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PERMEABILIDADE ,CAPILARIDADE E PERCOLAÇÃO PERMEABILIDADE É a propriedade do solo que permite que a água ultrapasse o mesmo, através de poros vazios do solo. Existe uma maior e uma menor dificuldade de escoamento dessa água, isso vai variar de acordo com o solo em que a água se encontra. Portanto, a permeabilidade é a propriedade que o solo apresenta de permitir o escoamento da água por meio dele, sendo o seu grau de permeabilidade expresso, numericamente, pelo “coeficiente de permeabilidade”. O conhecimento do valor da permeabilidade é muito importante em algumas obras de engenharia, principalmente, na estimativa da vazão que percolará através do maciço e da fundação de barragens de terra, em obras de drenagem, rebaixamento do nível d’água, adensamento, etc. Portanto, os mais graves problemas de construção estão relacionados com a presença da água. O conhecimento da permeabilidade e de sua variação é necessário para a resolução desses problemas. O coeficiente de permeabilidade pode ser determinado através de ensaios de laboratório em amostras indeformadas ou de ensaios “in situ”. O solo é um material natural complexo, constituído por grãos minerais e matéria orgânica, constituindo uma fase sólida, envolvidos por uma fase líquida: água. Há uma terceira fase, eventualmente presente; o ar, o qual preenche parte dos poros dos solos não inteiramente saturados de água. Fatores que Influenciam a Permeabilidade Granulometria - O tamanho das partículas que constituem os solos influencia no valor de “k”.Nos solos pedregulhosos sem finos (partículas com diâmetro superior a 2mm), por exemplo, o valor de “k” é superior a 0,01cm/s; já nos solos finos (partícula com diâmetro inferior a 0,074mm) os valores de “k” são bem inferiores a este valor. Índice de vazios - A permeabilidade dos solos esta relacionada com o índice de vazios, logo, com a sua porosidade. Quanto mais poroso for um solo (maior a dimensão dos poros), maior será o índice de vazios, por conseguinte, mais permeável (para argilas moles, isto não se verifica). Composição mineralógica - A predominância de alguns tipos de minerais na constituição dos solos tem grande influência na permeabilidade. Fluído - O tipo de fluído que se encontra nos poros. Nos solos, em geral, o fluído é a água com ou sem gases (ar) dissolvidos. Estrutura - É o arranjo das partículas. Nas argilas existem as estruturas isoladas e em grupo que atuam forças de natureza capilar e molecular, que dependem da forma das partículas. Nas areias o arranjo estrutural é mais simplificado, constituindo-se por canalículos, interconectados onde a água flui mais facilmente. Macro-estrutura - Principalmente em solos que guardam as características do material de origem (rocha mãe) como diaclases, fraturas, juntas, estratificações. Estes solos constituem o horizonte C dos perfis de solo, também denominados de solos saprolíticos. Temperatura - Quanto maior a temperatura, menor a viscosidade d’água, portanto, maior a permeabilidade, isto significa que a água mais facilmente vai percolar pelos poros do solo. Por isso, os valores de “k” obtidos nos ensaios são geralmente referidos à temperatura de 20°C, o que se faz pela seguinte relação: Valor tabelado Lei de Darcy Em 1856, Darcy (Engenheiro Francês) verificou como os diversos fatores geométricos influenciavam a vazão da água, e propôs sua lei experimental do regime de escoamento dos fluidos para auxiliar nos estudos acerca da determinação da permeabilidade dos solos. A lei de Darcy é amplamente difundida nos estudos (projetos geoténicos ) de barragens, fundações, fossas séptica, construções que envolvem movimentação do solo e estabilidade. Temperatura de Ensaio A velocidade de descarga da água dentro de um regime de escoamento laminar é diretamente proporcional ao gradiente hidráulico. A vazão dividida pela área indica a velocidade com que a água sai da areia. Esta velocidade, v, é chamada de velocidade de percolação. A lei de Darcy é válida somente para os casos de fluxo laminar. Coeficiente de permeabilidade Intervalos de variação de K para diversos solos O valor de k é comumente expresso como um produto de um número por uma potência negativa de 10. Determinação do Coeficiente de Permeabilidade A determinação de k pode ser através de: Fórmulas: relacionam com a granulometria Laboratório: utilizando-se os “permeâmetros” (de carga constante ou de carga variável) e in loco pelo chamado “ensaio de bombeamento” ou pelo ensaio de “tubo aberto”; Para as argilas, a permeabilidade se determina a partir do “ensaio de adensamento”. Ensaios de campo: sondagem Ensaio a carga constante Neste ensaio a amostra é submetida a uma carga hidráulica constante durante o ensaio (permeâmetro de nível constante). O coeficiente de permeabilidade é determinado pela quantidade de água que percolá a amostra para um dado intervalo de tempo. A quantidade de água é medida por uma proveta graduada, determinando-se a vazão (Q). Este permeâmetro é muito utilizado para solos de granulação grossa (solos arenosos). Q = v . A v = k . i Q = k . i . A Q = k . h/L . A k = permeabilidade v = velocidade i = gradiente hidráulico Q = vazão L = comprimento A = área da amostra h = diferença de nível V = volume t = tempo Conhecidas a vazão e as dimensões do corpo de prova (comprimento L e a área da seção transversal A), calcula-se o valor da permeabilidade, k, através da equação: Onde: q – é a quantidade de água medida na proveta (cm3); L – é o comprimento da amostra medido no sentido do fluxo (cm); A – área da seção transversal da amostra (cm2); h – diferença do nível entre o reservatório superior e o inferior (cm); t – é o tempo medido entre o inicio e o fim do ensaio (s); Ensaio a carga variável Em se tratando de solos finos (solos argilosos e siltosos), o ensaio com carga constante torna-se inviável, devido à baixa permeabilidade destes materiais há pouca percolação de água pela amostra, dificultando a determinação do coeficiente de permeabilidade. Para tais solos é mais vantajoso a utilização de permeâmetros com carga variável, conforme mostra a Figura. Derivando: dV1 = k . i . A . dt (na amostra) dV2 = - a . dh (na bureta) dV1=dV2: k . i . A . dt = - a . dh k . h/L . A. dt = - a . dh h = f (t) Q = V/t = k . i . A V = K . i . A . t Neste ensaio medem-se os valores h’s obtidos para diversos valores de tempo decorrido desde o início do ensaio, como mostra a Figura . São anotados os valores da temperatura quando da efetuação de cada medida. O coeficiente de permeabilidade dos solos é então calculado fazendo-se uso da lei de Darcy. Realizando-se a integração entre h1 e h2 e t1 e t2 a – área interna do tubo de carga (cm2) A – seção transversal da amostra (cm2) L – altura do corpo de prova (cm) h0 – distância inicial do nível d`água para o reservatório inferior (cm) h1 – distância para o tempo 1, do nível d`água para o reservatório inferior (cm) Δt – intervalo de tempo para o nível d’água passar de h0 para h1 (cm) CAPILARIDADE Capilaridade é o fenômeno de atração e repulsão onde se observa o contato dos líquidos com um sólido fazendo com que esse líquido suba ou desça .A tendência dos líquidos subirem nos tubos capilares é chamada de capilaridade ou ação capilar, sendo isso consequência da tensão superficial. Alguns exemplos: O fenômeno da capilaridade dependo do diâmetro do tubo quanto mais fino mais rápido o liquido vai subir contra as forças da gravidade,a capilaridade surge na força que existe entre o liquido e o vidro, o movimento do liquido subindo o capilar é devido a dois fatores :Força de atração entre o liquido e o vidro e a tenção superficial. O liquido fica atraído para as laterais do vidro por isso forma uma curvatura pois o vidro esta atraindo as moléculas do liquido e devido as forças do liquido chamada tenção superficial que suporta esse liquido ,ele consegue subir uma determinada altura. Exemplos da importância do estudo de capilaridade Construção de aterros e pavimentos: a água que sobe por capilaridade tende a comprometer a durabilidade de pavimentos. Sinfonamento capilar em barragens: a água pode, por capilaridade, ultrapassar barreiras impermeáveis e gerar, por efeito de sinfonamento, percolação através do corpo da barragem. PERCOLAÇÃO Corresponde ao fluxo da água através do solo. A percolação traduz o movimento subterrâneo da água através do solo, especialmente nos solos saturados ou próximos da saturação. Quando a quantidade de água da chuva infiltrada no solo se torna maior que a capacidade de absorção deste, podem ocorrer perdas de água por percolação. As perdas por percolação são influenciadas pelo regime de chuva e sua distribuição, pelo escoamento do solo, pela evaporação, pelas características do solo e pela camada vegetal Conhecer como se dá o fluxo da água no solo é muito importante pois ele é responsável por um grande número de problemas práticos de engenharia, os quais podem ser resumidos em três grupos: A vazão da água através de maciços terrosos, drenos ou filtros. O recalque nas fundações das obras A estabilidade geral das massas de solo principalmente de taludes. Em muitos casos a água não percola através do solo em apenas uma direção, nem é uniforme ao longo de toda área perpendicular ao fluxo. Essa interação é importante, principalmente, em: •Quantidade (volume) de água que se perde através do maciço de uma barragem ou pelo solo aonde a obra se apóia. •Obras de Terra e Fundações Movimento de Agua O movimento de agua é afetada pela estrutura e textura do solo, sendo maior em solos porosos (poros grandes), fraturados e bem estruturados (formação de agregados). Ou seja, não depende apenas da quantidade de poros, mas também do tamanho e da geometria desses poros por onde o fluido irá ser conduzido. Por isso, em geral, solos arenosos apresentam condutividade hidráulica maior que solos argilosos quando saturados. Em meios não saturados Neste caso, a água tende a se deslocar dos poros onde a película tem maior espessura em direção aos poros cuja película é mais fina. Quando o solo não está saturado, alguns poros estão preenchidos também pelo ar, e a capacidade de transmitir água desse poro diminui. A medida que a quantidade de água no solo se reduz, os poros maiores começam a se esvaziar, fazendo com que a água só possa fluir pelos poros menores. Na saturação, os poros maiores conduzem a maior parte da água. Por isso, solos de textura grossa apresentam maior condutividade hidráulica na saturação. O contrário ocorre no fluxo não saturado: os solos de textura fina tem maior quantidade de poros menores, os quais são capazes de reter e conduzir mais água que os solos de textura grossa quando submetidos à mesma tensão. Teste de percolação Para simplificar listamos os passos para o teste: Cavar um buraco de 30cm x 30cm, que a profundidade seja a mesma q vai ser utilizada ou uma média Colocar cerca de 5cm de brita no fundo do buraco Encher o buraco com água e esperar q seja absorvida Repetir a operação por varias vezes, até que o abaixamento do nível da água se torne o mais lento possível Medir, com um relógio e uma escala graduada em cm, o tempo gasto em minuto para um abaixamento de 1cm. Este tempo(t) é por definição o tempo de percolação De posse do tempo (t), pode-se determinar o coeficiente de percolação do terreno Coeficiente de percolação Por definição, o coeficiente de percolação (c) representa o numero de litros que 1m2 de área de infiltração do solo é capaz de absorver em um dia. Através da formula C = 490/t + 2,5 O coeficiente de percolação varia de acordo com os tipos de solo conforme a tabela. TIPOS DE SOLO Coeficiente de Percolação Litros/m2/dia Absorção Relativa Areia grossa ou cascalho Maior que 140 Rápida Argila 140-70 Vagarosa Areia fina 70-32 Média Argila arenosa 32-21 Semi-permiavel Argila compacta ou rocha Menor que 21 Impermeavel Bibliografia CAPUTO, H. P. Mecânica dos solos e suas aplicações. v. 1 e 2. Rio de , 2008. 549p. Janeiro: LTC, 1988. CRAIG, R.F. Mecânica dos solos. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
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