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Crise Irlanda

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Universidade de São Paulo
Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”
Departamento de Economia, Administração e Sociologia
 
 
 
 
 Irlanda: crescimento e crise econômica
 
 
 
Gabriel Perez Bressan
Juliana Naléssio Leme 
Larissa Cristofoletti de Castro
Lavínia da Cunha Canto Morais
 
 
 
 
Piracicaba – SP
2016
�
SUMÁRIO
31.	INTRODUÇÃO	
2.	REVISÃO DA LITERATURA	4
2.1.	História da Irlanda	4
2.2.	Ascensão do Tigre Celta	5
2.2.1	Abertura econômica e entrada na Integração Europeia	6
2.2.2	Educação e qualificação da mão-de-obra irlandesa	7
2.3.	Ajude Fiscal e o Program for National Recovery	9
2.3.1	Ajuste Fiscal	9
2.3.2	Program for National Recovery	9
2.3.3	Atração de Investimento Direto Estrangeiro (IDE)	10
2.4.	Crise de 2008	11
2.4.1	Precedentes da crise e suas causas	11
2.5.	Desenvolvimento da crise	12
2.5.1	Setor imobiliário	12
2.5.2	A crise fiscal	13
2.5.3	Crise bancária	14
2.6.	Métodos de solução e custos de intervenção	16
2.6.1	Crise Bancária	16
2.6.2	Troika	17
2.6.3	Estabilização Financeira Externa	18
2.7.	Cenário pós-crise	18
3.	CONSIDERAÇÕES FINAIS	24
4.	REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	25
�
	
INTRODUÇÃO
A Irlanda, durante a década de 1980, apresentava um cenário macroeconômico delicado: o crescimento econômico era modesto, a inflação era substancial e o desemprego elevado. Entretanto, a situação irlandesa transformou-se consideravelmente no final da década seguinte. Durante os anos noventa a Irlanda cresceu vertiginosamente, transformando-se de um país mais pobres da Europa em uma potência econômica.
 O crescimento econômico irlandês a partir de 2000 esteve diretamente ligado com a expansão do mercado imobiliário. Consequentemente, Irlanda esteve profundamente ligada à crise de 2008, que impactou severamente o país, resultando em retração econômica, crise bancária, desemprego e endividamento público.
Partindo dessa explanação, o presente trabalho tem como objetivo investigar as causas do sucesso econômico do Tigre Celta nos anos 1990 e os impactos da crise de 2008 no país, evidenciando as medidas adotadas pelo país e os resultados socioeconômicos irlandeses no cenário pós-crise.
REVISÃO DA LITERATURA
História da Irlanda 
A Irlanda é um país com uma grande diversidade de tradições devido a invasões que ocorreram ao longo de sua história (DFA, 2013) e está localizada no continente europeu, como mostrado na Figura 1.
Figura 1 - Localização geográfica da Irlanda
Fonte: “Historia con Mapas”
Formada por diversos condados, a Inglaterra subordinou a região no século XII. Com isso, muitos ingleses e escoceses foram levados à nova colônia, causando um grande impacto religioso e político, pois os condados eram predominantemente católicos desde a introdução do catolicismo no século V. Uma série de revoltas ocorreram, resultando na monopolização política e religiosa da Igreja Protestante na região (DFA, 2013).
No século XVIII, houve um significante desenvolvimento econômico nas províncias com o início de algumas atividades industriais e a exportação de produtos. A influência da Revolução Francesa e a rivalidade com o Reino Unido pelo comércio nas colônias na América do Norte contribuíram com o surgimento do patriotismo irlandês, resultando em revoltas contra a dominação inglesa. Para assegurar o domínio na região, houve o Ato de União de 1800, formando uma união parlamentar entre a Grã-Bretanha e a Irlanda (DFA, 2013).
Posteriormente, ocorreu a Grande Fome, um período marcado por fome, epidemias e emigração. O incidente resultou em grande repercussão política, fortalecendo o desejo de instaurar um governo próprio. Essa perspectiva, no entanto, não agrada aos protestantes do país, que desejavam manter as relações com os ingleses (DFA, 2013).
Após uma tentativa fracassada de obter independência em 1916, o grupo republicano, fortalecido, venceu as eleições em 1918. Foi concluído, em 1922, o tratado que mantinha alguns condados sob influência inglesa, originando, assim, a Irlanda da Norte. Além disso, houve a formação do Estado Livre da Irlanda, que era um domínio dentro do Império Britânico. Foi apenas em 1937 que a Irlanda se tornou uma República (DFA, 2013).
Em 1973, a Irlanda integrou a União Europeia, acarretando em grandes benefícios sociais, devido às políticas adotadas pelo bloco econômico, e econômicos, decorrentes das práticas comerciais empregadas (DFA, 2013). Além disso, a Irlanda conseguiu se inserir no mercado internacional, como foi defendido pelo cientista político irlandês Patrick Keatinge (1978), “it is largely through the European Community that Ireland now faces the world”.
Ascensão do Tigre Celta
Durante a década de 1990 e o início dos anos 2000 a Irlanda cresceu vertiginosamente. A média de crescimento do país entre 1990 e 2003 foi de 7,7% ao ano, a segunda maior média do mundo no período, atrás apenas da China. (CARDOSO, CORRÊA, LIMA, 2009). Devido ao rápido crescimento econômico pelo qual o país passou no período, a Irlanda ganhou a acunha de Tigre Celta, uma alusão aos países asiáticos.
Como a Irlanda, um dos países mais pobres da Europa durante grande parte do século XX, se tornou o “Tigre Celta”? O determinante do sucesso irlandês, segundo DORGAN (2006), foi “uma combinação de políticas sensatas e pragmáticas” que iniciaram-se nos meados da década de 1980. Segundo o mesmo autor, no cerne dessas políticas estavam à crença na abertura econômica aos mercados globais, baixas taxas de impostos e investimento na educação.
Outro fator considerado determinante para o sucesso irlandês foi o Program for National Recovery (1987-1990), um pacto social resultou em relações de trabalho estáveis (CARDOSO, CORRÊA, LIMA, 2009). CYSNE e SOBREIRA (2007) elencam o ajuste fiscal como outro fator determinante para o crescimento irlandês.
Abertura econômica e entrada na Integração Europeia
Após a Independência da Irlanda em 1922, a estratégia adotada no plano econômico foi o aproveitamento das vantagens comparativas (agropecuária) aliado a barreiras tarifárias contra o mundo exterior. O protecionismo era natural para um país recém-independente de um poderoso vizinho, o Reino Unido. Entretanto, o isolamento do resto do mundo marcou profundamente a Irlanda, especialmente após a Segunda Guerra Mundial. A atmosfera do país era demasiadamente desestimulante aos empresários e consequentemente contribuía para a inibição do crescimento econômico (COSTA, 2004).
Dessa forma, a abertura econômica iniciada a partir da década de 1960 e a entrada na Comunidade Econômica Europeia (CEE), embrião da atual União Europeia, em 1973 significou uma grande mudança para a Irlanda. Segundo Costa (2004), a integração à CEE significou o culminar de um longo caminho de independência para o país, revertendo à situação de dependência externa face ao Reino Unido.
 
A adesão, além da independência definitiva, contribuiu para o florescimento de novas ideias. Segundo a mesma autora, as contribuições mais importantes da abertura econômica irlandesa foram as mudanças sociais que ela causou. No âmbito das relações industriais, os sindicatos irlandeses adotaram o mesmo modelo que da Alemanha, Dinamarca e Holanda. Diferentemente do sistema vigorante no Reino Unido, marcado pelo conflito, o adotado pelos irlandeses era dotado de maior amistosidade e implicava na construção de parcerias regulares entre os parceiros sociais. Tais acordos englobava, além de tetos salariais, políticas fiscais. A paz nas relações industriais contribuiu, entre os fatores, para o aumento do número de empregos.
Educação e qualificação da mão-de-obra irlandesa
A alta qualificação da força de trabalho irlandesa foi um fator determinante para o surgimento do Tigre Celta nos anos noventa. Até 1967, o ensino médio não era gratuito na Irlanda, diferentemente da maioria dos demais países europeus que investiram fortemente em educação no final da Segunda Guerra Mundial. Além do ensino médio gratuito, o ensino superiorfoi incentivado a partir de 1968, contribuindo para a formação de uma força de trabalho qualificada (CARDOSO, CORRÊA, LIMA, 2009).
Os resultados do incentivo irlandês ao ensino superior, iniciado em 1968, podem ser observados na Figura 2: Evolução do número de alunos do third level na Irlanda de 1973/1974 a 2002/2003. O número de estudantes third level (qualquer ensino posterior ao ensino médio) no primeiro escolar analisado, 1973/1974, era de um pouco superior 27 mil estudantes. Em 1988/1989 esse número mais do que dobrou, totalizando 60 mil estudantes no third level no ano escolar. O número de estudantes cresceu em todo o período analisado. No último ano escolar analisado, 2002/2003, o número de estudantes totalizava aproximadamente 130 mil, cerca de 450% maior que o número de estudantes no primeiro ano escolar analisado.
Figura 2: Evolução do número de alunos do third level na Irlanda de 1973/1974 a 2002/2003
Fonte: Departament of Education and Science
Parte do sucesso do Tigre Celta pode ser atribuída ao investimento em educação e qualificação iniciado no final da década de 1960. Entretanto, o investimento em educação continuou mesmo após o boom nos anos noventa. Em 2000, 13,5% da despesa pública irlandesa era com educação, uma participação maior do que nas despesas públicas da Holanda, França, Reino Unido e Alemanha (OCDE, 2003).
O investimento em educação média e o incentivo para o ensino superior iniciado nos anos sessenta foram fundamentais para colocar a Irlanda como um dos países com maior número de graduados em ciência e engenharia da Europa. De acordo com a Figura 3: Graduados em ciência e engenharia com idade entre 20 e 34 anos em 2000, a Irlanda possuía 16,26 graduandos em ciência e engenharia com idade entre 20 e 34 anos para cada mil habitantes em 2000, uma relação maior do que a Finlândia (12,29), Reino Unido (10,04), Estados Unidos (6,27) e Alemanha (4,79). 
Figura 3: Graduados em ciência e engenharia com idade entre 20 e 34 anos em 2000.
Fonte: European Commission
Ajude Fiscal e o Program for National Recovery
Ajuste Fiscal
Em 1987, o partido conservador Fianna Fáil foi eleito na Irlanda. Uma das medidas adotadas pelo novo governo foi aprofundar o ajuste fiscal implantado em 1983 e 1984. Diferentemente do ajuste anterior, o de 1987 buscou reduzir os gastos públicos de forma sistemática (CYSNE, 2007).
Segundo o mesmo autor, como parte do ajuste fiscal em julho de 1987 o governo irlandês anuncia um programa de aposentadoria voluntária de servidores públicos como a intenção de reduzir em 10 mil o corpo de funcionários. No mesmo ano, em outubro, foi lançado o Program for National Recovery.
Program for National Recovery
A Irlanda durante a década de 1980 apresentava um cenário macroeconômico delicado: o crescimento econômico era modesto, a inflação era substancial e o desemprego elevado.
Em uma tentativa de adoção de uma política que revertesse à situação irlandesa foi implantado o Program for National Recovery (1987-1990). Segundo Burnham (2003), o Program for National Recovery foi:
Uma negociação com os principais sindicatos trabalhistas a respeito de um teto para o crescimento dos salários, um alívio fiscal modesto e uma promessa de manter constante o valor real dos benefícios governamentais. (Traduzido pelos autores).
O pacto acordado em 1987 significou mais que processo do que um ajuste das contas públicas. Program for National Recovery simbolizou “um grande pacto nacional pelo desenvolvimento, melhoria da competitividade da economia, redução do desemprego e da inflação” (CYSNE, 2007).
Os esforços conjuntos dos irlandeses para garantir a recuperação da economia consistiram de sucessivos programas de recuperação que tinham como objetivo o alívio tributário, ajustamento das contas públicas e reajustes de salários do funcionalismo publicam quanto o da iniciativa privada (CYSNE, 2007).
Atração de Investimento Direto Estrangeiro (IDE)
A abertura econômica, o investimento e incentivo a qualificação, o ajuste fiscal e o Program for National Recovery fizeram a economia irlandesa se destacar. Aliados a esses fatores, a atratividade ao capital estrangeiro da Irlanda era potencializado pelas baixas taxas de juros, garantias de assistência, isenções fiscais, liberdade para repatriação de lucros e o livre acesso aos demais países da Comunidade Europeia (CARDOSO, CORRÊA, LIMA, 2009).
Dessa forma, a Irlanda oferecia às indústrias já estabelecidas isenção fiscal e impostos reduzidos em comparação com as demais economias europeias. A mão-de-obra qualificada e de língua inglesa fazia da Irlanda a melhor escolha para o investimento estrangeiro. O capital externo proveniente dos Estados Unidos, em sua maioria, se direcionou especialmente aos setores de alta tecnologia, de maquinarias e de engenharia elétrica.
 A atração ao IDE é também atribuído à demanda externa. O mercado doméstico irlandês, devido ao tamanho reduzido, não representava o destino da grande parte do que era produzido no país. Portanto, a alta procura do mercado mundial foi fundamental para o sucesso irlandês, como destaca Cardoso, Corrêa e Lima (2009).
Crise de 2008
Precedentes da crise e suas causas
Para entender a crise que ocorreu na Irlanda primeiramente deve-se analisar os motivos e o contexto para ter ocorrido. Lima (2012) explica que na década de 1990 a estrutura da economia passa mudar, o mundo torna-se mais globalizado e os países com políticas mais abertas se tornaram independentes de interferências políticas, facilitando a estabilização da inflação. A partir de então, a política internacional se tornou algo importante nas economias, limitando o incremento de preços domésticos. Além disso, suas políticas monetárias se tornaram mais frouxas e os Bancos Centrais fizeram com que as taxas de juros se mantivessem baixas, aumentando a liquidez, sendo esta ainda ampliada pelas políticas cambiais. Isso levou a aumentos significativos dos preços dos ativos em várias partes do mundo e a uma sucessão de bolhas especulativas em imóveis, commodities e ações. 
A combinação de diversos fatores – como o excesso de crédito, taxas de juros muito baixas, políticas habitacionais que incentivavam empréstimos arriscados, falta de critério das agências de rating em conjunto com o desenvolvimento de complexos e novos produtos financeiros, bem como o afrouxamento regulatório – levou à crise financeira iniciada em meados de 2007. (LIMA, 2012, p. 19)
Além disso, Eichengreen (2015) relata que é tentador argumentar que a estrutura e a existência da União Europeia e da Zona do Euro ajudaram a definir o cenário para crise, uma vez que as condições na Irlanda não poderiam ter-se desenvolvido como o fizeram na ausência destas entidades.
A situação em 2007 e 2008, quando as reivindicações sobre o sistema bancário irlandês atingiram o pico de cerca de 400 por cento do PIB, foi quase sem precedentes. Essa situação decorreu da elevada mobilidade de capital financeiro dentro de um mercado único e refletia a liberdade que bancos irlandeses tinham para estabelecer e adquirir subsídios nos outros países da U.E. Além disso, refletia, também, a percepção errônea de que as falências bancárias haviam sido tornadas uma coisa do passado. A crise foi ainda moldada pela ausência de uma união bancária para acompanhar a união monetária. Mostrava a falta de um único supervisor, permitindo que a fiscalização e a regulamentação nacionais prosseguissem sem a devida atenção ao seu impacto nos bancos e países vizinhos.
McMahon (2010), diretor-geral adjunto do Banco Central irlandês, apresenta as principais causas da crise no setor bancário. Explica que a Irlanda experimentou uma importante bolha de ativos nos preços de imóveis residenciais e comerciais, como já foi dito anteriormente, da mesma forma que outros países. Quando essa bolha “estourou”, muitas famílias foram atingidas, uma vez que os preços dos imóveis residenciais colapsaram, assim, o Instituto de Pesquisa Econômica e Social estimou que 116.000famílias estavam com seu patrimônio líquido negativo em agosto de 2009. No setor comercial, a queda de preços também foi grande.
Desenvolvimento da crise
Setor imobiliário
Whelan (2013) relata que, quando a economia irlandesa entrou em colapso em 2008, os governantes culparam a crise internacional, mas a realidade era de que o país estaria em crise mesmo se não houvesse alguma influência externa.
Segundo o mesmo autor, os preços dos imóveis estavam supervalorizados até 2007, como havia uma grande concentração no setor de construção. No entanto, muito pouco foi feito pelo governo ou Banco Central nesse período para acalmar o mercado imobiliário e ainda havia um consenso nacional de que a situação seria resolvida suavemente. No final do mesmo ano, os preços desse mercado começaram a cair, antes mesmo do início da crise internacional. Na medida em que os preços caíam, a demanda por novos imóveis colapsou com a atitude de compradores potenciais, que pretendiam esperar por uma queda ainda maior nos valores.
By late 2007, well before the international financial crisis had gotten into full swing, Irish house prices began to fall from the peak levels. As house prices fell, the demand for new houses collapsed with the attitude of potential buyers changing swiftly from being desperate to “get on the property ladder” to deciding to wait to get a better price later. In 9 mid-2008, the new Minister for Finance, Brian Lenihan, noted that the housing market had “come to a shuddering halt. (WHELAN, 2013, p.8-9)
A Figura 4 indica como foi se estabelecendo os preços dos imóveis no mercado ao longo dos anos. É possível notar que há um aumento dos preços nos anos de 2006 até atingir o pico em 2007 e 2008, havendo, posteriormente uma queda, representando o início da crise no setor. 
Figura 4: Mercado imobiliário irlandês - índice de preço dos imóveis.
Fonte: Lima (2012) apud CSO.
Pode-se ainda acrescentar a essa ideia, que o “boom” imobiliário foi financiado através de uma oferta excessiva de crédito pelo sistema bancário do país, sendo que a queda dos preços e o colapso no setor de construções resultaram em grandes perdas para os bancos. Isso contribuiu para a crise econômica por meio de um declínio de crédito e uma crise fiscal. (LIMA, 2012).
A crise fiscal
Um longo período de crescimento fez com que as finanças públicas fossem promissoras. A proporção das dívidas do governo em relação ao PIB era de apenas 25 por cento e um fundo com intenção de cobrir futuros gastos públicos era de 20 por cento. No entanto, embora apresentasse esse quadro positivo, a aparente forte situação fiscal do país dependia do mercado imobiliário. O colapso no setor e o consequente aumento de desemprego resultou numa grande perda de receitas de impostos de renda e um aumento nos gastos com previdência. Além disso, por conta do boom imobiliário, a taxação do país foi moldada de forma a coletar mais receitas a partir desse setor. Assim, quando surgiu a crise, uma parte substancial das receitas públicas desapareceu. 
Com o declínio da atividade de construção residencial e comercial e a entrada da economia mundial em recessão, o PIB real irlandês diminuiu 10% em relação de 2008 para 2009. Os preços caíram, de modo que o PIB nominal se contraiu ainda mais, de € 190 bilhões em 2007 para € 161 bilhões em 2009. Apesar de ter tido anos de superávits orçamentários, a Irlanda de repente estava enfrentando uma lacuna fiscal enorme. Era evidente que, sem ajustamentos fiscais, a Irlanda poderia enfrentar déficits anuais de 20% do PIB.
A escala desses déficits fez com que o governo irlandês percebesse que não havia espaço para um estímulo fiscal que aliviasse os efeitos severos da recessão. Assim, no final de 2008 foram tomadas uma série de medidas orçamentárias de contração com aumento de impostos e corte de gastos públicos. Estes ajustamentos equivaliam a 18% do PIB de 2012 e representavam um dos maiores ajustamentos orçamentais observados nos tempos modernos. (WHELAN, 2013).
Crise bancária
O setor de serviços financeiros pode ser considerado um fenômeno novo na economia irlandesa, sendo que até a década de 1980 os principais bancos eram de propriedade nacional, realizavam operações em baixa escala a partir de padrões internacionais, no entanto, eram consideradas as maiores companhias do país. (CLARKE e HARDIMAN, 2012).
Lima (2012) afirma que a crise financeira em 2007 e 2008 é um resultado de uma tradicional má gestão do sistema bancário irlandês. Nesse cenário ocorriam muitos empréstimos de risco e má regulação levaram o sistema a se tornar mais vulnerável a um possível choque de liquidez, aliado ao fato de ser um país bastante dependente de financiamentos externos, sendo isso mais relevante para a crise do que possuir ativos dos subprimes americanos.
Outro ponto importante destacado pela autora é de o que pode ter levado à crise bancária foi a bolha imobiliária desenvolvida no país após fim do período de crescimento a partir das exportações de 1990 a 2000, quando ficou conhecido como Tigre Celta. 
Quatro pontos importantes para o colapso do setor bancário devem ser destacados, segundo Lima (2012): aumento do crédito bancário; alta razão entre empréstimo e patrimônio; concentração maciça de ativos; e alta exposição ao financiamento externo. 
O aumento do crédito bancário ocorreu durante o “boom” imobiliário, no entanto, com a queda dos preços nesse mercado, os bancos passaram a fornecer menos créditos (Figura 5). Nesse ponto cabe destacar a ideia de McMahon (2010) de que o acesso ao crédito era feito com bastante facilidade: “Consumer credit markets are highly developed, and consumers’ ability to access credit is largely unfettered. This allows households to borrow from a range of sources to meet consumption requirements”.(McMAHON, 2010, p.6).
Já a razão entre empréstimo e patrimônio demonstra quando é seguro para os bancos fornecer ou não créditos, quando essa razão for alta, demonstra que o devedor pode se tornar inadimplente. 
A concentração maciça de ativos hipotecários pelas instituições financeiras foi um fator gerador da crise na medida em que, quando a bolha imobiliária “estourou” os bancos tiveram perdas expressivas de recursos e boa parte da liquidez desapareceu. 
Por fim, a alta exposição aos financiamentos externos, representaram a dependência das instituições financeiras em relação aos seus aliados comerciais, que eram, em sua maior parte, a própria União Europeia.
Figura 5: Crescimento do crédito privado no setor bancário.
Fonte: Lima (2012) apud Central Bank of Ireland.
Métodos de solução e custos de intervenção
Crise Bancária
Para a resolução de crises bancárias os governos analisam o custo benefício que irão obter antes de intervir, como benefícios após a intervenção podem ser citados a continuação do sistema de pagamentos, o que daria confiança no sistema financeiro e uma boa oferta de créditos para a economia, além da redução do risco moral que seria responsável pelo retorno da confiança às instituições bancárias.
A transparência em relação ao programa de reestruturação da crise bancária é muito importante, uma vez que ela pode tornar mais eficaz e rápido o processo de resolução, reduzindo os custos governamentais.
Na crise irlandesa o governo decidiu intervir durante determinado período ao tentar estabilizar o sistema bancário irlandês oferecendo uma garantia geral no valor de 440 bilhões de euros, a fim de aumentar a liquidez no mercado, dando certa garantia aos bancos e restaurando aos poucos os balanços patrimoniais dos bancos. Isso ocorreu no final de 2008 com prazo de dois anos.
Como solução para os empréstimos de alto risco para os bancos foi criada uma empresa de gestão de ativos em abril de 2009, a National Asset Management Agency (NAMA). Ela teria como objetivo comprar os ativos ruins das instituições bancárias, através de títulos emitidos pelo Governo com um desconto sobre o valor, e gerenciar os mesmos até seu pagamento ser realizado.Dessa forma a credibilidade no setor financeiro tenderia a aumentar.
Na Figura 6 pode-se observar alguns dados sobre as operações realizadas pelo NAMA.
Figura 6: Aquisição dos empréstimos das instituições (final 2011).
Fonte: NAMA
O governo ao intervir de maneira direta tem como meta trazer os bancos a um nível mais apropriado de alavancagem, com um cenário econômico mais estável de financiamento além de reduzir a dependência deles do Banco Central. Para tornar isso possível os bancos deveriam cumprir com um programa estruturado de desalavancagem e mudar o foco de suas operações para negócios mais estáveis e rentáveis.
Troika
A Troika é nome de um comitê formada por três elementos, a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) que foi criado em 2010. São responsáveis pela negociação com países que fazem um pedido de resgate financeiro para restaurar suas contas públicas.
Porém as medidas de austeridade impostas pela Troika vem gerando mais desigualdades sociais e têm aumentado o desemprego, além de aumentar o endividamento externo e deteriorar os serviços públicos e previdenciários.
Com o vencimento do programa de garantia de dívidas dos bancos, que o governo ajudou o setor bancário a evitar a insolvência, em 2010, a Irlanda tinha uma dívida pública muito alta contando com um juros financeiro elevado. Dessa forma, o governo irlandês pediu assistência da Europa que ao financiar a Irlanda implantou um plano de austeridade no país que recebeu um empréstimo emergencial de 68 bilhões de euros.
Estabilização Financeira Externa
A adoção de uma política de austeridade é exigência do Fundo Monetário Internacional (FMI), se um país possui dívidas com o mesmo e pretendem financiá-las. Deve-se então reduzir os gastos públicos a fim de pagar suas dívidas. Trata-se de uma política econômica é rigorosa que restringe o consumo privado e público.
Dentre as medidas de austeridades tomadas pelo governo irlandês estavam o aumento de impostos, corte nos salários do setor público, restrição dos benefícios sociais e o congelamento da poupança. Muitos bancos foram estatizados, como por exemplo o Anglo Irish Bank, em janeiro de 2009. 
Dentre os cortes governamentais implementou-se um corte de 5,5% para os salários acima de 65 mil euros por ano que vai aumentando gradativamente até aos 10% para quem ganha mais de 185 mil euros anuais. Em Março de 2009 houve um corte das pensões do setor público no valor que excedia 15 mil euros por ano, os pensionista na Irlanda foram alvo das medidas de austeridade com alterações no apoio médico a que tinham direito e outros benefícios, além disso, houve um aumento do VAT (de 21% para 22% em 2013, e 23% em 2014) e das mensalidades das universidades.
Tudo isso acabou gerando prejuízo para as camadas mais necessitadas do país, já que medidas impostas pela Troika como: aumento da idade de aposentadoria, cortes de alguns serviços públicos, aumento de taxas de impostos sobre produtos e salários e redução salarial de aposentados e funcionários públicos com maiores remunerações anuais, acabam afetando as classes mais baixas.
 Cenário pós-crise
Após a crise, a Irlanda está recuperando progressivamente seu cenário econômico. Sua reinserção no mercado financeiro e no aumento de exportações de bens e serviços fizeram seu PIB aumentar ao longo dos anos, como mostra a Figura 7 (KOŁODZIEJSKI, 2014).
Em 2015, o PIB da Irlanda foi de aproximadamente 255 bilhões de euros, havendo um aumento de 26,3% em relação a 2014, cujo valor foi de aproximadamente 193 bilhões de euros (EUROSTAT, 2016).
O aumento significativo da PIB é em função de uma reestruturação corporativa, resultando em um aumento do número de ativos no país devido à fusão de empresas transnacionais e locais. Isso está ocorrendo em virtude da taxa de impostos corporativos, que é de 12,5%, uma taxa muito baixa para um país desenvolvido (BBC, 2016). Além disso, a Irlanda é um país que atrai investimento estrangeiro devido aos fatores favoráveis ali presentes, como uma alta produtividade do trabalho, funcionários qualificados, estrutura tecnológica, fácil acesso ao mercado internacional e à União Europeia, entre outros (DJEI, 2013).
Figura 7: PIB da Irlanda, em milhões de euros (2004-2015).
Fonte: Eurostat
A taxa de desemprego variou ao longo dos anos, como é apresentado na Figura 8, devido às condições econômicas do país, aumentando significantemente a partir de 2008 devido aos impactos da crise mundial em alguns setores, como o de construção (KOŁODZIEJSKI, 2014).
Uma das preocupações do governo após a crise foi a criação de empregos, para a retomada do crescimento. Em suas estratégias, uma das principais é facilitar a criação e diminuir os impostos de pequenas empresas (DJEI, 2013).
Com a recuperação econômica, a taxa de desemprego diminuiu aproximadamente 37% entre 2012 e 2015, apresentando boas perspectivas para o futuro (KOŁODZIEJSKI, 2014).
Figura 8: Taxa de desemprego na Irlanda, em percentual (1998-2015)
Fonte: Eurostat
Questões sociais, como a pobreza e a distribuição de renda, também foram influenciadas pela crise. As mudanças na distribuição de renda na Irlanda é analisada na Figura 9, entre os anos de 2008 e 2014. Quantitativamente, a quantidade de renda recebida pelas famílias é mostrado na Figura 10, para o ano de 2011. Desse modo, é possível afirmar que as políticas promovidas pelo governo influenciaram o aspecto social do país (SJI, 2016).
Outra forma de medir a desigualdade é através do coeficiente de Gini, mostrado na Figura 11, que é expresso em um número entre 0 e 1, sendo o 0 uma situação de nenhuma desigualdade e o 1 uma situação de extrema desigualdade (SJI, 2016). Em 2009, houve uma queda no coeficiente, devido aos desempregos causados pela crise, principalmente relacionados aos indivíduos com altos salários. Nos anos seguintes, com as políticas governamentais, o coeficiente voltou a subir (IT, 2015).
Além disso, uma das formas de medir a pobreza da Irlanda está apresentada na Figura 12, chamada de linha da pobreza, que é o número de pessoas em risco de pobreza ou exclusão social (EUROSTAT, 2015). Após alguns anos de declínio, principalmente resultante das políticas adotadas pelo governo de pagamento para desempregados, idosos e incapacitados, o número de pessoas em risco de pobreza aumentou com o início da crise mundial, devido aos cortes de gastos promovidos pelo governo (SJI, 2016). 	 
Figura 9: Mudança na distribuição de renda disponível por níveis da população (entre 2008 e 2014)
Fonte: SJI (2016) apud CSO
Nota: A quantia da população representada por “bottom” corresponde às classes sociais menos favorecidas financeiramente. Em contrapartida, “top” representa as classes sociais mais favorecidas financeiramente.
Figura 10: Renda disponível por família na Irlanda, 2011
Fonte: Collins (2014)
Figura 11: Coeficiente de Gini da Irlanda (2004-2013)
Fonte: Callan (2015) apud CSO
 
Figura 12: Pessoas em risco de pobreza ou exclusão social na Irlanda, em porcentagem da população total (2003-2014)
Fonte: Eurostat
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O crescimento vertiginoso da Irlanda na década de 1990 se deu sobre ajustes fiscais, sobreposição dos interesses privados aos dos trabalhadores, qualificação da mão-de-obra e isenção fiscal. Dessa forma, o país tornou-se extremamente atrativo ao capital estrangeiro, principalmente norte-americano, transformando a Irlanda, até então predominantemente agrícola, em uma moderna economia focada em indústrias de alta tecnologia e serviços.
A crise na Irlanda ocorreu, em parte, independentemente da crise internacional iniciada nos EUA. A expansão do comércio internacional e políticas menos rígidas contribuiu para a formação de bolhas em diversos setores da economia, principalmente no setor imobiliário. Devido à estrutura de taxação com base no setor de imóveis, houve uma crise fiscal, que contribuiu com a crise ao diminuir grande parte das receitasirlandesas. Além disso, deve-se destacar outro grande componente da crise irlandesa: o sistema bancário, que passou por grandes momentos de má gestão. 
Assim, era preciso que fossem tomadas medidas para resolução dos problemas econômicos no país e evitar ainda mais dívidas. O partido Fianna Fáil, que estava no poder desde 1997 e cuja ideologia era de centro-direita, adotou medidas para reestruturar o sistema bancário do país, o que acarretou em um grande acréscimo da dívida pública. Foi implantado, então, uma série de medidas de austeridade, afetando principalmente as classes mais baixas da população.
Em 2011, entretanto, o Partido dos Trabalhadores foi eleito, tomando medidas que surtiram um efeito positivo no crescimento econômico do país, uma vez que o PIB voltou a crescer, a taxa de desemprego diminuiu e as desigualdades sociais foram levemente atenuadas. 
Nas eleições parlamentares de 2016, partidos conservadores como o Fianna Fáil e o Fine Gael perderam espaço no parlamento irlandês, enquanto que o Sinn Féin, de esquerda, ganhou maior participação.
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