luther King) 
-Celebridade: “"O negro brasileiro sofre preconceito diariamente" (Thaís Araujo, atriz global). 
 
 
 
Sugestões ilustrativas e motivadoras 
Filósofo: “Toda a humanidade aprende que, sendo todos iguais e independentes, ninguém deve 
lesar o outro em sua vida, sua saúde, sua liberdade ou seus bens.” (Locke) 
Filósofo: “Liberdade não é poder escolher entre preto e branco, mas sim abominar este tipo de 
propostas de escolha.”(Adorno) 
Filósofo: “A força fez os primeiros escravos, a sua covardia perpetuou-os.” (Jean-Jacques 
Rousseau) 
 
 
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6.2 Analogia 
Nome da 
obra, 
autor etc 
Narração 
da cena 
escolhida 
Estabelecer a 
relação com 
o tema 
Direito: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de 
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.” 
(Declaração dos Direitos Humanos, ONU) 
Direito: O artigo de lei da coletânea. 
 
 
 
Vamos considerar aqui a analogia com filmes, músicas, romances e séries. 
É importante, nesse caso, que você saiba escolher exatamente a cena que pode se encaixar 
no que você destacará a seguir. Por exemplo, quando eu penso em racismo, sempre me vem a 
mente duas cenas envolvendo o negro Prudêncio de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Se for 
adotar essa técnica, devo escolher a cena que melhor me permite introduzir o tema racismo. Devo 
considerar adequadamente como vou descrevê-la e o que vou destacar logo em seguida. A título 
de exemplo, escrevi a seguinte introdução: 
 
Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, observa-se uma cena que diz 
muito sobre o Brasil. O protagonista, quando criança, tinha como um cavalo de brinquedo um 
menino negro chamado Prudência. Ele colocava arreio no garoto, subia em cima e o chamava de 
besta. Os tempos mudaram, os negros se fizeram respeitar, mas ainda hoje no Brasil, costumes 
arraigados de menosprezo ao negro permanecem na cultura. Na busca de uma sociedade mais 
harmônica, não é possível que restos dos séculos da escravidão ainda permaneçam entre nós. 
A estrutura desse tipo de introdução é mais complicada. 
 
 
 
 
 
Há dois jeitos de você começar a analogia. 
✓ Fazer um resumo já estabelecendo a relação com o tema de forma geral: 
“Memórias Póstumas de Brás Cubas retrata muito bem a origem do racismo 
brasileiro. 
✓ Contar primeiro a cena para depois fazer essa relação. 
Nos dois casos, observe que a cena escolhida deve ser descrita com cuidado. Um trecho 
simples, como “Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, discute-se o racismo na cena do Prudêncio” 
tem pouca valor atrativo. 
 
 
 
 Q.3 Analogia e conformidade 
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Q.3 
Na série “x”, as relações entre negros e brancos parecem harmônicas. O protagonista 
vive uma relação (resuma com detalhes o que ocorre no filme ou 
série)............................... Contudo, (agora você apresenta o tema, destacando a 
problemática)..........................................Nesse sentido, (desenvolva como o problema 
ocorre).....................................Contrastando essas duas situações (agora destaque qual é o 
problema desse procedimento)..................... 
6.3 Percurso histórico 
 
 
 
Sugestões ilustrativas e motivadoras 
Literatura: Clara dos Anjos de Lima Barreto. 
 Filmes: “A cor púrpura”, “12 anos de Escravidão”. “Histórias Cruzadas”, “Branco saí, preto fica”. 
 
 
 
Analogia e oposição 
Faça uma introdução comparativa com um filme, música, romance ou série. A história 
escolhida deve manifestar um ideal, uma peça de harmonia entre brancos e negros. A 
seguir introduza o tema segundo a máscara abaixo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sugestões ilustrativas e motivadoras 
Essa proposta é mais desafiante, porque você deve encontrar algo que mostre relações harmônicas 
entre negros e brancos. 
Música: A música “Negro é lindo” de Jorge Bem (para introduzir uma música, você deve fazer as 
adaptações necessárias) 
Qualquer série ou filme americano que tenha como protagonistas negros que parecem não sofrer 
preconceito. 
 
 
 
 
 
Esse tipo de introdução se apresenta de forma mais variada, pois depende muito do episódio 
histórico que você selecionou. Pode ser algo mais geral, por exemplo, “desde a revolução 
 
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Faça uma introdução comparativa com um filme, música, romance ou série. A história 
escolhida deve manifestar racismo. A seguir introduza o tema segundo a máscara 
abaixo. 
A obra “x” retrata muito bem a questão do racismo. O protagonista, em determinado 
momento (descreva a cena ou faça um resumo da narrativa, com 
detalhes).................................Guardadas as devidas diferenças, essa história parece 
refletir no acontece, hoje no Brasil. (Descreva a temática). ....................... Nesse contexto, 
(agora destaque qual é o problema desse ação)................ 
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6.4 Descrição ou Paráfrase 
tecnológica começada na década de 1980...”, até episódios mais detalhados. Nesse caso, uma 
máscara não faz muito sentido. 
É possível dar algumas sugestões. 
✓ Ao começar a desenvolver essa sequência discursiva, apresente, se possível, tempo e espaço 
✓ Não siga uma linha histórica muito longa. 
✓ Não se esqueça de fazer a relação entre o episódio histórico e o tema. 
✓ Deixe claro par ao leito os dois momentos: passado e presente. 
 
 
 
Percurso histórico e conformidade 
Faça uma introdução histórica mostrando como os negros foram humilhados no Brasil, 
isso permite destacar uma certa continuidade. Depois de destacar o problema do 
racismo, apresente uma frase final que, de alguma forma, você deixe claro que tal 
situação nãopode continuar. 
 
 
Sugestões ilustrativas e motivadoras 
- A libertação dos escravos e sua consequência (libertos sem qualquer apoio do Estado). 
- A visão que os Republicanos positivistas tinham dos negros (lembrar as ideias dos positivistas). 
-A história da colonização europeia e a crença em povos inferiores. 
-A história particular de qualquer pessoa de destaque negra que no passado enfrentou muito 
preconceito: Machado de Assis, Lima Barreto, Cruz e Sousa etc. 
 
 
 
Percurso histórico e oposição 
Faça uma introdução histórica considerando alguma luta por igualdade no mundo e 
suas consequências para destacar a diferença com o Brasil. 
 
 
Sugestões ilustrativas e motivadoras 
- A luta de Martin Luther King nos EUA. 
- A luta de Mandela na África do Sul. 
 
 
 
A paráfrase é o tipo de introdução mais tradicional. Não há muito mais o que falar além que 
já foi exposto no começo deste pdf. É uma forma de introduzir o tema em que você faz um bom 
uso da coletânea. O mais comum é fazer uma descrição de tudo o que envolve o tema, já 
destacando que se trata de um problema que deve ser resolvido. 
Difícil imaginar uma máscara para esse tipo de introdução. Uma introdução com descrições 
opostas até é possível. Basta que você, na primeira parte, descreva um mundo ideal e, na segunda, 
apresente dados que mostram o mundo real. 
 Q.5 Paráfrase 
 
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Q.4 
Q.3 
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7. Organização 
 
 
 
 
Paráfrase de situações opostas 
Comece a introdução com detalhes do que seria um mundo sem racismo. Depois passe 
a descrever a realidade brasileira. Trata-se de uma introdução comparativa, então os 
pontos considerados devem ser paralelos. Por exemplo, no mundo ideal, os negros 
receberiam o mesmo que os brancos; haveria um grande número de negros formados 
nas universidades mais importantes do país, seria possível encontrar negros nas esferas 
mais altas das grandes empresas, do executivo, do judiciário etc. Em oposição, você 
deve ter dados para mostrar que não é assim. 
 
 
 
 
 
Vale a pena relembrar a estrutura dissertativa, abaixo esquematizada. Depois, dê uma olhada na 
grade de correção e mão à obra... 
Faça uma introdução descritiva em que você selecione da coletânea as ideias mais 
importantes para montar um quadro do problema. E, de alguma forma, você deixe 
claro que tal situação não pode continuar. 
5º parágrafo: Conclusão 
com propostas de 
intervenção 
 
Argumentos Secundários 
2º, 3º e 4º parágrafos: 
Desenvolvimento 
 
Argumento principal 
1º parágrafo: Introdução e 
apresentação do problema 
que deve ser enfrentado 
 
Título - 
Q.5 
R
ed
aç
ão
 
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Proposta 1 
 
 
 
 
Nesse livro digital você terá acesso a propostas, considerando que uma foi discutida 
exaustivamente na parte teórica. Minha sugestão é que você faça exercícios de introdução para 
fixação e, depois do aquecimento, faça uma redação por semana ou mais. Aguardo ansiosamente 
sua produção. 
 
 
Autoral/2020 
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de 
sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade formal da língua 
portuguesa sobre o tema: 
 
Crise do coronavírus: Como minimizar os efeitos econômicos da pandemia. 
 
Escreva um texto apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. 
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa do 
seu ponto de vista. 
Texto I 
 
Disponível em https://www.agazeta.com.br/charge/charge-do-amarildo-panico-boliche-e-o-coronavirus-0320, acessado em 
12.10.2019. 
 
Texto II 
Folha de São Paulo, 28/03/2020 
8. Propostas de redação 
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Proposta 2 
Pandemia leva a guerra estúpida entre 'arautos da vida' e 'campeões da economia' (Demétrio 
Magnoli) 
Em nome da coerência, a conta da crise precisa chegar às grande fortunas 
Economia é vida: inexiste a alternativa de proteger a saúde pública às custas do 
desligamento indefinido da produção e do consumo. O humanismo com vista para o mar é tão 
nocivo quanto o negacionismo que nasce do desprezo pela ciência. 
Além de indivíduos com espessos colchões financeiros, há profissionais de empresas que 
adotaram o home office, empregados de setores que seguem funcionando, funcionários públicos 
estáveis. 
Desses estratos brotam torrentes incontroláveis de humanismo. Vidas não têm preço, valem 
qualquer sacrifício do vil metal, explicam-nos os que não sacrificarão seus empregos ou meios de 
sobrevivência. Mas, apesar deles, economia é vida. 
Disponível em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/demetriomagnoli/2020/03/pandemia-leva-a-guerra-estupida-entre-arautos- 
da-vida-e-campeoes-da-economia.shtml , acessado em 12.10.2019. 
 
Texto III 
El país (28/03/2020): OCDE calcula que cada mês de confinamento tira dois pontos do 
PIB 
O organismo calcula que a Espanha será uma das economias mais afetadas 
Conforme a pandemia de coronavírus avança, a OCDE traça um panorama cada vez mais 
sombrio para a atividade. Segundo seus cálculos, por cada mês de confinamento as economias 
sofrerão uma perda de aproximadamente dois pontos percentuais do PIB. A conta é a seguinte: 
o PIB de uma semana é aproximadamente 2% do de todo o ano (52 semanas). Se este cair 25% 
durante quatro semanas, então estão se esfumando dois pontos do PIB ao mês. 
(disponível em https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-28/ocde-calcula-que-cada-mes-de-confinamento-tira-dois-pontos-do- 
pib.html, acessado em 30.03.2020). 
 
 
 
 
Autoral/2020 
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de 
sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade formal da língua 
portuguesa sobre o tema: 
 
 
Como proteger os meios de comunicação que divulgam notícias e informações confiáveis 
 
 
Escreva um texto apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. 
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa do 
seu ponto de vista. 
 
 
Texto I 
http://www.estrategiavestibulares.com.br/
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painelsa/2020/03/herdeiro-do-giraffas-perde-cargo-na-rede-apos-video-sobre-desemprego-no-coronavirus.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/painel/2020/03/advogado-reclama-que-funcionarios-fazem-home-office-com-pijama-e-olho-remelento.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/demetriomagnoli/2020/03/pandemia-leva-a-guerra-estupida-entre-arautos-da-vida-e-campeoes-da-economia.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/colunas/demetriomagnoli/2020/03/pandemia-leva-a-guerra-estupida-entre-arautos-da-vida-e-campeoes-da-economia.shtml
https://brasil.elpais.com/ciencia/2020-03-27/evolucao-dos-casos-de-coronavirus-no-brasil.html
https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-27/empatia-ou-pragmatismo-o-dilema-de-empresas-entre-o-respeito-a-vidas-e-a-retomada-da-economia.html
https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-27/empatia-ou-pragmatismo-o-dilema-de-empresas-entre-o-respeito-a-vidas-e-a-retomada-da-economia.html
https://brasil.elpais.com/noticias/pib/
https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-28/ocde-calcula-que-cada-mes-de-confinamento-tira-dois-pontos-do-pib.html
https://brasil.elpais.com/economia/2020-03-28/ocde-calcula-que-cada-mes-de-confinamento-tira-dois-pontos-do-pib.html
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40 
 
 
Até que ponto acrise de credibilidade do jornalismo profissional abriu espaço para a 
disseminação das fake news? 
As empresas de comunicação enfrentam crises financeiras em todo o mundo, então, isso 
afetou a forma como o jornalismo é feito, com redações mais enxutas. Mas acredito que as fake 
news tomaram espaço apesar dessa crise. A confiança na mídia tradicional é um dos melhores 
antídotos contra a disseminação de falsas informações. 
(Trecho da entrevista com Jussi Toivanen, chefe de comunicação da primeira-ministra Sanna Marin. Pulicada na Revista VEJA, ele conta os 
detalhes da bem-sucedida experiência finlandesa). Disponível em https://veja.abril.com.br/paginas-amarelas/jussi-toivanen-a-confianca-na- 
midia-tradicional-e-antidoto-as-fake-news/, acessado em 08.04.2020. 
 
 
Texto 2 
A pandemia do coronavírus fez a população buscar por fontes garantidas de informação. 
Segundo uma pesquisa do Datafolha, os programas jornalísticos da TV, jornais impressos, 
programas jornalísticos de rádio e sites de notícias são vistos pela população como os mais 
confiáveis na divulgação de notícias sobre a crise. Já um levantamento da MindMiners, realizado a 
pedido da agência Leo Burnett, aponta que sites de notícias e TV aberta são os maiores 
fornecedores de informações verídicas. 
(Disponível em https://veja.abril.com.br/paginas-amarelas/jussi-toivanen-a-confianca-na-midia-tradicional-e-antidoto-as-fake-news/ , 
acessado em 08.04.2020.) 
 
 
Texto 3 
Em A explosão do jornalismo você analisa a crise da imprensa e foca no novo poder adquirido 
por quem antes era leitor ou audiência passiva. É o que nós, jornalistas críticos, sempre havíamos 
sonhado, mas você vê, nesse papel ativo uma das causas da crise da mídia atual. 
A grande transformação produzida pela internet na circulação de informação é que, onde antes 
dominava o que chamo de “mídia solar” — astros que enviavam seus raios de sol sobre toda a 
sociedade, impregnando-a com sua supremacia — acabou. Não há emissores puros, que tenham o 
monopólio da informação e receptores puros, que tenham de resignar-se com tal função de 
receptores. A revolução que vivemos é que cada receptor pode ser também emissor. 
Pode fazer uma página na internet com os amigos, seu blog, facebook ou twitter. E os grandes 
veículos têm uma vitrine digital, onde se pode intervir fazendo comentários que contrapõem e 
complementam os artigos; o leitor pode indicar elementos a serem corrigidos do artigo inicial, além 
de fotos e vídeos. O que eu quero dizer é que a informação já não é algo limitado e fixo. A 
concepção da informação vem da imprensa, que é o meio que influenciou a rádio e a televisão, e 
sua origem é o trabalho da era industrial. 
Disponível em https://outraspalavras.net/sem-categoria/a-crise-do-jornalismo-e-seu-possivel-resgate/, acessado em 08.04.2020. 
 
 
 
Texto 4 
http://www.estrategiavestibulares.com.br/
https://veja.abril.com.br/paginas-amarelas/jussi-toivanen-a-confianca-na-midia-tradicional-e-antidoto-as-fake-news/
https://veja.abril.com.br/paginas-amarelas/jussi-toivanen-a-confianca-na-midia-tradicional-e-antidoto-as-fake-news/
https://veja.abril.com.br/paginas-amarelas/jussi-toivanen-a-confianca-na-midia-tradicional-e-antidoto-as-fake-news/
https://outroslivros.lojavirtualfc.com.br/prod%2Cidloja%2C23256%2Cidproduto%2C3631048%2Cmidia-jornalismo-a-explosao-do-jornalismo
https://outraspalavras.net/sem-categoria/a-crise-do-jornalismo-e-seu-possivel-resgate/
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41 
 
 
Proposta 3 
 
 
 
UNCISAL /2017 – Modificada 
Com base na leitura dos fragmentos de textos e em seus conhecimentos, redija um texto 
dissertativo-argumentativo em prosa acerca do tema “A conectividade digital só é útil se 
conseguirmos descolar a vida real da vida virtual”. Busque selecionar, relacionar e organizar, de 
forma coerente e coesa, fatos e argumentos em defesa de seu ponto de vista. Para tanto, considere 
a norma padrão da língua portuguesa. 
Escreva um texto apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. 
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa do 
seu ponto de vista. 
 
 
FRAGMENTOS DE TEXTOS 
Sempre conectados. O tempo todo, em todo o lugar. Sabemos que isso é uma bênção, mas 
começamos a ver que é também uma maldição. (Barry Schwartz) 
 
 
Eu passo muito tempo no computador e não o suficiente tocando guitarra [...]. Há um problema 
inegável nesta vida nas telas, que toma conta de toda a sua vida real [...]. Você pode gastar um 
bocado de tempo nisso, quando deveria estar fazendo outra coisa. (Mick Jagger) 
 
 
Ao se tornar obrigação, quase um vício, a conectividade atrapalha a concentração, desvia o foco na 
hora do trabalho, impede a criação de relacionamentos fortes e duradouros. 
(www.ciadoslivros.com.br) 
 
 
Computadores, celulares, tablets: maravilhas da tecnologia que nos mantêm conectados e em 
sintonia com tudo o que está acontecendo no planeta. Mas o que acontece quando o engajamento 
nas novas formas de comunicação demanda tanta atenção que nos priva do que é realmente 
importante? (Walter Isaacson) 
 
 
O que proponho é uma nova filosofia digital, uma forma de pensar que leve em conta a necessidade 
humana de conexão exterior, que responda ao chamado da multidão, assim como à necessidade 
http://www.estrategiavestibulares.com.br/
http://www.ciadoslivros.com.br/
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42 
 
 
Proposta 4 
de tempo e de espaço próprios. A solução é atingir um equilíbrio entre os dois impulsos. (William 
Powers) 
 
 
INSTRUÇÕES: 
1. Seu texto deve ter, no mínimo, 20 (vinte) e, no máximo, 30 (trinta) linhas. 
2. Sirva-se da leitura dos fragmentos de textos apresentados somente para fazer uma reflexão 
sobre o assunto e crie ideias para sua redação. Não os transcreva como se fossem seus. 
3. Escreva somente com caneta de tinta azul ou preta. Não se identifique com marcas, assinaturas 
etc., na Folha de Resposta de Redação. 
 
 
Autoral/2020 (Fernando) 
Colocações no Pisa 
 
País teve desempenho abaixo da média em ciências, leitura e matemática, mas ampliou número de 
alunos escolarizados 
Divulgados nesta terça-feira 6, os resultados do Pisa 2015, mais importante exame 
educacional do mundo, elaborado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e 
Desenvolvimento Econômico (OCDE) com o intuito de aferir a qualidade, equidade e eficiência dos 
sistemas escolares, mostraram mais uma vez os alunos brasileiros nas últimas posições do ranking. 
O Pisa 2015 testou cerca de 540 mil estudantes de 15 anos de idade de 72 países. Nas três 
áreas avaliadas, ciências, leitura e matemática, os estudantes brasileiros tiveram desempenho 
abaixo da média da OCDE. Se em ciências e leitura os dados revelaram estagnação, em Matemática 
houve uma pequena queda na performance. 
Entre as 72 nações, o relatório mostrou o País na 63ª posição em ciências, na 59ª em leitura 
e na 66ª colocação em matemática. Em ciências, os alunos brasileiros obtiveram 401 pontos contra 
493 pontos da média da OCDE, em leitura, 407 pontos ante 493, e em matemática, 377 pontos 
contra 490. 
No quadro geral, quase metade (44,1%) dos estudantes brasileiros obteve performance 
abaixo do nível 2 da prova, considerado adequado. Cerca de 56% pontuaram abaixo do nível 2 em 
ciências e metade dos alunos ficaram abaixo do adequado em leitura. A área de matemática 
revelou o quadro mais crítico: 70,25% estão abaixo do esperado. 
(Carta Educação, 6 de dezembro de 2016.) 
 
 
Texto II 
É preciso abandonar modismos educativos, diz ex-ministro português 
http://www.estrategiavestibulares.com.br/
http://www.cartaeducacao.com.br/entrevistas/pisa-um-vies-ideologico/
http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/pisa-em-seu-%E2%80%A8devido-lugar/
http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/pisa-em-seu-%E2%80%A8devido-lugar/
http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/a-medalha-fields-e-o-paradoxo-da-matematica-no-brasil/http://www.cartaeducacao.com.br/reportagens/a-medalha-fields-e-o-paradoxo-da-matematica-no-brasil/
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43 
 
 
Para o matemático Nuno Crato, 65, são erros de uma "pedagogia romântica". Ministro da 
Educação de Portugal de 2011 a 2015, ele comandou uma comandou uma reforma no sistema 
educacional do país que recorreu a uma receita clássica. 
Priorizou português e matemática, eliminou disciplinas não tradicionais, como estudo 
acompanhado e projetos, e aumentou o rigor na seleção de professores. Tudo isso em meio a uma 
crise econômica que reduziu salários do funcionalismo e a críticas de sindicatos e pedagogos. 
Após sua saída do ministério, os resultados do Pisa, exame internacional de educação, 
fizeram o mundo voltar os olhos para Portugal. 
Na prova de 2015, o país superou a média da OCDE, organização que reúne o mundo 
desenvolvido, ultrapassando Estados Unidos e Espanha, por exemplo. Junto a Dinamarca, Suécia e 
à minúscula Malta, foi a única nação europeia a melhorar em todas as áreas avaliadas. 
Hoje, no ranking do exame, Portugal ocupa o 18º lugar em ciências, o 15º em leitura e o 21º 
em matemática – três anos antes, estava em 29º, 22º e 28º, respectivamente. As colocações do 
Brasil são 49ª, 45ª e 53ª. 
(Folha de São Paulo, 20.04.2017) 
 
 
Texto III 
Alunos brasileiros não chegam ao fim de prova em avaliação mundial 
61% não terminam primeira parte do Pisa; entre finlandeses, são 6%, e entre colombianos, 18% 
FOLHA DE SÂO PAULO, 19.07.2018 
 
 
O fraco desempenho dos alunos brasileiros na principal avaliação internacional de educação 
básica, o Pisa, não ocorre apenas porque eles não acertam as perguntas da prova. A maioria dos 
estudantes piora a performance ao longo do exame e não consegue sequer chegar ao fim da prova. 
A análise aparece em uma pesquisa inédita capitaneada pelo professor Naercio Menezes 
Filho, do Insper e da USP, e permite ampliar a interpretação dessa avaliação. 
"Parte do diagnóstico é de que os alunos não sabem o que é pedido, ou têm dificuldade de 
entender os enunciados, mas há outros fatores por trás", diz. "Há também uma questão de 
estímulo, de motivação dos alunos brasileiros", afirma o pesquisador. 
O comportamento dos brasileiros aponta também a falta de habilidades de fazer provas, 
além do baixo conhecimento das disciplinas e de competências socioemocionais, como resiliência. 
 
 
Texto IV 
Educação do século XXI: o desafio de ensinar em meio ao excesso de 
i nformação 
A figura do professor mudou muito ao longo das décadas. Ele não é mais visto como alguém 
que detém todo o conhecimento disponível na área em que atua. Tampouco é preciso que o aluno 
passe horas na biblioteca com uma pilha de livros para que encontre o que busca. Na educação do 
século XXI, o conhecimento está fora da redoma. 
http://www.estrategiavestibulares.com.br/
http://www1.folha.uol.com.br/educacao/2016/12/1838761-estagnado-brasil-fica-entre-os-piores-do-mundo-em-avaliacao-de-educacao.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/07/matematica-agrava-abismo-entre-escolas-publicas-e-privadas-no-enem.shtml
https://www1.folha.uol.com.br/educacao/2018/07/sob-pressao-temer-mudara-base-curricular-para-o-ensino-medio.shtml
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44 
 
 
Proposta 5 
Eis o grande desafio dos professores e escolas dos novos tempos: assimilar as 
transformações; criar métodos para atrair a atenção dos estudantes; e agregar conhecimento a 
eles, oferecendo algo além do que eles poderiam obter na internet. 
 
A mudança pede urgência 
Os educadores e gestores escolares que não acompanharam as mudanças provocadas pelos 
avanços tecnológicos, certamente levaram um susto. A antiga forma de se fazer as coisas, que deu 
certo durante décadas, não consegue mais ser comportada pela educação do século XXI. 
A realidade ergue-se implacável, e a necessidade de um novo olhar sobre o ensino fica bem 
evidente quando observamos dados estatísticos. A evasão escolar, por exemplo, um grave 
problema no país, tem como principal causa a falta de interesse dos alunos, que é responsável por 
mais de 40% dos casos. 
Se os estudantes estão perdendo o entusiasmo pelo que é ensinado, esse é um forte indício 
de que algo está errado. E embora não haja uma receita de bolo para solucionar o problema, 
ignorá-lo, com certeza, não é a melhor opção. 
https://www.clipescola.com/educacao-do-seculo-xxi/ 
 
 
Texto V 
 
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de 
sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua 
portuguesa sobre o tema: a educação do século XXI no Brasil. Sua redação deve apresentar 
proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de 
forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista. Atente-se para o 
número mínimo de 7 linhas e máximo de 30 para desenvolver suas ideias. 
Autoral/2020 (Wagner dos Santos) 
http://www.estrategiavestibulares.com.br/
https://www.clipescola.com/geracoes-sem-conflitos-gestores-educacionais-frente/
https://www.clipescola.com/evasao-escolar/
http://www.clipescola.com/educacao-do-seculo-xxi/
http://www.clipescola.com/educacao-do-seculo-xxi/
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45 
 
 
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de 
sua formação, redija um texto dissertativo-argumentativo em modalidade formal da língua 
portuguesa sobre o tema: 
 
 
Caminhos para combater o Preconceito Linguístico no Brasil 
 
 
Escreva um texto apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. 
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa do 
seu ponto de vista. 
 
 
Texto I 
Preconceito Linguístico 
 
 
O termo preconceito designa uma atitude prévia que assumimos diante de uma pessoa (ou 
de um grupo social), antes de interagirmos com ela ou de conhecê-la, uma atitude que, embora 
individual, reflete as ideias que circulam na sociedade e na cultura em que vivemos. Assim como 
uma pessoa pode sofrer preconceito por ser mulher, pobre, negra, indígena, homossexual, 
nordestina, deficiente física, estrangeira etc., também pode receber avaliações negativas por causa 
da língua que fala ou do modo como fala sua língua. 
O preconceito linguístico resulta da comparação indevida entre o modelo idealizado de 
língua que se apresenta nas gramáticas normativas e nos dicionários e os modos de falar reais das 
pessoas que vivem na sociedade, modos de falar que são muitos e bem diferentes entre si. Essa 
língua idealizada se inspira na literatura consagrada, nas opções subjetivas dos próprios gramáticos 
e dicionaristas, nas regras da gramática latina (que serviu durante séculos como modelo para a 
produção das gramáticas das línguas modernas) etc. No caso brasileiro, essa língua idealizada tem 
um componente a mais: o português europeu do século XIX. Tudo isso torna simplesmente 
impossível que alguém escreva e, principalmente, fale segundo essas regras normativas, porque 
elas descrevem e, sobretudo, prescrevem uma língua artificial, ultrapassada, que não reflete os 
usos reais de nenhuma comunidade atual falante de português, nem no Brasil, nem em Portugal, 
nem em qualquer outro lugar do mundo onde a língua é falada. 
Mas a principal fonte de preconceito linguístico, no Brasil, está na comparação que as 
pessoas da classe média urbana das regiões mais desenvolvidas fazem entre seu modo de falar e o 
modo de falar dos indivíduos de outras classes sociais e das outras regiões. Esse preconceito se vale 
de dois rótulos: o “errado” e o “feio” que, mesmo sem nenhum fundamento real, já se solidificaram 
como estereótipos.Quando analisado de perto, o preconceito linguístico deixa claro que o que está 
em jogo não é a língua, pois o modo de falar é apenas um pretexto para discriminar um indivíduo 
ou um grupo social por suas características socioculturais e socioeconômicas: gênero, raça, classe 
social, grau de instrução, nível de renda etc. 
A instituição escolar tem sido há séculos a principal agência de manutenção e difusão do 
preconceito linguístico e de outras formas de discriminação. Uma formação docente adequada, 
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8.1 Propostas Comentadas 
Proposta 1 
com base nos avanços das ciências da linguagem e com vistas à criação de uma sociedade 
democrática e igualitária, é um passo importante na crítica e na desconstrução desse círculo 
vicioso. 
 
 
Marcos Bagno. Disponível em: <http://www.ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/ 
verbetes/preconceito-linguistico>. Fragmento. Adaptado. 
 
 
 
 
Texto II 
 
INSTRUÇÕES: 
• O rascunho da redação deve ser feito no espaço apropriado. 
• O texto definitivo deverá ser escrito à tinta, na folha própria, em até 30 linhas. 
• A redação que apresentar cópia dos textos da Proposta de Redação ou do Caderno de Questões terá o 
número de linhas copiadas desconsiderado para efeito de correção. 
 
 
 
 
 
Análise de tema e proposta 
Tema e proposta 
O tema “Crise do coronavírus: Como minimizar os efeitos econômicos da pandemia” 
apresenta um assunto bastante interessante e extremamente discutido pelas pessoas atualmente, 
visto estarmos em meio à crise da pandemia de Covid-19. Diante das necessidades apontadas pelos 
médicos, de permanecemos em isolamento social completo, comércio e outros serviços estão 
sendo orientados a não mais funcionar. Claro que essas medidas, nem sempre entendidas como 
deveriam, causam problemas econômicos ao país. Ou melhor, aos países que estão lutando contra 
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47 
 
 
a pandemia, com elevado número de contaminados e de óbitos causados pela doença causada 
pelo coronavírus. 
Diante dessa situação tão complicada para os países, muito se tem discutido com relação ao 
arrefecimento do isolamento ou, ainda, à passagem para o chamado isolamento vertical, que 
libera, conforme o tempo passa, o funcionamento de outros serviços que estão parados no 
momento. Há uma grande preocupação, por parte da população, com os pequenos e médios 
investidores, que dependem dos serviços e das vendas para seu sustento e sustento de seus 
funcionários. Os que são opostos a essa ideia argumentam que a pressão exercida pelas grandes 
corporações é a motivação para a tentativa de um arrefecimento. 
Do outro lado da discussão, estão os cientistas e médicos, que apontam para o grande perigo 
que um isolamento menos radical pode trazer para a sociedade. Segundo esses especialistas, os 
grupos de risco são mais numerosos do que se imagina e, ao colocarmos as pessoas em contato, 
estaremos facilitando a contaminação e possível morte dessas pessoas em risco. Seguindo um 
pensamento de preocupação social e humana, analisa-se que o risco de morte a que essas pessoas 
serão expostas não justificaria uma tentativa de não afundar a economia. 
Pesa, em toda essa discussão, os exemplos dos outros países, como os EUA, que, após 
negligenciar as medidas de isolamento, transformaram-se no epicentro da epidemia surgida na 
China. Isso se pode dizer da Itália, principalmente na cidade de Milão, que, ao demorar para colocar 
em prática o isolamento total, se viu lidando com um número absurdo de mortes em pouquíssimo 
tempo. O exemplo da China caminha em direção contrária ao desses dois países, visto que foi o 
primeiro lugar a aplicar o isolamento completo e extremo e, hoje, tem a epidemia controlada. 
Nessa discussão, há alguns discursos que são bastante criticados: muitos afirmam que o 
número de pessoas que compõem o grupo de risco é pequeno e que, “algumas mortes” deveriam 
ser aceitas em meio à possibilidade de falência da economia mundial. É comum vermos declarações 
como “somente os idosos compõem o grupo de risco” e, por isso, não haveria problema em colocá- 
los em risco. Esse é um discurso bastante desumano e demonstrativo de uma visão de 
descartabilidade daqueles que poderiam morrer. Ainda que não sendo componentes dos grupos 
de risco, podemos ser vetores do vírus, mesmo sem sabermos. Estima-se, inclusive, que, ao final 
da pandemia, 3 em cada 4 pessoas do mundo terão sido contaminados, sendo que mais de 90% 
dos infectados não terão sintomas. 
Não nego um fato importantíssimo: estamos diante de uma encruzilhada. De um lado a 
preocupação mais humana, com as possibilidades de mortes; e, de outro, a tentativa de manter a 
economia aquecida, visto que se prevê uma crise ainda maior do que a de 1929 se o mundo (e, no 
nosso caso específico, o Brasil) parar sua economia. Aplica-se, nesse caso, o ditado popular que diz 
que estamos “entre a cruz e a caldeirinha”, colocados entre duas decisões muito difíceis. 
Se pensarmos de uma forma mais próxima ao que o ENEM nos apresenta, é interessante 
notar que devemos minimizar os problemas sociais que o tema envolve. Assim, é necessário que 
olhemos para as soluções como uma forma equilibrada, por assim dizer, entre a volta ao 
funcionamento de nossa economia e a manutenção da vida daqueles que estão mais vulneráveis à 
contaminação. 
Pensando no exame, a produção da redação do ENEM se fundamenta em uma trinca de 
características essenciais, as quais são utilizadas constantemente em dissertações-argumentativas. 
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48 
 
 
 
 
 
 
 
De posse dessa informação, é interessante notar que, mesmo que a relação de tema traga 
a indicação de “caminhos” para resolver um problema, não devemos produzir um texto que se 
resume a uma grande proposta de intervenção, em que somente apresentemos os caminhos 
efetivamente. Para a redação do ENEM, sobremaneira com as competências 2 e 3, é necessário 
apontar uma tese clara e argumentar sobre ela, como apresentaremos a seguir. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima é amplo, e apresentar a sua tese. Quando pensamos na competência 3 do ENEM, a do 
projeto de texto, é interessante mostrar, logo antes de argumentar, qual o seu caminho opinativo, 
ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense que o seu leitor, ainda que seja um 
corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando em contato com ele ela primeira 
vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu texto. Se, por acaso, você 
costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da organização dos 
argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos e, como diria Marília 
Mendonça, seja fiel a eles. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, 
para um texto bem, bem desenvolvido acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um 
pouco mais fácil de desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve 
estar presente, fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque 
repertório em seus argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua 
afirmação e o repertório. Por favor!!! Fuja daquelas ideias de que temos um repertório coringa 
que se aplica a tudo. 
Por fim, apresentamos a solução para os dois problemas apresentados durante a redação. Isso não 
significa que você deverá apresentar duas propostasde intervenção. Você precisa, 
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necessariamente, resolver os dois problemas apresentados nos argumentos. Inclusive, essa 
necessidade de resolver os problemas que você apresentou é essencial em sua cabeça para que 
você possa “segurar a mão” nos argumentos, em termos de quantidade, visto que, se você 
apresentar 3 problemas, terá de resolver os três e assim por diante. Não se esqueça, ainda, de que 
sua proposta deve apresentar cinco elementos: agente, ação, meio/modo, efeito e detalhamento. 
Normalmente, o detalhamento é o que mais atrapalha sua nota máxima na competência 5, por 
isso, coloque claramente detalhes de como ocorrerá, quando, quem fará. 
 
 
Coletânea de textos 
O ENEM utiliza textos considerados necessariamente motivadores, ou seja, não podemos 
utilizar os argumentos encontrados neles e, de forma alguma, utilizar partes desses textos em sua 
produção. Busque utilizar os textos como direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, 
vocês apresentam a ideia de que não podem ler os textos motivadores porque ocorrem 
essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os argumentos que têm estão 
colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar aqueles argumentos que 
ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a produção textual. Treine 
e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever nós realmente aprendemos 
escrevendo. 
Os textos dessa proposta indicam certo caminho a seguir, visto que apresentam, a vocês, os 
dois lados do tema. Agora, você pode estar se perguntando como é que apresentar os dois lados 
da moeda é apresentar um caminho a seguir. Entendemos, a partir da análise da situação e dos 
textos, que precisamos pensar em um caminho misto, digamos assim, com a necessidade de 
apresentarmos caminhos para que sejam preservadas as vidas humanas em risco com a Covid-19, 
ao mesmo tempo que devemos preservar, ainda que de maneira não ideal, a economia, em 
especial com relação aos pequenos e médios serviços prestados no país. 
Dessa forma, para que vocês possam aproveitar melhor os três textos motivadores, a seguir, 
apresentamos uma pequena análise de cada um dos textos constantes da proposta. 
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Tese e argumentos possíveis (já trazendo alguns repertórios) 
Ao analisarmos de forma lógica a relação proposta no tema, como discutimos 
anteriormente, percebemos a ideia de que devemos defender algumas formas de preservação 
tanto da vida humana quanto da economia. É interessante que notemos que a paralisação da 
economia afeta, claro, todas as pessoas, não somente o comércio e a produção industrial. Pense e 
use, em seu texto, alguns elementos interessantes: 
 
 
• As campanhas de auxílio àqueles que mais precisam. 
• Foco nas pessoas que necessitam prestar serviços para se sustentar. 
• Pode-se citar o auxílio liberado pelo governo àqueles que mais necessitam. 
 
Entenda que você precisa defender uma tese necessariamente. Não se foque somente na 
solução do problema em toda a redação. Apresente o problema, discuta-o com seus argumentos 
e, somente depois disso, parta para a solução do problema. A seguir, apresentamos alguns 
argumentos para sua construção textual e alguns repertórios que podem auxiliar na construção 
argumentativa de seu texto. 
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Como dito na introdução dessa seção, para a nossa tese preferida, aquela que aponta a 
necessidade de cuidar do problema sem, necessariamente, frear a economia, você pode 
aproveitar-se de argumentos dos dois lados. Entenda que sua posição, seja ela qual for, deve ser 
objetiva e centrada. É necessário que tenhamos clareza da sua defesa durante a escrita. 
 
 
Proposta de intervenção 
Como dito anteriormente, o governo já apresentou um auxílio para aqueles que mais 
precisam de ajuda, fazendo com que fique bastante complicado usar o governo como agente dessa 
ação. Se quiser fazê-lo, você deve construir opções com relação ao confinamento, impetradas pelo 
próprio governo. Lembre-se, ainda, de que os serviços básicos estão em funcionamento, bem como 
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Proposta 2 
há possibilidade, em quase todos os estados, de serviços como os alimentícios continuarem 
funcionando, por meio de entregas. Aqui, é interessante perceber que há um aumento no número 
de pessoas que tem se dedicado a trabalhar nas entregas por aplicativos. Além disso, fuja do clichê 
das campanhas de conscientização (ainda que, a partir do ENEM de 2019, essa já possa ser uma 
ação válida). Busque a implementação de projetos educacionais que aproximem profissões e 
escola, bem como investimento massivo na formação do professor. Acredito que, ainda que o 
estudante seja o centro do processo, sem um professor capaz de empolgar o estudante, pouco se 
pode fazer. 
 
 
Análise de tema e proposta 
Tema e proposta 
O tema aqui apresentado tem sido alvo, de forma mais ampla, de discussões cada vez mais 
frequentes, desde as eleições americanas de 2016. Falar sobre informações confiáveis e fake news 
tornou-se constante em meio a uma enxurrada de notícias pouco confiáveis e a facilitação de 
disparo dessas notícias, com a internet cobrindo um espaço cada vez maior no mundo. É tema 
transversal a esse o uso das redes sociais, incluindo os aplicativos de mensagens instantâneas, que 
popularizou os grupos de usuários e o disparo das mensagens. 
Além disso, destaca-se a polarização política e ideológica que vivemos no momento. A 
divisão entre a direita e a esquerda tem sido cada vez mais severa e cada um dos lados, sem 
exceção, defende com unhas e dentes os seus pontos de vista. É claro que isso é normal quando 
pensamos em um processo ideológico, contudo, hoje, percebe-se que as pessoas estão cada vez 
mais fechadas em suas ideias, dificultando imensamente a proposta de uma discussão saudável, 
em que os pontos ideológicos sejam colocados de forma clara e engrandecedora. 
Nesse contexto internético, que, como dissemos, não pode ser deixado de lado, é comum 
que as pessoas cerquem-se de informações e notícias que reforcem a forma como pensam, 
encolhendo-se dentro das chamadas “bolhas virtuais”, que reforçam as ideias de cada um dos 
grupos ideológicos. Outro evento muito comum nesse contexto é a confiabilidade das informações 
passadas, tema mais diretamente ligado à discussão dessa proposta. Essa confiabilidade é gerada 
pelo fato de recebermos informações de pessoas que admiramos ou que confiamos plenamente e 
não desconfiarmos. Assim, reproduzimos as notícias e as ideias ainda que sem buscar as 
confirmações necessárias. 
Dessa forma, é necessário pensar como poderemos proteger e, mais do que isso, identificar 
quais são os veículos que, nesse momento, podem servir como fontes confiáveis de informações. 
Digo isso porque, de forma clara durante essa polarização, ficou claro que os veículos de 
comunicação também são suscetíveis a posicionamentos, sendo atacados quando não seguem o 
pensamento do usuário. Ainda assim, há que se preservar a verdade e a informação pertinente ao 
cidadão. 
Quando analisamos esse problema das informações falsas repassadas “a rodo”, podemos 
perceber que essa se torna uma preocupação geral (ainda que tenhamos aqueles para quem o que 
vale é o reforço da sua ideia). Tal preocupação aponta para a criação de mecanismos, tais como 
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“Verdade ou Fake?”, de um importante portal de informações, para que as pessoas apontem as 
notícias e tirem suas dúvidas acerca delas. Veja bem: precisamos fazer levantamentos em meio a 
tantos problemas de informações sem qualquer fundamentação com a realidade. 
Por fim, se não eu ficaria aqui durante milhares de páginas falando sobre isso, vale destacar 
a existência do conceito de pós-verdade, que atrapalha na busca por informações reais. Nesse 
caso, temos a pós-verdade como uma tomada de verdade daquilo que se apresenta aos usuários. 
Assim, ainda que você consiga comprovar que a informação é irreal, quem acredita nela defende- 
a e a sustenta como pode, com argumentos, claro, fundamentados em pouca cientificidade. 
Ufa! Agora, é hora de pensarmos claramente no exame. Sabemos, tenho certeza, que a 
produção da redação do ENEM se fundamenta em uma trinca de características essenciais, as quais 
são utilizadas constantemente em dissertações-argumentativas. 
 
 
 
De posse dessa informação, é interessante notar que, mesmo que a relação de tema traga 
a indicação de “caminhos” para resolver um problema, não devemos produzir um texto que se 
resume a uma grande proposta de intervenção, em que somente apresentemos os caminhos 
efetivamente. Para a redação do ENEM, sobremaneira com as competências 2 e 3, é necessário 
apontar uma tese clara e argumentar sobre ela, como apresentaremos a seguir. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima é amplo, e apresentar a sua tese. Quando pensamos na competência 3 do ENEM, a do 
projeto de texto, é interessante mostrar, logo antes de argumentar, qual o seu caminho opinativo, 
ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense que o seu leitor, ainda que seja um 
corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando em contato com ele ela primeira 
vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu texto. Se, por acaso, você 
costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da organização dos 
argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos e, como diria Marília 
Mendonça, seja fiel a eles. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, 
para um texto bem, bem desenvolvido acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um 
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pouco mais fácil de desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve 
estar presente, fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque 
repertório em seus argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua 
afirmação e o repertório. Por favor!!! Fuja daquelas ideias de que temos um repertório coringa 
que se aplica a tudo. 
Por fim, apresentamos a solução para os dois problemas apresentados durante a redação. Isso não 
significa que você deverá apresentar duas propostas de intervenção. Você precisa, 
necessariamente, resolver os dois problemas apresentados nos argumentos. Inclusive, essa 
necessidade de resolver os problemas que você apresentou é essencial em sua cabeça para que 
você possa “segurar a mão” nos argumentos, em termos de quantidade, visto que, se você 
apresentar 3 problemas, terá de resolver os três e assim por diante. Não se esqueça, ainda, de que 
sua proposta deve apresentar cinco elementos: agente, ação, meio/modo, efeito e detalhamento. 
Normalmente, o detalhamento é o que mais atrapalha sua nota máxima na competência 5, por 
isso, coloque claramente detalhes de como ocorrerá, quando, quem fará. 
 
 
Coletânea de textos 
O ENEM utiliza textos considerados necessariamente motivadores, ou seja, não podemos 
utilizar os argumentos encontrados neles e, de forma alguma, utilizar partes desses textos em sua 
produção. Busque utilizar os textos como direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, 
vocês apresentam a ideia de que não podem ler os textos motivadores porque ocorrem 
essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os argumentos que têm estão 
colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar aqueles argumentos que 
ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a produção textual. Treine 
e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever nós realmente aprendemos 
escrevendo. 
 
 
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Tese e argumentos possíveis (já trazendo alguns repertórios) 
Ao analisarmos de forma lógica a relação proposta no tema, como discutimos 
anteriormente, temos como tese, somente, a apresentação da valorização das informações 
verdadeiras. Ou seja, sua tese deve funcionar a favor desse tipo de informação, passando, em 
seguida, para a defesa dessa ideia e, por fim, a apresentação de uma solução para o problema. 
Você deve, necessariamente, tomar cuidado com os temas que apresentam a noção de 
caminhos e, no caso, de proteção desses meios de comunicação mais confiáveis. Esse cuidado se 
relaciona diretamente ao perigo de você construir uma redação em que se destaquem somente as 
soluções do problema. Você precisa, claro, apresentar argumentos e esses é que serão resolvidos 
na conclusão de sua dissertação. A seguir, apresentamos alguns argumentos para direcionar seu 
texto. Não são argumentos exaustivos. São ideias para você começar a argumentar em seu texto. 
 
 
 
A seguir, apresentamos alguns repertórios possíveis de serem utilizados durante a sua 
construção argumentativa. Nunca se esqueça de que seus argumentos necessitam de 
fundamentação. Para que você fundamente alguma ideia, é importante que essa ideia tenha sido 
apresentada antes. Digo isso, porque é comum encontrarmos redações que usam os repertórios 
como argumentos. Coloque na sua cabeça que, literalmente, uma coisa é uma coisa e outra coisa 
é outra coisa. Esperou que eu dissesse “completamente diferente”, né? Não falei, porque, na 
realidade, são complementares. 
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Proposta 3 
 
 
 
 
Proposta de intervenção 
Na proposta de intervenção, você precisará se atentar para o fato de que já é crime espalhar 
informações falsas, ou seja, não adianta apelar para a criação de leis para isso. Você pode se referir 
à liberdade de expressão, com o cuidado de não feri-la, visto ser um direito humano (apesar de sua 
redação não mais ser zerada ao apresentar ferimento dos direitos humanos, sua proposta pode ter 
sua nota zerada, na competência 5, caso apresente ferimento desses mesmos direitos. Cuidado!). 
Além disso, tente fugir do clichê das campanhas de conscientização (ainda que, a partir do ENEM 
de 2019, essa já possa ser uma ação válida). Busque a implementação de projetos educacionais 
que aproximem profissões e escola, bem como investimento massivo na formação do professor. 
Acredito que, ainda que o estudante seja o centro do processo, sem um professor capaz de 
empolgar o estudante, pouco se pode fazer. 
 
 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
Ao apresentar o tema “A conectividade digital só é útil se conseguirmos descolar a vida real 
da vida virtual”, a banca traz, aos candidatos, uma proposta de discussão extremamente atual e 
importante: a relação entre a vida real e a vida virtual. Essa última, como bem sabemos, tem sido 
constantemente atacada e endemonizada pela maior parte da sociedade. Esse pode ser um dos 
seus direcionamentos, visto que é mais comum e corriqueiro no pensamento atual. É importante 
já destacar que vocêdeve tomar muito cuidado com esse posicionamento, visto que, por ser 
extremamente comum, corre o risco de ficar superficial e dentro do senso comum. 
Organize antecipadamente suas ideias pensando, dessa vez, em aspectos positivos e 
negativos das redes sociais e da sociedade conectada como a nossa. É essencial que tenhamos uma 
análise pormenorizada de cada um dos lados, para que você possa pensar em argumentos para sua 
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tese. Imaginar uma sociedade sem as redes sociais ou sem a internet, hoje, é quase o mesmo que 
imaginar o mundo de volta às cavernas, por isso é necessário que você pese a relação de seus 
argumentos. Além disso, é necessário que pensemos em um meio-termo entre a vida virtual e a 
vida real. 
Tendo isso em mente, é necessário que pensemos que o texto que será produzido por vocês, 
o tão conhecido texto dissertativo-argumentativo tem uma organização importante. Na 
introdução, de forma genérica, deverá apresentar, para o leitor, o tema de maneira 
contextualizada. Isso é importante porque, como eu sempre digo, vocês devem pensar que o seu 
corretor não imagina o seu tema. Tome-o como um leitor qualquer, que está entrando em contato 
com o tema pela primeira vez. Isso faz com que você precise deixá-lo claro para o leitor, 
apresentando, somente em seguida, a sua tese. Eu recomendo fortemente que você apresente seu 
ponto de vista já na introdução, para que, durante a leitura de seu texto, o leitor possa entender 
se sua argumentação sustenta a sua tese. 
Depois de feita essa introdução, é a vez de pensar e escrever o seu desenvolvimento, 
apresentando os argumentos que servirão de sustentação para sua tese. É como se você pensasse 
diretamente na ideia de: fiz uma afirmação e preciso fazer com que as pessoas entendam o porquê 
de você ter pensado dessa forma. Essa justificativa serão seus argumentos. Busque imaginar isso: 
a sua justificativa de posicionamento são os argumentos. Como tem sido cada vez mais comum nos 
exames vestibulares, é imprescindível que você pense em fundamentar os argumentos. Sempre 
que você apresentar uma ideia, é necessário que pense em como vai sustentá-la, visto que seu 
texto não deve estar no senso comum. 
Por fim, você deve pensar em sua conclusão. Tem se tornado cada vez mais comum que 
vocês escrevam, em todos os seus textos, propostas de intervenção, visto que elas apresentam 
uma organização mais simples de seguirmos. Contudo, esse tipo de conclusão, que não é exclusiva 
do ENEM, só deve ser utilizado quando vocês construírem um tema que seja problematizado. Ou 
seja, não há nenhum problema em utilizar uma proposta de intervenção nessa produção, desde 
que você tenha apresentado um problema anteriormente e, em seguida, problematizar a tese a 
partir de seus argumentos. Além disso, se decidir fazer uma proposta, evite utilizar aqueles clichês 
de campanhas e leis. Ao decidir por uma proposta, faça-a de forma criativa e sem apelar pro 
comum. 
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• Há, realmente, a necessidade de separar a vida real da vida virtual. 
• Não precisamos dessa separação para que haja utilidade na rede. 
 
 
Fragmentos de texto (coletânea) 
Essa proposta, como é comum na banca da Uncisal, apresenta uma reunião de fragmentos 
de texto como motivadores de sua redação. Entenda que esses fragmentos não devem ser 
utilizados para fundamentar seu texto, porque eles servem exclusivamente como motivadores de 
seu texto. Inclusive, no caso desses fragmentos, há claramente uma indicação de caminho para seu 
texto. Todos eles apresentam a ideia de que a tecnologia é extremamente positiva, mas que precisa 
ser dosada em seu uso durante a vida das pessoas. Essa dosagem estaria relacionada ao 
pensamento central de que a vida real e a virtual devem ser separadas. 
Destaco, novamente, que os fragmentos de texto não endemonizam a internet e as redes 
sociais, até porque elas são muito presentes em nossas vidas. Ainda assim, e necessário que a “vida 
de plástico” muito comum nas redes não se confunda com a vida real. Da mesma forma, não é 
possível que todos os acontecimentos da vida estejam colocados à disposição na rede. A seguir, 
discutiremos um pouco mais profundamente seu posicionamento e apresentaremos alguns 
argumentos para auxiliar na construção de seu texto. 
 
 
Tese, repertórios e argumentos possíveis 
O tema, “A conectividade digital só é útil se conseguirmos descolar a vida real da vida 
virtual”, apresenta, em princípio, duas possibilidades de tema, apresentadas a seguir: 
 
 
 
 
Destacamos, novamente, que, se formos seguir a indicação dos fragmentos de texto, 
entendendo-a como uma sugestão de tese, devemos defender a primeira tese apresentada no 
quadro. É necessário, para escrever um bom texto nessa proposta, que fiquemos atentos ao fato 
de que não devemos excluir a vida virtual da nossa. Nas duas teses, o ideal é que tenhamos um 
equilíbrio entre as duas vidas, entendendo que as redes sociais não devem substituir as nossas 
vidas. 
É interessante, inclusive, que notemos que durante o período de pandemia em que vivemos, 
o isolamento social a que estamos sendo submetidos, extremamente necessário, joga uma 
importância imensa nas redes sociais, visto que elas são as formas mais fáceis de se manter contato 
com as pessoas que nos são caras. Assim, ainda que o uso das redes seja extremamente prejudicial 
em alguns momentos, mostra-se necessário em momentos como esse. Leve isso em consideração 
em sua redação. É um argumento bastante forte a favor do uso das redes. 
Passamos, a seguir, a apresentar alguns argumentos que servirão, em princípio, como forma 
de direcionamento de suas ideias. Fazemos isso porque, muitas vezes, vocês têm certa dificuldade 
para começar a argumentar. Além disso, já apresentamos algumas indicações de repertórios para 
que você fundamente seu texto. 
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Proposta 4 
 
 
 
 
 
 
 
Análise de tema e proposta 
Tema e proposta 
O tema “A educação do século XXI no Brasil” apresenta um assunto bastante interessante e 
extremamente discutido pelas pessoas atualmente, levando em consideração os dados de exames 
internacionais. Um tema como esse, que está sempre muito relacionado a todos, visto que 
interessa à sociedade brasileira de forma geral, desperta discussões acaloradas e, claro, é bastante 
polêmico. 
Em um momento de polarização política, temos um tema que aparece como uma forma de 
acusação de governos anteriores, com o sucateamento das escolas e doutrinação ideológica. 
Vivemos em um momento no qual aqueles que são especialistas em educação têm seus 
pensamentos problematizados e atacados, pelo simples fato de termos uma relação com a 
educação com que não concordamos. Perceba que realmente a educação do país está bastante 
ruim, mas esse tema serve traz à tona discussões muito ligadas a pensamentos ideológicos. 
Cuidado com isso em sua redação. 
Claro que não estamos dizendo, aqui, qualquer coisa contra sua forma de pensar ou, ainda, 
contra sua ideologia. Estamos dizendo para tomar cuidado com um texto muito ideológico que se 
fundamente no ataque às formas de pensar do outro lado ideológico. Busque argumentação que 
seja consistente, sem colocar em jogo nomes de partidos, de qualquer lado, ou de antigos 
governantes. Isso pode abaixar sua nota de forma substancial, não porque você estará errada ou 
qualquer coisa do tipo. Argumente de forma a apontar os problemas da educação. Isso 
discutiremos mais à frente. 
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Pensando no exame, a produção da redação do ENEM se fundamenta em uma trinca de 
características essenciais, as quais são utilizadas constantemente em dissertações-argumentativas. 
 
 
 
De posse dessa informação, é interessante notar que, mesmo que a relação de tema traga 
a indicação de “caminhos” para resolver um problema, não devemos produzir um texto que se 
resume a uma grande proposta de intervenção, em que somente apresentemos os caminhos 
efetivamente. Para a redação do ENEM, sobremaneira com as competências 2 e 3, é necessário 
apontar uma tese clara e argumentar sobre ela, como apresentaremos a seguir. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos acima 
é amplo, e apresentar a sua tese. Quando pensamos na competência 3 do ENEM, a do projeto de 
texto, é interessante mostrar, logo antes de argumentar, qual o seu caminho opinativo, ou seja, 
qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense que o seu leitor, ainda que seja um corretor, 
não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando em contato com ele ela primeira vez. 
Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu texto. Se, por acaso, você costuma 
se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da organização dos argumentos na 
cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos e, como diria Marília Mendonça, seja fiel a 
eles. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, 
para um texto bem, bem desenvolvido acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um 
pouco mais fácil de desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve 
estar presente, fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque 
repertório em seus argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua 
afirmação e o repertório. Por favor!!! Fuja daquelas ideias de que temos um repertório coringa 
que se aplica a tudo. 
Por fim, apresentamos a solução para os dois problemas apresentados durante a redação. Isso não 
significa que você deverá apresentar duas propostas de intervenção. Você precisa, 
necessariamente, resolver os dois problemas apresentados nos argumentos. Inclusive, essa 
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necessidade de resolver os problemas que você apresentou é essencial em sua cabeça para que 
você possa “segurar a mão” nos argumentos, em termos de quantidade, visto que, se você 
apresentar 3 problemas, terá de resolver os três e assim por diante. Não se esqueça, ainda, de que 
sua proposta deve apresentar cinco elementos: agente, ação, meio/modo, efeito e detalhamento. 
Normalmente, o detalhamento é o que mais atrapalha sua nota máxima na competência 5, por 
isso, coloque claramente detalhes de como ocorrerá, quando, quem fará. 
 
 
Coletânea de textos 
O ENEM utiliza textos considerados necessariamente motivadores, ou seja, não podemos 
utilizar os argumentos encontrados neles e, de forma alguma, utilizar partes desses textos em sua 
produção. Busque utilizar os textos como direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, 
vocês apresentam a ideia de que não podem ler os textos motivadores porque ocorrem 
essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os argumentos que têm estão 
colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar aqueles argumentos que 
ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a produção textual. Treine 
e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever nós realmente aprendemos 
escrevendo. 
Os textos dessa proposta indicam certo caminho a seguir, visto que apresentam a educação 
brasileira como um problema a ser resolvido. Em meio à modernidade, em que o conhecimento é 
supervalorizado, como deve realmente o ser, a educação no país encontra-se em um “buraco” 
difícil de sair. Contudo, não devemos, de maneira alguma dar esse problema como menos 
importante ou deixá-lo de lado. Leia atentamente os textos. Como dica, vocês podem utilizar os 
dados estatísticos encontrados no texto como repertório, desde que não faça referência a nenhum 
deles. Faça isso somente se você não tiver outro tipo de repertório para apresentar. 
A seguir, apresentamos uma pequena análise de cada um dos textos constantes da proposta. 
 
 
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Tese, argumentos e repertórios 
Essa proposta é bastante interessante no que diz respeito ao tema, afinal, como discutimos 
logo acima, todas as pessoas costumam opinar acerca desse assunto, tornando-o de interesse geral 
e bastante polêmico, principalmente quando analisamos que as pessoas, como seria de se esperar, 
levam em consideração sua ideologia na hora de analisar o tema. Dessa forma, percebe-se que os 
pensamentos polarizados do atual momento acabam levando-nos a formas diferentes de pensar a 
educação. 
Por exemplo, o pensamento de “direita”, se é que podemos pensar dessa forma e nomeá- 
lo assim, insiste em que há determinadas disciplinas, como a filosofia e a sociologia, seriam 
dispensáveis em um pensamento mais prático da educação, dando maior ênfase à matemática e 
ao português, além de “investir” em disciplinas, que seriam eletivas, para a formação profissional 
mais completa. Por outro lado, o pensamento da “esquerda”, como costuma ser nomeado o 
pensamento não-liberal, insiste que a valoração de determinados componentes disciplinares 
atrapalharia a formação dos estudantes no sentido do pensamento. Ou seja, sem a filosofia e a 
sociologia, por exemplo, não estaríamos formando cidadãos pensadores. 
Essa discussão é bastante longa e precisa ser pesada a partir de vários elementos. É inegável 
que o sistema educacional brasileiro é um problema da forma como tem sido conduzida. É clara a 
falta de uma boa preparação do estudante para determinadas disciplinas, principalmente nas 
escolas públicas. Além disso, há um problema com relação à formação, cujo objetivo tem sido, 
essencialmente, a entrada no ensino superior. Preparamos os estudantes quase que 
exclusivamente para passar no vestibular, ou alcançar uma nota competitiva no ENEM. Assim, 
surge a discussão sobre como formamos os cidadãos para adentrarem no mercado de trabalho. 
Esse último ponto tem suscitado uma série de pedidos de modificação na estrutura 
educacional do país, aprovada, inclusive, pelo Congresso e sancionada pelo ex-presidente Michel 
Temer. Nessa nova estrutura, temos a ideia de que os estudantes farão “eleição” dos componentes 
curriculares que quer cursar, com obrigatoriedade de português e matemática para todos. A ideia 
é que o estudante melhora seu desempenho quando estuda aquilo em que tem interesse. Além 
disso, propõe que disciplinas ligadas à formação profissional já sejam inseridas no ensino básico, 
valorizando o ensino técnico. 
Diante disso, apresentaremos, a seguir, argumentos que fundamentem a tese de que o 
sistema educacional brasileiro precisa ser melhorado por apresentar sérios problemas. Os 
argumentos e repertórios são somente indicativos de caminho para que você construa sua 
argumentação. É uma indicação, somente. 
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Proposta 5 
 
 
 
 
Proposta de intervenção 
Como dito anteriormente, já há uma reforma para ser implementada até 2021, com a 
possibilidade de disciplinas eletivas conforme as aptidões e as necessidades dos estudantes. Por 
isso, cuidado ao apresentar ideias como a criação de leis ou de novas formas para o sistema 
educacional. Além disso, fuja do clichê das campanhas de conscientização(ainda que, a partir do 
ENEM de 2019, essa já possa ser uma ação válida). Busque a implementação de projetos 
educacionais que aproximem profissões e escola, bem como investimento massivo na formação do 
professor. Acredito que, ainda que o estudante seja o centro do processo, sem um professor capaz 
de empolgar o estudante, pouco se pode fazer. 
 
 
Análise da proposta 
Tema e proposta 
O tema “Caminhos para combater o preconceito linguístico no Brasil” apresenta um assunto 
bastante interessante que, muitas vezes, não é notado pela maior parte das pessoas. Hoje, já se 
discute de forma produtiva que a maior parte dos preconceitos começam por meio da linguagem, 
com depreciação das pessoas pela forma como elas falam, além de construções linguísticas 
depreciativas. Por isso, o seu tema é amplo e precisamos dar um foco nessas ideias que surgem a 
partir dele. Vejamos, a seguir, o que abarca esse tema tão amplo. 
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Percebam que o preconceito linguístico pode ser entendido como a forma de entrada para 
uma série de outras formas mais preconceituosas dentro de nossa sociedade. Como a comunicação 
é a base para tudo, temos a ideia de que é por meio dela que se concretiza o processo de 
preconceito que vivemos em nossa sociedade. Os discursos de ódio são construídos a partir da 
linguagem e, por isso, seu uso é muito fomentador de formas de pensar preconceituosas. 
Contudo, pelo que esperamos desse tema, é interessante que você se foque, em sua 
redação, em uma das duas formas que apresentaremos mais à frente, como tese: ou fale da 
linguagem como construtora de preconceito, ou fale sobre o preconceito linguístico em si. Nesse 
último caso, o que recomendamos, temos que as pessoas são, constantemente, julgadas pela 
forma como utilizam a linguagem em seu dia a dia. Em uma sociedade na qual se prega a existência 
de uma forma correta de se falar, fugir daquilo que os outros consideram correto é uma luta que, 
normalmente, acaba em preconceito. Dentro desse preconceito, claramente se encaixa o 
preconceito social, visto que a escolaridade é peça marcante na forma como falamos; assim como 
o preconceito contra pessoas de outras regiões, como o Nordeste, por exemplo. Ou seja, é um 
caminho extremamente interessante para desenvolvermos as ideias. 
Pensando no exame, a produção da redação do ENEM se fundamenta em uma trinca de 
características essenciais. 
 
 
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De posse dessa informação, é interessante notar que, mesmo que a relação de tema traga 
a indicação de “caminhos” para resolver um problema, não devemos produzir um texto que se 
resume a uma grande proposta de intervenção, em que somente apresentemos os caminhos 
efetivamente. Para a redação do ENEM, sobremaneira com as competências 2 e 3, é necessário 
apontar uma tese clara e argumentar sobre ela, como apresentaremos a seguir. 
Assim, em sua introdução, você deverá delimitar o seu tema, visto que, como comentamos 
acima é amplo, e apresentar a sua tese. Quando pensamos na competência 3 do ENEM, a do 
projeto de texto, é interessante mostrar, logo antes de argumentar, qual o seu caminho opinativo, 
ou seja, qual a tese que você apresentará em seu texto. Pense que o seu leitor, ainda que seja um 
corretor, não “conhece” o seu tema. É como se estivesse entrando em contato com ele ela primeira 
vez. Tudo caminha para que ele compreenda o tema a partir do seu texto. Se, por acaso, você 
costuma se perder na argumentação, principalmente quando tratamos da organização dos 
argumentos na cabeça, indique, logo na introdução, os argumentos e, como diria Marília 
Mendonça, seja fiel a eles. 
Por sua vez, no desenvolvimento, você deverá apresentar seus argumentos. Comumente, 
recomendamos dois argumentos pela extensão da redação. Pode parecer muito, mas 30 linhas, 
para um texto bem, bem desenvolvido acaba sendo pouco. Assim, com dois argumentos, fica um 
pouco mais fácil de desenvolver as ideias como deve. É importante destacar que o repertório deve 
estar presente, fundamentando seus argumentos de forma clara e produtiva. Sempre coloque 
repertório em seus argumentos e apresente, claramente, a ligação entre as duas partes: a sua 
afirmação e o repertório. Por favor!!! Fuja daquelas ideias de que temos um repertório coringa 
que se aplica a tudo. 
Por fim, apresentamos a solução para os dois problemas apresentados durante a redação. 
Isso não significa que você deverá apresentar duas propostas de intervenção. Você precisa, 
necessariamente, resolver os dois problemas apresentados nos argumentos. Inclusive, essa 
necessidade de resolver os problemas que você apresentou é essencial em sua cabeça para que 
você possa “segurar a mão” nos argumentos, em termos de quantidade, visto que, se você 
apresentar 3 problemas, terá de resolver os três e assim por diante. Não se esqueça, ainda, de que 
sua proposta deve apresentar cinco elementos: agente, ação, meio/modo, efeito e detalhamento. 
Normalmente, o detalhamento é o que mais atrapalha sua nota máxima na competência 5, por 
isso, coloque claramente detalhes de como ocorrerá, quando, quem fará. 
 
 
Coletânea de textos 
O ENEM utiliza textos considerados necessariamente motivadores, ou seja, não podemos 
utilizar os argumentos encontrados neles e, de forma alguma, utilizar partes desses textos em sua 
produção. Busque utilizar os textos como direcionadores dos seus pensamentos. Muitas vezes, 
vocês apresentam a ideia de que não podem ler os textos motivadores porque ocorrem 
essencialmente dois problemas: ou vocês descobrem que todos os argumentos que têm estão 
colocados nos textos; ou sentem uma incontrolável necessidade de usar aqueles argumentos que 
ficam fixos no seu inconsciente. Para resolver isso, só treinando muito a produção textual. Treine 
e treine e, quando cansar de treinar, treine mais um pouco. Escrever nós realmente aprendemos 
escrevendo. 
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A seguir, apresentamos uma pequena análise de cada um dos textos constantes da proposta. 
 
 
 
 
Apresento, a seguir, algumas palavras interessantes retiradas dos estudos da 
sociolinguística, ramo da ciência linguística que estuda as variações linguísticas e o preconceito 
linguístico. 
 
 
 
 
Tese e argumentos possíveis 
As redações do ENEM, sobremaneira as que apresentam a ideia de “Caminhos” em sua 
construção, não permitem muita variação de tese para os candidatos. Tal fato ocorre porque 
entendemos que, se há que encontrar um caminho para um determinado problema, é porque esse 
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9.Considerações Finais 
problema existe. Assim, pensamos que, se devemos encontrar caminhos para resolver o 
preconceito linguístico, a discussão não é se ele existe mesmo, ou não, dessa forma, você terá, 
como tese pressuposta, a existência desse problema. 
Além disso, é interessante perceber que trabalharemos com um tipo diferente de tese, a 
que chamo de “tese causativa”, ou seja, precisaremos definir o porquê existe esse tipo de 
preconceito e, em seguida, apresentamos argumentos que se ligam à ideia das causas e 
consequências, por exemplo, dessa existência. É, literalmente, construir a motivação da existência 
desse preconceito e, por isso, argumentamos em favor de comprovar a existência. Como dito 
anteriormente, sua redação não pode, de forma alguma, focar-se somente em propostas de 
intervenção. É necessário argumentar sobre a tese escolhida. 
A seguir, apresentamos algumas possibilidades de argumentação. O objetivo nãoé 
apresentarmos uma verdade absoluta, mas somente indicar um caminho para que vocês possam 
argumentar mais claramente, visto que este costuma ser um problema para muitos estudantes. 
Apresentaremos argumentos para a tese que, como dissemos anteriormente, é indicada pelos 
textos motivadores e pelo próprio tema: a existência do preconceito linguístico, necessitando de 
caminhos de combate. 
Junto aos argumentos, apresentamos alguns elementos de repertório que podem auxiliar na sua 
construção de texto. Afirmamos, mais uma vez, a ideia de que são somente direcionadores do seu 
pensamento, não sendo nem exaustivos, nem reducionistas. Data de aplicação: 17/05/2020 
(domingo). 
 
 
 
 
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Querido aluno, 
Finalizamos esta aula sobre introdução! Sistematizei o que dizem manuais e sites sobre a 
parte inicial da dissertação e adaptei alguns exercícios para que você pudesse fixar as estratégias 
de construção do primeiro parágrafo do seu texto. 
Você deve ter observado que incluí nessa discussão aquilo que vimos nas aulas passadas: a 
interpretação do tema, a elaboração do projeto de texto, a escolha da tese etc. A prática de escrita 
depende dessa acumulação e incorporação de técnicas que, com o passar do tempo, vão se 
tornando automáticas. 
Para que esse processo seja exitoso, vai depender de você. Não deixe de praticar. Mãos à 
obra. 
 
Bom texto! 
Espero você na próxima aula. 
 
 
 
@filosofia.do.portuga 
 
 
 
Redação e Filosofia 
 
 
 
Blog de crônicas: https://www.outrasvias.com/ 
 
 
 
 
 
Versão Data Modificações 
1 11/04/2020 Primeira versão do texto. 
2 04/05/2020 Segunda versão: inclusão de comentário de redação 
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https://www.outrasvias.com/
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Figura 1 :Disponível em https://pixabay.com/pt/illustrations/adolescente-menino-estilo-de-vida- 
1456769/ acessado em 02.09.2019. 
Figura 2: Disponível em https://pixabay.com/pt/photos/flip-i-flap-lendo-estatua-curioso-184343/, 
acessado em 02.09.2019. 
Figura 3: Disponível em https://pixabay.com/pt/photos/n%C3%BAmeros-educa%C3%A7%C3%A3o- 
jardim-de-inf%C3%A2ncia-738068/, acessado em 02.09.2019. 
Figura 4 : Disponível em https://pixabay.com/pt/photos/manipula%C3%A7%C3%A3o-de-smartphone- 
gleise-2507499/, acessado em 03.09.2019. 
Figura 5: disponível emhttps://pixabay.com/pt/photos/carneval-carnaval-m%C3%A1scara-dourado- 
3109204/ , acessado em 08.04.2020. 
10. Referências 
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https://pixabay.com/pt/illustrations/adolescente-menino-estilo-de-vida-1456769/
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https://pixabay.com/pt/photos/flip-i-flap-lendo-estatua-curioso-184343/
https://pixabay.com/pt/photos/n%C3%BAmeros-educa%C3%A7%C3%A3o-jardim-de-inf%C3%A2ncia-738068/
https://pixabay.com/pt/photos/n%C3%BAmeros-educa%C3%A7%C3%A3o-jardim-de-inf%C3%A2ncia-738068/
https://pixabay.com/pt/photos/manipula%C3%A7%C3%A3o-de-smartphone-gleise-2507499/
https://pixabay.com/pt/photos/manipula%C3%A7%C3%A3o-de-smartphone-gleise-2507499/
https://pixabay.com/pt/photos/carneval-carnaval-m%C3%A1scara-dourado-3109204/
https://pixabay.com/pt/photos/carneval-carnaval-m%C3%A1scara-dourado-3109204/

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