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pregão: equívoco do Menor preço

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LUCIANA GOUVEIA DA COSTA
A BUSCA PELO MENOR PREÇO E A MÁ QUALIDADE DOS BENS E SERVIÇOS CONTRATADOS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
BACHARELADO EM DIREITO
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
2018
LUCIANA GOUVEIA DA COSTA
A BUSCA PELO MENOR PREÇO E A MÁ QUALIDADE DOS BENS E SERVIÇOS CONTRATADOS PELA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
	
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado, na forma de uma monografia, à banca examinadora do Curso de Direito do Centro Universitário de Rio Preto – UNIRP, sob a orientação do Prof. João Brizot, visando à obtenção do grau bacharel em Direito.
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE RIO PRETO
SÃO JOSÉ DO RIO PRETO
2018
SÚMARIO
INTRODUÇÃO
CAPITULO 01 DIREITO ADMINISTRATIVO
1.1 - O conceito de direito administrativo
1.2 - Os princípios do Direito Administrativo e da Administração Pública
1.2.1 - Princípio da legalidade ou juridicidade
1.2.2 - Princípio da impessoalidade ou finalidade
1.2.3 - Princípio da moralidade
1.2.4- Princípio da publicidade
1.2.5- Princípio da eficiência
CAPITULO 02 LICITAÇÕES
2.1 – Conceito
2.1.1 - Elementos conceituais
2.1.2 - Objeto da licitação 
2.2 - Os princípios da licitação. 
2.2.1 - Vinculação ao instrumento convocatório 
2.2.2 - Julgamento objetivo
2.2.3 - Adjudicação compulsória
2.2.4 - Sigilo das propostas
2.3 – A licitação e a Constituição Federal de 1988
2.3.1 - Competência para legislar
2.3.2 – Normas infraconstitucionais
2.4 - Extensão pessoal do dever de licitar
2.4.1 - Organizações sociais
2.4.2 - Organizações da sociedade civil de interesse público
2.4.3 - Entidades paraestatais
2.4.4 - Conselhos de classe
2.4.5 - Entidades que não se sujeitam ao dever de licitar
CAPITULO 03 TIPOS DE LICITAÇÃO
3.1 - Modalidades licitatórias
3.1.1 - Concorrência (Lei n. 8.666/93);
3.1.2 - Tomada de preços (Lei n. 8.666/93);
3.1.3 - Convite (Lei n. 8.666/93);
3.1.4 - Concurso (Lei n. 8.666/93);
3.1.5 - Leilão (Lei n. 8.666/93);
3.1.6 - Consulta (Lei n. 9.472/97);
RESUMO
Resumo: O atual documento aborda a forma pela qual a Administração Pública firma seus contratos com o particular ou empresa, em regra por meio de processo licitatório, com várias modalidades (concorrência, tomada de preços, convite, concurso, leilão e pregão), com foco na modalidade pregão, sendo atualmente a mais usada, tanto na versão presencial, quanto na versão eletrônica. Além disso, aborda o assunto das perdas nas compras efetuadas seguindo o tipo “menor preço” nas licitações, sendo as razões e causas destes prejuízos, o despreparo dos elaboradores, bem como o conflito existente entre os operadores e participantes do processo licitatório em relação ao que seja “melhor preço”, lesando, com isso, os cofres públicos, bem como toda a sociedade. A conclusão é no sentido de que há um desperdício do erário em razão das más compras realizadas pela Administração Pública. 
Palavras-chave: Pregão Eletrônico. Licitação. Contratos. Administração Pública. 
Área de conhecimento: Humanas. 
INTRODUÇÃO
Para a realização de contratos entre a Administração Pública com o particular ou empresa é utilizado à licitação que é um procedimento legal do direito administrativo, com normas e parâmetros específicos. O Direito Administrativo é uma ferramenta usada na gestão pública dos negócios do governo, onde o administrador deve conhecer integralmente os princípios que o rege, caso contrário, cometerá crime de responsabilidade. 
A licitação é um procedimento administrativo e têm como base o artigo 37, inciso XXI, da Constituição Federal do Brasil de 1988 e a Lei Geral de Licitações nº 8.666 de 21.06.1993, ambas devem ser respeitadas pelo gestor público realizar o processo licitatório e, em seguida, celebrar o contrato com empresas ou particular vencedoras do processo. [1: BRASIL. Constituição Federal de 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 26 Setembto 2017.][2: BRASIL. Lei Geral de Licitações nº 8.666 de 21.06.1993. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8666cons.htm. Acesso em 26 de setembro de 2017.]
Neste sentido, a presente monografia tem como tema A busca pelo menor preço e a má qualidade dos bens e serviços contratados pela Administração Pública, com foco nos contratos firmados pela Administração Pública com o particular ou empresa, usando o procedimento de licitações (Lei n.º 8.666/93) para aquisição de bens ou serviços na modalidade Pregão, a qual teve sua criação na versão eletrônica pelo Decreto n.º 5.450 de 31 de maio de 2005, trazendo um pouco mais de vantagens à administração pública. [3: BRASIL. Decreto n.º 5.450 de 31 de maio de 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5450.htm. Acesso em 26 de setembro de 2017.]
Assim, o objetivo do presente trabalho foi abordar o assunto das perdas e principais erros cometidos nas compras efetuadas pela Administração Pública na modalidade onde se leva apenas em consideração o “menor preço” (pregão), bem como a forma com que esses erros acarretam prejuízos à Administração Pública e a toda a sociedade.
Diante da necessidade cada vez maior da utilização e destinação correta dos recursos públicos fica evidente a necessidade de um processo de compra em que se leve em conta o “menor preço”, vantajoso economicamente e em termos de qualidade, bem como da sua durabilidade, sendo que, tendo o produto uma boa qualidade, consequentemente será mais durável, gerando uma economia substancial em longo prazo.
Para atender ao propósito deste trabalho, utilizou-se como opção metodológica a revisão bibliográfica e jurisprudencial, de caráter descritivo, cujo método abordado foi o dedutivo. Foram analisadas produções técnicas e científicas relacionadas ao tema, tanto em acesso físico quanto digital. As produções técnicas e científicas digitais foram obtidas através da rede mundial de computadores, utilizando-se descritores relacionados ao tema proposto. Igualmente, a realização da pesquisa foi feita por meio de doutrinas, artigos buscados na internet, tese de mestrado, análise de legislação pátria e de jurisprudência de tribunais nacionais e estaduais disponibilizados em sítios oficiais.
O presente trabalho está estruturado em quatro capítulos. No primeiro, denominado O Direito Administrativo e os Princípios da Administração Pública, foi abordado o conceito de Direito Administrativo e os princípios que reguem a Administração Pública. Já no segundo capítulo, nomeado como Licitações, analisou-se o conceito, as modalidades, bem como a legislação regulamentadora. No terceiro capítulo, intitulado Pregão, examinou-se o conceito, a legislação, as fases e também as modalidades. Por fim, no quarto capítulo chamado de O critério adotado no pregão, analisou-se o único método utilizado para a escolha da melhor proposta e suas problemáticas.
Portanto, no presente trabalho buscou-se chamar a atenção para a questão das perdas e principais erros cometidos nas compras efetuadas pela Administração Pública na modalidade onde se leva apenas em consideração o “menor preço” (pregão), bem como a forma com que esses erros acarretam prejuízos à administração pública e a toda a sociedade.
 
CAPÍTULO - 01 - DIREITO ADMINISTRATIVO
1.1 - O conceito de direito administrativo. 
Mesmo que a maioria dos doutrinadores tenham um conceito distinto do que é o Direito Administrativo, há um entendimento pacífico quanto ao seu objeto, isto é, da relação vertical existente entre o Estado e o particular, nesse sentido pode-se conceituar o Direito Administrativo como sendo: “O Direito Administrativo é o ramo do Direito Público que disciplina o exercício da função administrativa, bem como pessoas e órgãos que a desempenham” (MELLO, 2013, P. 29). [4: MELLO, Celso Antônio Bandeira De. Curso de direito administrativo. 30 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012.]
Portanto, o Direito Administrativo é o ramo do Direito Público quedisciplina a organização e a atividade estatal, ou seja, através de normas e princípios previamente estabelecidos, são regulamentadas as ações de administração que abrangem todas as suas funções. Essas funções abarcam órgãos, agentes e aquela própria inerente à Administração, sempre com o intuito de atender o interesse da coletividade. 
1.2 - Os princípios do Direito Administrativo. 
A Administração Pública não atua do mesmo modo que o particular, pois para este tudo que a lei não lhe proíbe fazer é permitido, enquanto ela age da maneira que se algo não permitido, isto torna-se proibido, ou seja, a Administração Pública só pode agir de acordo com o que a lei manda.
A atuação da Administração Pública deve observar alguns princípios que estão inseridos no texto constitucional em seu artigo 37, caput, que diz: “A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.[5: BRASIL. Constituição Federal de 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 26 Setembto 2017.]
O LIMPE é uma combinação simpática de letras, formada pelos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, encontrados na Constituição Federal da República Federativa do Brasil em seu artigo 37, caput.
É importante ressaltar, que os princípios citados não são os únicos, mas há referência de outros princípios em leis esparsas e específicas.
1.2.1 - Princípio da legalidade ou juridicidade
O princípio da legalidade está previsto na CF/88 não somente no seu artigo  37, caput, mas também nos artigos 5º, incisos II e XXXV e artigo  84, inciso IV.
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
[...]
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça a direito;
[...]
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]
Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:
[...]
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;[6: BRASIL. Constituição Federal de 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 26 Setembto 2017.art artigo  37, caput, artigo 5º, incisos II e XXXV e artigo  84, inciso IV.]
Portanto, ao informar que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei, o constituinte preveniu o administrador de, salvo se permitido por lei, impuser qualquer obrigação ou dever aos administrados. Em meio os princípios da Administração Pública, o da legalidade é o mais importante e do qual derivam os demais, por ser essencial ao Estado de Direito e ao Estado Democrático de Direito.
Para Di Pietro:
Este princípio, juntamente com o de controle da Administração pelo Poder Judiciário, nasceu com o Estado de Direito e constitui uma das principais garantias de respeito aos direitos individuais. Isto porque a lei, ao mesmo tempo em que os define, estabelece também os limites da atuação administrativa que tenha por objeto a restrição ao exercício de tais direitos em benefício da coletividade.
É aqui que melhor se enquadra aquela ideia de que, na relação administrativa, a vontade da Administração Pública é a que decorre da lei. .[7: DI PIETRO, Maria Silvia Zanella. Direito Administrativo. 23 ed. São Paulo: Atlas, 2010.p. 63]
Também chamado de princípio da juridicidade, pois estabelece o ajuste de toda e qualquer conduta administrativa a todo o ordenamento jurídico, contendo todas as normas e todos os princípios. Uma vez que o particular é livre para fazer tudo o que não seja proibido, a Administração Pública só pode agir se a lei ordenar, nos termos que a lei traz, no condicionamento da lei e no tempo que a lei determina. Se a lei não traz qualquer comando, a Administração não pode agir.
1.2.2 - Princípio da impessoalidade ou finalidade
Como segundo princípio expresso no artigo 37, caput da Constituição Federal de 1988, possui dois enfoques distintos: constitui tanto a atuação impessoal, genérica, ligada à finalidade do desempenho administrativo que tenha à satisfação do interesse coletivo, sem satisfazer o interesse do administrado; assim como também significa a imputação da atuação do órgão ou entidade estatal, não sendo quanto ao agente público, pessoa física.
Sendo esse fim o legal, de acordo com Hely Lopes Meirelles, “é unicamente aquele que a norma de Direito indica expressa ou virtualmente como objetivo do ato, de forma impessoal” (MEIRELLES, 2010, p. 93).[8: MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36. Ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010.]
O que leva entender que o objetivo da finalidade de qualquer ato administrativo é o interesse público e que qualquer ato que não o contenha, estará sujeito à invalidação por desvio de finalidade. Finalidade esta, que tanto pode vir expressa quanto implícita nas leis, sendo uma finalidade geral que é a satisfação do interesse público e outra uma finalidade que se pode dizer específica por ser o fim direto o qual a lei pretende atingir.
1.2.3 - Princípio da moralidade
Em seu artigo 37 a CF/88 impõe uma obrigatoriedade para a Administração Pública direta ou a indireta, de respeitar aos princípios norteadores do direito, referindo, expressamente, sobre o princípio da moralidade. Tal princípio atribui à Administração uma atuação legal, moral, caracterizada pela obediência à ética, à honestidade, à lealdade e à boa-fé.[9: BRASIL. Constituição Federal de 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 26 Setembto 2017.]
Sendo para Hely Lopes Meirelles, “a moralidade administrativa constitui hoje em dia, pressuposto de validade de todo o ato da Administração Pública (art. 37 caput da CF/88)”.[10: MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36. Ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010.]
Di Pietro define:
Em resumo, sempre que em matéria administrativa se verificar que o comportamento da Administração ou do administrado que com ela se relaciona juridicamente, embora em consonância com a lei, ofende a moral, os bons costumes, as regras de boa administração, os princípios de justiça e de equidade, a ideia comum de honestidade, estará havendo ofensa ao princípio da moralidade administrativa.
É evidente que, a partir do momento em que o desvio de poder foi considerado como ato ilegal e não apenas imoral, a moralidade administrativa teve seu campo reduzido; o que não impede, diante do direito positivo brasileiro, o reconhecimento de sua existência como princípio autônomo. [11: DI PIETRO, Maria Silvia Zanella. Direito Administrativo. 23 ed. São Paulo: Atlas, 2010. P. 78]
Uma vez inexistentes no ato administrativo, a moralidade, a legalidade e finalidade e demais princípios, estes será ilegítimo, além de o administrador cometer ato de improbidade administrativa.
O Decreto 1.171/94 que aprova o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal diz que o servidor jamais poderá desprezar o elemento ético de sua conduta:[12: BRASIL.  Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm. Acesso em 12 de novembro de 2017.]
Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal
CAPÍTULO I
SeçãoI
Das Regras Deontológicas
I - A dignidade, o decoro, o zelo, a eficácia e a consciência dos princípios morais são primados maiores que devem nortear o servidor público, seja no exercício do cargo ou função, ou fora dele, já que refletirá o exercício da vocação do próprio poder estatal. Seus atos, comportamentos e atitudes serão direcionados para a preservação da honra e da tradição dos serviços públicos.
II - O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas principalmente entre o honesto e o desonesto, consoante as regras contidas no art. 37, § 4º, da Constituição Federal.
III - A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem comum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá consolidar a moralidade do ato administrativo.[13: PLANALTO. Código de ética profissional do servidor público civil do poder executivo federal. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d1171.htm>. Acesso em: 08 de Setembro. 2017. ]
Deste modo, o princípio da moralidade versa sobre os padrões éticos e objetivos, que são assimilados e difundidos dentre a coletividade e as normas fundamentais do direito e não somente uma noção meramente pessoal do agente administrativo.
1.2.4- Princípio da publicidade
De acordo com esse princípio, todo ato administrativo deve ser publicado, salvo em casos de segurança nacional, investigações policiais ou, em alguns casos, de interesse superior da Administração. Exigindo que todos os atos da Administração Pública seja dada ampla divulgação, de forma que o administrado possa cumprir a determinação ou impugná-la.
Para Hely Lopes Meirelles publicidade é:
Publicidade é a divulgação oficial do ato para conhecimento público e início de seus efeitos externos. Daí por que as leis, atos e contratos administrativos que produzem consequências jurídicas fora dos órgãos que os emitem exigem publicidade para adquirirem validade universal, isto é, perante as partes e terceiros. [14: MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36. Ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010. P 95-96.]
O artigo 37, § 1º, da CF/1988 dispõe:
[...] a publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.[15: PLANALTO. Constituição Federal de 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 26 Setembto 2017. art artigo  37, § 1º.]
Consistindo em princípio que exige a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração Pública, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas em lei. E de acordo com Meirelles (2010, p. 96) “a Publicidade não é um elemento formativo do ato; é um requisito de eficácia e moralidade. Por isso mesmo, os atos irregulares não se convalidam com a publicação, nem os regulares a dispensam para sua exiguidade, quando a lei ou regulamento a exige”
1.2.5- Princípio da eficiência
Inserido através da Emenda Constitucional nº 19, de 04-06-1998, o princípio da eficiência não possui um conceito jurídico, mas, sim, econômico, não qualifica normas, mas qualifica atividades.[16: BRASIL. Emenda Constitucional nº 19, de 04-06-1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Emendas/Emc/emc19.htm. Acesso em 17 de abril de 2018.]
Meirelles alega que o princípio é novo e vem da necessidade de melhores resultados no serviço público:
O Princípio da Eficiência exige a atividade administrativa seja exercida com presteza, perfeição e rendimento funcional. É o mais moderno princípio da função administrativa, que já não se contenta em ser desempenhada apenas com legalidade, exigindo resultados positivos para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e seus membros [17: MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36. Ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010.p.98]
Já Di Pietro salienta que:
O princípio da eficiência apresenta na realidade, dois aspectos: pode ser considerado em relação ao modo de atuação do agente público, do qual se espera o melhor desempenho possível de suas atribuições, para lograr os melhores resultados; e em relação ao modo de organizar, estruturar, disciplinar a Administração Pública, também com o mesmo objetivo de alcançar os melhores resultados na prestação do serviço público. [18: DI PIETRO, Maria Silvia Zanella. Direito Administrativo. 23 ed. São Paulo: Atlas, 2010. P.75]
Num conceito geral, eficiência denota fazer acontecer com racionalidade, o que sugere medir os custos que a satisfação das necessidades públicas importam em relação ao grau de utilidade alcançado.
CAPÍTULO - 02 - LICITAÇÕES
2.1 – Conceito
Licitação é o procedimento administrativo formal em que a Administração Pública requer, através de condições estabelecidas em ato próprio (edital ou convite), particular ou empresa interessados na apresentação de propostas para o oferecimento de bens e serviços.
Não é um procedimento sigiloso, exceto quanto ao conteúdo das propostas até serem conhecidas. Os atos do respectivo processo são públicos e acessíveis aos cidadãos. Será efetuada sempre no local onde se situar a repartição interessada, salvo por motivo de interesse público, devidamente justificado.
Tem por objetivo assegurar a observância do princípio constitucional da isonomia e a eleger a proposta mais vantajosa para a Administração, de maneira a garantir chance igual a todos os interessados e a permitir a presença ao certame do maior número possível de concorrentes. 
A Lei no 8.666/1993, ao regulamentar o artigo 37, inciso XX I, da Constituição Federal, estabeleceu normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a compras, obras, serviços, inclusive de publicidade, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.[19: BRASIL. Lei no 8.666/1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8666cons.htm. Acesso em 12 de novembro de 2017.]
Na contratação para compra de bens, execução de obras ou prestação de serviços e na elaboração de projetos básicos ou executivos devem também ser analisados os critérios de sustentabilidade ambiental previstos na Instrução Normativa n° 01, de 29 de janeiro de 2010, editada pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.[20: BRASIL. Instrução Normativa n° 01, de 29 de janeiro de 2010. que dispõe sobre os critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens, contratação de serviços ou obras pela Administração Pública Federal direta, autárquica e fundacional 19 de janeiro de 2010.disponivel em: https://www.governodigital.gov.br/documentos-e-arquivos/INSTRUCAO%20NORMATIVA%20N.%2001%20de%202010%20-%20Compras%20Sustentav.pdf/view. Acesso em 15 de novembro de 2017. ]
Em respeito aos princípios da transparência e da publicidade, admite-se que todos os interessados tenham acesso as condições licitatórias, em qualquer momento do processo licitatório, buscando evitar a prática de irregularidades nos respectivos procedimentos e de contratações sigilosas, danosas ao Erário.
A celebração de contratos com terceiros na Administração Pública deve ser necessariamente precedida de licitação, ressaltadas as hipóteses de escusa e de inexigibilidade de licitação.
É direito do administrado diante a Administração, de produzir alegações e de exibir documentos antes da decisão, os quais serão objeto de apreço peloórgão competente, consoante o disposto no art. 3º, inciso III, da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Federal. De acordo com esse diploma legal, é proibido à Administração recusar sem motivos o recebimento de documentos, carecendo o servidor orientar o interessado quanto a correção de eventuais falhas.[21: BRASIL. Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999. Regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal. disponível em: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9784.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017.]
Via de regra é vedado aos agentes públicos nas licitações públicas: admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação:
• cláusulas ou condições que afetem, limitem ou frustrem o caráter competitivo e estabeleçam preferencias ou distinções em razão da naturalidade, da sede ou domicilio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou irrelevante para o especifico objeto do contrato; estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de agências internacionais, ressalvado o disposto no 2o do art. 3o da Lei no 8.666/1993 e no art. 3o da Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991.[22: BRASIL. Lei no 8.666/1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8666cons.htm. Acesso em 12 de novembro de 2017.][23: BRASIL. Lei no 8.248, de 23 de outubro de 1991. Dispõe sobre a capacitação e competitividade do setor de informática e automação, e dá outras providências. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8248.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017.]
Com exceções em contratações públicas da União, dos Estados e dos Municípios, conforme determina a Lei no 123/2006, onde poderá ser conferido tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno porte, que objetive a promoção do desenvolvimento econômico e social no âmbito municipal e regional, a aumento da eficiência das políticas públicas e o estímulo à inovação tecnológica, devidamente previsto e regulamentado na legislação do respectivo ente. [24: BRASIL. Lei no 123/2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis no8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017.]
Para cumprimento dessa determinação, a Administração Pública poderá realizar processo licitatório, cujo valor não exceda a 25% (vinte e cinco por cento) do total licitado em cada exercício:
Destinado exclusivamente a participação de microempresas e empresas de pequeno porte nas contratações cujo valor seja de até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);
Em que seja exigida dos licitantes subcontratação de microempresa ou de empresa de pequeno porte, desde que o percentual máximo do objeto a ser subcontratado não exceda a 30% (trinta por cento) do total licitado;
Em que se estabeleça cota de até 25% (vinte e cinco por cento) do objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte, em certames para a aquisição de bens e serviços de natureza divisível.
2.2 - Os princípios da licitação. 
Para o bom andamento do procedimento licitatório consideram-se essenciais, que sejam respeitados os seguintes princípios específicos da Licitação, sem deixar de lado os princípios da Administração Pública: 
2.2.1 - Vinculação ao instrumento convocatório 
O instrumento de que se versa esse princípio, pode ser um edital ou de uma carta-convite, dependendo da modalidade licitatória selecionada. Uma vez que é considerada “a lei interna da Licitação” este princípio vincula todos os participantes do certame, inclusive a Administração Pública. 
2.2.2 - Julgamento objetivo
 Refere-se às particularizações que devem conter o instrumento convocatório, tanto as relacionados à contratação, como aos critérios que ensejarão o julgamento das propostas apresentadas. 
2.2.3 - Adjudicação compulsória
Por esse princípio ao vencedor do certame a será garantido a contratação com a Administração Pública, é portando, um instrumento declaratório, que concede o direito ao licitante vencedor, de solicitar a assinatura contratual, proibindo à Administração a abertura de uma nova licitação com o finalidade de contrair o mesmo item enquanto durar a validade do certame anterior. 
2.2.4 - Sigilo das propostas
 Este princípio assegura a lisura do processo licitatório, já que os licitantes, em regra, apresentam as suas propostas em envelopes lacrados com a intenção de não atribuir vantagem ao licitante que sabe previamente o valor ofertado pelo seu concorrente. Cumpre reforçar que fraudar o sigilo das propostas, é considerado crime de improbidade administrativa, entretanto de acordo com o artigo 22, parágrafo 5° da Lei 8.666/93 este princípio não se aplica a modalidade Leilão. [25: BRASIL. Lei no 8.666/1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8666cons.htm. Acesso em 12 de novembro de 2017. ]
2.3 – A licitação e a Constituição Federal de 1988
Para conceituado doutrinador Celso Antônio Bandeira de Mello, Licitação:
É um certame que as entidades governamentais devem promover e no qual abrem disputa entre os interessados em com elas travar determinadas relações de conteúdo patrimonial, para escolher a proposta mais vantajosa às conveniências públicas. Estriba-se na ideia de competição, a ser travada isonomicamente entre os que preencham os atributos e aptidões necessários ao bom cumprimento das obrigações que se propõem assumir. [26: MELLO, Celso Antônio Bandeira De. Curso de direito administrativo. 30 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2012. P 532.]
Para alguns historiadores a licitação surgiu ainda na era medieval, no momento quando a administração pública europeia necessitava adquirir bens ou contratar serviços de particulares, como não tinha condições de arcar com toda a despesa de pessoal e/ou maquinário para realização da obra ou serviço, terminava por dividir esse ônus com quem tivesse interesse em negociar com o ente estatal. 
Naquele período, as contratações entre a administração pública e o particular ocorriam por meio de uma “espécie de modalidade de licitação”, que era chamada de “Vela e Prego”. MEIRELLES explica como procedimento funcionava: 
A administração pública estabelecia um local, data e horário para que todos aqueles que estivessem interessados em contratar com o poder público pudessem oferecer os seus produtos e serviços, era como se fosse o instrumento convocatório que conhecemos hoje no processo licitatório. Após a chegada dos interessados, acendia-se uma vela e um representante do Estado dava início aos trabalhos, os lances eram recebidos enquanto a vela estivesse acesa, era considerado vencedor aquele ofertante que desse o menor lance minutos antes da vela se apagar por si só. [27: MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 36. Ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2010.p 310]
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988 o processo licitatório recebeu ainda mais importância, pois a Carta Magna em seu capítulo VII ao discorrer sobre a AdministraçãoPública incluiu em seu artigo 37, XXI a seguinte redação: 
“Ressalvados os casos específicos na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratadas mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas de proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômicas indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações”. [28: BRASIL. Constituição Federal de 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 26 Setembto 2017. art artigo  37, XXI.]
Com isso admitindo e elevando a status constitucional o processo licitatório, ou seja, tornando-o obrigatório para as contratações relacionadas à realização de qualquer tipo de obras, serviços, compras e alienações por parte da Administração Pública, e estabelecendo o princípio da isonomia como um dos motivos que ensejaram a criação da licitação. 
Embasado em outro artigo constitucional, a saber, o artigo 22, inciso XXVII, que deixa sob incumbência da União, além de outras atribuições, legislar privativamente sobre normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, foi promulgada a lei 8.666 de 21.07.1993, que regulamentou o processo licitatório, instituindo regras, princípios e as modalidades licitatórias que serviriam e, de fato servem até hoje, como base para toda a realização do certame. [29: BRASIL. Constituição Federal de 1998. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em: 26 Setembto 2017 ][30: BRASIL. Lei no 8.666/1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8666cons.htm. Acesso em 12 de novembro de 2017.]
2.4 - Normatização infraconstitucional
A normatização do processo licitatório tem raiz Constitucional, partir desse comando surge em 23 de junho de 1993 a Lei n. 8.666 estabelecendo as normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras, serviços, até mesmo de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. Logo em seguida em 08 de junho de1994 surge a Lei n. 8.883, de alterando diversos dispositivos da Lei n. 8.666/93.[31: Ibid.][32: BRASIL. Lei n. 8.883, de 8-6-1994. Altera dispositivos da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, que regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e dá outras providências. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L8883.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017.][33: Ibid.]
Em 16 de julho de 1997 a Lei n. 9.472, cria duas novas modalidades licitatórias exclusivas para o âmbito da Agência Nacional das Telecomunicações – Anatel: o pregão e a consulta (arts. 54 a 57 da referida lei).[34: BRASIL. Lei n. 9.472, de 16-7-1997. Dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional nº ]
E em 27 de maio de 1998 surge a Lei n. 9.648, dispensando a licitação em contratos de prestação de serviços com as organizações sociais, qualificadas no âmbito das respectivas esferas de governo, para atividades contempladas no contrato de gestão.[35: BRASIL. Lei n. 9.648, de 27-5-1998. Altera dispositivos das Leis no 3.890-A, de 25 de abril de 1961, no 8.666, de 21 de junho de 1993, no 8.987, de 13 de fevereiro de 1995, no 9.074, de 7 de julho de 1995, no 9.427, de 26 de dezembro de 1996, e autoriza o Poder Executivo a promover a reestruturação da Centrais Elétricas Brasileiras - ELETROBRÁS e de suas subsidiárias e dá outras providências. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9648cons.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017.]
Com a Medida Provisória n. 2.026-3, de 28 de julho de 2000 nasce criou a modalidade licitatória denominada pregão, no entanto, somente em âmbito federal. E o Decreto n. 3.555, de 8-8-2000regulamentou o procedimento do pregão federal. Todavia, em 17 de julho de 2002 nasce a Lei n. 10.520 a qual implementa a modalidade licitatória denominada pregão em todas as esferas federativas, utilizada para contratação de bens e serviços comuns. E Decreto n. 5.450, de 31-5-2005 defini o procedimento a ser adotado para o pregão eletrônico. [36: BRASIL. Medida Provisória n. 2.026-3, de 28-7-2000. Institui, no âmbito da União, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns e dá outras providências. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/antigas/2026-3.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017.][37: BRASIL. Decreto n. 3.555, de 8-8-2000. Aprova o Regulamento para a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns. Disponivel Em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3555.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017.	][38: BRASIL. Lei n. 10.520, de 17-7-2002. Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10520.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017.][39: BRASIL. Decreto n. 5.450, de 31-5-2005. Regulamenta o pregão, na forma eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5450.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017. 	]
A Lei n. 11.107, de 6-4-2005 chega dispondo sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e também dobrando o limite de valor para contratação direta por dispensa de licitação nas compras, obras e serviços contratados por consórcios públicos.[40: BRASIL. Lei n. 11.107, de 6-4-2005. Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios públicos e dá outras providências. Disponivel Em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/lei/l11107.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017.BRASIL. Lei Complementar n. 123, de 14-12-2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis no8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017.]
A Lei Complementar n. 123, de 14 de dezembro de 2006 chega estabelecendo como critério de desempate nos processos licitatórios a preferência de contratação para as microempresas e empresas de pequeno porte. De acordo com o art. 44, §1º, da mencionada lei, serão consideradas em situação de empate as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno porte de valores iguais ou até 10% superiores à proposta mais bem classificada. [41: BRASIL. Lei no 123/2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis no8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis no 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/LCP/Lcp123.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017.]Para a modalidade pregão, a diferença percentual é de até 5%. Uma vez acontecendo o empate, a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá oferecer uma proposta de preço inferior à considerada vencedora do certame, circunstância em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado (art. 44, I). Cumpre lembrar que, nos termos da Orientação Normativa n. 7 da AGU: “O tratamento favorecido de que tratam os arts. 43 a 45 da Lei Complementar n. 123, de 2006, deverá ser concedido às microempresas e empresas de pequeno porte independentemente de previsão editalícia”.[42: Ibid][43: BRASIL. Orientação Normativa Nº 7, DE 1º de abril 2009. Disponivel em: http://www.agu.gov.br/page/atos/detalhe/idato/189168. Acesso em 15 de novembro de 2017.]
Em 15 de dezembro de 2010 o desenvolvimento sustentável torna-se um dos objetivos do procedimento licitatório (art. 3º da Lei n. 8.666/93) regulamentado pela Lei n. 12.349, de 15-12-2010 e ainda criou a possibilidade de ser estabelecida margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasileiras.[44: Ibid. ][45: BRASIL. Lei n. 12.349, de 15-12-2010. Altera as Leis nos 8.666, de 21 de junho de 1993, 8.958, de 20 de dezembro de 1994, e 10.973, de 2 de dezembro de 2004; e revoga o § 1o do art. 2o da Lei no 11.273, de 6 de fevereiro de 2006. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12349.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017.]
Já em 05 de agosto de 2011 com a Lei Nº 12.462, estabeleceu o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) para obras de infraestrutura vinculadas à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016.[46: BRASIL. Lei n. 12.462, de 5-8-2011. Institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas - RDC; altera a Lei no 10.683, de 28 de maio de 2003, que dispõe sobre a organização da Presidência da República e dos Ministérios, a legislação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a legislação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero); cria a Secretaria de Aviação Civil, cargos de Ministro de Estado, cargos em comissão e cargos de Controlador de Tráfego Aéreo; autoriza a contratação de controladores de tráfego aéreo temporários; altera as Leis nos 11.182, de 27 de setembro de 2005, 5.862, de 12 de dezembro de 1972, 8.399, de 7 de janeiro de 1992, 11.526, de 4 de outubro de 2007, 11.458, de 19 de março de 2007, e 12.350, de 20 de dezembro de 2010, e a Medida Provisória no 2.185-35, de 24 de agosto de 2001; e revoga dispositivos da Lei no 9.649, de 27 de maio de 1998. Disponivel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/lei/l12462.htm. Acesso em 15 de novembro de 2017.]
2.5 - Os tipos de licitação. 
De acordo com os critérios de julgamento das propostas tem-se um tipo específico de licitação como prevê o art. 45 da Lei n. 8.666/93 o qual elenca os quatro tipos de licitação existentes.[47: Ibid.]
A de menor preço - quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administração determinar que seja vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço; 
A de melhor técnica – esse tipo de licitação leva em consideração os fatores de ordem técnica, é usado exclusivamente para aquisição de serviços que empreguem quesitos intelectuais, como por exemplo, elaboração de projetos; 
A de técnica e preço – seguem os mesmos critérios do inciso anterior, todavia, o serviço além de ser o melhor tecnicamente, dever ser também o menor com relação ao preço; 
A de maior lance ou oferta-nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de uso – é utilizado para venda de objetos inservíveis da administração pública. 
Em meio aos tipos de licitações elencados acima, o tipo menor preço é o mais usado pela Administração Pública, talvez pela garantia que traz, haja vista que pode isentar o administrador de acusações futuras de improbidade ou ilegalidade. Sendo os tipos de licitações empregados em casos específicos, ou seja, as que os objetos licitados possuam características próprias. No entanto, esse critério carecerá de ser utilizado com sabedoria, já que poderá prejudicar de forma indireta Administração Pública, pois a aquisição de menor preço não pressupõe o melhor produto, pelo contrário, deixa margem para que tal fato possa acontecer. 
Umas das finalidades da contratação por meio de licitação e de obter a proposta mais vantajosa para a Administração Pública, objetivando o atendimento do interesse coletivo, pois a máquina estatal é movimentada com o dinheiro público, assim sendo, o administrador deve ter o bom senso na hora da aquisição dos produtos e serviços. 
Por fim, a Lei n. 8.666/93 em seu rol taxativo proíbe a utilização de qualquer outro critério para julgamento das propostas que não estes (art. 45, § 5º).[48: Ibid.]
2.6 - Modalidades licitatórias
As modalidades de licitação nada mais é que a forma particular de conduzir o procedimento licitatório a partir dos critérios definidos em lei. Sendo o principal fator para a escolha da modalidade de licitação o valor estimado para a contratação. No entanto, não se aplica nas modalidades pregão, Concurso e Leilão, visto que estas não estão vinculadas a valores, por serem modalidades com características específicas. Para cada modalidade de licitação há exigências específicas de procedimentos, formalização do processo e prazos (Gasparini, 2005). [49: GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.]
Vale ressaltar que, a modalidade de licitação não pode ser confundida com tipo de licitação. ‘Modalidade’ é procedimento, ao passo que ‘tipo’ é critério de julgamento utilizado pela Administração Pública para a seleção da proposta mais vantajosa (Meirelles, 2001).[50: MEIRELLES, Hely L. Direito Administrativo Brasileiro. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2001.]
Os diferentes ritos previstos na legislação para o processamento da licitação definem as modalidades licitatórias. O art. 22 da Lei n. 8.666/93 cita cinco modalidades: concorrência, tomada de preços, convite, concurso e leilão. Sendo a Lei n. 9.472/97 quem normatiza a utilização da consulta somente para o âmbito da Agência Nacional de Telecomunicações – Anatel (art. 55). E a Lei n. 10.520/2002 regula outra modalidade licitatória: o pregão. Portanto atualmente no Brasil existe sete modalidades licitatórias:[51: Ibid.][52: Ibid.][53: Ibid.]
concorrência (Lei n. 8.666/93);[54: Ibid.]
tomada de preços (Lei n. 8.666/93);[55: Ibid.]
convite (Lei n. 8.666/93);[56: Ibid.]
concurso (Lei n. 8.666/93);[57: Ibid.]
leilão (Lei n. 8.666/93);[58: Ibid.]
consulta (Lei n. 9.472/97);[59: Ibid.]
pregão (Lei n. 10.520/2002).[60: Ibid.]
Contudo o art. 22, § 8º, da Lei n. 8.666/93 veta a criação de outras modalidades de licitação ou a combinação das existentes. Entretanto essa vedação é dirigida à Administração Pública, o que não impede que o legislador crie novas modalidades.[61: Ibid.]
Com o advento da lei 8.666/93 foram criadas, como já foi dito antes, as modalidades de licitação, são elas: Concorrência, Tomada de Preço, Convite, Concurso e Leilão. Assim, para cada tipo de compra e valor, haverá uma modalidade de licitação específica, conforme segue: 
2.6 1 - Concorrência (art. 22, § 1° da lei 8.666/93)
A concorrência está prevista no inciso I do art. 22 da Lei 8.666/93, sendo sua definição dada pelo parágrafo primeiro do mesmo artigo e assim dispõe: “Art. 22, I - Concorrência é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto”. [62: BRASIL. Lei no 8.666/1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8666cons.htm.Acesso em 12 de novembro de 2017.]
Sendo uma modalidade de licitação utilizada em função do valor e realizada com ampla publicidade, haja vista quaisquer interessados, desde que preencham os requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital convocatório. Na concorrência, qualquer interessado pode participar da licitação, porém essa amplitude na participação produzirá reflexos na fase de habilitação, já que nesta fase a Administração examina, através dos documentos exigidos no edital, se o concorrente apresenta condições de idoneidade para ter sua proposta apreciada (Gasparini, 2005). [63: GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.]
Essa espécie de licitação é a apropriada para contratos de grande valor, explicando o fato de a concorrência ser a modalidade formalmente mais rigorosa, haja a vista que o edital deve ser publicado pela última vez com um prazo mínimo de quarenta e cinco, para os tipos de licitação melhor técnica ou técnica e preço, ou trinta dias corridos, para o tipo menor treço (conforme for aplicável o inc. I, al. “b”, ou o inc. II, al. “a”, ambos dos art. 21 da lei n°8666/93) antes do recebimento das propostas. E ainda o artigo 23, I, alínea “c” da Lei 8.666/93 ressalta que o teto para utilização desta modalidade atinge o valor de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais). Independentemente do valor da contratação, a concorrência é obrigatória nos seguintes casos:[64: Ibid.][65: Ibid.]
compras e alienações de imóveis;
concessões de direito real de uso;
licitações internacionais;
contratos de empreitada integral;
concessões de serviço público;
registro de preços.
2.6.2 - Tomada de Preços (art. 22, § 2° da lei 8.666/93) [66: Ibid. ]
A tomada de preços está prevista no o art. 22, §2º da lei 8.666/93, e assim dispõe:
 “Art. 22, II - Tomada de preços é a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação”. [67: Ibid.]
Esta modalidade de licitação é utilizada para os interessados que estejam devidamente cadastrados ou que atendam às condições do edital até três dias antes da data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação (art. 22, §2º, da Lei n. 8.666/93). Se o pedido de cadastramento for indeferido, cabe recurso no prazo de cinco dias.
Como regra, os interessados em participar da tomada de preços devem estar devidamente cadastrados ou que atendam às condições do edital até três dias antes da data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação. O que tem gerado muitas controvérsias nessa modalidade de licitação, é o fato de que podem participar também os interessados que atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebimento das propostas. Isso tem dado margens a controvérsias infindáveis e, mesmo, insolúveis (Justen Filho, 2002). [68: JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 9. ed. São Paulo: Dialética, 2002.]
Essa é a modalidade de licitação é empregada para contratos de valor inferiores aos estabelecidos para a concorrência, sendo: para obras e serviços de engenharia entre R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais) e R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais); e para compras e outros serviços entre R$ 80.000,00 (oitenta mil reais) e R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais). 
Portanto, a tomada de preços é cabível nas contratações de obras, serviços e compras dentro dos limites de valor estabelecidos em lei. Distingue-se da concorrência devido a exigência da habilitação prévia dos licitantes, através dos registros cadastrais. Ainda assim, é obrigatório a realização da fase de habilitação, haja vista ser necessário à conferência de todo material para qualificação, tendo em vista a participação de licitantes nessa fase. 
Na tomada de preços, deve-se obedecer a um prazo de quinze dias corridos no mínimo, para os tipos menor preço, entre a última publicação e a data fixada para o recebimento das propostas. Todavia, para os certames que utilizam os critérios de “melhor técnica” ou de “técnica e preço”, o prazo deverá ser estendido para pelo menos trinta dias (Justen Filho, 2002).[69: Ibid.]
2.6.3 - Convite (art. 22, § 3º da lei 8.666/93)[70: Ibid.]
Do mesmo modo que as anteriores, esta modalidade de licitação é usada em função do valor do objeto a ser contratado e atende os interessados, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em um número mínimo de 3 (três), e é utilizada para contratação de obras e serviços de engenharia que não ultrapassem o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais) , e até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), para os demais objetos. Os interessados devem manifestar-se no prazo de 24 horas que antecedem a apresentação das propostas.
Essa modalidade está prevista no inciso III do art. 22 da lei 8.666/93, sendo sua definição dada pelo parágrafo terceiro do mesmo artigo e assim dispõe:
Art. 22, III - Convite é a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedência de até vinte e quatro horas da apresentação das propostas. (art. 22, § 3º, III da Lei n. 8.666/93). [71: Ibid.]
Sendo o convite a modalidade mais simples dentre todos as modalidades de licitação. Conforme Justen Filho (2002 p. 202), “prevê-se a faculdade de a Administração escolher potenciais interessados em participar da licitação, sendo que estes convidados não necessitam estar cadastrados previamente”. [72: Ibid.]
Ainda vale ressaltar algumas particularidades do tema: 
O convite é a modalidade de licitação com procedimento mais simplificado e menores prazos para a sua realização; é empregada para compras e serviços de menor vulto, conforme se observa nos valores limite das modalidades de licitação estabelecidos no art. 23 da lei 8.666/93; é o procedimento menos sistematizado em lei; e é a modalidade que tem, nos Tribunais de Contas, maior volume de jurisprudência, quando comparada ao Poder Judiciário (Fernandes, 2004, p. 271).[73: FERNANDES, Jorge U. J. Vade-Mécum de Licitações e Contratos. Belo Horizonte: Fórum, 2004.]
O convite deverá contar, no mínimo, com 3 (três) licitantes qualificados, em princípio, isto é, em condições de contratar. Contudo, não sendo possível a obtenção de três propostas válidas, seja por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, admite-se um número inferior a três concorrentes, tendo sido essas circunstâncias devidamente motivadas e justificadas no processo, no entanto, essas circunstâncias devem ser motivadas e justificadas no processo, pois, se isso não ocorrer o convite deverá ser repetido (Justen Filho, 2002).[74: Ibid.]
Nesta modalidade licitatória, não existe edital. O instrumento convocatório dessa modalidade de licitação é denominado carta-convite. O intervalo mínimo entre a expedição da carta​-convite e a entrega de envelopes é de cinco dias úteis.
Sendo esta modalidade a que confere maior discricionariedade ao administrador público, por isso, é que deve haver uma observância maior aos princípios da administração pública, haja vista que, se não observados na sua essência, pode o administrador público ser condenado a sofrer sanções administrativas e judiciais, tendo que em muitos casos restituir valores e até sofrer privações de liberdade (Justen Filho, 2002).[75: “A discricionariedade ou a atribuição discricionária entendida como sendo a atuação da Administração Pública em que a lei permite ao administrador certa margem de liberdade para decidir diante de uma situaçãoconcreta” (Gasparini, 2005, p. 95).][76: Ibid.]
2.6.4 - Concurso (art. 22, § IV da lei 8.666/93)[77: Ibid.]
Esta modalidade de certame ocorre entre quaisquer interessados e está prevista no art. 22, § 4º, da Lei n. 8.666/93 que assim dispõe:
Art. 22, § 4º - Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho técnico, científico e artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência mínima de quarenta e cinco dias.[78: Ibid.]
Sendo utilizada para escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vencedores, conforme critérios constantes de edital, como exemplo, pode-se citar o concurso feito pelo Governo para escolher a melhor redação em comemoração aos 500 anos do Brasil. 
Para Meirelles:
 “O concurso é uma modalidade de licitação de natureza especial, porque apesar de se reger pelos princípios da publicidade e da igualdade entre os participantes, objetivando a escolha do melhor trabalho, dispensa as formalidades específicas da concorrência” (Meirelles, 1999, p.90).[79: MEIRELLES, Hely L. Direito Administrativo Brasileiro. 26. ed. São Paulo: Malheiros, 2001.]
No entanto, deve haver uma ampla divulgação do edital, em ambas as imprensas (oficial e particular), publicado com antecedência mínima de quarenta e cinco dias ao evento. E ainda a qualificação exigida, as diretrizes, a forma de apresentação do trabalho, as condições de realização e a premiação, serão estabelecidas por um regulamento próprio do concurso (Gasparini, 2005). De acordo com o mesmo autor, o concurso dá-se por encerrado com a classificação dos trabalhos e o pagamento do prêmio ou remuneração por parte da administração ao vencedor.[80: GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.]
E em relação ao julgamento o art. 51, § 5º, da Lei n. 8.666/93 reza como deverá ocorrer: “No caso de concurso, o julgamento será feito por uma comissão especial integrada por pessoas de reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não”. No concurso, o intervalo mínimo entre a publicação do edital e a entrega dos envelopes é de quarenta e cinco dias corridos. Podendo o prêmio ser em dinheiro ou alguma outra espécie, como uma viagem, por exemplo.[81: Ibid.]
Todavia é importante discernir essa modalidade de licitação do concurso para provimento de cargo, que também é um procedimento administrativo seletivo, mas sem natureza licitatória.
E ainda de acordo com Mazza:
Outra característica diferencial do concurso é que constitui a única modalidade de licitação em que a comissão especial não precisa ser composta por agentes públicos, admitida a participação de técnicos e especialistas habilitados a julgar os concorrentes, ainda que não pertencentes aos quadros da Administração Pública.[82: MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 7. Ed. São Paulo. Saraiva, 2017. P. 543-544.]
Desta forma, nota-se diferenças substanciais entre o concurso público para provimentos de cargo na Administração Pública e o concurso público como modalidade de licitação, previsto na Lei n° 8666/93. Contudo, porém, que ambos possuem uma característica em comum, a de consolidar os princípios da Administração Pública. 
2.6.5- Leilão (art. 22, § 5º da lei 8.666/93) [83: Ibid.]
O leilão está previsto no art. 22, § 5º da lei 8.666/93, que assim dispõe:
 Art. 22, V - Leilão é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis para a Administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da avaliação. [84: Ibid.]
Sendo dois tipos de leilão, para Peixoto (2001) o leilão comum é privativo do leiloeiro oficial, sendo regido pela legislação federal pertinente, podendo a Administração estabelecer condições específicas e o leilão administrativo é feito por servidor público.[85: PEIXOTO, Marco A. Ventura. Modalidades de licitação: da concorrência ao pregão. A inversão do procedimento de habilitação e julgamento e a polêmica Medida Provisória nº 2026/00. Jus Navigandi, Teresina, a. 6, n. 52, nov. 2001. Disponível em: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=2363 . Acesso em: 18 abril de 2018.]
O edital de leilão deve conter a descrição breve dos bens, o local onde se encontram, o dia, à hora e o local do leilão além do valor da avaliação do bem, e o preço mínimo (Justen Filho, 2002). Não carecendo de nenhuma habilitação prévia dos licitantes, haja vista que a venda é feita à vista ou em curto prazo. Sendo os lances são verbais, vencendo quem oferecer o maior lance, desde que igual ou maior ao valor da avaliação, e assim arrematando o objeto da licitação (Peixoto, 2001). [86: Ibid.][87: Ibid.]
O Leilão serve ainda, para a venda de produtos adquiridos por força de execução judicial ou apreendidos por órgãos responsáveis, como acontece com as mercadorias apreendidas pela Receita Federal. 
2.6.6 - Consulta (Lei nº 9.472/97)
Esta modalidade foi criada para uso exclusivo da Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL). Posteriormente foi estendida as demais agências reguladoras de âmbito federal através do artigo 37 da Lei 9.986/2000. Que assim dispõe:
Art. 37. A aquisição de bens e a contratação de serviços pelas Agências Reguladoras poderá se dar nas modalidades de consulta e pregão, observado o disposto nos arts. 55 a 58 da Lei no 9.472, de 1997, e nos termos de regulamento próprio.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às contratações referentes a obras e serviços de engenharia, cujos procedimentos deverão observar as normas gerais de licitação e contratação para a Administração Pública.[88: BRASIL. Lei No 9.986, De 18 De Julho De 2000. Dispõe sobre a gestão de recursos humanos das Agências Reguladoras e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/Ccivil_03/leis/L9986.htm. Acesso em 18 de abril de 2018.	]
Cumpre ainda reforçar, que o art. 37 da Lei n. 9.986/2000 e que estendeu a modalidade consulta para aquisição de bens e serviços por todas as agências reguladoras. Segundo o disposto no art. 55 da Lei n. 9.472/97, a consulta será realizada mediante procedimentos próprios determinados por atos normativos expedidos pela agência, vedada sua utilização para contratação de obras e serviços de engenharia.[89: Ibid.][90: BRASIL. Lei Nº 9.472, De 16 De Julho De 1997. Dispõe sobre a organização dos serviços de telecomunicações, a criação e funcionamento de um órgão regulador e outros aspectos institucionais, nos termos da Emenda Constitucional nº 8, de 1995. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9472.htm. Acesso em 18 de abril de 2018.]
CAPÍTULO – 03 - PREGÃO
3.1 – Pregão (Lei 10.520 de 2002)
Conforme analisado, a escolha das modalidades de licitação será definida com base no valor (Concorrência, Tomada de Preços e Convite) ou no objeto (Concurso, Leilão e Pregão) a ser escolhido previamente pela Administração Pública. 
Entretanto, com o surgimento de tantas modalidades e com o excesso de burocracia presentes nas fases dos certames a administração pública acabou perdendo agilidade em seus processos. Com o intuito de diminuir a burocracia e fazer com que os certames tivessem maior celeridade, foi criada, uma nova modalidade instituída pela Medida Provisória 2.026, de 04 de maio de 2.000, somente em âmbito federal, tendo sido convertida na Lei 10.520 de 2002, e estendida aos Estados e Municípios, e sua regulamentada pelo Decreto 3.555, de 2.000. [91: BRASIL. Medida Provisória No 2.026, De 4 De Maio De 2000. 	Institui, no âmbito da União, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviçoscomuns. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/mpv/antigas/2026.htm. Acesso em 18 de abril de 2018.][92: BRASIL. Lei No 10.520, De 17 De Julho De 2002. Institui, no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, nos termos do art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/2002/L10520.htm. Acesso em 18 de abril de 2018.][93: BRASIL. Decreto Nº 3.555, De 8 De Agosto De 2000. Aprova o Regulamento para a modalidade de licitação denominada pregão, para aquisição de bens e serviços comuns. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3555.htm. Acesso em 18 de abril de 2018.]
Conforme conceituaa a doutrina, o pregão (JUSTEN FILHO, 2013, p. 9):
 E uma modalidade de licitação do tipo menor preço, destinada à seleção da proposta mais vantajosa de contratação de bens e serviços comuns, caracterizada pela existência de uma fase competitiva inicial, em que os licitantes dispõem do ônus de formular propostas sucessivas, e de uma fase posterior de verificação dos requisitos de habilitação e satisfatoriedade de ofertas.[94: JUSTEN FILHO, Marçal. Pregão: comentários à legislação do pregão comum e eletrônico. 6. ed. rev. e atual. São Paulo: Dialética, 2013. ]
A maior característica dessa modalidade, está na inversão de procedimento na fase de habilitação e julgamento, no pregão a escolha da melhor proposta é anterior a verificação dos documentos, com isso torna o processo é mais célere. Pois, ao invés de se avaliar a documentação de todos os licitantes, verifica-se somente a documentação de quem apresentou a melhor proposta, que estando de acordo com as exigências do edital, estará encerrado o processo, se a documentação não estiver em conformidade com o edital, analisar-se-á a documentação de quem apresentou a segunda melhor proposta, e assim sucessivamente até que se atinja a proposta vencedora, cujos valores e habilitação estejam em conformidade com o edital. (Gasparini, 2005). [95: GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.]
O uso do pregão pela Administração é opcional, podendo esta optar pelo uso de outra modalidade de certame, desde que, apropriada em função do valor do objeto. Porém, o art. 4º do Decreto n.5.450/2005 torna o pregão no âmbito federal obrigatório, dando preferência para a modalidade eletrônica, e permitindo o uso do pregão presencial na esfera federal, somente com justificativa expressa da autoridade competente.[96: BRASIL. Decreto Nº 5.450, De 31 De Maio De 2005. Regulamenta o pregão, na forma eletrônica, para aquisição de bens e serviços comuns, e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5450.htm. Acesso em 19 de abril de 2018.]
Nesta modalidade de licitação, o intervalo mínimo entre a publicação do edital e o envio de propostas é de oito dias úteis. Tendo como característica fundamental a inversão nas fases naturais da licitação. Isto é, o julgamento das propostas antecede a habilitação dos licitantes, objetivando sempre economia de tempo e de dinheiro para o Poder Público. 
Cumpre frisar que nas concorrências que antecedem a concessão de serviços públicos e nas que precedem parcerias público-privadas também se permite essa inversão de fases. Além do mais, diferente do que ocorre com as demais modalidades, no pregão a homologação é realizada após a adjudicação. Portanto, as etapas do pregão são: 
instrumento convocatório; 
julgamento (classificação); 
habilitação; 
adjudicação; 
homologação
para Tolosa Filho (2012), o pregão destina-se à contratação de bens e serviços comuns, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, com especificações usuais de mercado conforme estabelecidas pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.[97: TOLOSA FILHO, Benedicto de. Pregão: uma nova modalidade de licitação. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2012.]
O parágrafo único do artigo 1° da Lei 10.520/02, define conceito de “uso comum” para não haver divergência. “Consideram-se bens e serviços comuns, para os fins e efeitos deste artigo, aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado”. Verifica-se, que a pretensão do legislador foi deixar a Administração Pública “à vontade” para usar esta modalidade, visto que não impôs nenhum valor como limite, algo que acontece como critério de cabimento para as demais. [98: Ibid.]
Com um rol taxativo para o âmbito da União o Decreto n. 3.555/2000, determinou os bens e serviços que podem ser contratados mediante pregão, estando vedado o uso do pregão para contratação de bens e serviços não indicados na referida lista. Interpretando sistematicamente o conjunto de leis sobre licitação, conclui-se ser proibido o uso do pregão, para todas as esferas federativas, quando se tratar de:[99: Ibid.]
a) contratação de obras e serviços de engenharia; 
b) locações imobiliárias;
c) alienações em geral.
Contudo, após contínuas alterações, o Decreto n. 3.555/2000 foi mais uma vez alterado pelo Decreto n. 7.174,de 12 de maio de 2010, que revogou a lista de bens e serviços comuns para fins de utilização do pregão no âmbito federal. De modo que, atualmente a Administração Pública federal tem discricionariedade para deliberar, diante do caso concreto, o que pode ser considerado objeto comum e licitado via pregão. E o Decreto n. 7.174/2010 disciplina também as contratações de bens e serviços de informática e automação pelos órgãos e entidades da Administração federal, eliminando a antiga proibição de uso do pregão para licitar bens e serviços de informática e automação. ( MAZZA, 2017. p 548) [100: MAZZA, Alexandre. Manual de Direito Administrativo. 7. Ed. São Paulo. Saraiva, 2017. P. 548.]
E com a edição da Súmula nº 257/2010, o Tribunal de Contas da União consolidou entendimento acerca da possibilidade de se adotar ou não o pregão como modalidade de licitação para contratação de serviços de engenharia. “O uso do pregão nas contratações de serviços comuns de engenharia encontra amparo na Lei nº 10.520/2002.” (Súmula nº 257/2010 – TCU).[101: BRASIL. Tribunal de Contas da União. Súmula 257. Disponível em: https://contas.tcu.gov.br/pesquisaJurisprudencia/#/detalhamento/12/*/KEY:JURISPRUDENCIA-SELECIONADA-17370/DTRELEVANCIA%2520desc/false/1. Acesso em 21 de abril de 2018. ]
No entanto, essa modalidade licitatória, somente deve ser empregad se os serviços de engenharia forem comuns. Cabendo ao gestor público, na fase interna da licitação, verificar se o serviço de engenharia se caracteriza como comum, e, em caso afirmativo, deverá utilizar o pregão, preferencialmente na modalidade eletrônica, caso comprovada inviabilidade, deve ser justificada pela autoridade competente, hipótese em que deverá ser utilizado o pregão na forma presencial.
Faz se importante esclarecer o que seja um bem ou do serviço “comum”, segundo o § 1º do art. 2º do Decreto nº 5.450/2005 bens e serviços comuns são “aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais do mercado”.[102: Ibid.]
Nesse sentido, o doutrinador Benedicto de Tolosa Filho nos oferece uma definição mais precisa de “bens e serviços comuns”:
“A licitação na modalidade de pregão destina-se à contratação de bens e serviços comuns, assim considerados aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade possam se objetivamente definidos pelo edital, com a simples utilização de especificações usuais no mercado, observada a normatização técnica estabelecida pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, em face do disposto na Lei n. 4.150, de 21 de novembro de 1962.” (TOLOSA FILHO, 2012. p. 5.)[103: Ibid.]
Vale ressaltar que, “obra” não se encaixa na conceituação de “comum”,deste modo, sendo vedada a sua contratação através do certame na modalidade pregão. Aliás, a Lei nº 8.666/93 em seu art. 6º prescreve a conceituação de "obra" e "serviço":
“Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
I - Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta;
II - Serviço - toda atividade destinada a obter determinada utilidade de interesse para a Administração, tais como: demolição, conserto, instalação, montagem, operação, conservação, reparação, adaptação, manutenção, transporte, locação de bens, publicidade, seguro ou trabalhos técnico-profissionais; (...)”[104: BRASIL. Lei no 8.666/1993. Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/l8666cons.htm. Acesso em 12 de novembro de 2017.]
Pode-se concluir então que, sendo comum o serviço de engenharia, obrigatória será a utilização do pregão, preferencialmente na forma eletrônica.
 
3.2. - As fases do pregão. 
É notório que a realização de qualquer contrato por parte da Administração Pública está vinculado a uma sequência de atos (procedimentos) os quais ela deve observar, sob pena de ter os seus atos anulados, caso não seja realizado o procedimento correto. Além das fases, a licitação possui duas etapas, interna e externa. 
Além da sequência de procedimentos, o pregão possui duas fases distintas: uma interna e outra externa. Na fase interna o órgão promotor do certame define todos os requisitos daquele processo licitatório, tais como: as especificações do objeto, a quantidade, a forma de entrega, bem como as sanções que estão sujeitos os participantes, caso haja o descumprimento dos requisitos estabelecidos no futuro edital. Já a fase externa, é o período em que ocorre o chamamento dos interessados para participarem do certame, através da publicação do edital convocando a todos que queiram contratar com a Administração.
3.2.1 - Fase interna
Sendo composta por um grupo de pessoas especializadas que têm a incumbência de verificar todo o procedimento licitatório, esse grupo de pessoas é denominado Comissão de Licitação, no conceito do ilustre doutrinador Diógenes Gasparini: 
Comissão é um grupo de pessoas, solenemente constituído, por três membros, sendo dois deles dos quadros permanentes do órgão licitante, nomeados pela autoridade superior dentro da própria entidade (art. 51 da Lei n. 8.666/93). responsáveis pela condução de um certo negócio, cujo funcionamento, quase sempre, está previamente regulado. E ambos respondem solidariamente por todos os atos a ela imputados, salvo se aposição individual divergente for manifestada em ata (art. 51, § 3º, da Lei n. 8.666/93). (2005, p. 3).[105: GASPARINI, Diógenes. Direito Administrativo. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.p 3.]
As quais deverão observar as seguintes regras presentes no art. 3º da Lei nº 10.520/2002:
“I – a autoridade competente justificará a necessidade de contratação e definirá o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação das propostas, as sanções por inadimplemento e as cláusulas do contrato, inclusive com fixação dos prazos para fornecimento; 
II – a definição do objeto deverá ser precisa, suficiente e clara, vedadas especificações que, por excessivas, irrelevantes ou desnecessárias, limitem a competição; 
III – dos autos do procedimento constarão a justificativa das definições referidas no inciso I deste artigo e os indispensáveis elementos técnicos sobre os quais estiverem apoiados, bem como o orçamento, elaborado pelo órgão ou entidade promotora da licitação, dos bens ou serviços a serem licitados; 
IV – a autoridade competente designará, dentre os servidores do órgão ou entidade promotora da licitação, o pregoeiro e respectiva equipe de apoio, cuja atribuição inclui, dentre outras, o recebimento das propostas e lances, a análise de sua aceitabilidade e sua classificação, bem como a habilitação e a adjudicação do objeto do certame ao licitante vencedor”.[106: Ibid.]
Desta forma, a elaboração, a direção e o julgamento dos processos licitatórios não devem ser realizados por pessoas desqualificadas, já que, o sucesso do certame está ligado diretamente a boa elaboração do edital, portanto, somente pessoas altamente qualificadas podem decidir qual objeto poderá atingir a finalidade da Administração Pública. 
3.2.2 – Fase Externa
A fase externa começa com a chamamento dos interessados, por meio da publicação do aviso do edital. Neste momento é que os licitantes começam a participar do certame, pois é com a publicação do edital que a sociedade passa a ter conhecimento que a Administração Pública tem interesse de licitar determinado objeto. E deverá observar as seguintes regras (art. 4º Lei nº 10.520/2002):
 “I – a convocação dos interessados será efetuada por meio de publicação de aviso em diário oficial do respectivo ente federado ou, não existindo, em jornal de circulação local, e facultativamente, por meios eletrônicos e conforme o vulto da licitação, em jornal de grande circulação, nos termos do regulamento; 
II – do aviso constarão a definição do objeto da licitação, a indicação do local, dias e horários em que poderá ser lida ou obtida a íntegra do edital;
III – do edital constarão o objeto do certame, as exigências de habilitação, os critérios de aceitação da proposta, as sanções, as cláusulas dos contratos, as normas que disciplinarem o procedimento e a minuta do contrato, quando for o caso;
IV – cópias do edital e do respectivo aviso serão colocadas à disposição de qualquer pessoa para consulta e divulgadas;
V – o prazo fixado para a apresentação das propostas, contado a partir da publicação do aviso, não será inferior a 8 (oito) dias úteis;
VI – no dia, hora e local designados, será realizada sessão pública para recebimento das propostas, devendo o interessado, ou seu representante, identificar​-se e, se for o caso, comprovar a existência dos necessários poderes para formulação de propostas e para a prática de todos os demais atos inerentes aocertame;
VII – aberta a sessão, os interessados ou seus representantes, apresentarão declaração dando ciência de que cumprem plenamente os requisitos de habilitação e entregarão os envelopes contendo a indicação do objeto e do preço oferecidos, procedendo​-se à sua imediata abertura e à verificação da conformidade daspropostas com os requisitos estabelecidos no instrumento convocatório;
VIII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10%(dez por cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação dovencedor;
IX – não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso anterior, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos;
X – para julgamento e classificação das propostas, será adotado o critério de menor preço, observados os prazos máximos para fornecimento, as especificações técnicas e parâmetros mínimos de desempenho e qualidade definidos no edital;
XI – examinada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pregoeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade;
XII – encerrada a etapa competitiva e ordenadas as ofertas, o pregoeiro procederá à abertura do invólucro contendo os documentos de habilitação do licitante que apresentou a melhor proposta, para verificação do atendimento das condições fixadas no edital;
XIII – a habilitação far-se-á com a verificação de que o licitante está em situação regular perante a Fazenda Nacional, a Seguridade Social e o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, e as Fazendas Estaduais e Municipais, quando for o caso, com a comprovação de que atende às exigências do edital quanto à habilitação jurídica e qualificações

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